18º Domingo do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vinde, ó Deus, em meu auxílio, sem demora, apressai-vos, ó Senhor, em socorrer-me! Que sejam confundidos e humilhados os que procuram acabar com minha vida! Sl. Que voltem para trás envergonhados os que se alegram com os males que eu padeço! (Cf. LH: Sl 65, 2. 3ab. e 3cd)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Assisti, Senhor, os vossos fiéis e cumulai com vossa inesgotável bondade, aqueles que vos imploram e se gloriam de vos ter como criador e guia, restaurando para eles a vossa criação e conservando-a renovada. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Ecl 1, 2; 2, 21-23
Leitura do Livro do Eclesiastes
"Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade”. 2, 21Por exemplo: um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso, vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é vaidade e grande desgraça. 22De fato, que resta ao homem de todos os trabalhos e preocupações que o desgastam debaixo do sol? 23Toda a sua vida é sofrimento, sua ocupação, um tormento. Nem mesmo de noite repousa o seu coração. Também isso é vaidade.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 89(90), 3-4. 5-6. 12-13. 14. 17 (R. 1)
℟. Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós.
— Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou. ℟.
— Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: de manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca. ℟.
— Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos! ℟.
— Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho. ℟.
Segunda Leitura — Cl 3, 1-5. 9-11
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses
Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; 2aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus.
4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.
5Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria.
9Não mintais uns aos outros. Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir 10e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador, em ordem ao conhecimento.
11Aí não se faz distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, inculto, selvagem, escravo e livre, mas Cristo é tudo em todos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus. (Mt 5, 3) ℟.
Evangelho — Lc 12, 13-21
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 13alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”.
14Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?”
15E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”.
16E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’.
18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’
20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Sanctificávit Móyses altáre Dómino, ófferens super illud holocáusta, et ímmolans víctimas: fecit sacrifícium vespertínum in odórem suavitátis Dómino Deo, in conspéctu filiórum Israel. (Cf. Ex. 24, 4. 5)
Vernáculo:
Moisés edificou ao pé da montanha um altar. Em seguida, mandou alguns jovens israelitas oferecer holocaustos e imolar novilhos como sacrifícios de paz para o Senhor. (Cf. Bíblia CNBB: Ex 24, 4. 5)
Sobre as Oferendas
Nós vos pedimos, Senhor de bondade, santificai estes dons e, aceitando a oblação do sacrifício espiritual, fazei de nós mesmos uma eterna oferenda para vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Eu sou o pão da vida, diz o Senhor. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. (Jo 6, 35)
Vernáculo:
Vós nos destes, Senhor, o pão do Céu, que contém toda delícia e suave sabor. (Cf. MR: Sb 16, 20)
Depois da Comunhão
Acompanhai, Senhor, com vossa constante proteção aqueles que restaurais com os dons do céu e, como não cessais de protegê-los, concedei que se tornem dignos da eterna redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 03/08/2025
Viver no mundo
“Louco!”, diz Jesus aos avarentos. “Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste? Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. (Lc 12, 20-21)
Queridos irmãos e irmãs, celebramos com alegria o 18º Domingo do Tempo Comum. As três leituras da liturgia de hoje nos apresentam uma dupla visão, contraposta e contraditória, da realidade, do mundo, da vida e do fim do homem. A visão cristã e a visão mundana. A cada uma delas corresponde uma mentalidade, ou seja, um modo habitual de pensar e de viver.
A mentalidade mundana.
Para a mentalidade mundana o fim da vida é uma felicidade fechada nos limites deste mundo; uma satisfação de todos os desejos dentro das pequenas fronteiras desta vida. E por isso, quem tem o coração dominado pela mentalidade mundana e paganizante encaminha todos os seus esforços à consecução dos bens deste mundo. Diz a si mesmo o rico insensato do Evangelho: “Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!”. Diziam os antigos: “pecuniae oboediunt omnia” (tudo obedece ao dinheiro), por isso o rico insensato tendo abundância de riquezas, acredita ter tocado o paraíso com as mãos.
A mentalidade sobrenatural.
A mentalidade cristã e sobrenatural que se opõe completamente a esta concepção falsa e pequena do mundanismo. Podemos dizer que esta mentalidade se concretiza em dois juízos fundamentais: O juízo sobre nosso fim, e o juízo sobre o valor deste mundo.
O juízo sobre nosso fim e sobre nosso estado presente. Expressa-o São Paulo em uma frase incisiva aos colossenses: “Assim, pois, se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto; aspirai às coisas do alto, não às que estão sobre a terra” (Col 3,1-2).
“Se ressuscitastes com Cristo”, diz São Paulo. Ora, a ressurreição de nossas almas é uma realidade que acontece em nosso batismo. Buscar as coisas do alto é no dizer do mesmo São Paulo, extirpar as nossas más inclinações carnais... despojar-nos da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes, despir-nos do homem velho com os seus feitos, e vestir-nos do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.
Certamente estamos na terra, mas não é menos certo que não pertencemos a ela.
Existe uma celebre carta do ano 120, que trata do testemunho escrito por um cristão anônimo respondendo à indagação de Diogneto, pagão culto, desejoso de conhecer melhor a nova religião que se espalhava com tanta rapidez pelas províncias do Império Romano. Impressionado pela maneira como os cristãos desprezavam os deuses pagãos e testemunhavam o amor que tinham uns para com os outros, queria saber: que Deus era aquele em que confiavam e que gênero de culto lhe prestavam; de onde vinha aquela raça nova e por que razões apareceram na história tão tarde.
Essa carta marca para nós um verdadeiro programa evangélico de vida, e diz o seguinte:“Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza singular.Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos: participam de tudo, como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda terra estrangeira é uma pátria para eles e toda pátria uma terra estrangeira. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. Moram na terra e são regidos pelo céu. Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas. Amam todos e por todos são perseguidos. Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida. São pobres, mas enriquecem muita gente; de tudo carecem, mas em tudo abundam. Sofrem desonras, e nelas são glorificados; injuriados, são também justificados. Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras. Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida. São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não sabem dizer a causa do ódio.Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo. A alma está em todos os membros do corpo e os cristãos em todas as cidades do mundo. A alma habita no corpo, não é, contudo, do corpo; também os cristãos, habitam no mundo, não são porém do mundo” (Discurso ao Diogneto, V - VI).
Em segundo lugar, do juízo de nosso fim e de nosso estado se deriva o juízo sobre todas as demais coisas e sobre este mundo, porque, como ensina Santo Tomás (ao comentar a passagem paulina) só quem gostou das realidades verdadeiras e primeiras, pode logo julgar retamente de todo o resto. E o juízo sobre este mundo está exposto nas palavras do sábio, lidas na primeira leitura: “Vaidade de vaidades, é tudo vaidade”; ou, como também poderia traduzir-se: “efemeríssimo, efemeríssimo, tudo é efêmero”. Neste mundo tudo é aparência, tudo passa, tudo chega a seu fim. Apegar-se, portanto, às realidades terrenas como se fossem permanentes e eternas, é viver enganado. Mas é o pior dos enganos, porque é um engano que não pode terminar senão no total desengano e em total fracasso. “Néscio, esta mesma noite te será pedido contas por teu Senhor...”.
Em definitiva, estas duas mentalidades não são senão as duas atitudes contrapostas que indicava Santo Agostinho com o binômio “uti - frui” (gozar - usar). A mentalidade mundana aspira a usar do que deve gozar (de Deus) e gozar do que só deve usar (as realidades mundanas): usa ou apenas se serve das coisas divinas (reza para pedir bem-estar; invoca a Deus só no momento de perigo; Deus é “salvador” e “miraculoso”, mas não é nosso fim último e Aquele para quem fomos criados). A mentalidade sobrenatural, age corretamente: usa do que só é instrumento para chegar a gozar do que é fim último.
Concluindo, peçamos a Nosso Senhor, por meio do coração plenamente sobrenatural da Maria Santíssima, que nos ensine a viver na terra, tendo já o coração no céu. Que se possa dizer de nós o que nós podemos dizer de cada santo e, em particular, da Virgem Maria: não pertence a este mundo. É só de Deus. Assim seja, amém.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
Neste domingo, Jesus nos conta a parábola do rico insensato, que, tendo planejado a construção de grandes celeiros para guardar sua colheita, acabou morrendo e deixando para trás tudo o que tinha acumulado. É uma ocasião bastante oportuna para meditarmos sobre a ganância, um mal que se alastrou nos dias atuais, causando grande tristeza e ilusão. Afinal, as pessoas nunca buscaram acumular tantos bens materiais e, ao mesmo tempo, nunca estiveram tão insatisfeitas.Ouça a homilia dominical do Padre Paulo Ricardo e entenda quão insensato é querer colocar nossa confiança nos bens deste mundo.
Santo do dia 03/08/2025
São Martinho (Memória Facultativa)
Local: Monte Massico, Itália
Data: 03 de Agosto † 580
São Martinho era um nobre romano chamado Marcos (ou Márcio); posteriormente, graças ao papa São Gregório Magno (590-604), que muito o elogiou em seus Sermões pela santidade e pela grandeza da humildade desse seguidor de Cristo, lhe foi dado o nome de Martinho. Provavelmente ele nasceu em torno do ano 500, pois quando São Bento, em 529, se transferiu para Montecassino, encontrou já vivendo ali esse jovem eremita.
Vivia em solidão numa pequena gruta. São Bento o encontrou e chegou a viver por um pouco de tempo nessa gruta junto com São Martinho: apesar de ambos jejuarem e rezarem juntos, não entraram muito de acordo sobre o modo de vida a ser seguido, pois São Bento desejava a vida em comum, enquanto São Martinho não desejava abrir mão da vida solitária. Apesar da discordância, os dois santos ainda mantiveram contatos. Enquanto São Bento seguiu seu caminho, Martinho, para tornar mais dura sua penitência, teria amarrado uma corrente ao seu pé e fixado a outra extremidade a uma pedra: assim preso não podia sair de sua gruta. Viveu recluso dessa maneira por cerca de três anos. Apenas mediante a intercessão de São Bento é que Martinho decidiu se soltar da corrente, dando mostras de grande humildade ao obedecer Bento. Muitas pessoas procuravam por Martinho para pedir orações e bênçãos. Alguns jovens ficavam tão impressionados com seu estilo de vida, que começaram a se retirar em solidão. Desse modo, começou a surgir em torno de Martinho uma pequena comunidade de monges eremitas.
Com o tempo São Martinho tornou-se o abade dessa pequena comunidade. No dia 03 de agosto do ano 580, depois de conduzir uma vida ascética e se consumir em jejuns e penitências, São Martinho morreu santamente. Seus monges se encarregaram de sepultar o corpo santo na igreja do mosteiro.
Fonte: pt.aleteia.org/daily-prayer/quinta-feira-3-de-agosto
São Martinho, rogai por nós!