5ª feira depois da Epifania
Antífona de entrada
Vernáculo:
Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza. Sl. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Ant. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Ant. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. Ant. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Coleta
Ó Deus, que por vosso Filho fizestes surgir para todas as nações, a luz da vossa eternidade, concedei ao vosso povo conhecer a fulgurante glória do seu Redentor e, por ele, chegar à eterna claridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 4, 19–5, 4
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos, 19quanto a nós, amamos a Deus porque ele nos amou primeiro. 20Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas entretanto odeia o seu irmão, é um mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. 21E este é o mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o seu irmão.
5, 1Todo o que crê que Jesus é o Cristo nasceu de Deus, e quem ama aquele que gerou alguém, amará também aquele que dele nasceu. 2Podemos saber que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. 3Pois isto é amar a Deus: observar os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são pesados, 4pois todo o que nasceu de Deus vence o mundo. E esta é a vitória que venceu o mundo: a nossa fé.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 71(72), 1-2. 14 e 15bc. 17 (R. cf. 11)
℟. As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. ℟.
— Há de livrá-los da violência e opressão, pois vale muito o sangue deles a seus olhos! Hão de rezar também por ele sem cessar, bendizê-lo e honrá-lo cada dia. ℟.
— Seja bendito o seu nome para sempre! E que dure como o sol sua memória! Todos os povos serão nele abençoados, todas as gentes cantarão o seu louvor! ℟.
℣. O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho. (Lc 4, 18) ℟.
Evangelho — Lc 4, 14-22a
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura.
17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir”.
22aTodos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sévient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, as nossas oferendas, nesta admirável troca de dons, para que, oferecendo-vos o que nos destes, mereçamos acolher-vos em nós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos com presentes adorar o Senhor. (Cf. MR: Mt 2, 2)
Depois da Comunhão
Nós vos pedimos, ó Deus todo-poderoso, que a nossa vida seja sempre sustentada pela força dos vossos santos mistérios. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 09/01/2025
Os que não querem ser libertados
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
O Evangelho desta quinta-feira depois da Epifania mete-nos na sinagoga de Nazaré, onde Jesus, logo no início de sua vida pública, apresenta-se como o Messias profeta anunciado nos vaticínios do Antigo Testamento (cf. Dt 18, 15-19). Um dos principais vaticínios é o de Isaías (cf. Is 61, 1-4), no qual se “descreve o Messias ungido pelo Espírito de Javé para anunciar a doutrina da redenção e da indulgência divina para com os contritos e desgraçados” (Francisco de Vizmanos, Teología fundamental para seglares, II 568). Diante de todos, na sinagoga de sua terra natal em pleno dia de sábado, Jesus se aplica a si mesmo as palavras de Isaías, afirmando que n’Ele se cumprem as promessas da Escritura. A reação inicial dos ouvintes, no entanto, será muito distinta da que veremos mais tarde, quando este mesmo povo nazareno o rejeitar, julgando-o fora de si. Agora, o que vemos é entusiasmo, admiração e, poderíamos dizer, até um incipiente apostolado: “Todos davam testemunho a seu respeito”. Dali a poucos dias, porém, o irão não apenas expulsar da cidade, como tentar precipitar de um colina (cf. Lc 4, 28-29), tomados de raiva por suas palavras duras, sim, mas salutares. Essa inconstância de Nazaré, esse resvalar da fé à apostasia, é do que hoje nos quer prevenir o Senhor, e para isso temos de tomar consciência de que, se o queremos por libertador, precisamos deixar que Ele verdadeiramente nos liberte. É por não quererem desembaraçar-se do pecado que muitos, apesar de se interessarem por Cristo, terminam odiando-o: porque amam o que os escraviza e estão fascinados pelo que sabem lhes faz mal, por isso detestam a mão que lhes estende, amargo embora, o remédio de que precisam. Assim é o mundo em que vivemos. Estamos como num naufrágio, as ondas engolfam o cais, os raios desfazem as velas, mas entre os tripulantes há quem prefira afogar-se abraçado à sua bagagem a deixar tudo ser engolido pelas águas para subir assim à barca da Igreja. Se queremos, pois, que o entusiasmo que em nós acendeu a palavra de Cristo não se converta, ao fim e ao cabo, em negação aberta e amargurada do mesmo Cristo, imploremos a graça do Espírito Santo que o ungiu e demos um basta aos nossos pecados e apegos, aos nossos egoísmos e molícies. Assumamos nossa vocação cristã, tão sublime quanto indigna dos vocacionados, e deixemos que o nosso divino Médico ampute de nossas vidas tudo o que o desagrada, tudo o que nos faz cativos do demônio: “Enviou-me para proclamar a libertação aos cativos, para libertar os oprimidos”.
Deus abençoe você!
Santo do dia 09/01/2025
Santo Adriano de Cantuária (Memória Facultativa)
Local: Cantuária, Inglaterra
Data: 09 de † 710
O papa São Vitaliano procurava um varão digno de ser arcebispo dos ingleses, em substituição a Deusdedit, morto havia pouco. Mandou, pois, vir do mosteiro de Niridano, perto de Nápoles, o abade Adriano, africano de origem, muito culto nas sagradas escrituras bem como na disciplina quer eclesiástica, quer monástica, e perfeito conhecedor do grego e do latim. Adriano disse que era indigno de tal honraria, mas que podia indicar um homem cuja doutrina e idade melhor convinham ao episcopado. Tratava-se de um monge chamado André, que efetivamente foi julgado digno por quantos o conheciam; mas a sua debilidade física não lhe permitiu incumbir-se da missão. Instou-se de novo com Adriano que pediu algum tempo, esperando descobrir outro sucessor.
Havia, então, em Roma um varão de nome Teodoro, nascido em Tarso, na Cilícia, primeiramente filósofo em Atenas, e depois monge. Era instruidíssimo tanto nas letras divinas como nas humanas, em grego e em latim, possuía bons costumes e era venerado pela idade, pois contava sessenta e seis anos. Adriano, que o conhecia, apresentou-o ao papa e logrou a promessa de que seria ordenado bispo, sob a condição de o próprio Adriano o conduzir à Inglaterra, pois sabia o que devia fazer para a viagem, tendo já estado duas vezes na Gália. O papa queria, mais, que colaborasse com Teodoro na instrução dos ingleses e tomasse as medidas para nada introduzir naquela igreja de contrário à fé, como faziam por vezes os gregos.
Um piedoso e sábio inglês, São Bento Biscop, achando-se naquela época em Roma, foi chamado pelo papa Vitaliano que lhe ordenou voltar ao seu país com Teodoro e Adriano, a fim de os auxiliar no empreendimento. Os três santos varões ficaram algum tempo na França, à beira do inverno. Santo Adriano foi a princípio à residência de Emmon, arcebispo de Sens, depois a Meaux, na residência de São Faron, e por longo tempo se demorou com eles. Egberto, rei de Cant, sabendo que o bispo que solicitara do papa se encontrava na França, mandou-lhe um senhor da corte. São Teodoro tomou posse do trono de Cantuária no domingo, 27 de maio de 669. Deu primeiro a São Bento Biscop, depois a São Adriano o governo do mosteiro de São Pedro, onde eles formaram a famosa escola da qual saíram tantos ilustres varões.
Sendo Teodoro e Adriano versadíssimos não somente na ciência eclesiástica, senão também nas letras humanas, reuniram grande número de discípulos que instruíam diariamente. Explicavam-lhes a Santa Escritura, e, ao mesmo tempo, ensinavam-lhes astronomia, cômputo eclesiástico, e composição de versos latinos. Vários aprenderam latim e grego tão perfeitamente como a língua materna. Após assim esclarecer e edificar a Inglaterra durante trinta e nove anos, morreu Adriano em 9 de janeiro de 710.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume I. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 31 dez. 2021.
Santo Adriano de Cantuária, rogai por nós!