4ª feira da 1ª Semana da Quaresma
Antífona de entrada
Vernáculo:
Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias e de vosso amor, pois são eternos. Nunca dominem sobre nós os inimigos; libertai-nos, Deus de Israel, de todas as nossas angústias! (Cf. MR: Sl 24, 6. 2. 22) Sl. Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma, em vós confio: que eu não seja envergonhado. (Cf. LH: Sl 24, 1-2a)
Coleta
Considerai, Senhor, com bondade o fervor do vosso povo, para que os que mortificam o corpo pela abstinência, pelo fruto de suas boas ações sejam fortalecidos no espírito. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Jn 3, 1-10
Leitura da Profecia de Jonas
1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez: 2“Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar”.
3Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. 4Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”.
5Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. 6A pregação chegara aos ouvidos do rei de Nínive; ele levantou-se do trono e pôs de lado o manto real, vestiu-se de saco e sentou-se em cima de cinza.7Em seguida, fez proclamar, em Nínive, como decreto do rei e dos príncipes: “Homens e animais bovinos e ovinos não provarão nada! Não comerão e não beberão água. 8Homens e animais se cobrirão de sacos, e os homens rezarão a Deus com força; cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas.
9Deus talvez volte atrás, para perdoar-nos e aplacar sua ira, e assim não venhamos a perecer”. 10Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 50(51), 3-4, 12-13. 18-19 (R. 19b)
℟. Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!
— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa! ℟.
— Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! ℟.
— Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido! ℟.
℣. Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente. (Jl 2, 12-13) ℟.
Evangelho — Lc 11, 29-32
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas.
30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão.
32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Meditábor in mandátis tuis, quae diléxi valde: et levábo manus meas ad mandáta tua, quae diléxi. (Ps. 118, 47. 48)
Vernáculo:
Muito me alegro com os vossos mandamentos, que eu amo, amo tanto, mais que tudo! Elevarei as minhas mãos para louvar-vos e com prazer meditarei vossa vontade. (Cf. LH: Sl 118, 47. 48)
Sobre as Oferendas
Apresentamos, Senhor, estes dons que nos destes para oferecer-vos. Assim como os tornais para nós sacramento, sejam também remédio para a vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras, atendei o meu gemido! Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor! É a vós que eu dirijo a minha prece; de manhã já me escutais! (Cf. LH: Sl 5, 2. 3. 4a)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que não cessais de nos alimentar com os vossos sacramentos, concedei a força desta refeição nos conduza à vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 12/03/2025
Os sinais de Deus bastam, mas não obrigam
Os milagres são um argumento certo da religião católica e um critério suficiente para aceitarmos a revelação divina. Mas, apesar de sua força intrínseca, nenhum milagre pode, sozinho, forçar-nos a crer, pois a fé é uma adesão pessoal a um Deus que nos criou livres e que livremente quer ser crido por nós.
No Evangelho de hoje, queixa-se Jesus de sua geração, e o motivo por que dela se lamenta é também a razão por que nós, desgraçadamente, merecemos ouvir essas mesmas palavras: “Esta geração é uma geração perversa”, porque, como os judeus daquele tempo, também nós buscamos um sinal que nos dê o conforto de acreditar sem fé, de confiar sem confiança, de amar sem compromisso. Mas se Jesus realizava tantos milagres, como lemos em todo o Evangelho, como podem os judeus vir pedir-lhe hoje que lhes dê um sinal? Não eram já suficientes os que tinham visto? E se eram tantos e tão evidentes, a ponto de muitos se converterem, por que muitos outros permaneciam incrédulos? Porque a fé, ainda que conte com a garantia de milagres numerosos, exige por sua própria definição que o homem dê a Deus um voto de confiança e se lhe entregue livremente, e é por isso que milagre algum, por melhor argumento que seja, pode forçar a inteligência humana a assentir à revelação divina: Deus nos fez livres e é livremente que Ele quer ser crido e amado por nós. Além disso, sequer faria sentido exigir um sinal que nos eximisse da responsabilidade de crer, pois — como o nome mesmo o indica — todo sinal aponta para algo distinto de si e é, por consequência, apenas uma garantia, embora seguríssima, de uma verdade que ainda não vimos, de um bem que ainda não recebemos. E se é um absurdo pedir um sinal que seja o mesmo que o sinalizado por ele, que loucura e arrogância será pedir a Deus um milagre que, para fazer crer, torne supérflua a própria fé? Que Ele, iluminando-nos a inteligência, nos faça ver que estão à nossa disposição “muitos admiráveis e luminosos argumentos pelos quais a razão humana deve estar perfeitamente convencida de que a religião de Cristo é divina e de que cada princípio dos nossos dogmas tomou raiz do alto, do Senhor dos céus, e que portanto não existe nada de mais certo, de mais seguro, de mais santo que a nossa fé, que se funde sobre mais firmes princípios”; mas nos dê também a graça, movendo-nos a vontade, de abraçarmos essa mesma fé católica e apostólica, “tendo por certo que tudo quanto ela nos propõe para crer e fazer foi transmitido por Deus” (Pio IX, Encíclica “Qui pluribus”, DH 2779-2780), que não se engana nem engana a ninguém.
Deus abençoe você!
Os milagres de Deus, que podem ser conhecidos com certeza pela autenticidade de suas testemunhas e pelas maravilhas que ainda hoje acontecem em vários lugares do mundo, são um argumento luminoso da verdade da religião católica e um critério suficiente para aceitarmos a revelação que nos é proposta pela Igreja.No entanto, apesar de sua força intrínseca, nenhum milagre pode por si só nos obrigar a crer, porque a fé, embora apoiada em fundamentos sólidos, é uma adesão livre e pessoal da inteligência e da vontade a um Deus que nos criou livres e que livremente quer ser crido e amado por nós.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 12 de março, e peçamos a Cristo a graça de lhe prestarmos, ante os esplendores de seus sinais, o humilde obséquio da nossa fé.
Santo do dia 12/03/2025
São Paulo Aureliano (Memória Facultativa)
Local: Saint-Paul-de-Léon, França
Data: 12 de Março † s. VI
São Paulo Aureliano era um nobre bretão, natural de Cornualha, primo de São Sansão, e seu colega como discípulo de Santo Iltuto. Não há prova maior de seu maravilhoso fervor e progresso na virtude, e de todas as suas práticas de vida monástica, do testemunho de São Iltuto, por cujo conselho S. Paulo deixou o mosteiro para abraçar uma vida eremita mais perfeita em um local afastado, no mesmo país. Algum tempo depois, nosso santo partiu em navegação de Cornualha para Armórica, e continuou a mesma austera vida eremita em uma pequena ilha, próximo à costa habitada por um povo bárbaro e idólatra de Armórica. A oração e a contemplação eram sua única atividade, e pão e água, seu único alimento, exceto nas grandes festas da Igreja, na qual ingeria um peixinho junto ao pão.
Lamentando a cegueira dos pagãos que habitavam a costa, o santo passou para o continente e os instruiu na fé. Withur, conde ou governador de Bas (atual Barz), e todo o povo daquela costa, seguidos pelo Rei Quildeberto, promoveram-lhe a ordenação à dignidade episcopal, apesar de todas as suas lágrimas de recusa. O Conde Withur, que residia na Ilha de Bas (atual lle-de-Batz), concedeu a própria casa para que o santo a convertesse em um mosteiro; e S. Paulo enviou para lá certos monges fervorosos, que o haviam acompanhado desde o País de Gales e de Cornualha.
Ocupou-se de corpo e alma em suas funções pastorais, e sua diligência em tratar de todos os tipos de obrigações só não era maior do que a compreensão que tinha de sua importância. Quando completara a conversão daquele país, entregou seu bispado a um discípulo e se retirou para a Ilha de Bas, onde faleceu em santa solidão, a 12 de março, por volta do ano 573, com quase cem anos de idade. Durante as incursões dos normandos (séc. XI), suas relíquias foram trasladadas à Abadia de Fleury (ou de Saint-Benoit-sur-Loire), mas se perderam quando os calvinistas pilharam essa igreja.
BUTLER, Alban. Vida dos Santos: para todos os dias do ano. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021. 560 p. Tradução de: Emílio Costaguá. Adaptação: Equipe Pocket Terço.
São Paulo Aureliano, rogai por nós!