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3º Domingo do Advento

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Antífona de entrada

Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo. (Cf. Fl 4, 4-5)
Gaudéte in Dómino semper: íterum dico, gaudéte: modéstia vestra nota sit ómnibus homínibus: Dóminus prope est. Nihil sollíciti sitis: sed in omni oratióne petitiónes vestrae innotéscant apud Deum. Ps. Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob. (Phil. 4, 4. 5; Ps. 84)
Vernáculo:
Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos! O Senhor está próximo. (Cf. MR: Fl 4, 4-5) Seja a vossa amabilidade conhecida de todos! O Senhor está próximo. (Cf. Bíblia CNBB: Fl 4, 5) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)

Coleta

Ó Deus que vedes o vosso povo esperando fervoroso o Natal do Senhor, concedei-nos chegar às alegrias da salvação e celebrá-las sempre com intenso júbilo na solene liturgia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Is 35, 1-6a. 10


Leitura do Livro do profeta Isaías


Alegre-se a terra que era deserta e intransitável, exulte a solidão e floresça como um lírio. 2Germine e exulte de alegria e louvores. Foi-lhe dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e de Saron; seus habitantes verão a glória do Senhor, a majestade do nosso Deus.

3Fortalecei as mãos enfraquecidas e firmai os joelhos debilitados. 4Dizei às pessoas deprimidas: “Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. 5Então se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos. 6aO coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos.

10Os que o Senhor salvou, voltarão para casa. Eles virão a Sião cantando louvores, com infinita alegria brilhando em seus rostos: cheios de gozo e contentamento, não mais conhecerão a dor e o pranto.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 145(146), 7. 8-9a. 9bc-10 (R. cf. Is 35, 4)


℟. Vinde, Senhor, para salvar o vosso povo!


— O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. ℟.

— O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído, o Senhor ama aquele que é justo, é o Senhor que protege o estrangeiro. ℟.

— Ele ampara a viúva e o órfão, mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará. ℟.

Segunda Leitura — Tg 5, 7-10


Leitura da Carta de São Tiago


Irmãos: 7Ficai firmes até à vinda do Senhor. Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera.8Também vós, ficai firmes e fortalecei vossos corações, porque a vinda do Senhor está próxima. 9Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para que não sejais julgados. Eis que o juiz está às portas.

10Irmãos, tomai por modelo de sofrimento e firmeza os profetas, que falaram em nome do Senhor.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. O Espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção, enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação! (Is 61, 1) ℟.

Evangelho — Mt 11, 2-11


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 2João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, 3para lhe perguntarem: “És tu, aquele que há de vir, ou devemos esperar um outro?”

4Jesus respondeu-lhes: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: 5os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. 6Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”

7Os discípulos de João partiram, e Jesus começou a falar às multidões sobre João: “O que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? 8O que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Mas os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. 9Então, o que fostes ver? Um profeta? Sim, eu vos afirmo, e alguém que é mais do que profeta. 10É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. 11Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Benedixísti, Dómine, terram tuam: avertísti captivitátem Iacob: remisísti iniquitátem plebis tuae. (Ps. 84, 2)


Vernáculo:
Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo. (Cf. LH: Sl 84, 2-3a)

Sobre as Oferendas

Possamos, Senhor, oferecer-vos sem cessar este nosso sacrifício, para que, ao celebrarmos o sacramento que nos destes, realizem-se em nós as maravilhas da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Dizei aos desanimados: coragem, não temais; eis que chega o nosso Deus, ele mesmo nos salvará. (Cf. Is 35, 4)
Dicite: Pusillánimes confortámini, et nolíte timére: ecce Deus noster véniet, et salvábit nos. (Cf. Is. 35, 4; ℣. Cant. Isaiae 35, 1. 2cd. 2ef. 3. 5. 6ab. 6cd. 7ab)
Vernáculo:
Dizei aos desanimados: coragem, não temais; eis que chega o nosso Deus, ele mesmo nos salvará. (Cf. MR: Is 35, 4)

Depois da Comunhão

Imploramos, Senhor, vossa clemência, para que estes divinos auxílios nos purifiquem dos pecados e nos preparem para as festas que se aproximam. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 14/12/2025


A alegria de sermos livres em Deus


No Natal celebramos o encontro de duas liberdades: a divina, que escolheu morrer por nós, escravos, justamente a fim de redimir a nossa, da qual havíamos abusado pelo pecado.

Estamos no 3.º Domingo do Advento, dia em que a Igreja se veste de paramentos cor-de-rosa, também chamado Domingo Gaudete, pois se recorda na Antífona de entrada aquele versículo de São Paulo aos filipenses: Gaudete in Domino semper. Mas por que é de alegria este domingo? A alegria do Advento deve-se à proximidade de Deus, realidade central do cristianismo. O nascimento de Jesus não é o de um homem qualquer. É a vinda de Deus, nascido de forma surpreendente. Ninguém esperava que Ele viesse, muito menos que viesse assim. Jesus é de fato um Deus inesperado. Esperávamos um salvador, o Messias, mas não imaginávamos que Deus viesse em pessoa. E, no entanto, foi o que aconteceu.A Primeira Leitura, tirada do profeta Isaías, recorda-nos exatamente isso. É Deus mesmo quem vem nos salvar. “Criai ânimo, não tenhais medo. Vede: é vosso Deus”. Ora, se Isaías diz: “Animai-vos, Deus está chegando”, como então pode dizer em seguida: “É a vingança que vem”? Se é a vingança que vem, o que deveríamos ter é medo, desânimo, desespero… Se Deus vem com vingança, que será de nós? É que Deus vem para se vingar do mal que nos escraviza. Eis a alegria do Advento.Quando se fala da vinda de Cristo, muitos se enchem de pavor, como se fossem crianças fazendo arruaça enquanto os pais estão fora, mas eis que, de repente, chegam os “desmancha prazer”: abre-se a porta, e o pai, surpreendido pela algazarra, já sai desferindo sentenças sem terminar o interrogatório: “Quem foi que aprontou isso? Fulano, de castigo! Para o quarto agora!” É mais ou menos essa ideia que muitos têm de Deus: somos crianças desobedientes, e Ele vem com cinto em mãos. Nada disso. Na verdade, somos prisioneiros das pessoas mais cruéis — nós mesmos! —, como escravo é o olho, feito para enxergar, quando é cego; como escravo é o ouvido, feito para ouvir, quando é surdo; como escrava é a perna, feita para andar, quando é coxa; como escravo é o coração, feito para amar, quando é egoísta.“Deus vem com vingança”, diz o profeta Isaías, e “o coxo saltará como um servo e se desatará a língua dos mudos, se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos”. Sim, a vingança há de vir para nos libertar o coração, escravo do egoísmo. Deus vem matar o egoísta que habita em nós, isto é, vem libertar-nos de nós mesmos. E, no entanto, o cristianismo encontra nas almas um grande obstáculo, que é o não querer aceitar a liberdade, ao menos a verdadeira liberdade, pregada pela santa Igreja de Cristo.De certa forma, até o protestantismo caiu na armadilha de negar ao homem a verdadeira liberdade, seja por fatalismo, seja por predestinacionismo. É conatural ao homem caído procurar razões que o desresponsabilizem dos próprios atos: “Foi o diabo quem me obrigou”, diz um; “Foram traumas de infância’, diz outro; “Fui abandonado num orfanato”, diz aquele; “É tudo culpa das drogas”, diz este; ou então: “Viciei-me em sexo”, “Agi assim porque não sou livre”. É o refrão mais repetido da história.Todas as ideologias criam pretextos com verniz de teoria para nos tirar a liberdade que a tanto custo busca defender a Igreja Católica. O marxista diz: “Fulano não é responsável por isso. É um oprimido do sistema. A sociedade injusta, eis o que o levou a roubar, matar, estuprar, cometer incesto, praticar atos terroristas”… Que dizem os sábios deste mundo? Que não somos livres. Todos os sistemas inventados por cabeças humanas fazem coro ao menos nisto: “Pobre homem! Tu não és responsável pelo que fazes. O culpado é outro”. Para alguns pentecostais, o culpado é o diabo; para os calvinistas, o culpado acaba sendo Deus mesmo, que predestina alguns à perdição; para os luteranos, o culpado é a natureza, depravada a tal ponto pelo pecado original, que a santidade não é mais do que um título externo, artificial, não uma verdadeira transformação.Assim vive a humanidade, presa por correntes criadas por ela mesma. Forjamos desculpas. Temos pernas capazes de andar, mas nos apoiamos em muletas. Sim, a verdade é que somos livres, e a santa Igreja Católica é a única instituição no mundo, pelo menos a única de relevância internacional e histórica, que defende a liberdade humana: “Sois livres porque Deus é livre. Deus foi livre para vos criar livres e permitir que colocássemos tudo a perder. Portanto, vós que pecastes mereceis de fato o inferno. Não inventeis desculpas”.É uma tragédia e, ao mesmo tempo, uma grande alegria: o ser humano foi criado livre por Deus. Ele “correu o risco” de nos criar livres. Fomos nós que abusamos da liberdade para fazer as cadeias, os grilhões e a cela em que estamos aprisionados. Vivemos presos por nossas próprias mãos, escravos do egoísmo. E a Igreja, se, por um lado, defende nossa liberdade, por outro, alerta sobre nossa incapacidade de sair do estado em que nos pusemos, sobre a miséria de que somos ao mesmo tempo artífices e vítimas.Somos vítimas e autores do mais terrível crime. Não podemos fugir à verdade: somos maravilhosamente livres; mas também miseravelmente livres para nos condenar à escravidão do pecado. Esse drama, a Igreja o proclama sem medo, por isso se veste hoje de rosa, uma mistura de roxo e branco, de liberdade e escravidão, de alegria e tristeza. Gaudete, “Alegrai-vos, alegrai-vos no Senhor”, Dominus enim prope est, “pois o Senhor está próximo”.Ele está próximo e vem, como diz Isaías na I Leitura, com a vingança, para punir e destruir. Mas destruir o quê? Nosso egoísmo e nossa miséria. Ele vem libertar-nos de nós mesmos. É por isso que no Evangelho, quando os discípulos de João perguntam a Jesus se é Ele mesmo quem devia vir ou tinham de esperar outro, Cristo diz: “Digam a João o que estais ouvindo” na pregação “e o que estais vendo” nas obras e milagres. “Vedes os cegos recuperar a vista e os paralíticos andar”: olhos antes escravos agora enxergam, pernas antes escravas agora andam, leprosos de pele escrava são curados; os ouvidos, escravos da surdez, ouvem; os defuntos, escravos da morte, ressuscitam; os pobres, escravos da ignorância, são evangelizados e recebem a Palavra de Deus. Portanto, alegrai-vos, alegrai-vos porque Deus veio libertar-nos!Mas como Ele há de o fazer? Eis aqui, em segundo lugar, o que a santa Igreja proclama alto e bom som: Deus quis livremente morrer por nós. Diz o famoso jornalista, escritor, filósofo, ensaísta e literato inglês, G. K. Chesterton que é muito difícil entender Jesus porque Ele é tão verdadeiro, que é impossível enquadrá-lo em categorias humanas. É por isso que os homens inventam vários “cristos” medíocres, à sua própria imagem e semelhança. As ideias que as pessoas têm de Jesus são muitas vezes corretas, mas sempre incompletas. Por quê? Porque Cristo não veio nem como simples mestre (como os “mestres” de outras religiões, como um Confúcio) nem como simples profeta (como os “profetas” de outras religiões, como um Maomé) nem como místico, alguém que recebeu “luzes do alto”. Não. Cristo veio ao mundo com uma missão. Morrer.Eis a verdade católica. Deus, num ato de suprema liberdade, decidiu vir ao mundo morrer por nós. E quase ninguém quer aceitá-lo. Rebelde, o mundo esperneia porque não aceita duas liberdades. Da primeira já tratamos: é a liberdade de pecar, o que supõe plena responsabilidade pelos próprios atos; a segunda é a de Deus, liberdade de chegar a extremos de amor. Todo o mundo está disposto a aceitar Jesus, desde que Ele não passe de um “iluminado”, um profeta, um guia, um mestre entre tantos. Mas poucos são os que se dispõem a aceitar que Ele é Deus, livre para vir, livre para nascer de uma Virgem, livre enfim para morrer por amor aos homens.No Evangelho deste domingo, João manda uma comitiva de discípulos perguntar se Jesus é mesmo aquele que devia vir. Santo Tomás de Aquino, em comentário a esse trecho, diz que o Batista parece estar em dúvida se Jesus é ou não o Messias enviado por Deus, mas que isso é impossível, pois duvidar de Jesus como Cristo e Deus encarnado já é apostasia, negação da fé. Ora, se João Batista era santo, cheio do Espírito de Deus desde o ventre materno e Precursor do Messias, não poderia ignorar quem era Cristo nem cair em apostasia.Por que o pergunta, então? Porque o Batista, como indica Lucas, fora encarcerado por Herodes, e os demais discípulos que ainda o seguiam precisavam ser finalmente conduzidos a Jesus. João já tinha dito: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”, já tinha apontado para Jesus pessoalmente, embora nem todos o tivessem seguido. Mas agora, preso e às portas do martírio, desfaz-se dos últimos discípulos, enviados a ver com os próprios olhos e ouvir com os próprios ouvidos Aquele a quem deviam seguir doravante.Quando os discípulos de João se iam preparando para levar a mensagem de volta, Cristo começa a elogiá-lo, dizendo entre outras coisas que ele cumprira a profecia de Malaquias. Ora, Malaqhiáh quer dizer “mensageiro de Deus”. Trata-se de um profeta cujo nome real não conhecemos, porque Malaquias não é nome próprio, mas título — “o mensageiro de Deus”, ou seja, “o anjo de Deus” (malaq, com efeito, significa “anjo”, “mensageiro”). Explica Santo Tomás de Aquino (super Matth. XII, 1): “Lê-se no livro de Malaquias: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente’”, ou seja, o meu anjo. Ora, por que João Batista é chamado de anjo? — pergunta-se o Aquinate. “Porque o anjo está acima do profeta”, e Jesus disse: “É mais do que um profeta”. Com efeito, o profeta fala de Deus sem tê-lo visto, ao passo que o anjo vê a Deus face a face. Mas João Batista viu a Deus ao ver Jesus, por isso é mais do que os profetas do Antigo Testamento. Estes eram mensageiros de alguém que não tinham visto, enquanto o Batista é mensageiro de alguém a quem viu. Por isso é comparado a um anjo, não por natureza, pois é homem como os outros, mas por título e missão, pois vê ao Deus de quem fala, como os anjos, ao invés de falar de Deus sem tê-lo visto, como os antigos profetas: “Eis que envio o meu anjo à tua frente. Ele vai preparar o teu caminho diante de ti”.Domingo, sim, de alegria, mas de alegria dramática. (O cristianismo, aliás, tem a particularidade de unir coisas aparentemente inconciliáveis. O cristão vê graça em tudo, daí que cristão seja meio sanguíneo, por ter uma concepção alegre do mundo; mas é também meio melancólico, porque vê o drama em que vive o mundo. Somos uma aparente contradição, alegria e drama juntos, como o rosa, mescla entre o drama do roxo e a alegria do branco. Deus nos chama hoje à alegria de saber que somos livres, porque assim nos criou, e ao drama de saber que somos livres, porque livremente nos aprisionamos ao pecado. Neste Domingo Gaudete, alegramo-nos ainda de saber que Deus é livre, por isso veio até nós: “Anuncio-vos uma grande alegria”, dirá o anjo na noite de Natal, e vivemos o drama de saber que Ele veio com a missão de morrer, a fim de nos resgatar dos grilhões em que nós mesmos metemos as mãos.Grande alegria! É Ele quem vem, o Senhor está próximo, o Natal está às portas, mas só se nos prepararmos direito. Falta pouco mais de uma semana. Confessemo-nos para o Natal, livremo-nos de nossas correntes e paremos de repetir que não somos livres, só para não encararmos nossas faltas. É claro que não somos livres no sentido de não termos o poder de nos livrar da culpa de nossos pecados, mas somos livres no sentido de termos o poder de pedir ao Salvador que nos livre dela. É no confessionário que Ele irá derramar mais uma vez o seu Sangue e aplicará a nós os méritos de sua Paixão.Assim receberemos o perdão para finalmente celebrar o Natal. O Natal então será feliz, mais do que alegre, porque a liberdade do homem será enfim restaurada pela liberdade do Deus-Homem, morto em sacrifício de propiciação. É essa a liberdade que nos prepara para a liberdade do amor que esperamos cantar um dia na glória do Céu.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 14/12/2025

São João da Cruz, Presbítero (Memória)
Local: Úbeda, Espanha
Data: 14 de Dezembro † 1591


São João da Cruz é conhecido como um dos grandes expoentes da mística, e como autor de célebres livros de espiritualidade, como A subida do monte Carmelo, Noite escura da alma, Cântico espiritual, Chama viva de amor, e ao mesmo tempo é considerado como o grande reformador da Ordem Carmelita junto com Santa Teresa de Jesus.

Juan de Yepes, seu nome de batismo, foi mudado para João da Cruz quando tomou o hábito de carmelita. Juan Yepes nasceu em Fontiveros, entre Salamanca e Ávila, na Espanha em 1542. Quando criança, perdeu o pai; e a família sofreu pobreza. Sua mãe, à procura de trabalho para sustentar os filhos, mudou-se para Medina, onde João quis experimentar várias profissões, como a de ajudante num hospital. Enquanto se ocupava durante o dia, tomava lições de gramática à noite, no colégio jesuíta.

Aos 21 anos entrou na Ordem Carmelita. Foi enviado para a Universidade de Salamanca a fim de cursar filosofia e teologia. Com 25 anos foi ordenado sacerdote. A disciplina nos conventos carmelitas não o satisfazia e acalentou o desejo de entrar numa Ordem mais austera, como a dos trapistas. Neste tempo de busca, encontrou-se com a grande reformadora dos carmelos, Santa Teresa de Ávila, chamada Santa Teresa de Jesus, que promovia na Espanha a fundação de conventos reformados, dentro da Ordem. Ela, que tinha autorização do superior geral para fundar também conventos reformados masculinos, conseguiu entusiasmar João da Cruz a que, em vez de sair da Ordem, se incumbisse da reforma da disciplina regular dentro da própria Ordem. Depois de fervorosas preces e tendo consultado seu confessor, João chegou à conclusão de que, de fato, esta era a vontade de Deus.

Assim, João da Cruz se tornou pioneiro da reforma carmelitana masculina. Em 1568 surgia o primeiro convento carmelita reformado em Duruelo, origem dos carmelitas descalços. A Reforma prosseguiu a duras penas. Em sua fé profunda, João abraçar-se-ia à cruz dos sofrimentos e das perseguições, dos quais fez um itinerário de ascensão mística para Deus, ou para o alto do Monte Carmelo. Durante nove meses de muitas tribulações na prisão de um dos conventos que se opunham à reforma, João teve oportunidade de temperar sua alma no seguimento do Senhor crucificado. Fugindo do cárcere, continuou com persistência sua obra renovadora.

Pouco antes da morte, teve mais outros graves dissabores, devido a incompreensões e calúnias. Teve que enfrentar um processo de expulsão da Ordem. Acabou não expulso, mas foi exonerado de todos os cargos da Comunidade, passando os últimos meses na solidão e no abandono, Misteriosos os caminhos que a Providência divina escolhe para acrisolar a santidade de seus filhos! Eram três as coisas que ele pedia insistentemente a Deus: primeiro, dar-lhe força para trabalhar e sofrer muito; segundo, não o fazer sair deste mundo como Superior de uma Comunidade; e terceiro, deixá-lo morrer desprezado e escarnecido pelos homens. De fato foi o que aconteceu. Em suas pregações João recomendava as devoções ao Salvador crucificado, à Santíssima Trindade e ao Santíssimo Sacramento. João da Cruz foi uma alma profundamente mística. Elevou-se a um altíssimo grau de santidade, gozando, inclusive, de êxtases e visões. Seus escritos constituem uma das expressões perenes do pensamento místico universal.

Faleceu em Ubeda, a 14 de dezembro de 1591, após uma penosíssima enfermidade, com 49 anos de idade. Guia sábio de gerações de almas para a contemplação e a união com Deus, São João da Cruz foi canonizado em 1726 e declarado Doutor da Igreja por Pio XI em 1926. É considerado o doutor clássico da teologia mística.

Os textos da Liturgia realçam em São João da Cruz o mistério da Cruz de Cristo como caminho de santificação, como apóstolo do mistério da Cruz, o amor pelo Cristo e o total desapego de si mesmo.

Eis a Oração coleta: Ó Deus, que inspirastes ao presbítero São João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória.

A Oração sobre as oferendas pede que possamos imitar em nossa vida os mistérios da Paixão do Senhor celebra dos na Eucaristia.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São João da Cruz, rogai por nós!


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