São Filipe Néri, Presbítero, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo seu Espírito que habita em nós. Aleluia. (Cf. MR: Rm 5, 5, cf. 8, 11) Sl. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! (Cf. LH: Sl 102, 1)
Coleta
Ó Deus, que não cessais de elevar à glória da santidade aqueles que vos servem fielmente, concedei, benigno, que nos inflame o fogo do Espírito Santo que ardia maravilhosamente no coração de São Filipe Néri. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 16, 11-15
Leitura dos Atos dos Apóstolos
11Embarcamos em Trôade e navegamos diretamente para a ilha de Samotrácia. No dia seguinte, ancoramos em Neápolis, 12de onde passamos para Filipos, que é uma das principais cidades da Macedônia, e que tem direitos de colônia romana. Passamos alguns dias nessa cidade.
13No sábado, saímos além da porta da cidade para um lugar junto ao rio, onde nos parecia haver oração. Sentados, começamos a falar com as mulheres que estavam aí reunidas. 14Uma delas chamava-se Lídia; era comerciante de púrpura, da cidade de Tiatira. Lídia acreditava em Deus e escutava com atenção. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de Paulo.
15Após ter sido batizada, assim como toda a sua família, ela convidou-nos: “Se vós me considerais uma fiel do Senhor, permanecei em minha casa”. E forçou-nos a aceitar.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b (R. 4a)
℟. O Senhor ama seu povo de verdade.
— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel em quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei! ℟.
— Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes. ℟.
— Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca. Eis a glória para todos os seus santos. ℟.
℣. O Espírito Santo, a verdade, dará testemunho de mim; depois, também vós, neste mundo, de mim ireis testemunhar. (Jo 15, 26b. 27a) ℟.
Evangelho — Jo 15, 26–16, 4a
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26“Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim.
27E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. 16, 1Eu vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. 2Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. 3Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. 4aEu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedic ánima mea Dómino, et noli oblivísci omnes retributiónes eius: et renovábitur, sicut áquilae, iuvéntus tua. Allelúia. (Ps. 102, 2. 5)
Vernáculo:
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! De bens ele sacia tua vida, e te tornas sempre jovem como a águia! Aleluia. (Cf. LH: Sl 102, 2. 5)
Sobre as Oferendas
Ao oferecermos este sacrifício de louvor, nós vos pedimos, Senhor, que, a exemplo de São Filipe Néri, sempre nos dediquemos com alegria à glória do vosso nome e ao serviço do próximo. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
É grande a sua glória em vosso auxílio; de esplendor e majestade o revestistes. Aleluia. (Cf. LH: Sl 20, 6)
Depois da Comunhão
Senhor, que nos fizestes provar o alimento celeste, nós vos pedimos que, imitando São Filipe Néri, desejemos sempre o alimento que nos traz a verdadeira vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 26/05/2025
O Espírito que nos assiste
“Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim”.
No capítulo 16 do Evangelho segundo S. João, a que damos início nesta segunda-feira, as palavras de Nosso Senhor começam a introduzir-nos pouco a pouco no mistério de Pentecostes, que iremos celebrar dentro de poucos dias. A partir de agora, o Espírito Santo será uma presença cada mais viva nos discursos de Jesus, e hoje, de modo particular, Ele se refere à terceira pessoa da SS. Trindade com o nome de Paráclito. A tradução litúrgica de que nos servimos verte o termo grego por Defensor. No entanto, são muitas as possibilidades de tradução, graças à polissemia da palavra: Paráclito pode significar (a) Mestre, que nos há de ensinar, segundo as promessas de Cristo, todas as coisas (cf. Jo 14, 26); (b) ou Consolador, que não deixará que nos sintamos órfãos depois da Ascensão de Cristo à destra do Pai (cf. Jo 14, 18); (c) ou, mais em conformidade com o contexto do Evangelho de hoje, Advogado, que intercede por nós “com gemidos inefáveis” (Rm 8, 26). Esta última tradução realça o aspecto “judicial”, por assim dizer, da missão desempenhada pelo Espírito Santo na vida da Igreja: à semelhança de Cristo, odiado pelo mundo e condenado injustamente à morte, os cristãos vivem em guerra contra os poderes dos ares e as potestades mundanas, que perseguem incansavelmente os que professam sua fé em Jesus. Por isso, precisam eles de alguém que os ampare, console e defenda, e é aí que entra a ação do Espírito: ele não só nos protege dos que nos acusam, mas nos assiste também na missão que recebemos de testemunhar a Cristo diante dos homens. É ele, como Advogado, que dá força e eficácia ao nosso testemunho cristão, é ele que confere valor às nossas palavras e vida às nossas orações: “O Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim”. Não atuamos pois em causa própria, e é apenas o Espírito que nos dá força para suportar, com ânimo heroico e igual, as perseguições que hemos de sofrer por causa de Cristo: “Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus”. Peçamos continuamente o patrocínio do Espírito Paráclito, o único que nos pode configurar e unir a Cristo, a fim de que em nós, membros do seu Corpo, o mesmo Senhor siga atuando no mundo, realizando em nossos corações aqueles atos de amor ao Pai com que Ele salvou o mundo do pecado e do demônio. — Vinde, Espírito Santo!
Deus abençoe você!
O Evangelho de hoje nos leva a meditar sobre o título com o que o próprio Senhor Jesus nomeia o seu Espírito Santo: o “Paráclito”, que tem dois sentidos e, portanto, é traduzido como “consolador” ou “advogado”. Então, surge a dúvida: qual é o significado que mais se enquadra para o Espírito Santo?Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta segunda-feira, dia 26 de maio, e entenda como Ele, cumprindo a mesma missão do Filho, nosso intercessor e defensor junto ao Pai, é ao mesmo tempo nosso advogado e consolador.
Santo do dia 26/05/2025
São Filipe Néri, Presbítero (Memória)
Local: Roma, Itália
Data: 26 de Maio † 1595
Antes de morrer, octogenário, Filipe Néri queimou os manuscritos dos seus livros guardados na gaveta. Muito tempo antes, aos 24 anos de idade, fizera um pacote de todos os livros que então possuía (exceto a Bíblia e a Suma Teológica de Santo Tomás) e os levara para vender na praça distribuindo depois o dinheiro obtido aos pobres. Desde aquele instante somente Deus haveria de ocupar seus pensamentos e coração. “Se quisermos nos dedicar inteiramente ao nosso próximo — repetia — não devemos reservar a nós mesmos nem tempo nem espaço”. Filipe Néri recolheu consigo os meninos turbulentos dos subúrbios romanos e os educava divertindo-os. A quem se queixava do barulho que faziam, respondia: “Contanto que não pratiquem o mal, ficaria satisfeito até se me quebrassem paus na cabeça”. Para ajudar os mais necessitados não hesitava em pedir esmolas nas estradas. Um dia, um indivíduo sentindo-se importunado, deu-lhe um soco. “Este é para mim — foi a resposta sorridente do santo — agora me dê algum dinheiro para os meus meninos”.
Em pleno clima de reforma e contrarreforma, o santo expressou sua opinião a esse respeito, com uma frase muito eficaz: “É possível restaurar as instituições com a santidade, e não restaurar a santidade com as instituições”.
Filipe nasceu em Florença em 1515. Vivaz, alegre e otimista por temperamento (tanto que mereceu o apelido de Pipo, o bom), tentou várias profissões, entre as quais a de comerciante em São Germano, perto de Cassino, aos dezoito anos. Estudante em Roma, abandonou os estudos vendendo os livros para dedicar-se totalmente a atividades beneficentes. Ordenado padre aos 36 anos, criou pouco depois o Oratório, congregação religiosa de padres, empenhados de modo particular na educação dos jovens.
Sem parecer, Filipe tinha sólida cultura: promoveu os estudos de história eclesiástica, encaminhando a esta disciplina um dos seus sacerdotes, Barônio. Depois dos 75 anos de idade limitou sua atividade ao confessionário e à direção espiritual. Possuía o segredo da simpatia e da amizade. No leito de morte sentia-se culpado ao pensar que estava deitado numa caminha macia e limpa, enquanto Cristo morreu pregado na cruz. Após a morte, a 26 de maio de 1595, os médicos averiguaram sobre seu tórax, uma esquisita curva das costelas, como a dar espaço maior ao grande coração do apóstolo de Roma.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Filipe Néri, rogai por nós!