10º Domingo do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero. Sl. Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! (Cf. LH: Sl 129, 3. 4 e 1. 2)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, fonte de todo o bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (Gn 3, 9-15)
Leitura do Livro do Gênesis
Depois que o homem comeu da fruta da árvore, 9o Senhor Deus chamou Adão, dizendo: “Onde estás?” 10E ele respondeu: “Ouvi tua voz no jardim, e fiquei com medo, porque estava nu; e me escondi”. 11Disse-lhe o Senhor Deus: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” 12Adão disse: “A mulher que tu me deste por companheira, foi ela que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. 13Disse o Senhor Deus à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me e eu comi”. 14Então o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e todos os animais selvagens! Rastejarás sobre o ventre e comerás pó todos os dias da tua vida! 15Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 129)
℟. No Senhor toda graça e redenção!
— Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece! ℟.
— Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero. ℟.
— No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minh’alma espera no Senhor mais que o vigia pela aurora. ℟.
— Espere Israel pelo Senhor, mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa. ℟.
Segunda Leitura (2Cor 4, 13-18-5, 1)
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios
Irmãos: 13Sustentados pelo mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: “Eu creio e, por isso, falei”, nós também cremos e, por isso, falamos, 14certos de que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco. 15E tudo isso é por causa de vós, para que a abundância da graça em um número maior de pessoas faça crescer a ação de graças para a glória de Deus. 16Por isso, não desanimamos. Mesmo se o nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando, dia a dia.
17Com efeito, o volume insignificante de uma tribulação momentânea acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável. 18E isso acontece, porque voltamos os nossos olhares para as coisas invisíveis e não para as coisas visíveis. Pois o que é visível é passageiro, mas o que é invisível é eterno. 5, 1De fato, sabemos que, se a tenda em que moramos neste mundo for destruída, Deus nos dá uma outra moradia no céu que não é obra de mãos humanas, mas que é eterna.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. O príncipe deste mundo agora será expulso; e eu, da terra levantado, atrairei todos a mim mesmo. (Jo 12, 31b-32) ℟.
Evangelho (Mc 3, 20-35)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 20Jesus voltou para casa com os seus discípulos. E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. 21Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si.22Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Belzebu, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios.23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo, ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído.27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno”.
30Jesus falou isso, porque diziam: “Ele está possuído por um espírito mau”. 31Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura”. 33Ele respondeu:
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Illúmina óculos meos, nequándo obdórmiam in morte: nequándo dicat inimícus meus: praeválui advérsus eum. (Ps. 12, 4. 5)
Vernáculo:
Não deixeis que se me apague a luz dos olhos e se fechem, pela morte, adormecidos! Que o inimigo não me diga: Eu triunfei! (Cf. LH: Sl 12, 4. 5)
Sobre as Oferendas
Olhai, Senhor, com bondade nossa disposição em vos servir, para que nossa oferenda vos seja agradável e nos faça crescer no amor. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. (1Jo 4, 16)
Vernáculo:
Todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 12, 50)
Depois da Comunhão
Senhor de bondade, a vossa força salvadora nos liberte das más inclinações e nos conduza pelo caminho do bem. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 09/06/2024
Desobediência x Obediência
A raiz originária de todos os males é a desobediência a Deus, assim como obedecer a Deus, fazer a vontade dEle, amá-Lo de todo o coração é fonte de bem para o homem.
Queridos irmãos e irmãs, celebra-se, neste domingo, o 10º do Tempo Comum da liturgia. Nesta homilia vou reproduzir, quase em sua totalidade, o comentário de Mons. José Maria Pereira aos textos litúrgicos de hoje.
Na primeira leitura vemos como a desobediência foi a origem de todas as desordens. “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou" (Gn 1,27). O homem ocupa um lugar único na criação: ele é "a imagem de Deus"; em sua própria natureza une o mundo espiritual e o mundo material; é criado "homem e mulher"; Deus o estabeleceu em sua amizade.
Mas o homem, por causa do pecado, portanto, pela desobediência, perdeu os maiores dons que Deus lhe tinha dado.
O homem e a mulher, culpados por transgredirem o preceito divino, são interrogados por Deus. Adão coloca a culpa em Eva, e Eva, por sua vez, na serpente. O pecado espalha-se e, através dos nossos primeiros pais, atingirá toda a espécie humana. Mas Deus tem compaixão das Suas criaturas e, enquanto condena a serpente de um modo absoluto, deixa entrever a salvação dos homens: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a descendência dela. Esta te ferirá a cabeça…” (Gn 3,15). Desde então, Satanás tornou-se o eterno inimigo do homem, procurando sempre fazê-lo morrer no pecado. Mas, o Senhor, em pessoa, veio para libertar e fortalecer o homem, renovando-o interiormente e lançando fora o príncipe deste mundo. “Agora, o príncipe deste mundo vai ser expulso” (Jo 12,31). Jesus, linhagem da mulher, filho de Maria, veio acabar com o poder de Satanás.
Daqui podemos facilmente deduzir que a raiz originárias de todos os males é a desobediência a Deus, assim como obedecer a Deus, fazer a vontade dEle, amá-Lo de todo o coração é fonte de bem para o homem.
Todos os castigos consequentes do pecado da desobediência, com a Redenção de Cristo tornam-se para nós ocasião para alcançar maiores graças de Deus. São Paulo, na segunda leitura, anima a comunidade de Corinto a permanecer firme no combate da fé: "Certos de que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco. E tudo isso é por causa de vós, para que a abundância da graça em um número maior de pessoas faça crescer a ação de graças para a glória de Deus. Por isso, não desanimamos. Mesmo se o nosso homem exterior se vai arruinando, o nosso homem interior, pelo contrário, vai-se renovando, dia a dia. Com efeito, o volume insignificante de uma tribulação momentânea acarreta para nós uma glória eterna e incomensurável."
Já o Evangelho de hoje nos diz: “E, Jesus, foi por toda a Galileia, anunciando o Evangelho em suas sinagogas e expulsando os demônios” (Mc 1,39). O fato despertava tanto entusiasmo, entre o povo, que os escribas - incrédulos e perversos-, sem poder negar tal evidência e não querendo reconhecer em Jesus, o Messias, atribuem o Seu poder à influência de Belzebu. E o Mestre reage a esta insinuação: “Se, portanto, satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não pode manter-se, mas se acaba” (Mc 3, 26).
Jesus coloca as coisas no seu lugar! Nele trava-se o grande combate entre o bem e o mal, entre Deus e satanás, o adversário da humanidade. Jesus é mais forte do que o príncipe dos demônios. Veio a este mundo para combatê-lo. Vence-o no deserto após o seu batismo; vence-o expulsando os demônios. É Ele o homem forte que guarda a casa. Tudo isso Ele o faz pelo Espírito Santo e não por algum espírito imundo.
O Senhor convida os fariseus, obcecados e endurecidos, a fazer uma consideração simples: se alguém expulsa o demônio, isto quer dizer que é mais forte do que ele. É uma exortação a mais a reconhecer em Jesus o Deus “forte”, o Deus que com o Seu poder liberta o homem da escravidão do demônio. Terminou o domínio de satanás: o príncipe deste mundo está a ponto de ser expulso. A vitória de Jesus sobre o poder das trevas, que culmina como na Sua Morte e Ressurreição, demonstra que a luz está já no mundo. Disse-o o próprio Senhor: “É agora o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo vai ser expulso” (Jo 12, 31-32).
Portanto, este tempo é para nós de vigilância e de decisão. A diferença entre agora e antes de Cristo é que agora nós podemos vencer, ou melhor, “vencer de virada” (Rm 8,37); antes, – sob a Lei – não! Mas, para vencer é preciso suar, é preciso participar na luta e na vitória de Jesus, tomando nossa cruz no dia a dia e seguindo-O (Lc 9,23; Mt 16,24; Mc 8,34). Devemos completar o que falta à vitória de Jesus. São Paulo (2Cor 4, 13-18; 5,1) encoraja-nos a seguir esta estrada, lembrando-nos de que a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, proporciona-nos um peso eterno de glória incomensurável. Não fiquemos nas generalidades; procuremos “inventar” ocasiões de vitória. Hoje mesmo! Melhor, procuremos descobri-las, porque, tais ocasiões já existem em nosso dia a dia e se chamam caridade, paciência, humildade, tolerância…
Por isso, acreditar no poder de Cristo Jesus é confiar na misericórdia e no perdão de Deus. Ele tem o poder de perdoar pecados, pois, por sua morte e ressurreição, há de vencer definitivamente a satanás e ao pecado. Este é, na verdade, o maior adversário do ser humano, pois o afasta da comunhão com Deus.
E o Evangelho continua: “Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno” (Mc 3, 28-29).
O que é blasfêmia contra o Espírito Santo? É a recusa obstinada em reconhecer os sinais e a ação de Deus, é o fechar os olhos ante os sinais do Reino, é combater o bem, definindo-o como mal. Portanto, é uma cegueira consciente, uma mentira convencida e professada, é uma obstinação no mal, mesmo sabendo que é mal.
Comunicam a Jesus que a Sua Mãe e alguns parentes vieram à sua procura. Jesus responde-lhes: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3, 35). Todos aqueles que, seguindo o Seu exemplo, abraçam a vontade do Pai e a cumprem, ficam unidos a Ele com vínculos tão íntimos, só comparáveis aos mais estreitos laços familiares. E desta união a Cristo, na mesma vontade do Pai, é que se tiram forças para vencer satanás.
Por isso, a Igreja recorda-nos que a Santíssima Virgem “acolheu as palavras com que o Filho, pondo o reino acima de todas as relações de parentesco, proclamou bem-aventurados todos os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática; coisa que Ela fazia fielmente” (Lumen Gentium, 58).
Santo Tomás de Aquino diz: “Todo o fiel que faz a vontade do Pai, isto é, que simplesmente Lhe obedece, é irmão de Cristo, porque é semelhante Àquele que cumpriu a vontade do Pai. Mas, quem não só obedece, mas converte os outros, gera Cristo neles, e desta maneira chega a ser como a Mãe de Cristo” (Comentário sobre S. Mateus, 12, 49-50).
Se buscarmos cumprir fielmente a vontade de Deus, teremos uma relação forte com Ele. Contamos com os auxílios divinos disponíveis: oração e sacramentos.
Jesus espera-nos. Não somente espera, mas acompanha-nos, fortalece e guia. E vale a pena, como lembra São Paulo: Deus nos ressuscitará e colocará a seu lado. Oferece e promete outra moradia no Céu que não é obra de mãos humanas e é para sempre.
Maria era mãe duplamente: porque gerou Jesus e, porque, mais do que ninguém, soube fazer sempre a vontade de Deus. Que ela nos conceda a graça de sempre imitá-la. Assim seja, amém!
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
No Evangelho deste domingo, os fariseus acusam Jesus de estar “possuído por um espírito mau” e de fazer exorcismos pelo poder dos demônios. Nosso Senhor, em resposta, não só rejeita essas acusações, mas também, ao contrário do que os teólogos liberais tentam nos convencer, confirma a existência dos demônios, cuja missão é afastar-nos de Deus, levando-nos ao caminho da perdição.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este domingo e medite conosco sobre o ensinamento de Jesus a respeito da ação dos anjos decaídos.
Santo do dia 09/06/2024
São José de Anchieta, Presbítero (Memória)
Local: Reritiba, Brasil
Data: 09 de Junho† 1597
José de Anchieta, que recebeu o epiteto de "apóstolo do Brasil", nasceu aos 19 de março de 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Seus pais pertenciam a uma família distinta pela vivência religiosa e pela situação de vida. Assim, José, com um irmão mais velho, pôde terminar seus estudos em Coimbra, Portugal. Aos 16 anos foi admitido na Província portuguesa da Companhia de Jesus recém-fundada.
Como noviço exemplar José distinguiu-se pela humildade, obediência e extremada devoção a Nossa Senhora. Com 19 anos embarcou para o Brasil. Foi designado para o Planalto de Piratininga. Esteve presente à primeira Missa celebrada pelo Pe. Manoel da Nóbrega, na festa da conversão de São Paulo, 25 de janeiro de 1554, considerada a data de fundação da cidade de São Paulo. José de Anchieta (Anchieta porque seu pai tinha o sobrenome de Anchieta) foi o primeiro professor no Colégio aí fundado, ensinando latim e gramática. Aí teve início também a grande obra de evangelização dos índios.
Em 1563, em companhia do padre Manuel da Nóbrega, viajou para o litoral santista para negociar a paz com a confederação dos Tamoios. Enquanto Nóbrega voltava logo, a fim de ser intermediário com os brancos, Anchieta ficou nas mãos dos Tamoios como refém. Foi neste cativeiro que Anchieta escreveu o poema em honra de Nossa Senhora, escrito primeiro na areia e definitivamente em livro, quando livre.
Em 1566 foi ordenado sacerdote em Salvador da Bahia. O incontido zelo do Pe. Anchieta, sobretudo na evangelização dos índios, cuja língua ele conhecia com perfeição, seu trato bondoso e prudente, aliado a excepcionais dotes de inteligência fariam dele um apóstolo admirado em todo o Brasil. Foi eleito Superior das Casas de São Vicente e de São Paulo e, dez anos mais tarde, escolhido Superior Provincial de todos os Jesuítas do Brasil. Revelou-se um Superior cheio de sabedoria e segurança. Entre as obras que escreveu em tupi, em português, espanhol e latim são dignos de nota cânticos piedosos, diálogos, autos e poemas. Escreveu na língua dos índios uma gramática e depois um catecismo.
Anchieta passou seus últimos anos no Estado do Espírito Santo como Superior. Foi neste Estado, na aldeia de Reritiba, hoje chamada Anchieta, que José veio a adoecer gravemente e a falecer no dia 9 de junho de 1597. Seu corpo foi levado pelos índios, numa viagem de 80km, para Vitória, onde foi sepultado.
Seu processo de canonização foi aberto pouco depois de sua morte, mas várias circunstâncias acabaram retardando o processo que só se concluiu em 1980 quando o papa João Paulo II o beatificou. Canonizado no dia 3 de abril de 2014 pelo Papa Francisco.
A Oração coleta lembra José de Anchieta como apóstolo do Brasil. Pede que, a exemplo dele, sirvamos fielmente ao Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e nos esforcemos em ganhar para o Senhor nossos irmãos no amor de Cristo.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
José de Anchieta, rogai por nós!