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Antífona de entrada

São Lourenço entregou-se a si mesmo ao serviço da Igreja. Foi digno de sofrer o martírio e de subir com alegria para junto do Senhor Jesus.

Glória

Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.

Coleta

Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Primeira Leitura (2Cor 9, 6-10)


Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios


Irmãos, 6“Quem semeia pouco colherá também pouco e quem semeia com largueza colherá também com largueza”. 7Dê cada um conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento; pois Deus “ama quem dá com alegria”.

8Deus é poderoso para vos cumular de toda sorte de graças, para que, em tudo, tenhais sempre o necessário e ainda tenhais de sobra para toda obra boa, 9como está escrito: “Distribuiu generosamente, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre”.

10Aquele que dá a semente ao semeador e lhe dará o pão como alimento, ele mesmo multiplicará as vossas sementes e aumentará os frutos da vossa justiça.

Salmo Responsorial (Sl 111)


R. Feliz o homem caridoso e prestativo!


— Feliz o homem que respeita o Senhor e que ama com carinho a sua lei! Sua descendência será forte sobre a terra, abençoada a geração dos homens retos! R.

— Feliz o homem caridoso e prestativo, que resolve seus negócios com justiça. Porque jamais vacilará o homem reto, sua lembrança permanece eternamente! R.

— Ele não teme receber notícias más: confiando em Deus, seu coração está seguro. Seu coração está tranquilo e nada teme, e confusos há de ver seus inimigos. R.

— Ele reparte com os pobres os seus bens, permanece para sempre o bem que fez, e crescerão a sua glória e seu poder. R.


https://youtu.be/l-bjfmTlupE
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida. (Jo 8, 12bc) R.

Evangelho (Jo 12, 24-26)


V. O Senhor esteja convosco.

R. Ele está no meio de nós.


V. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo João 

R. Glória a vós, Senhor.


V. Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 24“Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto.

25Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. 26Se alguém me quer servir, siga-me, e onde eu estou estará também o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará”.

Sobre as Oferendas

Acolhei, ó Pai, com bondade, as oferendas que vos apresentamos com alegria na festa do diácono Lourenço, e fazei que elas possam servir para a salvação do vosso povo. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Aquele que me serve, diz o Senhor, deve seguir-me. E onde eu estiver estará o meu servidor. (Jo 12, 26)

Depois da Comunhão

Ó Deus, saciados por vossos dons, concedei-nos, ao vos prestar o devido culto na festa de São Lourenço, a graça de crescer na salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 10/08/2021
Deus quer que nos tornemos um trigo frutuoso

“Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto” (João 12,24).

Aquilo que Jesus está hoje nos ensinando a respeito do grão de trigo — é uma parábola até muito simples, mas de uma profundidade imensa para nos ensinar o que é o cotidiano da vida —, porque, no campo é assim: não adianta semear a semente, não adianta pegar o grão de trigo e jogar, se aquele grão de trigo não morrer; se ele não morre, ele não fecunda; ele vai continuar apenas sendo um grão de trigo, e é muito frustrante, muito decepcionante o grão de trigo que não sai e deixa de ser grão de trigo para se tornar trigo.

É muito frustrante a vida que não sai do lugar, é muito frustrante a vida que não produz fruto, é muito frustrante a vida que não anda para frente. E sabe por que a vida não anda? Porque não queremos morrer para aquilo que somos apegados, não queremos morrer para nascer, porque o que acontece com o grão é que o grão morre para nascer fruto.


Deus quer que nós realmente sejamos o verdadeiro trigo e  que produzamos muitos frutos

Temos que morrer, por exemplo, para a vida infantil; somos crianças numa etapa da vida, somos bebê e aquele bebê sai para fora. Veja que, a vida é sempre um morrer para nascer, desde aquela união maravilhosa do óvulo e do espermatozoide e que vingou, fecundou e nasceu a vida, e essa vida foi morrendo, ela veio para fora, ela brotou e nós fomos crescendo, nos tornamos pessoas adultas como estamos hoje.

Cada vez que olho para uma grávida, vejo que eu estava como uma sementinha ali no ventre da minha mãe, mas a beleza da vida me fez vir para fora. Mas não é só fisicamente, porque, graças a Deus, fisicamente nos desenvolvemos, mas tem que ser também espiritualmente, tem que ser também mentalmente.

Tem pessoas adultas que a mentalidade, infelizmente, é muito infantil, não morre para as coisas velhas, não morre para o raciocínio de criança, continua pensando pequeno e atrasado. Espiritualmente, a pessoa não morre para o ressentimento, não morre para a mágoa, não morre para o rancor. O que acontece? Ela vai morrendo por dentro, em vez de ter a vida, em vez de produzir o fruto da reconciliação, do perdão, do amor e da vida nova. Precisamos em todas as áreas da vida saber morrer.

Passa-se o tempo e você encontra uma pessoa, um amigo, um parente, uma pessoa conhecida; e a pessoa está com aquela mesma tristeza, aquele mesmo assunto. Ela não soube morrer para a mágoa, para o rancor e para o ressentimento. E você vê que a pessoa atrofiou, ela não foi para frente, mentalmente ela não cresceu, espiritualmente ela não progrediu.

Ficamos sempre atrelados ao velho, nós ficamos sempre atrelados a queremos ser apenas grão de trigo, e Deus não quer que nós sejamos grão, Deus quer que nós realmente sejamos o verdadeiro trigo e que produzamos muitos frutos.

Que beleza! Aquele grão de trigo que morreu, vai ser depois pão, bolo, ele vai ser tanta coisa boa e gostosa, ele vai saciar tanta gente. Nós iremos fazer tanto bem a nós e aos outros, se soubermos morrer a cada dia.

Morra para esse egoísmo, esse orgulho, essa soberba, essa vaidade. Morra para esses pensamentos e tormentos antigos; morra para essas disputas, para essas paixões políticas e ideológicas; morra para essas convicções religiosas fanáticas, cegas e errôneas. Morra para esse egoísmo, para essa soberba, para que esse grão de trigo se torne um trigo frutuoso.

Deus abençoe você!

Pe. Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
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Martírio, a vocação do cristão

Celebramos hoje a festa de São Lourenço, um dos santos mais importantes da liturgia latina por ser um mártir romano do tempo das grandes perseguições. Celebrá-lo é recordar qual é a identidade do cristão. Afinal, vivemos numa época em que se propagou a ilusão de que, se formos bons cristãos, iremos viver a concórdia, a paz, a conciliação dos povos, e no fim “tudo dará certo”. Isso não corresponde à realidade. É um sonho ingênuo, para não dizer uma ideologia maliciosa. Porque a vocação do cristão é, por amor a Cristo, o ódio do mundo e o martírio, seja de sangue ou não. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta terça-feira, dia 10 de agosto, e peçamos a Deus que faça arder em nossos corações o amor a Jesus Cristo.




Santo do dia 10/08/2021

 

 


São Lourenço (Festa)
Local: Roma, Itália
Data: 10 de Agosto † 258


Lourenço foi um dos diáconos da Igreja Romana, martirizado provavelmente na perseguição do imperador Valeriano (258), que com seus editos mandou fechar e confiscar todos os lugares de culto e cemitérios cristãos e punir com o exílio ou morte os dirigentes das comunidades. A esta função se ajuntou a guarda dos bens da Igreja e a distribuição de suas esmolas entre os pobres. Em 257, o imperador publicou seus editos contra os cristãos e o papa São Sisto II, no ano seguinte, foi preso e executado. Quatro dias depois, o fiel Lourenço o acompanhou no martírio. Isso é tudo quanto se sabe ao certo da vida e da morte de São Lourenço. Infelizmente se deve admitir que foram aduzidas boas razões para se duvidar da confiabilidade, sob o ponto de vista histórico, a respeito dos episódios comoventes sobre a apresentação dos bens da Igreja feita por São Lourenço e sobre a forma como ele morreu.

Desde o século IV, sua figura é pintada com cores vivas, fruto mais da oratória e da poesia que da história. É conhecido sobretudo o episódio relativo aos tesouros da Igreja. Já que o perseguidor ambicionava os pretensos tesouros da Igreja, dos quais Lourenço era administrador, este pediu tempo para mostrá-los. Reuniu os pobres, as virgens consagradas, as viúvas aos quais a comunidade dava assistência material e os mostrou ao prefeito da cidade. Os artistas encarregaram-se mais tarde de figurar o corajoso diácono sendo assado numa grelha.

Lourenço fazia parte do grupo dos sete diáconos da Igreja de Roma no tempo do papa Sisto II. Foi o mártir romano mais celebrado depois dos Apóstolos Pedro e Paulo. Seu nome consta no Cânon romano da Missa. Foi enaltecido por poetas como Prudêncio e Dante na Divina comédia. Foi enaltecido por poetas e pregadores da antiguidade cristã, como São Máximo, Santo Ambrósio e Santo Agostinho.

A Liturgia não menciona diretamente a história da grelha como instrumento do martírio. Realça, porém, dois aspectos de grande significação evangélica: o diácono e o mártir vitorioso. O mártir vem fortemente ligado ao símbolo do fogo, como oferta da vida, como vítima oferecida em holocausto. Faz lembrar os três jovens na fornalha ardente. Talvez Lourenço realmente tenha morrido na fogueira, a exemplo de São Policarpo de Esmirna.

Outro elemento realçado é a vitória na luta. Uma luta que se travou na prática da caridade, função própria do diácono desde os tempos dos Atos dos Apóstolos. Administrar os bens a serviço dos pobres e necessitados constitui um verdadeiro testemunho de Cristo. Também nisso consiste o martírio, muito bem realçado por Santo Agostinho na homilia da festa de São Lourenço. Curioso que muitos mártires da Igreja dos primeiros séculos têm nomes que simbolizam a vitória, ou a recompensa pela luta vitoriosa do martírio. Basta lembrar Estêvão, que significa coroa. Lourenço, e temos a coroa de louros; Vicente, o mártir, é aquele que vence. Temos ainda Vitor, Vitório e até Martinho, o pequeno mártir, porque foi mártir do amor, sem derramar o sangue.

Penso que o tema das brasas e do fogo na festa de São Lourenço diácono e mártir deve ser tomado como linguagem simbólica do amor, do serviço da caridade ou da diaconia, do martírio como oferta da vida a Deus. Todos os textos falam de São Lourenço diácono e mártir.

A Oração coleta resume bem a mensagem evangélica do Santo: Ó Deus, o vosso diácono Lourenço, inflamado de amor por vós, brilhou pela fidelidade no vosso serviço e pela glória do martírio; concedei-nos amar o que ele amou e praticar o que ensinou. Foi o que ele ensinou pelo exemplo na vida e na morte.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Lourenço, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil