Sábado da 13ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Santa Maria no sábado ou Santo Antônio Maria Zaccaria, Presbítero
Antífona de entrada
Vernáculo:
Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria. (Cf. MR: Sl 46, 2) Sl. Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra. (Cf. LH: Sl 46, 3)
Coleta
Ó Deus, pela graça da adoção nos tornastes filhos da luz; concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas permaneçamos sempre no esplendor da verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Gn 27, 1-5. 15-29
Leitura do Livro do Gênesis
1Quando Isaac ficou velho, seus olhos enfraqueceram e já não podia ver. Chamou, então, o filho mais velho Esaú, e lhe disse: “Meu Filho!” Este respondeu: “Aqui estou!” 2Disse-lhe o pai: “Como vês, já estou velho e não sei qual será o dia da minha morte. 3Toma as tuas armas, as flechas e o arco, e sai para o campo. Se apanhares alguma caça, prepara-me um assado saboroso, 4como sabes que eu gosto, e traze-o para que o coma, e assim te dar a bênção antes de morrer”.
5Rebeca escutava o que Isaac dizia a seu filho Esaú. Esaú saiu para o campo à procura de caça para o pai. 15Rebeca tomou, então, as melhores roupas que o filho mais velho tinha em casa, e vestiu com elas o filho mais novo, Jacó. 16Cobriu-lhe as mãos e a parte lisa do pescoço com peles de cabrito. 17Pôs nas mãos do filho Jacó o assado e o pão que havia preparado. 18Este levou-os ao pai, dizendo: “Meu pai!”
“Estou ouvindo”, respondeu Isaac. “Quem és tu, meu filho?” 19E disse Jacó a seu pai: “Eu sou Esaú, teu filho primogênito; fiz como me ordenaste. Levanta-te, senta-te e come da minha caça, para me abençoares”.
20Isaac replicou-lhe: “Como conseguiste achar assim depressa, meu filho?” Ele respondeu: “É o Senhor teu Deus que fez com que isso acontecesse”. 21Isaac disse a Jacó: “Vem cá, meu filho, para que eu te apalpe e veja se és ou não meu filho Esaú”.
22Jacó achegou-se a seu pai Isaac, que o apalpou e disse: “A voz é a voz de Jacó, mas as mãos são as mãos de Esaú”. 23E não o reconheceu, pois suas mãos estavam peludas como as do seu filho Esaú. Então, decidiu abençoá-lo. 24Perguntou-lhe ainda: “Tu és, de fato, meu filho Esaú?” Ele respondeu: “Sou”. 25Isaac continuou: “Meu filho, serve-me da tua caça para eu comer e te abençoar”. Jacó serviu-o e ele comeu; trouxe-lhe depois vinho e ele bebeu. 26Disse-lhe então seu pai Isaac: “Aproxima-te, meu filho, e beija-me”. 27Jacó aproximou-se e o beijou. Quando Isaac sentiu o cheiro das suas roupas, abençoou-o, dizendo: “Este é o cheiro do meu filho: é como o aroma de um campo fértil que o Senhor abençoou! 28Que Deus te conceda o orvalho do céu, e a fertilidade da terra, a abundância de trigo e de vinho. 29Que os povos te sirvam e se prostrem as nações em tua presença. Sê o senhor de teus irmãos, e diante de ti se inclinem os filhos de tua mãe. Maldito seja quem te amaldiçoar, e quem te abençoar, seja bendito!”
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 134(135), 1-2. 3-4. 5-6 (R. 3a)
℟. Louvai o Senhor, porque é bom!
— Louvai o Senhor, bendizei-o; louvai o Senhor, servos seus, que celebrais o louvor em seu templo e habitais junto aos átrios de Deus! ℟.
— Louvai o Senhor, porque é bom; cantai ao seu nome suave! Escolheu para si a Jacó, preferiu Israel por herança. ℟.
— Eu bem sei que o Senhor é tão grande, que é maior do que todos os deuses. Ele faz tudo quanto lhe agrada, nas alturas dos céus e na terra, no oceano e nos fundos abismos. ℟.
℣. Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo 10, 27) ℟.
Evangelho — Mt 9, 14-17
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão.
16Ninguém coloca remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17Também não se coloca vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se coloca em odres novos, e assim os dois se conservam”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Sicut in holocausto arietum et taurorum, et sicut in milibus agnorum pinguium: sic fiat sacrificium nostrum in conspectu tuo hodie, ut placeat tibi: quia non est confusio confidentibus in te Domine. (Dan. 3, 40)
Vernáculo:
Como em holocausto de carneiros e de touros, como milhares de gordos cordeiros. Seja este o sacrifício na tua presença, hoje, e leva à perfeição os que te seguem, pois para os que confiam em ti não há desilusão. (Cf. Bíblia CNBB: Dn 3, 40)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, que nos assegurais os frutos dos vossos mistérios, fazei que nosso serviço corresponda à santidade dos vossos dons Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Pai, rogo por eles, para que sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste, diz o Senhor. (Cf. Jo 17, 20-21)
Vernáculo:
Inclinai o vosso ouvido para mim; apressai-vos, ó Senhor em socorrer-me. (Cf. LH. 30, 3ab)
Depois da Comunhão
Ó Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo, que oferecemos em sacrifício e recebemos em comunhão, nos transmitam uma vida nova, para que, unidos a vós pela caridade que não passa, possamos produzir frutos que permaneçam. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 05/07/2025
Sem a graça de Deus, nada podemos!
Sem a renovação que a graça opera em nós, somos como panos e odres velhos, incapazes de, com as próprias forças, suportar as exigências da vida cristã.
No Evangelho de hoje, Jesus está em controvérsia com os discípulos de João, que recordam o exemplo dos fariseus e se perguntam por que eles próprios e os fariseus jejuam, mas os discípulos de Jesus não. Em resposta, Nosso Senhor usa três comparações: a do esposo, a do remendo em pano velho e a do vinho novo em odres velhos.Como interpretá-las? O que Jesus realmente está querendo nos ensinar? As interpretações são várias. Graças a Deus, temos na Igreja um tesouro riquíssimo para interpretar este texto, mas eu gostaria de partilhar uma leitura e meditação desses dias da Catena Áurea, obra compilada por Santo Tomás de Aquino.Há uma reflexão de Remígio de Auxerre, abade medieval que, provavelmente, nenhum de nós leria se Santo Tomás não o tivesse compilado na Catena Áurea. Remígio, da época do renascimento carolíngio, teve uma intuição que eu acho brilhante. Ele diz mais ou menos: “Jesus não está exigindo jejum dos Apóstolos, porque eles ainda são homens velhos”.Eles ainda são tecido velho, e não vale a pena pôr remendo novo; ainda são odres velhos, e não vale a pena pôr vinho novo. Por quê? Porque eles estão com o Esposo ao lado, Jesus. No fundo, estão como que se escorando nele, porque não foram renovados. Os Apóstolos ainda não foram renovados pela graça divina.Não houve ainda a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus nem Pentecostes; logo, os Apóstolos não foram refeitos pela graça. Podemos, pois, fazer essa reflexão sobre o primado da graça: Deus quer a nossa conversão, quer a nossa mudança, por isso está sempre oferecendo a graça a todos os seres humanos. Até aos maiores pecadores a graça é oferecida.Mas não pretenda nem queira você, com suas próprias forças, ser santo. Deus dá graça suficiente a todas as pessoas, porque quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade, e desde o início da conversão a graça está sempre presente para nos sustentar.Então, nós que estamos em estado de graça, nos confessamos, comungamos etc., quando começamos a fazer jejuns, penitências ou alguma obra de apostolado, por assim dizer, mais “empenhada”; quando nos doamos e entregamos; quando fazemos caridade e o bem aos outros, pode haver um problema: o de esquecermos que tudo o que fazemos, o fazemos sustentados pela graça.Você tem de se lembrar disso, senão cairá na soberba dos fariseus, no erro dos que, como pelagianos, acham: “Eu consigo com minhas próprias forças ser santo”.Não, somos mendigos da graça divina. Então, a comparação de Jesus é esta: sim, o Senhor quer pôr em nós o remendo e o vinho novos, mas nós precisamos, primeiro, ser renovados por Ele, então, precisamos entender isto: de fato, a caridade, o amor dos santos, os atos heróicos que os santos são capazes de fazer, Deus quer que nós os realizemos, mas será Ele a realiza-los em nós — com a nossa cooperação, é evidente —, mas primeiro é necessário conviver com o Esposo na oração, para que a graça divina nos ajude a realizar as suas obras.Compreendamos, pois, que, em tudo o que fazemos de bom, estão presentes o Espírito Santo e a graça de Cristo para nos ajudar.
Deus abençoe você!
Santo do dia 05/07/2025
Santo Antônio Maria Zaccaria, Presbítero (Memória Facultativa)
Local: Cremona, Itália
Data: 05 de Julho † 1539
Antônio Maria foi o fundador da congregação dos Clérigos Regulares de São Paulo, conhecidos como Barnabitas.
Nascido em Cremona em fins de 1502, foi Santo Antônio Maria Zaccaria um dos grandes a lutar pela restauração da santa Igreja na Itália, antes do concílio de Trento.
Órfão de pai em tenra idade, graças ao valor, à coragem da mãe, viúva aos dezoito anos, pode estudar. Em Pavia, cursou filosofia e, em Pádua, medicina, em que se doutorou.
Principiava, então, a rebelião contra Roma, comandada por Lutero.
Formado, de volta a Cremona, com vinte e dois anos, logo se sentiu Antônio Maria atraído para o rude trabalho de cuidar das almas. E, ao mesmo tempo que exercia a medicina, deu-se com todo o afinco à teologia.
Na pequena igreja de São Vital, perto da casa em que vivia com a mãe, reunia alguns meninos, e, muito docemente, principiou a ministrar-lhes aulas de catecismo. A pouco e pouco, foi-lhe invadindo a alma o desejo de somente procurar as coisas de Deus: em 1528, totalmente tomado por aquele afã, era ordenado padre.
Em 1530, estava em Milão. Ali, com dois jovens, aos quais se ligaria por sólida amizade, membros duma sociedade chamada da Sabedoria Eterna, Tiago Antônio Morigia e Bartolomeu Ferrari, Zaccaria iria lançar os fundamentos dos clérigos regulares, ou seja, de padres que teriam uma regra e votos, mas que não seriam monges nem irmãos, mas pregadores e administradores dos sacramentos.
Que escôpo primordial teve a congregação que triunfaria sem peias? Era um contra-ataque à propaganda luterana.
Em 1533, no dia 18 de fevereiro, assinava o papa Clemente VII um breve que aprovava a sociedade dos clérigos regulares, e, no ano seguinte, Antônio Maria dava aos irmãos o hábito de religião, que é o traje ordinário dos padres seculares.
Paulo III, a 24 de julho de 1535, nomeou-os clérigos regulares de São Paulo, clérigos que o povo logo passou a chamar paulinos.
Luisa Torelli, condessa de Guastalla, desde 1530 que agrupara em Milão algumas moças e senhoras para levar, por amor de Deus, vida singela e penitente. Aquelas moças e senhoras grandemente auxiliaram Zaccaria no mister que se propusera. Dali nasceram as Angélicas, outra fundação do santo médico.
Estabelecidos mais tarde na igreja de São Barnabé de Milão, os paulinos começaram a responder pelo nome de barnabitas.
Paulatinamente, crescia a congregação, e, com as constituições revistas por São Carlos Borromeu, em 1537, assentou-se definitivamente.
Antônio Maria, na qualidade de fundador, era o superior geral. Morigia, porque o Santo queria levar mais longe o nome da sociedade, como missionário, eleito em 1536, tomou a seu cargo a administração.
Em Vicência, Zaccaria adoeceu gravemente. Obrigado a voltar para Cremona, abatido e fraco, encontrou a mãe alarmada, toda banhada em lágrimas. O Santo sorriu-lhe. Olhou-a muito ternamente: - Ah, doce mãe! exclamou. Não chores mais! Logo tu te alegrarás comigo na glória eterna, onde espero entrar agora!
No dia 5 de julho de 1539, falecia o bom fundador, às três horas, justamente no momento em que se iniciavam as vésperas da oitava dos santos Apóstolos. Ia-se para Deus com apenas trinta e seis anos.
A causa da beatificação do pai dos barnabitas foi introduzida quando se assentava na Cátedra de Pedro o papa Pio VI, em 1806. A heroicidade das virtudes foi proclamada em 1849, sob Pio IX, e, a 27 de maio de 1897, era Antônio Maria Zaccaria elevado às honras dos altares, tendo o nome inscrito no catálogo dos santos. Célebre pelos milagres, veneram-lhe o corpo na igreja de São Barnabé de Milão.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XI. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 21 jun. 2021.
Santo Antônio Maria Zaccaria, rogai por nós!