Santa Dulce Lopes Pontes, Virgem, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vós amais a justiça e odiais a maldade. É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. Sl. Transborda um poema do meu coração; vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção. (Cf. LH: Sl 44, 8 e 2)
Coleta
Ó Deus de misericórdia, que concedestes a Santa Dulce o dom de socorrer os necessitados nas suas enfermidades, dai-nos, por seu exemplo, o espírito de pobreza e a graça de vos servir com solicitude nos irmãos sofredores. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Dt 34, 1-12
Leitura do Livro do Deuteronômio
Naqueles dias, 1Moisés subiu das estepes de Moab ao monte Nebo, ao cume do Fasga que está defronte de Jericó. E o Senhor mostrou-lhe todo o país, desde Galaad até Dã, 2o território de Neftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até ao mar ocidental, 3o Negueb e a região do vale de Jericó, cidade das palmeiras, até Segor. 4O Senhor lhe disse: “Eis aí a terra pela qual jurei a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: Eu a darei à tua descendência. Tu a viste com teus olhos, mas nela não entrarás”.
5E Moisés, servo do Senhor, morreu ali, na terra de Moab, conforme a vontade do Senhor. 6E ele o sepultou no vale, na terra de Moab, defronte de Bet-Fegor. E ninguém sabe até hoje onde fica a sua sepultura. 7Ao morrer, Moisés tinha cento e vinte anos. Sua vista não tinha enfraquecido, nem seu vigor se tinha esmorecido. 8Os filhos de Israel choraram Moisés nas estepes de Moab, durante trinta dias, até que terminou o luto por Moisés. 9Josué filho de Nun estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés lhe tinha imposto as mãos. E os filhos de Israel lhe obedeceram e agiram, como o Senhor tinha ordenado a Moisés.
10Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés, a quem o Senhor conhecesse face a face, 11nem quanto aos sinais e prodígios que o Senhor lhe mandou fazer na terra do Egito, contra o Faraó, os seus servidores e todo o seu país, 12nem quanto à mão poderosa e a tantos e tão terríveis prodígios, que Moisés fez à vista de todo Israel.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 65(66), 1-3a. 5 e 16-17 (R. cf. 20a. 9a)
℟. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá vida à nossa vida.
— Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! Dizei a Deus: “Como são grandes vossas obras!” ℟.
— Vinde ver todas as obras do Senhor: seus prodígios estupendos entre os homens! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca! ℟.
℣. Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou esta reconciliação. (2Cor 5, 19) ℟.
Evangelho — Mt 18, 15-20
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 15“Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Afferéntur regi vírgines: próximae eius afferéntur tibi in laetítia et exsultatióne: adducéntur in templum regi Dómino. (Ps. 44, 15. 16)
Vernáculo:
Em vestes vistosas ao Rei se dirige, e as virgens amigas lhe formam cortejo; entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real. (Cf. LH: Sl 44, 15. 16)
Sobre as Oferendas
Senhor, proclamando-vos admirável, na virgem Santa Dulce, humildemente vos pedimos: como vos foram agradáveis os méritos da sua vida, assim vos agrade o serviço do nosso culto. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vós amais a justiça e odiais a maldade. É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. (Cf. LH: Sl 44, 8)
Depois da Comunhão
Revigorados por estes sagrados mistérios, concedei-nos, Senhor, seguir o exemplo de Santa Dulce, que vos serviu com filial constância e se dedicou ao vosso povo com imensa caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 13/08/2025
Por que devemos corrigir o irmão?
“Se teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo!”
A correção fraterna (Mt 18, 15-18; Lc 17, 3). — V. 15-17. “Se pecar contra ti”, isto é, se te causar dano, ou se tiveres obrigação de corrigir um pecador, “o teu irmão”, isto é, qualquer fiel cristão, unido a ti pela mesma fé, “vai corrigi-lo, mas em particular, a sós contigo”, para não envergonhá-lo e por respeito ao pudor; “se ele te ouvir, tu ganhaste” para Deus e para a salvação “o teu irmão”, sobre o qual pairava a sentença condenatória. — “Se ele não te ouvir”, não te dês por vencido, mas “toma contigo mais uma ou duas pessoas”, para que mais facilmente conheça o réu a própria culpa, a fim de que “toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas” (cf. Dt 17, 6; 19, 15), isto é, de ti e das testemunhas que tomares. Com estas palavras do Deuteronômio, proibíra o Senhor no Antigo Testamento que se condenasse um réu cujo crime não fôra provado por ao menos duas ou três testemunhas. — “Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja”, isto é, aos que presidem à assembleia dos fiéis, para que eles, com a autoridade de que estão investidos, corrijam os escândalos; “se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público”, isto é, evita-lhe a presença, como fazem os judeus com os étnicos e publicanos. Deve rejeitar-se a interpretação das palavras “dizei-o à Igreja” que lhe dá o seguinte sentido: “Tornai conhecido o pecado na Igreja”, isto é, “diante de todos os fiéis”; isso, com efeito, contradiz o que se diz logo na sequência: “Se nem mesmo à Igreja ele ouvir” etc.V. 18. Não é certo que este v., na pregação de Cristo, se conecte de fato com os precedentes ou se se trata, antes, de um logion aqui inserido pelo Evangelista como complemento e explicação das palavras “dizei-o à Igreja” etc. O sentido do texto, em todo o caso, parece ser o mesmo de Mt 16, 19, a saber: Cristo conferiu à Igreja o poder de ligar e desligar, isto é, não apenas de perdoar pecados, mas de determinar, dentro do que lhe cabe, o que é lícito ou ilícito. Cristo prometeu, portanto, que tudo o que Pedro decretasse, enquanto administrador e dispensador (cf. Is 22, 22; Ap 3, 7ss) do Reino dos Céus, seria válido e rato aos olhos de Deus. Em outras palavras, conferiu-lhe o poder de promulgar leis e, consequentemente, de exigir por força o seu cumprimento.A oração comum (cf. Mt 18, 19-20). — Não parece que deva buscar-se com excessivo cuidado a conexão entre essa passagem e os vv. precedentes. Provavelmente, todo o nexo entre eles depende mais da mente do evangelista, que reuniu num só ponto estas ideias por se referirem todas, de um modo ou de outro, à comunidade cristã ou à vida interna da Igreja. — V. 19. “De novo, eu vos digo: se dois de vós”, isto é, de meus discípulos, “estiverem de acordo”, unidos em mútua concórdia, “sobre a terra”, isto é, em qualquer lugar do mundo, “sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus”. Aí se vê o quão grata seja a Deus a concórdia e a mútua estima entre os fiéis. — V. 20. Dá a razão do v. precedente: “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles”, para ouvir e acolher as suas preces, para dirigir-lhes os corações e propósitos etc. [1].Reflexão. — 1) A estrutura da Igreja. — A Igreja é, desde o início e por instituição divina, uma sociedade hierárquica, com distinção de estados, poderes e deveres: de um lado, os simples fiéis (Ecclesia discens), chamados a aprender e a obedecer; de outro, as autoridades eclesiásticas (Ecclesia docens), cuja missão é ensinar e reger, todos porém em estrita fidelidade às legítimas normas canônicas, às verdades da fé e ao espírito de caridade fraterna, porque somos todos membros de um só Corpo místico. — 2) O propósito da correção. — De fato, assim como cada um cuida do próprio corpo e procura a saúde de suas partes, assim também nós devemos zelar pelo bem do nosso irmão, para que a Igreja resplandeça na santidade de seus múltiplos membros e estes, por sua vez, alcance o fim pelo qual foram a ela incorporados: a salvação eterna. Devemos, pois, chamar a atenção de quem peca e se desvia do reto caminho, não só pelo bem-estar da comunidade, mas para que sejamos verdadeiramente uma unidade em Cristo, cujos laços de amor se consolidarão para sempre no Céu. Por isso, a correção fraterna não tem nunca o objetivo de “vingar-se” de injustiças ou ofensas privadas; busca, antes de tudo, reconduzir a quem pôs a própria alma em perigo e preservar os pequeninos, que poderiam escandalizar-se com o erro dos irmãos maiores.
Deus abençoe você!
Santo do dia 13/08/2025
Santa Dulce dos Pobres, Religiosa (Memória Facultativa)
Local: Bahia, Brasil
Data: 13 de Agosto † 1992
Santa Dulce nasceu em 26 de maio de 1914 em Salvador na Bahia (Brasil), batizada com o nome de Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, a segunda dos cinco filhos de Augusto e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Órfã de mãe aos seis anos, tinha cerca de 16 anos quando começou a manifestar a qualidade que a teria distinguido ao longo da vida: a caridade. No porão da casa acolhia crianças, adultos e idosos pobres e cuidava deles: da família e dos vizinhos obtinha alimentos, roupas, remédios e alguns trocados que lhes destinava, para amenizar seu sofrimento.
Enquanto cursava o mestrado em Salvador da Bahia, ingressou na Ordem Terceira Franciscana. Mais tarde conheceu o Superior Provincial das Missionárias da Imaculada Conceição. Mal se formou, em 8 de fevereiro de 1933, ingressou nesta Congregação que faz parte da grande família franciscana. Em 15 de agosto de 1934 emite os votos religiosos e leva o nome de Dulce, em memória de sua mãe.
Em 1935 fundou o primeiro movimento operário cristão em Salvador: o Sindicato Operário de São Francisco; em 1937 fundou o Clube dos Trabalhadores da Bahia; em 1939 inaugurou o Colégio S. Antônio, escola pública para trabalhadores e filhos de trabalhadores, no distrito de Massaranduba, em Salvador. No mesmo ano, a santa começou a receber os enfermos em prédios abandonados da cidade; em 1949, com a autorização da superiora, conseguiu hospedar setenta enfermos em um abrigo obtido no galinheiro ao lado da casa de sua congregação. Em 1960 foi inaugurado o Hospital Social Irmã Dulce, com um Estatuto que abrangia todos os seus fundamentos e destacava seu caráter exclusivamente cristão e humanitário.
Em julho de 1979, o cardeal arcebispo Avelar Brandão Vilela convidou Santa Teresa de Calcutá a Salvador para abrir uma casa em Alagados. A irmã Dulce aproveitou a oportunidade para conhecê-la. Exatamente um ano depois, houve outro encontro importante, aquele com São João Paulo II.
Em 8 de fevereiro de 1983, foi inaugurado o novo hospital de Santo Antônio, considerado pelos baianos mais um "milagre de Irmã Dulce".
Os últimos meses da vida da santa foram caracterizados por doenças. A situação piorou em novembro de 1990. Em outubro de 1991, São João Paulo II foi para Salvador e queria ir às Obras visitar a Irmã Dulce. O Cardeal Lucas Moreira Neves contou que o Santo Padre disse várias vezes: “este é o sofrimento dos inocentes, igual ao de Jesus”. Ele enfrentou todo o seu sofrimento abandonado nos braços do Senhor.
Todo o Apostolado dos Bem-aventurados resplandece entre os cristãos que fizeram da caridade a Deus e ao próximo toda a sua vida. Sua caridade era maternal, terna. Sua dedicação aos pobres tinha uma raiz sobrenatural e de Céu. Ela extraiu energia e recursos para colocar em movimento uma incrível atividade de serviço ao mínimo. Longe de qualquer horizontalismo, como verdadeira alma franciscana empobreceu com os pobres por amor aos supremamente Pobres. Sem fomentar conflitos de classe, ela lembrava aos ricos a necessidade evangélica de partir o pão com os famintos. A sua vida foi uma confissão do primado de Deus e da grandeza do homem filho de Deus, mesmo onde a imagem divina parece escurecida, degradada e humilhada.
Em 13 de março de 1992 faleceu a Santa Dulce em Salvador da Bahia. De todo o Brasil ela foi, e ainda se define, a "Mãe dos Pobres" e o "Bom Anjo da Bahia". O Papa Bento XVI a beatificou no dia 22 de maio de 2011 e no dia 13 de outubro de 2019 se deu a sua canonização sob o pontificado do Papa Francisco.
Fonte: causesanti.va
Santa Dulce dos Pobres, rogai por nós!

Santo Ponciano, Papa e Santo Hipólito, Presbítero, Mártires (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 13 de Agosto † c. 236
Não possuímos muitos dados históricos sobre estes santos mártires. Pertenceram à Igreja de Roma, um como papa e outro como presbítero e, talvez, até como antipapa.
1) São Ponciano: Ponciano foi bispo de Roma de 230-235. Na perseguição do imperador Maximino, o Trácio, foi exilado e condenado a trabalhos forçados nas minas da Sardenha. Sendo já idoso, depôs seu cargo e deu ordem que em Roma se escolhesse outro papa em seu lugar. Que se saiba, é o primeiro caso de abdicação de um bispo de Roma.
2) Santo Hipólito: Era presbítero da Igreja Romana. Há dúvidas sobre a identidade deste santo presbítero. Segundo os dados históricos, este Hipólito, mártir romano, deve ser distinguido de duas outras pessoas: de um bispo, escritor oriental, residente em Roma, e de um escritor cismático, autor de Philosophoumena e das outras obras elencadas no pedestal da estátua de Hipólito na Biblioteca Vaticana. Dados incertos levariam a identificar o presbítero Hipólito com o escritor rigorista que, lançando-se contra o papa Zefirino e acusando-o de excessiva indulgência, tornou-se antipapa contra Calisto 1. Hoje já não se admite a identificação de Hipólito, mártir de Roma, com o Hipólito, grande escritor, este, muito considerado por São Jerônimo, autor de Philosophoumena e da Tradição apostólica.
Em todo caso, diz a tradição que ele foi exilado para a Sardenha e sujeito a trabalhos forçados, onde morreu como o papa Ponciano.
Na comemoração dos mártires não se faz nenhuma alusão a antipapa nem ao grande escritor. Quanto a Hipólito trata-se simplesmente de um presbítero romano mártir.
A Oração coleta lembra apenas a admirável constância dos mártires Ponciano e Hipólito. Que sua memória faça crescer em nós o amor de Deus e mantenha em nossos corações uma fé sempre firme. Vemos, pois, pastores da Igreja, bispo e presbítero, dando testemunho de Cristo, dando a própria vida pelo rebanho a estes confiado.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.