Conversão de São Paulo, Apóstolo, Festa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Sei em quem acreditei, e estou certo de que ele é poderoso para guardar até aquele dia o que me foi confiado, o Senhor, justo juiz. (Cf. MR: 2Tm 1, 12) Sl. Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto. (Cf. LH: Sl 138, 1-2)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, que instruístes todos os povos pela pregação do apóstolo São Paulo, concedei aos que celebramos hoje a sua conversão caminhar para vós, seguindo o seu exemplo e ser para o mundo testemunhas da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 22, 3-16
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo disse ao povo: 3“Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da Lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. 4Persegui até à morte os que seguiam este Caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. 5Disso são minhas testemunhas o Sumo Sacerdote e todo o conselho dos anciãos. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá, a fim de prender todos os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados. 6Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. 7Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ 8Eu perguntei: ‘Quem és tu, Senhor?’ Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu estás perseguindo’. 9Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. 10Então perguntei: ‘Que devo fazer, Senhor?’ O Senhor me respondeu: ‘Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer’. 11Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pela mão dos meus companheiros. 12Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à Lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, 13veio encontrar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista!’ No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. 14Ele, então, me disse: ‘O Deus de nossos antepassados escolheu-te para conheceres a sua vontade, veres o Justo e ouvires a sua própria voz. 15Porque tu serás a sua testemunha diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. 16E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!’”
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Ou:
Primeira Leitura — At 9, 1-22
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, “1Saulo só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Ele apresentou-se ao Sumo sacerdote 2e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, a fim de levar presos para Jerusalém os homens e mulheres que encontrasse seguindo o Caminho. 3Durante a viagem, quando já estava perto de Damasco, Saulo, de repente, viu-se cercado por uma luz que vinha do céu. 4Caindo por terra, ele ouviou uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” 5Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” A voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu estás perseguindo. 6Agora, levanta-te, entra na cidade, e ali te será dito o que deves fazer”. 7Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de espanto, porque ouviam a voz, mas não viam ninguém. 8Saulo levantou-se do chão e abriu os olhos, mas não conseguia ver nada. Então pegaram nele pela mão e levaram-no para Damasco. 9Saulo ficou três dias sem poder ver. E não comeu nem bebeu. 10Em Damasco, havia um discípulo chamado Ananias. O Senhor o chamou numa visão: “Ananias!” E Ananias respondeu: “Aqui estou, Senhor!” 11O Senhor lhe disse: “Levanta-te, vai à rua que se chama Direita e procura, na casa de Judas, por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está rezando”. 12E, numa visão, Saulo contemplou um homem chamado Ananias, entrando e impondo-lhe as mãos para que recuperasse a vista. 13Ananias respondeu: “Senhor, já ouvi muitos falarem desse homem e do mal que fez aos teus fiéis que estão em Jerusalém. 14E aqui em Damasco ele tem plenos poderes, recebidos dos sumos sacerdotes, para prender todos os que invocam o teu nome”. 15Mas o Senhor disse a Ananias: “Vai, porque esse homem é um instrumento que escolhi para anunciar o meu nome aos pagãos, aos reis e ao povo de Israel. 16Eu vou mostrar-lhe quanto ele deve sofrer por minha causa”. 17Então Ananias saiu, entrou na casa, e impôs as mãos sobre Saulo, dizendo: “Saulo, meu irmão, o Senhor Jesus, que te apareceu quando vinhas no caminho, ele me mandou aqui para que tu recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo”. 18Imediatamente caíram dos olhos de Saulo como que escamas e ele recuperou a vista. Em seguida, Saulo levantou-se e foi batizado. 19Tendo tomado alimento, sentiu-se reconfortado. Saulo passou alguns dias com os discípulos de Damasco, 20e logo começou a pregar nas sinagogas, afirmando que Jesus é o Filho de Deus. 21Os ouvintes ficavam perplexos e comentavam: “Este não é o homem que, em Jerusalém, perseguia com violência os que invocavam o nome de Jesus? E não veio aqui, justamente para prendê-los e levá-los aos sumos sacerdotes?” 22Mas Saulo se fortalecia cada vez mais e deixava confusos os judeus que moravam em Damasco, demonstrando que Jesus é o Messias.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 116(117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
℟. Ide, por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho.
— Cantai louvores ao Senhor, todas as gentes, povos todos, festejai-o! ℟.
— Pois comprovado é seu amor para conosco, para sempre ele é fiel! ℟.
℣. Eu vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor. (Cf. Jo 15, 16) ℟.
Evangelho — Mc 16, 15-18
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, 15e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! 16Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. 17Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; 18se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Mihi autem nimis honoráti sunt amíci tui, Deus: nimis confortátus est principátus eórum. (Ps. 138, 17)
Vernáculo:
Quão insondáveis são os vossos pensamentos! Incontável, ó Senhor, é o seu número! (Cf. LH: Sl 138, 17)
Sobre as Oferendas
Senhor, ao celebrarmos os divinos mistérios, nós vos pedimos que o Espírito Santo infunda em nós aquela luz da fé que iluminou o apóstolo São Paulo para proclamar sempre a vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome e quando impuserem as mãos sobre os enfermos, estes ficarão curados. (Cf. Bíblia CNBB: Mc 16, 17a. 18b)
Depois da Comunhão
Senhor nosso Deus, o sacramento que recebemos faça crescer em nós o ardor da caridade que inflamou com zelo incansável o apóstolo São Paulo e o levou a permanecer firme na solicitude por todas as igrejas. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 25/01/2025
A caridade de Cristo nos impele!
“Consciente de não tê-la ainda conquistado, só procuro isto: prescindindo do passado e atirando-me ao que resta para a frente, persigo o alvo, rumo ao prêmio celeste, ao qual Deus nos chama, em Jesus Cristo” (Fp 3, 13s).
Celebramos hoje a festa da conversão de São Paulo, fundamental para nós, por ser luz e exemplo, e porque a intercessão do Apóstolo também nos ajuda a dar o passo da nossa própria conversão. São Paulo narra várias vezes sua conversão em Atos dos Apóstolos, mas há uma referência a ela na Carta aos Filipenses que nem sempre notamos.Nela, Paulo descreve sua conversão não de forma narrativa, mas com uma metáfora, dizendo: “Eu fui alcançado por Cristo” (cf. 3,12). Ele se refere a uma corrida: assim como, nos estádios, os atletas correm para conseguir chegar à meta, do mesmo modo Paulo também corria, mas foi alcançado por Cristo, que, tendo-o tocado e convertido, passou à sua frente.Por isso, São Paulo, continuando com a metáfora, diz: “Deixando então o que está para trás, eu me lanço para ver se o alcanço” (cf. 3,13). O verbo usado em grego para “lançar-se” é um termo técnico para descrever o esforço do corredor que, no momento final, quando está prestes a chegar à meta, se lança com um impulso com todo o peso do corpo, sem se preocupar se irá cair ou não, ou seja, deixando tudo o que está atrás e arremessando-se para frente. Mas os corredores o fazem para alcançar uma coroa perecível, enquanto Paulo o faz para alcançar Cristo.Assim como foi a conversão de Paulo, também deve ser a nossa conversão. É necessário deixar o que está para trás e lançar-se devotamente para o que está adiante, cheio de convicção. Um passarinho só voa quando se liberta dos fios que lhe prendem os pés. Precisamos deixar os pecados mortais e veniais, os apegos e as imperfeições, para assim alcançarmos o Cristo que já nos alcançou.A maior parte de nós já deu os primeiros passos na própria conversão: somos batizados, frequentamos a Confissão, vivemos em estado de graça; mas, apesar de tanta participação na Igreja, parece que ficamos estagnados… Por quê? Porque não nos lançamos como São Paulo lançou-se. Ficamos negociando. Não, não é assim! Paulo nos diz: Caritas Christi urget nos! A caridade, o amor que Cristo teve por mim me impele. Ele me alcançou, agora eu devo alcançá-lo; Ele deixou tudo por mim, agora eu devo deixar tudo por Ele; Ele me amou, agora eu devo amá-lo de volta.É assim que seremos felizes. Sim, serão felizes os que amarem de volta o Cristo que nos amou. Esta é a conversão. Deixemos de negociar, deixemos a mornidão, deixemos o cristianismo burguês, acomodado, de “sofá e pipoca”! Precisamos lançar-nos destemidamente no amor de Cristo. Nisso a conversão de São Paulo — seu radicalismo, seu amor, sua devoção, sua prontidão para amar Jesus — nos serve de exemplo.Façamos nosso exame de consciência. A que ainda estou amarrado? Quais são meus pecados “de estimação”, qual é o estilo de vida miserável e medíocre a que não quero renunciar? Façamos como São Paulo, considerando tudo isso lixo, e lancemo-nos, joguemo-nos para alcançar Cristo!
Deus abençoe você!
O que seria de nós se Deus não houvesse chamado à fé em Cristo aquele jovem Saulo de Tarso, fariseu irrepreensível e perseguidor ferrenho dos cristãos? Como poderíamos gloriar-nos hoje da fé que recebemos, se Deus não tivesse alcançado Paulo e o movido por sua graça a lançar-se para frente, deixando para trás e considerando como lixo tudo o que não fosse o conhecimento e o amor de Jesus Cristo, nossa meta e nosso prêmio eterno?Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este sábado, dia 25 de janeiro, e celebre conosco a conversão de São Paulo, Apóstolo dos gentios!
Santo do dia 25/01/2025
Conversão de São Paulo (Festa)
Data: 25 de † c. 67
São quatro os santos que têm na Igreja uma segunda festa ou comemoração. São Pedro e São Paulo possuem uma segunda comemoração em nível de festa. Além da solenidade no dia 29 de junho, São Pedro é comemorado no dia 22 de fevereiro sob o título "Cátedra de São Pedro"; São Paulo, além de sua solenidade também no dia 29 de junho, é comemorado com festa no dia 25 de janeiro, a "Conversão de São Paulo"; São João Batista, além da solenidade de 24 de junho, é comemorado na data do seu martírio no dia 29 de agosto, em nível de memória obrigatória, "O Martírio de São João Batista", sendo que as Laudes e as Vésperas são festivas, isto é, com textos próprios: São José, em sua humildade, além da solenidade no dia 19 de março que cai sempre na Quaresma, contenta-se com uma memória facultativa no dia 1º de maio, "São José Operário".
Antes de ser propriamente uma festa da Conversão de São Paulo é a comemoração de sua vocação, que teve origem numa grande experiência do Cristo Senhor Ressuscitado, no caminho de Damasco (cf. At 9, 4-5). Assim, como os Apóstolos foram impelidos para o anúncio após a experiência de Cristo Jesus durante sua vida pública, mas, sobretudo, após a Ressurreição, também Paulo é chamado e impelido a anunciar o seu Senhor a partir do seu encontro com Ele no caminho de Damasco, com todo o zelo de sua forte e rica personalidade.
As duas festas complementares, a de São Pedro e a de São Paulo, expressam bem a vocação e a missão próprias de cada uma das duas colunas da Igreja. A Festa da Cátedra de São Pedro comemora o papel de Pedro na vida da Igreja, o Vigário de Cristo na Igreja, o Chefe da Igreja, sinal de unidade na verdade. A Festa da Conversão de São Paulo, por sua vez, comemora o papel de Paulo no mistério de Cristo e da Igreja. Paulo é chamado para anunciar o Evangelho de Cristo no mundo inteiro. Para tanto, foi necessário que ele passasse por um profundo processo de conversão, que fizesse uma experiência do sagrado, de Cristo morto e ressuscitado, foi necessário que aderisse totalmente a Cristo. Feita a experiência do Cristo total ele pode ser no mundo testemunha do Evangelho, exemplo para toda a Igreja.
Paulo foi eleito ou escolhido por Deus para ser um vaso de eleição para levar o nome de Jesus à presença dos gentios, dos reis e dos filhos de Israel (cf. At 9, 15); foi chamado para anunciar o Evangelho aos pagãos como Pedro, aos filhos de Israel (cf. GI 2, 7-9).
A expressão litúrgica da festa é muito rica. Realça antes de tudo a fé de Paulo: Vivo da fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim (Gl 2, 20).
Em seguida, a Igreja contempla o apóstolo Paulo como apóstolo e doutor de todas as gentes. Que a partir do exemplo da conversão de Paulo os fiéis possam ser no mundo testemunhas do Evangelho. Sobressai ainda o ardor da caridade que inflamava o apóstolo São Paulo em sua solicitude por todas as Igrejas. Temos ainda aquele que, com perseverança, corre em busca do prêmio. Paulo confessa com humildade: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles! (1Tm 1, 15).
Resumindo, podemos dizer com o hino de Vésperas: Contra o nome de Cristo lutara, inflamado de grande furor, mas ardeu maior chama em seu peito anunciando de Cristo o amor.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.