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6ª feira da 19ª Semana do Tempo Comum

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Antífona de entrada

Lembrai-vos, Senhor, da vossa aliança, e nunca esqueçais a vida dos vossos pobres. Levantai-vos Senhor, e julgai vossa causa, e não fecheis o ouvido ao clamor dos que vos procuram. (Cf. Sl 73, 20. 19. 22. 23)
Respice, Dómine, in testaméntum tuum, et ánimas páuperum tuórum né derelínquas in finem: exsúrge Dómine, et iúdica causam tuam: et ne obliviscáris voces quaeréntium te. Ps. Ut quid Deus repulísti in finem: irátus est furor tuus super oves páscuae tuae? (Ps. 73, 20. 19. 22. 23 et 1)
Vernáculo:
Lembrai-vos, Senhor, da vossa aliança, e nunca esqueçais a vida dos vossos pobres. Levantai-vos Senhor, e julgai vossa causa, e não fecheis o ouvido ao clamor dos que vos procuram. (Cf. MR: Sl 73, 20. 19. 22. 23) Sl. Ó Senhor, por que razão nos rejeitastes para sempre e vos irais contra as ovelhas do rebanho que guiais? (Cf. LH: Sl 73, 1)

Coleta

Deus eterno e todo-poderoso, a quem, inspirados pelo Espírito Santo, ousamos chamar de Pai, fazei crescer em nossos corações o espírito de adoção filial, para merecermos entrar um dia na posse da herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Js 24, 1-13


Leitura do Livro de Josué


Naqueles dias,1Josué reuniu em Siquém todas as tribos de Israel e convocou os anciãos, os chefes, os juízes e os magistrados, que se apresentaram diante de Deus. 2Então Josué falou a todo o povo: “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: vossos pais, Taré, pai de Abraão e de Nacor habitaram outrora do outro lado do rio Eufrates e serviram a deuses estranhos.

3Mas eu tirei Abraão, vosso pai, dos confins da Mesopotâmia, e o conduzi através de toda a terra de Canaã, e multipliquei a sua descendência. 4Dei-lhe Isaac, e a este dei Jacó e Esaú. E a Esaú, um deles, dei em propriedade o monte Seir; Jacó, porém, e seus filhos desceram para o Egito.

5Em seguida, enviei Moisés e Aarão e castiguei o Egito com prodígios que realizei em seu meio, e depois disso vos tirei de lá. 6Fiz, portanto, que vossos pais saíssem do Egito, e assim chegastes ao mar. Os egípcios perseguiram vossos pais, com carros e cavaleiros, até ao mar Vermelho. 7Vossos pais clamaram então ao Senhor, e ele colocou trevas entre vós e os egípcios. Depois trouxe sobre estes o mar, que os recobriu. Vossos olhos viram todas as coisas que eu fiz no Egito e habitastes no deserto muito tempo.

8Eu vos introduzi na terra dos amorreus que habitavam do outro lado do rio Jordão. E, quando guerrearam contra vós, eu os entreguei em vossas mãos, e assim ocupastes a sua terra e os exterminastes. 9Levantou-se então Balac, filho de Sefor, rei de Moab, e combateu contra Israel, e mandou chamar Balaão, filho de Beor, para que vos amaldiçoasse. 10Eu, porém, não o quis ouvir. Ao contrário, abençoei-vos por sua boca, e vos livrei de suas mãos. 11A seguir, atravessastes o Jordão e chegastes a Jericó. Mas combateram contra vós os habitantes desta cidade – os amorreus, os fereseus, os cananeus, os hititas, os gergeseus, os heveus e os jebuseus. Eu, porém, entreguei-os em vossas mãos. 12Enviei à vossa frente vespões que os expulsaram da vossa presença – os dois reis dos amorreus – e isso não com a tua espada nem com o teu arco. 13Eu vos dei uma terra que não lavrastes, cidades que não edificastes, e nelas habitais, vinhas e olivais que não plantastes, e comeis de seus frutos”.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 135(136), 1-3. 16-18. 21-22. 24


℟. Eterna é a sua misericórdia!


— Demos graças ao Senhor, porque ele é bom: porque eterno é seu amor! Demos graças ao Senhor, Deus dos deuses: porque eterno é seu amor! Demos graças ao Senhor dos senhores: porque eterno é seu amor! ℟.

— Ele guiou pelo deserto o seu povo: porque eterno é seu amor! E feriu por causa dele grandes reis: porque eterno é seu amor! Reis poderosos fez morrer por causa dele: porque eterno é seu amor! ℟.

— Repartiu a terra deles como herança: porque eterno é seu amor! Como herança a Israel, seu servidor: porque eterno é seu amor! ℟.

— De nossos inimigos libertou-nos: porque eterno é seu amor! ℟.

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Acolhei a palavra de Deus não como palavra humana, mas como mensagem de Deus, o que ela é, em verdade! (1Ts 2, 13) ℟.

Evangelho — Mt 19, 3-12


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 3alguns fariseus aproximaram-se de Jesus, e perguntaram, para o tentar: “É permitido ao homem despedir sua esposa por qualquer motivo?” 4Jesus respondeu: “Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? 5E disse: ‘Por isso, o homem deixará pai e mãe, e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne’? 6De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe”.

7Os fariseus perguntaram: “Então, como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio e despedir a mulher?” 8Jesus respondeu: “Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início. 9Por isso, eu vos digo: quem despedir a sua mulher – a não ser em caso de união ilegítima – e se casar com outra, comete adultério”. 10Os discípulos disseram a Jesus: “Se a situação do homem com a mulher é assim, não vale a pena casar-se”.

11Jesus respondeu: “Nem todos são capazes de entender isso, a não ser aqueles a quem é concedido. 12Com efeito, existem homens incapazes para o casamento, porque nasceram assim; outros, porque os homens assim os fizeram; outros, ainda, se fizeram incapazes disso por causa do Reino dos Céus. Quem puder entender, entenda”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

In te sperávi, Dómine: dixi: tu es Deus meus, in mánibus tuis témpora mea. (Ps. 30, 15. 16)


Vernáculo:
A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor! (Cf. LH: Sl 30, 15. 16)
Sugestão de melodia 

Sobre as Oferendas

Senhor, acolhei com misericórdia os dons que concedestes à vossa Igreja e ela agora vos apresenta. Transformai-os por vosso poder em sacramento da nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Glorifica o Senhor, Jerusalém, ele te dá como alimento a flor do trigo. (Cf. SI 147, 12. 14)

Ou:


O pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo, diz o Senhor. (Jo 6, 51)
Beátus servus, quem, cum vénerit Dóminus, invénerit vigilántem: amen dico vobis, super ómnia bona sua constítuet eum. (Mt. 24, 46. 47; ℣. Ps. 33)
Vernáculo:
Feliz o servo que o Senhor, ao chegar, encontrar acordado; em verdade vos digo: Ele lhe confiará a administração de todos os seus bens. (Cf. MR: Cf. Mt 24, 46-47)

Depois da Comunhão

Ó Senhor, a comunhão do vosso sacramento, que acabamos de receber, nos salve e nos confirme na luz da vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 15/08/2025


Família, volte ao projeto de Deus


“Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o início.”

Jesus, em mais uma controvérsia, com os judeus fala da indissolubilidade matrimonial. Alguns fariseus aproximam-se dele e perguntam se o divórcio é permitido. Jesus então busca reconduzi-los ao projeto originário de Deus para o homem e a mulher: Nunca lestes que o Criador, desde o início, os fez homem e mulher? Para entender o que é a família, não adianta perguntar ao mundo de hoje, que tem outros “projetos”. Infelizmente, tornou-se comum ouvir: “Estamos em outros tempos, então devem existir também outros modelos de família”. Mas Jesus disse: Desde o início. Logo, se queremos entender o relacionamento entre homem e mulher, isto é, a família, temos de olhar para o projeto do Criador.

Que projeto é esse? É o projeto anterior ao pecado original. Depois que Adão e Eva pecaram, o que aconteceu primeiro? Os dois começaram a olhar a Deus como um rival. O Senhor desceu para passear no jardim à hora da brisa da tarde, mas eles se esconderam atrás de um arbusto. No entanto, além da inimizade com Deus, Adão e Eva começaram também a acusar-se mutuamente. Foi, portanto, abalado o relacionamento entre homem e mulher. Ali começaram as dificuldades da família. São o fruto moral do pecado, assim como o primeiro fratricídio, perpetrado por um dos frutos físicos do primeiro casal. De fato, é impressionante recordar que o primeiro homem morto não morreu velho, em seu leito, mas assassinado pelas mãos do próprio irmão. As coisas não são mais como eram no início, antes do pecado. Mas Nosso Senhor nos quer reconduzir ao projeto originário de Deus. Os fariseus tentam argumentar, e o que fazem? Apelam para a autoridade Bíblia, mas Jesus lhes replica: Moisés permitiu despedir a mulher, por causa da dureza do vosso coração (gr. πρὸς τὴν σκληροκαρδίαν). E de onde vem essa esclerocardia (σκληροκαρδία) que afetou o relacionamento da família, ameaçado agora com a possibilidade de um divórcio? Veio do pecado original.

É disso que precisamos dar-nos conta. Jesus afirma: No princípio, não era assim. Nossa tradução litúrgica em português diz: Mas não foi assim desde o início, embora no original grego se leia princípio, e não início. Ora, que diferença há entre início e princípio? Início é o que começa no tempo, mas princípio, além da conotação temporal, tem também um sentido estrutural, como aquilo que orienta outras coisas. É, por assim, dizer a lógica que as organiza entre si e as dirige a algum fim. Assim dizemos em português, por exemplo: “Esses são os meus princípios”, ou seja, conjunto de valores pelos quais me oriento na vida. Em grego, as palavras de Jesus têm uma densidade muito maior do que a sugerida por nossa tradução litúrgica: ἀπ’ ἀρχῆς δὲ οὐ γέγονεν οὕτως, “No princípio porém não aconteceu assim”. O verbo usado aqui é γίνομαι, que significa “ser feito”, “acontecer” etc. (lt. fieri), e, referido ao princípio, nos fala do que era o desígnio ou desejo que desde sempre Deus acalentara em seu coração. Precisamos entender que há sabedoria na estrutura das coisas, incluindo o homem, feito para a mulher numa sociedade chamada família, pensada por Deus como um vínculo indissolúvel.

Sim, a natureza humana caiu, debilitou-se, e para resolver os conflitos familiares que daí decorrem no que tanto se insiste hoje? Em fazer leis e mais leis, ou mesmo em “adaptar” algumas passagens da Escritura para que os cristãos se acomodem aos “novos tempos”. Ora, Cristo mesmo já esclareceu como se devem solucionar as questões de família: olhando para o projeto originário de Deus, inscrito como princípio no ser mesmo da sociedade conjugal, cujas exigências são plenamente racionais. Os próprios discípulos de Jesus, embora tenham fé, dizem quase escandalizados: Se esta é a situação do homem e da mulher, então não vale a pena casar.

O diálogo entre Cristo e os fariseus e a reação dos discípulos aconteceram dois mil anos atrás, por isso não tem razão nenhuma quem diz: “A doutrina da Igreja tem de ser adaptada porque, na época de Jesus, todo o mundo a compreendia, mas hoje ninguém a compreende mais”. Falso. Estamos no capítulo 19 de São Mateus, onde vemos uma das primeiras grandes crises entre os discípulos de Jesus. Já aqui alguns começam a querer abandoná-lo. Lembremos há duas ocasiões principais de crise para os discípulos, uma é a doutrina de Jesus sobre o divórcio, outra é a controvérsia após o discurso sobre o pão da vida, momento em que o Senhor, deixado por muitos, perguntou aos Apóstolos: E vós, também quereis ir embora? Pedro respondeu: Para onde iremos nós, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna.

Eis os dois pontos que, dois mil anos depois, continuam a ser controversos. Vejamos os debates atuais dentro da Igreja Católica. Onde está a confusão? No querer adaptar a doutrina do matrimônio e da Eucaristia aos “tempos modernos”. Mas não há nada de “moderno” aqui: ambos os pontos são escandalosos desde o início! Escandalosos, entenda-se, porque eram pedra de tropeço para a fé de muitos. Ora, Cristo veio ser motivo de escândalo para uns e de soerguimento para outros! Creiamos no que Ele nos está ensinando. Desde o princípio, Deus tem um projeto para o homem e para mulher. Voltemos pois ao sonho de Deus para a família.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 15/08/2025

Assunção de Nossa Senhora (Solenidade)
Data: 15 de Agosto


No Brasil, por determinação da CNBB e autorização da Santa Sé, esta solenidade é celebrada no domingo depois do dia 15, caso o dia 15 não caia em domingo.

A Lumen Gentium se expressa assim a respeito da glorificação de Maria em corpo e alma: "A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha de culpa original, terminado o curso da sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celeste e pelo Senhor exaltada qual Rainha do universo, para que mais plenamente estivesse conforme o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte" (LG 59).

Maria elevada ao céu é primícia da Igreja celeste e o sinal da esperança segura e do conforto para a Igreja peregrina (cf. LG 68). A "Dormitio Virginis" (o "Adormecimento da Virgem") no Oriente e a Assunção no Ocidente estão entre as mais antigas festas marianas. Este antigo testemunho litúrgico foi explicitado e solenemente proclamado pela definição dogmática de Pio XII em 1950.

Vamos considerar a solenidade sob dois enfoques: Nossa Senhora da Glória e Maria, aurora e esplendor da Igreja triunfante. No ano B quando a solenidade ocorre num domingo do Tempo Comum em que se lê o capítulo 6 de São João, pode-se considerar Maria, a mulher eucarística.

A. Nossa Senhora da Glória

No dia 15 de agosto a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ou Nossa Senhora da Glória. É a terceira e última solenidade de Maria do Calendário da Igreja universal. Dia 8 de dezembro ela celebra a Imaculada Conceição e, dia 1º de janeiro, Nossa Senhora ou Santa Maria, Mãe de Deus.

Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora Assunta ao Céu, ou ainda Nossa Senhora da Glória, está entre as festas de Nossa Senhora muito caras ao nosso povo. Faz parte da piedade popular do catolicismo tradicional do povo brasileiro.

Esta solenidade vem colocada no mês de agosto, bem dentro do Tempo comum. Por isso, ela tem a força de reanimar a caminhada da Comunidade cristã. Ela faz a Comunidade cristã voltar o seu coração e o seu olhar para aquela que já nos precedeu na glória com seu Filho Jesus. É festa da nostalgia e da esperança. Alguém do povo de Deus, imagem de toda a Igreja, já participa em plenitude, de corpo e alma, da glória da Cabeça da Igreja, Jesus Cristo.

A tradição cristã afirma que Maria, a Mãe de Jesus, não morreu, mas adormeceu e, sem sentir a corrupção, participa, de corpo e alma no céu, da glória de seu Filho. Esta glória espera a cada pessoa humana, que como Maria procura realizar em sua vida o plano de Deus. Todo o nosso ser, o nosso corpo também, é destinado à glória com Cristo e Maria.

Esta certeza da fé, contemplada em Maria, traz consigo várias consequências. Primeiro, a dignidade do corpo humano. Por isso, não devemos profaná-lo pelo pecado. É preciso respeitá-lo em nós e nos outros. Criar condições para que todas as pessoas possam viver sua vida em plenitude. A fome, a miséria, a falta de cultura, impostas à maioria do nosso povo, constitui um atentado à dignidade das pessoas.

Segundo, a esperança. Os cristãos são chamados a viver com a cabeça erguida, com o coração cheio das coisas do alto, onde nos esperam Jesus Cristo e Maria.

O mistério da Assunção de Nossa Senhora caminha nos corações dos cristãos. Quando celebram sua festa, eles celebram as grandes coisas que Deus realizou na Mãe de seu Filho, Maria Santíssima. Celebram também o que Deus realizou, a exemplo de Maria, em cada pessoa humana, chamando-a a participar de sua glória com Jesus Cristo e sua Santíssima Mãe.

B. Maria, aurora e esplendor da Igreja triunfante

A parte própria do prefácio da solenidade da Assunção de Nossa Senhora proclama maravilhosamente o mistério celebrado: "Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança do vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida."

A Igreja celebra o dia natalício, o nascimento para o céu, da Mãe de Deus. Podemos pensar também na páscoa de Maria passando deste mundo para o Pai.

Liturgicamente a Assunção é considerada a festa mais importante de Nossa Senhora, tanto assim que sua Liturgia apresenta dois formulários de Missa, o da Vigília e o do Dia. Originariamente, celebrava-se a dormição de Nossa Senhora em Jerusalém, pois os cristãos não falavam da morte de Maria, mas que ela havia adormecido. Quando os Apóstolos teriam ido visitar o seu sepulcro, conforme a tradição apócrifa, não encontraram o seu corpo. Daí a festa do triunfo de Maria, ou de Nossa Senhora da Glória.

As leituras contemplam esta realidade. A 1ª leitura (cf. Ap 11,19; 12, 1-6a.10a-b) apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés, e o Filho que ela deu à luz, um varão, que irá reger todas as nações. Nesta imagem, a mulher e o filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mas a mulher confunde-se com Maria, pois nela realizou-se plenamente a Igreja. Por isso, a Liturgia aplica esta figura a Maria.

Mas Maria é o que é, símbolo da Igreja triunfante, graças a seu Filho Jesus Cristo (cf. 2ª leitura, 1Cor 15, 20-26). Em Cristo, as primícias dos que adormeceram, todos receberão a vida. Ele venceu a morte não só para si. Se ele constitui as primícias, então, segue a colheita. Maria, em quem Deus realizou grandes coisas, tornando-a a Mãe do seu Filho no mistério da Encarnação, é a primeira a participar da glória de seu Filho (cf. Evangelho, Lc 1, 39-56). Ela é bendita entre as mulheres e bendito é o fruto do seu ventre. Todo o Cântico de Nossa Senhora proclama a sua glória. Era pois conveniente que, ao término da peregrinação terrestre, ela partisse deste mundo sem sofrer a corrupção, participando plenamente da glória do seu Filho.

Se, na solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, no dia 8 de dezembro, a Igreja celebra suas origens e sua vocação a ser santa e imaculada diante de Deus, se na solenidade de Maria, Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro, a Igreja comemora em Maria sua vocação a ser Mãe de Jesus Cristo, na solenidade da Assunção da Virgem Maria, a Igreja celebra o seu destino de vida feliz por toda a eternidade na glória celeste.

Maria torna-se, desta forma, realização e sinal do que espera toda a Igreja. Celebramos, pois, em Maria, a nossa vocação para a ressurreição e a vida feliz pela participação na glória de Deus. Em Maria contemplamos a aurora e o esplendor da Igreja triunfante. A Antífona da Comunhão convida todas as gerações a proclamarem Maria bem-aventurada porque o Poderoso fez nela grandes coisas.

A Oração coleta resume bem o sentido da solenidade: Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.

Na Oração depois da Comunhão pedimos que, alimentados pelo sacramento da salvação, possamos, pela intercessão da Virgem Maria elevada ao céu, chegar à glória da ressurreição.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!


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