4ª feira da 6ª Semana da Páscoa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Anunciai com gritos de alegria, proclamai até os extremos da terra: o Senhor libertou o seu povo, aleluia! (Cf. MR: Is 48, 20) Sl. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! (Cf. LH: Sl 65, 1-2)
Coleta
Ó Deus, ao celebrarmos solenemente a ressurreição do vosso Filho, concedei que nos alegremos com todos os santos, quando ele vier na sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (At 17, 15. 22–18, 1)
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 17, 15os que conduziram Paulo levaram-no até Atenas. De lá, voltando, transmitiram a Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível. E partiram.
22De pé, no meio do Areópago, Paulo disse: “Homens atenienses, em tudo eu vejo que vós sois extremamente religiosos. 23Com efeito, passando e observando os vossos lugares de culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’. Pois bem, esse Deus que vós adorais sem conhecer, é exatamente aquele que eu vos anuncio. 24O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Senhor do céu e da terra, ele não habita em santuários feitos por mãos humanas. 25Também não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa; pois é ele que dá a todos vida, respiração e tudo o mais.
26De um só homem ele fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, tendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites de sua habitação. 27Assim fez, para que buscassem a Deus e para ver se o descobririam, ainda que às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de nós, 28pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dentre vossos poetas: ‘Somos da raça do próprio Deus’.
29Sendo, portanto, da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante a ouro, prata ou pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. 30Mas Deus, sem levar em conta os tempos da ignorância, agora anuncia aos homens que todos e em todo lugar se arrependam, 31pois ele estabeleceu um dia em que irá julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou, diante de todos, oferecendo uma garantia, ao ressuscitá-lo dos mortos”.
32Quando ouviram falar da ressurreição dos mortos, alguns caçoavam, e outros diziam: “Nós te ouviremos falar disso em outra ocasião”. 33Assim Paulo saiu do meio deles. 34Alguns, porém, uniram-se a ele e abraçaram a fé. Entre eles estava também Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e outros com eles. 18, 1Paulo deixou Atenas e foi para Corinto.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 148)
℟. Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
— Louvai o Senhor Deus nos altos céus, louvai-o no excelso firmamento! Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, louvai-o, legiões celestiais! ℟.
— Reis da terra, povos todos, bendizei-o, e vós, príncipes e todos os juízes; e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, anciãos e criancinhas, bendizei-o! ℟.
— Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos, porque somente o seu nome é excelso! A majestade e esplendor de sua glória ultrapassam em grandeza o céu e a terra. ℟.
— Ele exaltou seu povo eleito em poderio; ele é o motivo de louvor para os seus santos. É um hino para os filhos de Israel, este povo que ele ama e lhe pertence. ℟.
℣. Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro Paráclito, que há de permanecer eternamente convosco. (Jo 14, 16) ℟.
Evangelho (Jo 16, 12-15)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará.
14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedícite gentes Dóminum Deum nostrum, et obaudíte vocem laudis eius: qui pósuit ánimam meam ad vitam, et non dedit commovéri pedes meos: benedíctus Dóminus, qui non amóvit deprecatiónem meam, et misericórdiam suam a me, allelúia. (Ps. 65, 8. 9. 20)
Vernáculo:
Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor! (Cf. LH: Sl 65, 8. 9. 20)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, que, pelo sublime diálogo deste sacrifício, nos fazeis participar de vossa única e suprema divindade, concedei que, conhecendo vossa verdade, lhe sejamos fiéis por toda a vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Quando vier o paráclito que vos enviarei, o Espírito de verdade que procede do Pai, ele dará testemunho de mim e vós também o dareis, diz o Senhor, aleluia! (Cf. MR: Jo 15, 26)
Depois da Comunhão
Ó Deus de bondade, permanecei junto ao vosso povo e fazei passar da antiga à nova vida aqueles a quem concedestes a comunhão nos vossos mistérios. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 17/05/2023
Sem o Espírito, nada entendemos
“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora”, sem a luz do Espírito que Eu vos enviarei de junto do Pai.
No Evangelho de hoje, o Senhor nos diz que precisamos da luz do Espírito Santo para compreender os seus ensinamentos: “Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora”, porque ainda não recebestes o Espírito que conduz à plena verdade. Tudo isso significa que, mesmo nas mãos do melhor Mestre, a nossa inteligência pouco pode se não for iluminada do alto. Assim aconteceu com os discípulos, como consta claramente no Evangelho: eles viram a Cristo, creram em sua palavra e, até certo ponto, a entenderam; mas, abandonados às próprias forças, não eram capazes de ir mais a fundo e captar o sentido dos mistérios de que lhes falava o Senhor. Era necessário, pois, que Ele morresse, ressuscitasse, ascendesse aos céus e de lá nos enviasse o seu Espírito, a fim de acender em nós a luz necessária para enxergarmos a verdade de Deus. Antes de Pentecostes, os discípulos já tinham fé, é verdade; tratava-se, porém, de uma fé imatura, de raízes superficiais, que se aprofundaria e robusteceria imensamente depois daquela noite no Cenáculo. Também nós, na nossa caminhada espiritual, temos de passar por essas fases de amadurecimento na fé, ou seja, de progressiva compreensão do que o Senhor nos deseja comunicar por sua palavra. Por isso, peçamos frequentemente — todos os dias, se possível — a luz do Espírito Santo, sem cujo auxílio permaneceremos nos limites estreitos de nossa compreensão humana de verdades que superam sem medida a nossa pobre inteligência criada.
Deus abençoe você!
Mesmo os que foram agraciados com o dom da fé precisam, à semelhança dos Apóstolos, receber a luz do Espírito Santo para chegar a compreender o sentido profundo e verdadeiro das palavras de Nosso Senhor. Sem esse auxílio e iluminação sobrenatural, seremos incapazes de compreender tudo aquilo que Jesus nos quis ensinar. Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 17 de maio, e peçamos ao Espírito da Verdade que ilumine nossas almas e nos leve à plena verdade, como Cristo nos prometeu.
Santo do dia 17/05/2023
São Pascoal Bailão, Religioso (Memória Facultativa)
Local: Villarreal, Espanha
Data: 17 de Maio† 1592
Nascido no dia de Pentecostes, 16 de maio de 1540, em Torre Hermosa no reino espanhol de Aragão e morto nas proximidades de Valência, em Vilarreal, a 17 de maio de 1592, dia de Pentecostes, este humilde “irmão leigo”, que não se julgou digno do sacerdócio, foi realmente “pentecostal” isto é, favorecido extraordinariamente pelos dons do Espírito Santo, entre os quais o da sabedoria infusa. Pascoal Baylon, iletrado, passou os anos de vida religiosa exercendo a modesta função de porteiro, mas é considerado o teólogo da eucaristia, não só pelas disputas que sustentou contra os calvinistas da França durante uma viagem sua a Paris, mas também por seus escritos que nos deixou, uma espécie de compêndio dos maiores tratados sobre esse assunto.
Acima das doutas dissertações, a eucaristia foi o centro da sua intensa vida espiritual e mereceu ser proclamado pelo papa Leão XIII patrono das obras eucarísticas e mais tarde patrono dos congressos eucarísticos internacionais. Os seus biógrafos contam que durante as exéquias, no momento da elevação da hóstia e do cálice, o irmão já enrijecido da morte reabriu os olhos para fixar o pão e o vinho da mesa eucarística e prestar seu último testemunho de amor ao divino sacramento.
Seus pais, muito pobres, o haviam encaminhado ao trabalho em tenra idade, mandando pastorear as ovelhas da família e mais tarde a servir de empregado de rico criador. Longe do convívio humano e da igreja, passava horas inteiras em oração, privando-se do pouco alimento para mortificar o próprio corpo, que seguidamente submetia a flagelações. Aos dezoito anos fez o pedido de ser admitido no convento de santa Maria de Loreto dos franciscanos reformados, mas a resposta foi claramente negativa. Ele por sua vez rejeitou uma rica herança que lhe ofereceu um grande criador daquela região, Martino Garcia. Enfim, a fama da santidade e de alguns prodígios operados abriram-lhe as portas do convento, onde pôde emitir os votos religiosos a 2 de fevereiro de 1564, como “irmão leigo”, pois não se julgava digno de aspirar ao sacerdócio.
Enquanto apascentava o rebanho pouco distante do convento, antes de ser admitido, caía em êxtase ao som da campainha da elevação. Este impulso de devoção eucarística foi também a característica da sua vida religiosa, durante a qual acrescentou as mortificações ao corpo, debilitando-o até o limite da capacidade e da resistência. Morreu jovem, com a idade de cinquenta e dois anos. Vinte e seis anos depois, a vinte e nove de outubro de 1618, era proclamado bem-aventurado, e em 1690, santo.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Pascoal Bailão, rogai por nós!


