São Maximiliano Maria Kolbe, Presbítero e Mártir, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
Sacerdotes do Senhor, bendizei ao Senhor; Corações puros e humildes, bendizei ao Senhor; Cant. Bendizei ao Senhor, todas as obras do Senhor; aclamai e super exaltai-o para sempre! (Cf. Bíblia CNBB: Dn 3, 84a. 87a. e 57)
Coleta
Ó Deus, enriquecestes de grande zelo pastoral e dedicação ao próximo o presbítero e mártir São Maximiliano Maria Kolbe, inflamado de amor à Virgem Imaculada; concedei-nos benigno, por sua intercessão, que, trabalhando incansavelmente pela vossa glória no serviço ao próximo, possamos nos tornar semelhantes ao vosso Filho até a morte. Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Js 3, 7-10a. 11. 13-17
Leitura do Livro de Josué
Naqueles dias, 7o Senhor disse a Josué: “Hoje começarei a exaltar-te diante de todo Israel, para que saibas que estou contigo assim como estive com Moisés. 8Tu, ordena aos sacerdotes que levam a arca da aliança, dizendo-lhes: Quando chegardes à beira das águas do Jordão, ficai parados ali”.
9Depois Josué disse aos filhos de Israel: “Aproximai-vos para ouvir as palavras do Senhor vosso Deus”. 10aE acrescentou: “Nisto sabereis que o Deus vivo está no meio de vós e que ele expulsará da vossa presença os cananeus. 11Eis que a arca da aliança do Senhor de toda a terra vai atravessar o Jordão adiante de vós. 13E logo que os sacerdotes, que levam a arca do Senhor de toda a terra, tocarem com a planta dos pés as águas do Jordão, elas se dividirão: as águas da parte de baixo continuarão a correr, mas as que vêm de cima pararão, formando uma barragem”.
14Quando o povo levantou acampamento para passar o rio Jordão, os sacerdotes que levavam a arca da aliança puseram-se à frente de todo o povo. 15Quando chegaram ao rio Jordão e os pés dos sacerdotes se molharam nas águas da margem – pois o Jordão transborda e inunda suas margens durante todo o tempo da colheita –, 16então as águas que vinham de cima pararam, formando uma grande barragem até Adam, cidade que fica ao lado de Sartã, e as que estavam na parte de baixo desceram para o mar da Arabá, o mar Salgado, até secarem completamente.
Então o povo atravessou, em frente a Jericó. 17E os sacerdotes que levavam a arca da aliança do Senhor conservaram-se firmes sobre a terra seca, no meio do rio, e ali permaneceram até que todo Israel acabasse de atravessar o rio Jordão a pé enxuto.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 113A(114), 1-2. 3-4. 5-6 (R. Aleluia)
℟. Aleluia! Aleluia! Aleluia!
— Quando o povo de Israel saiu do Egito, e os filhos de Jacó, de um povo estranho, Judá tornou-se o templo do Senhor, e Israel se transformou em seu domínio. ℟.
— O mar, à vista disso, pôs-se em fuga, e as águas do Jordão retrocederam; as montanhas deram pulos como ovelhas, e as colinas, parecendo cordeirinhos. ℟.
— Ó mar, o que tens tu, para fugir? E tu, Jordão, por que recuas deste modo? Por que dais pulos como ovelhas, ó montanhas? E vós, colinas, parecendo cordeirinhos? ℟.
℣. Fazei brilhar vosso semblante ao vosso servo e ensinai-me vossas leis e mandamentos! (Sl 118 (119), 135) ℟.
Evangelho — Mt 18, 21–19, 1
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 18, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.
25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’
34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. 19, 1Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Deus, Deus meus, ad te de luce vigilo: et in nomine tuo levabo manus meas, alleluia. (Ps. 62, 2. 5)
Vernáculo:
Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! Quero, pois, vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos! (Cf. LH: Sl 62, 2. 5)
Sobre as Oferendas
Senhor, nós vos apresentamos as nossas oferendas e vos suplicamos que, a exemplo de São Maximiliano Maria Kolbe, aprendamos a vos oferecer a nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Se aos olhos dos homens sofreram tormentos, sua esperança era plena de vida imortal. Como ouro os provou no calor da fornalha, como grande holocausto junto a si os acolheu: no dia da Vinda terão vida nova. (Cf. Saltério: Sb 3, 4. 6)
Depois da Comunhão
Nós vos pedimos, Senhor, que, alimentados com o Corpo e o Sangue do vosso Filho, sejamos inflamados por aquele fogo da caridade que São Maximiliano Maria Kolbe recebeu deste banquete. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 14/08/2025
Por que não conseguimos perdoar?
Somos incapazes de perdoar ao irmão porque, cegos e orgulhosos, não queremos nos humilhar sob a poderosa mão de Deus, reconhecendo que somos nós seus primeiros e grandes devedores.
Jesus fala-nos no Evangelho de hoje a respeito do perdão, que a ninguém, por maior que sejam suas dívidas, devemos negar: “Senhor”, pergunta-lhe Pedro, “quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?”, ao que Ele responde: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete”. Ora, a dificuldade maior que têm as pessoas em perdoar se deve, antes de tudo, à soberba: não perdoam porque veem só o que lhes é devido, mas não o que elas mesmas devem; indignam-se com as ofensas recebidas, mas esquecem sem demora as ofensas praticadas; têm a memória pronta para lembrar o quanto lhes fizeram mal, mas não se recordam nunca de que foram elas, quando ainda eram inimigas de Deus, as primeiras a ser perdoadas (cf. Rm 5, 10). Assim somos nós, rápidos em lembrar o que nos é devido, lentos para reconhecer os benefícios que por pura liberdade Deus nos concedeu. Somos demasiado suscetíveis, apegados às nossas emoções e à honra que julgamos possuir; estamos a todo instante mordendo e remoendo, numa sorte de inferno interior, a menor palavra mal colocada, qualquer olhar atravessado, todo gesto que nos tenha ferido de um modo ou de outro. A tal ponto a soberba se apodera de nós que, crendo-nos o centro do mundo, nos tornamos incapazes de reconhecer que, mais do que vítimas, somos autores de grandes injustiças não só contra o próximo, mas contra Deus. Que Ele, cuja lei tantas vezes quebramos, se digne purificar nossa memória, fazendo-nos ter continuamente presente quão pouco nos é devido e o muito que devemos: “Quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós […]. Quando éramos ainda inimigos”, objetos da ira divina, “fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho” (Rm 5, 7.10).
Deus abençoe você!
Santo do dia 14/08/2025
São Maximiliano Maria Kolbe, Mártir (Memória)
Local: Auschwitz, Polônia
Data: 14 de Agosto † 1941
Maximiliano Maria Kolbe é um santo do conturbado século XX. Trata-se de um santo surpreendente. Raimundo, o nome de batismo, nasceu na pequena cidade de Zdunska Wolla, Polônia, em 1894, de um casal que lutava pela sobrevivência. Entrou na Ordem dos Frades Menores Conventuais ou Franciscanos Conventuais em 1907, tomando o nome de Maximiliano. Estudou filosofia e teologia em Roma, doutorando-se nos dois campos do saber. Por ocasião da sua profissão solene na Ordem, devido à grande devoção a Nossa Senhora da Conceição, adotou o nome de Maximiliano Maria. Foi ordenado sacerdote em 1919, em Roma. Voltando à Polônia foi nomeado professor de Filosofia e de História da Igreja no seminário sacerdotal da Ordem em Cracóvia.
Já como estudante em Roma, devido ao seu ardente amor a Nossa Senhora, estava convencido de que se estava iniciando a era da Imaculada, na qual Maria esmagaria a cabeça da serpente. Com o objetivo de anunciar o Evangelho conquistando assim por Maria o mundo para Cristo, ele fundou a associação denominada Milícia da Imaculada. Seus membros eram chamados "Cavaleiros da Imaculada". Construiu uma inteira cidade chamada Cidade da Imaculada, que se difundiu na pátria e em várias regiões, fora da Polônia.
Desenvolveu através da palavra e dos seus escritos intenso apostolado missionário na Europa e na Ásia. Foi para o Japão como missionário, em 1930, e na periferia de Nagasaki fundou uma cidade semelhante à Cidade da Imaculada com o nome de "Jardim da Imaculada".
Voltou para a pátria em 1936, onde sofreu a perseguição da polícia secreta do nazismo. A "Cidade da Imaculada" foi transformada pela Gestapo em campo de concentração. Em fevereiro de 1941, frei Maximiliano foi preso pela segunda vez. Ao fim de maio do mesmo ano, foi transferido de Varsóvia para o campo de extermínio de Auschwitz. Depois de três meses de sofrimentos, deu-se naquele campo a fuga de um prisioneiro. Em represália, dez prisioneiros inocentes deviam ser condenados à morte de fome. Um dos sorteados chorou: "Pobre de minha mulher, pobres de meus filhos..." Naquele instante, saiu da fila o prisioneiro n. 16.670, pedindo ao comandante o favor de poder substituir aquele pai de família, seu companheiro de prisão. O comandante aceitou. Depois de duas semanas, sobreviviam somente três, entre os quais frei Maximiliano. Para desocupar o lugar, foram mortos com uma injeção de ácido fênico na veia do braço esquerdo.
Maximiliano Maria foi beatificado por Paulo VI aos 18 de outubro de 1971. João Paulo II o canonizou e o declarou mártir, em 1982. Entrou para o elenco dos santos com o título de presbítero e mártir. João Paulo II o chamou de "patrono de nosso difícil século".
Sua vida situa-se na encruzilhada dos problemas emergentes de nosso tempo: fome, paz entre os povos, reconciliação, necessidade de dar sentido à vida e à morte. Seu testemunho ilumina com luz pascal o horroroso mundo dos campos de concentração do nazismo.
Os textos litúrgicos realçam os diversos aspectos da vida apostólica de São Maximiliano Maria: a heroica doação de sua vida, o apostolado da imprensa, a missão e a intensa devoção à Virgem Imaculada.
A Antífona da entrada lembra o martírio no gesto de doação de sua vida: Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor. Em verdade vos digo: tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes.
A Oração coleta realça o amor de São Maximiliano Maria à Virgem Imaculada, seu zelo pastoral e a dedicação ao próximo até à morte.
A Oração sobre as oferendas lembra também a oferta da vida a Deus, entregando-a por amor ao próximo. A Antífona da Comunhão lembra que "não há maior prova de amor que dar a vida pelos amigos".
A Oração depois da Comunhão volta a insistir sobre o amor. Realmente, São Maximiliano Maria foi o mártir do amor, amor ao próximo, amor a um pai de família condenado injustamente, angustiado por ter que deixar abandonados sua esposa e seus dois filhos. Podemos realçar também o seu grande zelo missionário com o desejo de conquistar a todos para Cristo por intermédio da Imaculada Virgem Maria.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Maximiliano Maria Kolbe, rogai por nós!