4ª feira da 4ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
São Francisco de Paula, Eremita
Antífona de entrada
Vernáculo:
Ó meu Deus, escutai minha prece, não fujais desta minha oração! Dignai-vos me ouvir, respondei-me: a angústia me faz delirar! Ao clamor do inimigo estremeço, e ao grito dos ímpios eu tremo. Sobre mim muitos males derramam, contra mim furiosos investem. (Cf. LH: Sl 54, 2. 3. 4)
Coleta
Ó Deus, que recompensais os méritos dos justos e perdoais aos pecadores que fazem penitência, tende compaixão dos que vos suplicam, para que a confissão de nossa culpa possa alcançar o perdão dos nossos pecados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Is 49, 8-15
Leitura do Livro do Profeta Isaías
8Isto diz o Senhor: “Eu atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra de salvação; preservei-te para seres elo de aliança entre os povos, para restaurar a terra, para distribuir a herança dispersa; 9para dizer aos que estão presos: ‘Saí!’ e aos que estão nas trevas: ‘Mostrai-vos’. E todos se alimentam pelas estradas e até nas colinas estéreis se abastecem; 10não sentem fome nem sede, não os castiga nem o calor nem o sol, porque o seu protetor toma conta deles e os conduz às fontes d’água.
11Farei de todos os montes uma estrada e os meus caminhos serão nivelados. 12Eis que estão vindo de longe, uns chegam do Norte e do lado do mar, e outros, da terra de Sinim. 13Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor, porque o Senhor consola o seu povo e se compadece dos pobres. 14Disse Sião: ʽO Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!ʼ 15Acaso pode a mulher esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 144(145), 8-9. 13cd-14. 17-18 (R. 8a)
℟. Misericórdia e piedade é o Senhor.
— Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura. ℟.
— O Senhor é amor fiel em sua palavra, é santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou. ℟.
— É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente. ℟.
℣. Eu sou a ressurreição, eu sou a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá. (Jo 11, 25a. 26) ℟.
Evangelho — Jo 5, 17-30
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 17Jesus respondeu aos judeus: “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho”. 18Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus.
19Tomando a palavra, Jesus disse aos judeus: “Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz também. 20O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados.
21Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. 22De fato, o Pai não julga ninguém, mas ele deu ao Filho o poder de julgar, 23para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou.
24Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, pois já passou da morte para a vida. 25Em verdade, em verdade, eu vos digo: está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem, viverão. 26Porque, assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. 27Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem. 28Não fiqueis admirados com isso, porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e sairão: 29aqueles que fizeram o bem, ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação.
30Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedícite gentes Dóminum Deum nostrum, et obaudíte vocem laudis eius: qui pósuit ánimam meam ad vitam, et non dedit commovéri pedes meos: benedíctus Dóminus, qui non amóvit deprecatiónem meam, et misericórdiam suam a me. (Ps. 65, 8. 9. 20)
Vernáculo:
Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor! (Cf. LH: Sl 65, 8. 9. 20)
Sobre as Oferendas
Ó Deus de bondade, que a força deste sacrifício nos lave da antiga culpa e nos faça crescer na vida nova, participando da vossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Com a vossa vitória então exultaremos, levantando as bandeiras em nome do Senhor. Que o Senhor te escute e atenda os teus pedidos! (Cf. LH: Sl 19, 6)
Depois da Comunhão
Não permitais, Senhor, que a Eucaristia, que nos destes como remédio, se torne causa de condenação. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 02/04/2025
“Eu não posso fazer nada por mim mesmo”
Tanto para Cristo, enquanto homem, quanto para nós, que não passamos de simples homens, tudo o que se pode fazer é devido à graça de Deus. É ela que precede, excita e ajuda; é ela que auxilia, acompanha e termina; é por ela que tudo fazemos do que fazemos de bom.
Ontem, Jesus curou um paralítico; em seguida, os fariseus começaram a repreendê-lo por tê-lo feito em dia de sábado; hoje, o Senhor lhes responde, dizendo: “Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho”. Ontem, víamos a necessidade de sairmos da inação e pormos mãos à obra a fim de sermos salvos; hoje, Jesus nos mostra que espírito deve animar os nossos esforços, ao dizer de si mesmo, enquanto homem: “Eu não posso fazer nada por mim mesmo […], porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. E se a humanidade de Cristo nada podia sem Deus, que poderemos nós? Porque, como Ele dirá na Última Ceia, “quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Que querem dizer esses dois nadas, o nada de Cristo com respeito ao Pai, e o nosso nada com respeito a Cristo? São dois nadas, mas uma é a resposta: tanto para Cristo, enquanto homem, quanto para nós, que não passamos de simples homens, tudo o que se pode fazer é devido à graça de Deus. É ela que precede, excita e ajuda; é ela que auxilia, acompanha e termina; é por ela que tudo fazemos do que fazemos de bom, e é por ela que são boas aos olhos de Deus as obras que Ele nos concede realizar. A diferença é que Cristo recebeu tal cúmulo de graça, que se tornou Ele mesmo fonte da graça, ao passo que nós recebemos dele, e somente dele, graça sobre graça (cf. Jo 1, 16), segundo a medida que ao Espírito Santo aprouve distribuir-nos. Disto se segue que, por sua abundância de graça, Cristo não poderia estar mais unido a Deus: a sua plenitude era e é infinita em toda linha, incapaz de ser aperfeiçoada; nós, ao contrário, podemos sempre ser mais agraciados e estar cada vez mais unidos a Deus, através da humanidade de Nosso Senhor. Com efeito, deu o Pai ao seu Unigênito uma humanidade sacrossanta, que nada poderia fazer sem a graça, para que nós, que já nada podemos sem Deus, em tudo passássemos a depender desta humanidade, já que é por meio dela, cheia de graça e de verdade (cf. Jo 1, 14), que de agora em diante nos desce do céu “toda dádiva boa e todo dom perfeito” (Tg 1, 17). Que saibamos cultivar uma intensa devoção à divina-humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, instrumento de nossa redenção, meio de união com Deus e penhor da nossa glorificação futura.
Deus abençoe você!
Assim como nós, também Cristo, enquanto homem, nada podia fazer por si mesmo, pois a graça divina tem um primado absoluto sobre as obras boas e meritórias. A diferença é que a humanidade de Nosso Senhor, unida pessoalmente ao Verbo divino e inundada pelo Espírito Santo, recebeu uma tal abundância de graça, que se tornou ela mesma fonte de graça para todos os homens, e agora é por meio dela, e somente por ela, que recebemos graça sobre graça, toda dádiva boa e todo dom perfeito descido do Céu. Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 2 de abril, e peçamos ao Pai que nos afervore na devoção à divina-humanidade de seu Filho, instrumento de nossa salvação e meio de nos unirmos a Deus.
Santo do dia 02/04/2025
São Francisco de Paula (Memória Facultativa)
Local: Plessis, França
Data: 02 de Abril † 1507
Quem já atravessou o estreito de Messina terá perguntado por que um dos ferry-boat traz o nome na proa: são Francisco de Paula. Há cinco séculos um frade muito magro pelos jejuns e longa viagem pediu em vão a todos os barqueiros o favor de o transportarem do outro lado. Como todos se recusassem ele estendeu o seu velho manto sobre a água e velejou para o outro lado até o porto de Messina. O prodígio valeu ao frade a fama de milagroso e no futuro o título de santo padroeiro dos marinheiros.
A vida toda deste grande santo está repleta de milagres. Viveu num ambiente de honrarias e ambições, mas não se corrompeu. Sua fama ultrapassou os Alpes e o próprio rei da França, Luís XI, exigiu que o papa lhe mandasse o santo calabrês para curá-lo de uma grave doença. O humilde frade, avisado por um mensageiro do papa, saiu com destino a Paris. O soberano não queria morrer, mas o santo conseguiu reconciliá-lo com Deus e fazê-lo aceitar a morte. Antes de morrer, Luís o nomeou diretor espiritual do seu filho e sucessor, Carlos VIII.
Francisco nasceu na Calábria em 1416. Foi o mais jovem fundador de Ordem religiosa. Aos 13 anos vestiu o hábito franciscano, mas depois de dois anos já havia desaparecido. Após alguns anos um caçador o descobriu. A fama da santidade e dos milagres atraiu numerosos jovens desejosos de seguir seu exemplo. Fundou o mosteiro de Cosenza de são Francisco de Assis, os Mínimos. Aos três votos de pobreza, castidade e obediência acrescentou um quarto, o do jejum quaresmal, da quarta-feira de cinzas até sábado santo: pão, peixe, verdura e água.
As duras penitências não lhe abreviaram a vida: 91 anos. Morreu na sexta-feira santa, 2 de abril de 1507. Foi canonizado em 1519, apenas a doze anos da morte.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Francisco de Paula, rogai por nós!