5ª feira da 6ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Sede para mim um Deus protetor e um lugar de refúgio, para me salvar. Porque sois minha força e meu refúgio e, por causa do vosso nome, me guiais e sustentais. (Cf. MR: Sl 30, 3-4) Sl. Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente! (Cf. LH: Sl 30, 2)
Coleta
Ó Deus, que prometeis permanecer nos corações retos e sinceros, concedei-nos por vossa graça viver de tal maneira que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Gn 9, 1-13
Leitura do Livro do Gênesis
1Deus abençoou Noé e seus filhos, dizendo-lhes: “Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra. 2Vós sereis objeto de medo e terror para todos os animais da terra, todas as aves do céu, tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar: eis que os entrego todos em vossas mãos. 3Tudo o que vive e se move vos servirá de alimento. Entrego-vos tudo, como já vos dei os vegetais.
4Contudo, não deveis comer carne com sangue, que é sua vida. 5Da mesma forma, pedirei contas do vosso sangue, que é vida, a qualquer animal. E ao homem pedirei contas da vida do homem, seu irmão. 6Quem derramar sangue humano, por mãos de homem terá seu sangue derramado, porque o homem foi feito à imagem de Deus. 7Quanto a vós, sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a”. 8Disse Deus a Noé e a seus filhos: 9“Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, 10com todos os seres vivos que estão convosco: aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra, que saíram convosco da arca.
11Estabeleço convosco a minha aliança: nenhuma criatura será mais exterminada pelas águas do dilúvio, e não haverá mais dilúvio para devastar a terra”. 12E Deus disse: “Este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós, e todos os seres vivos que estão convosco, por todas as gerações futuras. 13Ponho meu arco nas nuvens como sinal de aliança entre mim e a terra.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 101(102), 16-18. 19-21. 29 e 22-23 (R. 20b)
℟. O Senhor olhou a terra do alto céu.
— As nações respeitarão o vosso nome, e os reis de toda a terra, a vossa glória; quando o Senhor reconstruir Jerusalém e aparecer com gloriosa majestade, ele ouvirá a oração dos oprimidos e não desprezará a sua prece. ℟.
— Para as futuras gerações se escreva isto, e um povo novo a ser criado louve a Deus. Ele inclinou-se de seu templo nas alturas, e o Senhor olhou a terra do alto céu, para os gemidos dos cativos escutar e da morte libertar os condenados. ℟.
— Assim também a geração dos vossos servos terá casa e viverá em segurança, e ante vós se firmará sua descendência. Para que cantem o seu nome em Sião e louve ao Senhor Jerusalém, quando os povos e as nações se reunirem e todos os impérios o servirem. ℟.
℣. Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Cf. Jo 6, 63c. 68c) ℟.
Evangelho — Mc 8, 27-33
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?”
28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”. 30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente.
Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás!” Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedíctus es Dómine, doce me iustificatiónes tuas: benedíctus es Dómine, doce me iustificatiónes tuas: in lábiis meis pronuntiávi ómnia iudícia oris tui. (Ps. 118, 12. 13)
Vernáculo:
Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; os vossos mandamentos ensinai-me! Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero os decretos que ditou a vossa boca. (Cf. LH: Sl 118, 12. 13)
Sobre as Oferendas
Este sacrifício, Senhor, nos purifique e renove e seja causa de recompensa eterna para os que fazem a vossa vontade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Pois Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. (Jo 3, 16)
Vernáculo:
Eles comeram e beberam à vontade. O Senhor satisfizera os seus desejos. (Cf. MR: Sl 77, 29-30)
Depois da Comunhão
Senhor, que nos fizestes provar as alegrias do céu, dai-nos desejar sempre o alimento que nos traz a verdadeira vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 20/02/2025
Quem progride na fé cresce no amor
“Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: ‘Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens’”.
A liturgia de hoje apresenta o evangelho da profissão de fé de São Pedro, narrado aqui pelo evangelista São Marcos. Nós sabemos que o Evangelho de Marcos está intimamente ligado ao próprio São Pedro, já que Marcos era seu intérprete. Por isso, podemos dizer que no segundo Evangelho ouvimos o testemunho do Príncipe dos Apóstolos.É importante dizer isso porque todo o Evangelho de Marcos está organizado em duas partes, tendo como núcleo a profissão de fé de São Pedro. Numa primeira parte, Jesus faz milagres e ações extraordinárias para que os discípulos compreendam, pela fé, que Ele é Deus. Jesus está tentando suscitar neles a fé, de modo semelhante ao que aconteceu na cura do cego, sobre a qual meditamos ontem. Primeiro ele começa a ver os homens como árvores, depois acontece a cura definitiva.Também aqui a fé de Pedro tem essas duas etapas: na primeira, Pedro vê que Cristo é o Messias, como ele professa neste momento; mas ainda não compreende profundamente o que isso significa. Ele já tem fé, já vê um lampejo da luz da graça divina, sabe que Cristo é o próprio Filho de Deus, mas ainda não entende a necessidade do caminho da cruz.Quando Jesus, então, vendo a fé de Pedro, começa a falar do seu sacrifício redentor em Jerusalém, São Pedro rejeita essa ideia, repreende Jesus e, por isso, ele próprio passa a ser repreendido por Nosso Senhor. São Pedro, com uma mentalidade humana, quer seguir o Cristo sem cruz, quer uma religião analgésica, uma religião de um Deus que está ao nosso serviço e que não pede de nós o sacrifício do amor. No entanto, Jesus quer exatamente nos colocar nesta dinâmica do sacrifício para que, crescendo de fé em fé, sejamos capazes de finalmente chegar ao fruto maduro, o fruto sazonado do amor.Em nosso caminho de fé também somos assim. Inicialmente, começamos pedindo mais fé, vamos crescendo na fé, e assim nos aproximando de Deus. A fé é como se fosse o cordão umbilical que nos une a Deus e que alimenta a nossa alma até que, finalmente, a “criança” esteja plenamente formada, para então poder, de fato, realizar o sacrifício do amor, a entrega do amor.A fé claudicante, manca e meio trôpega daqueles que começam a caminhar não é qualitativamente a mesma fé que a dos mártires, daqueles que entregam a vida, daqueles que se doam e se sacrificam por amor a Cristo. Isso porque a nossa fé também cresce. Inicialmente, uma fé pequena nos dá o amor de servo, o amor de quem quer simplesmente cumprir os Mandamentos e obrigações. Ao crescermos na fé, conseguimos amar como um filho, que quer servir o pai o tempo inteiro. Finalmente, tendo crescido ainda mais na fé, chegamos ao amor maduro da esposa que quer retribuir o amor do seu esposo, o qual se entregou na cruz dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado”. A esposa também quer se entregar e carregar a cruz por amor.Se com Ele morremos, com Ele viveremos. Sim, a profissão de fé de São Pedro nos ensina a parar de ver homens em forma de árvores e chegar finalmente a ver o sacrifício da cruz como um ato de amor. O Pedro que esperneia aqui já tem fé, mas ainda está bem distante daquela fé radiosa que um dia fará com que ele se sacrifique na cruz em Roma, derramando o seu sangue e confirmando a fé dos irmãos.
Deus abençoe você!
O episódio da profissão de fé de São Pedro, evento central no Evangelho de Marcos, manifesta-nos o vínculo estreitíssimo que há entre essa mesma virtude teologal e o sacrifício de nossas vidas que todos, sem exceção, temos de estar dispostos a fazer por amor a Cristo. Pois se confessamos com os lábios que Jesus é o Senhor, devemos então tomar a nossa cruz e tudo suportar por Aquele que, amando-nos até o extremo, fez-se sacrifício pelos nossos pecados.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 20 de fevereiro, e entenda de que maneira a fé e sofrimento nos podem conduzir à maturidade no amor.
Santo do dia 20/02/2025
Santos Francisco e Jacinta Marto (Memória Facultativa)
Local: Fátima, Portugal
Data: 20 de Fevereiro † 1919-1920
Francisco e Jacinta Marto são os mais novos dos sete filhos de Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus, habitantes da freguesia de Fátima, no concelho de Vila Nova de Ourém, na Diocese de Leiria, Portugal.
Francisco nasceu a 11 de junho de 1908 em casa paterna, na localidade de Aljustrel, e foi batizado a 20 do mesmo mês na igreja paroquial de Fátima. A sua irmã Jacinta nasceu a 11 de março de 1910, também na casa dos pais, e foi batizada a 19 do mesmo mês na igreja paroquial.
Cresceram num ambiente familiar de condições modestas, num país agrícola, tranquilo e separado de um Portugal que vivia em turbulência política e social.
Os irmãos não frequentavam a escola. Eles não sabiam ler nem escrever e conheciam poucas noções de geografia, história e o pensamento do mundo além de suas montanhas. A sua educação cristã foi muito simples: aprenderam o catecismo em casa ou com a sua tia, a mãe da sua prima Lúcia que, juntamente com eles, será uma das videntes de Fátima.
Os pais também lhes deram com a vida um exemplo de fé comprometida: participação dominical na Eucaristia, oração familiar, verdade e respeito por todos, caridade para com os pobres e necessitados. Ainda pequenos, começaram a cuidar do rebanho dos pais: Francisco tinha então 8 anos e Jacinta 6. Passavam a maior parte dos dias cuidando das ovelhas, junto com a prima Lúcia, também pastora.
Em 1916, na primavera, verão e outono, juntamente com Lúcia, tiveram as aparições do Anjo da Paz. Em 1917 foram visitados por Nossa Senhora do Rosário, de maio a outubro no dia 13 de cada mês, exceto em agosto. Neste mês a aparição ocorreu no dia 19, pois os Pastorinhos permaneceram na prisão de Ourém de 13 a 15 de agosto de 1917.
Seu caráter calmo e pacífico emerge da figura de Francisco. Ele é lembrado cheio de admiração pela criação na qual provou a beleza do Criador. A paz que daí tirava era então passada aos seus amigos, entre os quais sabia ser sinal de harmonia, mesmo quando ocorriam brigas ou ofensas.
Após as aparições do Anjo e da Virgem Maria, ele desenvolverá um estilo de vida caracterizado pela adoração e contemplação. Sempre que possível ele se refugiava em algum lugar isolado para orar sozinho. Muitas vezes passava longas horas no silêncio da igreja paroquial, perto do tabernáculo, para fazer companhia a Jesus escondido. Em sua intimidade com Deus, Francisco vislumbra um Deus entristecido pelos sofrimentos que existem no mundo, sofre junto com ele e deseja consolá-lo. O menino, que não ouviu a voz do Anjo e da Senhora, mas apenas os viu, é o mais contemplativo dos três videntes. Na sua vida é evidente como a oração se nutre da escuta atenta do silêncio em que Deus fala. Deixa-se habitar pela presença inefável de Deus - "Senti que Deus estava dentro de mim, mas não sabia como ele era!" - e é a partir desta presença que acolhe também os outros na sua oração. A vida de fé de Francisco é uma vida de contemplação.
Em outubro de 1918 adoeceu durante uma epidemia de broncopneumonia. Agravou-se progressivamente até abril de 1919. Em 2 de abril confessou e no dia seguinte recebeu Viático em sua casa. No dia seguinte, 4 de abril, por volta das 22h, faleceu pacificamente, em casa, cercado por familiares.
Foi sepultado no cemitério de Fátima em 5 de abril de 1919. Em 13 de março de 1952, seus restos mortais foram transferidos para a Basílica da Santíssima Virgem do Rosário de Fátima.
Dom José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, abriu, a 30 de abril de 1952, o Processo de Informação sobre a fama de santidade e virtudes de Francisco Marto. O julgamento terminou em 1 de agosto de 1979.
Jacinta tinha um caráter afetuoso e extrovertido, embora um tanto caprichoso. Tinha um carinho especial por sua prima Lúcia e tinha uma sensibilidade muito delicada, tocada tanto pela beleza da natureza quanto pelo sofrimento dos pobres e doentes.
Impressionada com as aparições do Anjo e da Virgem Maria, ela fica especialmente impressionada com os sofrimentos dos "pobres pecadores" e com a missão e o sofrimento do Santo Padre. De fato, depois desses encontros com o Céu, seu caráter caprichoso e egocêntrico dará lugar a um coração generoso, esquecido de si mesmo e que vive antes para o bem dos outros, oferecendo orações e sacrifícios em benefício de todos os que vê.
O perfil espiritual da Jacinta é assim marcado pela generosidade da fé e doação pelos outros. Ela expressa muitas vezes o desejo de compartilhar com todos aqueles o amor ardente que sente pelos corações de Jesus e Maria. Todos os aspectos particulares do seu dia, incluindo os sofrimentos devidos à doença subsequente, são uma ocasião de oferta a Deus pela conversão dos pecadores e pelo Santo Padre. Ela compartilha seu lanche com os pobres, oferecendo assim o sacrifício de seu jejum como sinal de sua vontade de ser totalmente de Deus em favor dos outros. Nas suas memórias, Lúcia diz dela que rezar e sofrer por amor "era o seu ideal, era disso que falava". A vida de fé da Jacinta é uma vida de compaixão.
No final de 1918 Jacinta adoeceu com broncopneumonia. Permaneceu internada no Hospital de Vila Nova, em Ourém, de 1 de julho a 31 de agosto de 1919. A partir desse dia, ficou com uma ferida no lado esquerdo do peito. Ela volta para casa com a saúde mais precária.
Em janeiro de 1920 trouxeram-na para Lisboa para ser tratada no melhor hospital pediátrico do estado, o Hospital D. Estefania.
Entre 21 de janeiro e 2 de fevereiro de 1920 reside no Orfanato da Beata Vergine dei Miracoli, onde passa muitas horas em adoração ao Santíssimo Sacramento.
Em 2 de fevereiro de 1920, ela foi hospitalizada com diagnóstico de pleurisia purulenta e osteíte de duas costelas. Ela decide pela cirurgia, apesar de Jacinta insistir que é inútil.
Ela foi operada em 10 de fevereiro de 1920, duas costelas foram retiradas, mas a grande ferida no lado esquerdo do peito permaneceu.
Na tarde de 20 de fevereiro Jacinta pediu para receber os sacramentos, especialmente a comunhão eucarística. O capelão do hospital adia para o dia seguinte, embora a menina insista que pode recebê-los no mesmo dia. Ela morreu sozinha - como Nossa Senhora lhe disse - em 20 de fevereiro de 1920 às 22h30.
Foi sepultada a 24 de fevereiro no cemitério de Ourém, num túmulo cedido pelos Barões de Alvaiazere.
Em 12 de setembro de 1935, seus restos mortais são transportados para o cemitério de Fátima e em 1 de maio de 1951 são transferidos para a Basílica da Santíssima Virgem do Rosário de Fátima.
Dom José Alves Correia da Silva, bispo de Leiria, a 30 de abril de 1952, abriu o Processo de Informação sobre a fama de santidade e virtudes de Jacinta Marto. O julgamento terminou em 2 de junho de 1979.
Juntamente com seu irmão Francisco, Jacinta foi beatificada por São João Paulo II em Fátima no dia 13 de maio de 2000. Ambos canonizados pelo Papa Francisco, 17 anos depois, no dia 13 de maio de 2017, no Centenário das Aparições da Ssma. Virgem Maria em Fátima.
Fonte: causesanti.va (adaptado)
Santos Francisco e Jacinta Marto, rogai por nós!