6ª feira da 6ª Semana da Páscoa
Memória Facultativa
Santo Agostinho de Cantuária, bispo
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vós nos resgatastes, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Cf. MR: Ap 5, 9-10) Sl. Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor, de geração em geração eu cantarei vossa verdade! (Cf. LH: Sl 88, 2)
Coleta
Ó Deus, fazei que a pregação do Evangelho por toda a terra realize o que prometestes ao glorificar o vosso Verbo, para que possamos alcançar, vivendo plenamente como filhos e filhas, o que foi anunciado pela vossa palavra. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (At 18, 9-18)
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Estando Paulo em Corinto, 9uma noite, o Senhor disse-lhe em visão: “Não tenhas medo; continua a falar e não te cales, 10porque eu estou contigo. Ninguém te porá a mão para fazer mal. Nesta cidade há um povo numeroso que me pertence”. 11Assim Paulo ficou um ano e meio entre eles, ensinando-lhes a Palavra de Deus. 12Na época em que Galião era procônsul na Acaia, os judeus insurgiram-se em massa contra Paulo e levaram-no diante do tribunal, 13dizendo: “Este homem induz o povo a adorar a Deus de modo contrário à Lei”.
14Paulo ia tomar a palavra, quando Galião falou aos judeus, dizendo: “Judeus, se fosse por causa de um delito ou de uma ação criminosa, seria justo que eu atendesse a vossa queixa. 15Mas, como é questão de palavras, de nomes e da vossa Lei, tratai disso vós mesmos. Eu não quero ser juiz nessas coisas”. 16E Galião mandou-os sair do tribunal.
17Então todos agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e espancaram-no diante do tribunal. E Galião nem se incomodou com isso. 18Paulo permaneceu ainda vários dias em Corinto. Despedindo-se dos irmãos, embarcou para a Síria, em companhia de Priscila e Áquila. Em Cencréia, Paulo rapou a cabeça, pois tinha feito uma promessa.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 46)
℟. O Senhor é o grande Rei de toda a terra.
— Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra. ℟.
— Os povos sujeitou ao nosso jugo e colocou muitas nações aos nossos pés. Foi ele que escolheu a nossa herança, a glória de Jacó, seu bem-amado. ℟.
— Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei! ℟.
℣. Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória. (Lc 24, 46. 26) ℟.
Evangelho (Jo 16, 20-23a)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. 21A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo.
22Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. 23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedícite gentes Dóminum Deum nostrum, et obaudíte vocem laudis eius: qui pósuit ánimam meam ad vitam, et non dedit commovéri pedes meos: benedíctus Dóminus, qui non amóvit deprecatiónem meam, et misericórdiam suam a me, allelúia. (Ps. 65, 8. 9. 20)
Vernáculo:
Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés. Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor! (Cf. LH: Sl 65, 8. 9. 20)
Sobre as Oferendas
Acolhei, ó Deus, com bondade, as oferendas da vossa família, e concedei-nos, com o auxílio da vossa proteção, sem perder o que nos destes, alcançarmos os bens eternos. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas; e vos lembrará tudo o que vos tenho dito, diz o Senhor, aleluia! (Cf. MR: Jo 14, 26)
Depois da Comunhão
Guardai, ó Deus, no vosso constante amor, aqueles que salvastes, para que, redimidos pela paixão do vosso Filho, nos alegremos por sua ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 27/05/2022
Sofrimento: o caminho para a felicidade
A vida presente é como as dores de um parto: enquanto peregrinamos neste mundo, lutamos para dar à luz o homem novo, à estatura de Cristo, a fim de entrarmos um dia nos gozos eternos do Pai.
Hoje, o Senhor nos fala dos dois aspectos do mistério pascal: tristeza e alegria, morte e ressurreição, aspectos dos quais todos, para sermos bons cristãos, devemos participar. Se queremos ressuscitar com Cristo, algo em nós tem de morrer; se queremos entrar no gozo de Nosso Senhor, hemos de suportar antes as tristezas e amarguras da vida presente, enquanto caminhamos longe da pátria celeste. Recolhido hoje no Cenáculo com seus discípulos, Jesus lhes diz, referindo-se à sua morte e sepultura: “Vós ficareis tristes”, porque a tristeza não é mais do que a paixão decorrente de estar privado de um bem querido. E é por isso mesmo que devemos vê-la como um grande dom de Deus: com efeito, se não nos pudéssemos entristecer, tampouco seríamos capazes de arrependimento, de sorte que o nosso pecado seria a “palavra definitiva”, pois não teríamos como olhar para trás e, de coração contrito, retornar para a casa do Pai. Mas o Senhor, que não nega a ninguém o seu auxílio, nos garante: “A vossa tristeza se transformará em alegria”. Essa transformação, no entanto, se assemelha a um parto: “A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos”. Mas é preciso, sim, passar pelos sofrimentos; não há outro caminho para a alegria “de um homem ter vindo ao mundo”. Também nós, para sermos fiéis à nossa vocação de batizados, temos de suportar as dores de parto deste mundo, da luta espiritual que aqui devemos travar com o homem velho, a fim de dar à luz o homem novo, configurado à imagem e à perfeição de Cristo. Sofrer, lutar, resistir, tudo isso faz parte da vida cristã, da vida no Espírito: se renunciarmos à participação que nos cabe nas dores e tribulações de nossa Cabeça, também teremos de renunciar à glorificação prometida aos membros de seu Corpo. Que Ele nos dê, pois, a graça de abraçarmos a Cruz para, subindo o nosso monte Calvário, podermos entrar no Reino em que Ele, com o Pai e o Espírito Santo, está à nossa espera.
Deus abençoe você!
Embora todos os dons do Espírito Santo sejam perfeitos e tenham o seu lugar em cada fase da vida espiritual, há entre eles uma hierarquia e uma ordem de prevalência, segundo o grau de santidade alcançado pelo cristão. De fato, assim como o primeiro dom é o temor e o último, a sabedoria, assim também os iniciantes são os que primeiro temem, para só então começarem a amar, enquanto os santos são os que já não temem mais nada a não ser não amá-lo perfeitamente.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, dia 27 de maio, e venha rezar conosco neste primeiro dia da novena de Pentecostes!
Santo do dia 27/05/2022

Santo Agostinho de Cantuária, Bispo (Memória Facultativa)
Local: Cantuária, Inglaterra
Data: 27 de Maio † 604/605
A Grã-Bretanha, evangelizada desde os tempos apostólicos (o primeiro missionário que lá desembarcou teria sido, segundo uma lenda, José de Arimateia), havia recaído na idolatria após a invasão dos saxões no século V e no VI. Quando o rei do Kent, Etelberto, desposou a princesa cristã Berta, filha do rei de Paris, ela mandou que fosse edificada uma igreja e alguns padres católicos viessem celebrar os sagrados ritos. Recebendo a notícia, o papa Gregório Magno julgou que os tempos estavam maduros para a evangelização da ilha. A missão foi confiada ao prior do mosteiro beneditino de santo André, Agostinho, cuja principal qualidade não deve ter sido a coragem, mas em compensação era muito humilde e dócil.
Partiu de Roma à frente de quarenta monges em 597. Fez uma parada na ilha de Lerins. As informações sobre o temperamento belicoso dos saxões amedrontaram-no de tal modo que voltou a Roma para suplicar ao papa que mudasse de programa. Para encorajá-lo Gregório nomeou-o abade e pouco depois, para fazê-lo dar o passo decisivo, apenas chegando na Gália, fez que fosse sagrado bispo. A viagem ocorreu igualmente em breves etapas. Por fim, com a chegada da primavera, lançaram-se ao largo e chegaram à ilha britânica de Thenet, onde o rei, movido pela boa esposa, foi pessoalmente encontrá-los.
Os missionários aproximavam-se do cortejo real em procissão ao canto das ladainhas, segundo o ritual introduzido recentemente em Roma. Para todos foi uma feliz surpresa. O rei acompanhou os monges até à residência já fixada em Canterbury, no meio da estrada entre Londres e o mar, onde surgiu a célebre abadia que tomará o nome de Agostinho, coração e sacrário do cristianismo inglês. A obra missionária dos monges teve êxito inesperado, pois o próprio rei pediu o batismo, arrastando com o seu exemplo milhares de súditos a abraçarem a religião cristã.
Em Roma a notícia foi recebida com alegria pelo papa, que expressou sua satisfação nas cartas escritas a Agostinho e à rainha. Juntamente com um grupo de novos colaboradores, o santo pontífice enviou a Agostinho o pálio e a nomeação de arcebispo primaz da Inglaterra, mas ao mesmo tempo admoestava-o paternalmente a não se ensoberbecer pelos sucessos obtidos e pela honra do alto cargo que lhe conferia. Seguindo as tradições do papa quanto à repartição dos territórios eclesiásticos, Agostinho erigiu outras duas sedes episcopais, a de Londres e a de Rochester, consagrando bispos Melito e Justo. O santo missionário morreu a 26 de maio de 604 e foi sepultado em Canterbury na igreja que traz o seu nome.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Agostinho de Cantuária, rogai por nós!