Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Virgem, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vós amais a justiça e odiais a maldade. É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo, deu-vos mais alegria que aos vossos amigos. Sl. Transborda um poema do meu coração; vou cantar-vos, ó Rei, esta minha canção. (Cf. LH: Sl 44, 8 e 2)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que conduzistes Santa Paulina pelo caminho da santidade através das provações, do trabalho humilde e da oração constante, concedei-nos, por sua intercessão, suportar com fortaleza os sofrimentos de cada dia e servir com generosidade os mais necessitados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Gn 41, 55-57; 42, 5-7a. 17-24a
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias, 55todo o Egito começou a sentir fome, e o povo clamou ao Faraó, pedindo alimento. E ele respondeu-lhe: “Dirigi-vos a José e fazei o que ele vos disser”.
56Quando a fome se estendeu a todo o país, José abriu os celeiros e vendeu trigo aos egípcios, porque a fome também os oprimia. 57De todas as nações vinham ao Egito comprar alimento, pois a fome era dura em toda a terra.
42, 5Os filhos de Israel entraram na terra do Egito com outros que também iam comprar trigo, pois havia fome em Canaã. 6José era governador na terra do Egito e, conforme a sua vontade, se vendia trigo à população.
Chegando os irmãos de José, prostraram-se diante dele com o rosto em terra. 7aAo ver seus irmãos, José os reconheceu. 17E mandou metê-los na prisão durante três dias. 18E, no terceiro dia, disse-lhes: “Fazei o que já vos disse e vivereis, pois eu temo a Deus. 19Se sois sinceros, fique um dos irmãos preso aqui no cárcere, e vós outros ide levar para vossas casas o trigo que comprastes. 20Mas trazei-me o vosso irmão mais novo, para que eu possa provar a verdade de vossas palavras, e não morrerdes”.
Eles fizeram como José lhes tinha dito. 21E diziam uns aos outros: “Sofremos justamente estas coisas, porque pecamos contra o nosso irmão: vimos a sua angústia, quando nos pedia compaixão, e não o atendemos. É por isso que nos veio esta tribulação”.
22Rúben disse-lhes: “Não vos adverti dizendo: ‘Não pequeis contra o menino?’ E vós não me escutastes. E agora nos pedem conta do seu sangue”. 23Ora, eles não sabiam que José os entendia, pois lhes falava por meio de intérprete. 24aEntão, José afastou-se deles e chorou.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 32(33),2-3.10-11.18-19 (R. 22)
℟. Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
— Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação! ℟.
— O Senhor desfaz os planos das nações e os projetos que os povos se propõem. Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. ℟.
— Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria. ℟.
℣. Convertei-vos e crede no Evangelho, pois o Reino de Deus está chegando! (Mc 1, 15) ℟.
Evangelho — Mt 10, 1-7
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. 2Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; 3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus.
5Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações: “Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! 6Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! 7Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Afferéntur regi vírgines: próximae eius afferéntur tibi in laetítia et exsultatióne: adducéntur in templum regi Dómino. (Ps. 44, 15. 16)
Vernáculo:
Em vestes vistosas ao Rei se dirige, e as virgens amigas lhe formam cortejo; entre cantos de festa e com grande alegria, ingressam, então, no palácio real. (Cf. LH: Sl 44, 15. 16)
Sobre as Oferendas
Abençoai, Senhor, os dons que vos oferecemos em memória de Santa Paulina e concedei que, convertidos pela vossa graça, vivamos uma vida nova à luz do Evangelho. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vós amais a justiça e odiais a maldade. É por isso que Deus vos ungiu com seu óleo. (Cf. LH: Sl 44, 8ab)
Depois da Comunhão
Ó Deus, renovados por estes sagrados mistérios, fazei que, a exemplo de Santa Paulina, nos esforcemos por servir unicamente a vós, trazendo em nossa vida os sinais dos sofrimentos de Jesus Cristo. Que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Homilia do dia 09/07/2025
Uma batalha pela fidelidade
Naquele tempo, Jesus chamou os doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos maus e de curar todo tipo de doença e enfermidade.
No Evangelho de hoje, Jesus chama os doze Apóstolos. O que podemos refletir a respeito desse Evangelho, que parece um evento perdido no passado, uma curiosidade histórica, uma crônica de algo ocorrido dois mil anos atrás? Na realidade, ele tem tudo a ver. Se colocarmos essa passagem no contexto, iremos recordar que o Evangelho de ontem falava exatamente do contrário, isto é, das ovelhas sem pastor, e então Mateus conclui o capítulo 9, dizendo: A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita. Logo em seguida, depois de referir-se às necessidades das ovelhas perdidas, Jesus escolhe seus pastores, os doze Apóstolos, aos quais ordena: Ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel. O que isso significa? Deus, no Antigo Testamento, preparou um povo bem disposto para ser o fundamento da Igreja vindoura. Era o povo de Israel. Sucede que, com o passar do tempo, os dirigentes do povo eleito, do qual deveriam cuidar, foram exatamente os responsáveis por conduzi-lo por maus caminhos: para o caminho da idolatria, das perversões, de alianças com povos estrangeiros e, portanto, da entrada de deuses estranhos na cultura de Israel.Assim foi com os reis, assim foi com os sacerdotes. Deus então começou a suscitar profetas que acordassem o povo. Sim, infelizmente, a maior parte dos judeus fora seduzida por dirigentes idólatras e traidores. A maior parte do povo, portanto, estava sendo dilacerada pelo lobo, pelos demônios, levada para caminhos longe de Deus. Ainda no Antigo Testamento, Deus enviou profetas para que houvesse ao menos um pequeno rebanho, ou seja, uma porção eleita do povo preparada e à espera da vinda do Salvador prometido. Agora, pela pregação do Evangelho, Jesus quer reformar esse resto do povo de Deus: constituído no passado sobre os doze filhos de Jacó, ele será fundado agora sobre outros doze, escolhidos não como descendentes de uma linhagem de sangue, mas de fé. Os doze Apóstolos, pois, irão reformar o povo de Deus — o resto de Israel — para ser semente da Igreja, cujos frutos se estenderão às nações. É por isso que Jesus diz que os Apóstolos devem ir primeiro ao povo de Israel, e pelo mundo inteiro somente após a Ascensão de Cristo aos céus. Nesse mesmo Evangelho, no capítulo 10, Jesus diz para os Apóstolos não irem aos povos pagãos; mas, no capítulo 28, lhes dá essa última ordem: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho, porque agora o pequeno rebanho de Israel, desperto pela pregação apostólica, pode ser o reinício a partir do qual a fé cristã chegará a todos os gentios. Temos de crer verdadeiramente que, em Jesus, temos o nosso Pastor, que cuida de nós e quer o nosso bem através de seus auxiliares, ou seja, dos Apóstolos e seus sucessores. Estamos numa batalha, a batalha pela fidelidade. Não caiamos nas redes do demônio nem façamos das criaturas deuses no lugar de Deus. A idolatria nos destrói, e terminamos num estado lastimável! Sejamos sempre ovelhas fiéis. Nós, escolhidos por Deus para ser parte do seu novo povo, a Santa Igreja Católica, devemos ouvir a voz desses sagrados pastores. Não ouçamos as mentiras do diabo, que deseja “adaptar” a fé, de maneira que o Evangelho se torne “mais fácil”. No fundo, sabemos que isso é apostasia. Assim como maus dirigentes, no Antigo Testamento, conduziam o povo para as facilidades da idolatria, dos conchavos com povos pagãos, assim também nós temos maus exemplos na Igreja de hoje que querem conduzir o povo de Deus para um conchavo com o mundo, que vive a cultura da morte, do egoísmo, do pecado. É necessário rezar pedindo a Deus bons e fiéis pastores. Nosso Senhor disse: Pedi, pois, ao senhor da messe. Assim como a oração de Cristo deu à Igreja esses doze santos pastores que eram os Apóstolos, assim também que nossa oração dê à Igreja os santos pastores de que ela tão urgentemente necessita, a fim de que o rebanho não seja dilacerado pelos lobos vorazes que levam para longe da doutrina dos Apóstolos. Coragem! Mesmo que sejamos poucos, somos o resto de Israel, a verdadeira Igreja de Cristo, que permanece sempre fiel à doutrina dos santos Apóstolos.
Deus abençoe você!
Santo do dia 09/07/2025
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Virgem (Memória Facultativa)
Local: São Paulo, Brasil
Data: 09 de Julho † 1942
Seu nome de batismo era Amábile Lúcia Visintainer. Ela nasceu em 16 de dezembro de 1865, na cidade de Vigolo Vattaro, região de Trento, que fica ao norte da Itália. Foi a segunda filha de Anna e Napoleão. Seus pais eram cristãos fervorosos, porém muito pobres. Durante a infância de Amábile, toda a Itália passava por uma grave crise econômica e pestes contagiosas. Por isso, quando ela tinha nove anos, seus pais decidiram emigrar para o Brasil.
Em 1875 a família de Amábile chegou ao Brasil. Foram para o Estado de Santa Catarina, mais precisamente para a região de Nova Trento, onde vários trentinos já estavam morando. Eles foram se estabelecer num vilarejo recém fundado no meio da mata chamado Vigolo. Tudo era muito precário e pobre. As famílias procuravam manter-se unidas para sobreviverem, alimentando o sonho de um dia prosperarem.
No vilarejo de Vigolo, Amábile travou amizade com uma menina que a acompanharia por toda a vida: Virgínia Nicolodi. As duas já tinham uma fé sólida e esta afinidade as fez crescer ainda mais na amizade. As duas eram sempre vistas rezando na capelinha de madeira. Elas fizeram a primeira comunhão no mesmo dia. Nessa época, Amábile já tinha doze anos de idade.
O vilarejo de Vigolo crescia aos poucos. Por isso, o padre responsável pela região, chamado Servanzi, iniciou um trabalho pastoral ali. Logo ele percebeu o espírito comprometido e sábio da adolescente Amábile e incumbiu-a de lecionar o catecismo às crianças, além da ajuda aos doentes e de manter limpa a capelinha do vilarejo, que era dedicada a São Jorge. Esta incumbência certamente ajudou a amadurecer a vocação religiosa no coração de Amábile.
Amábile assumiu a missão de corpo e alma, levando sempre consigo a amiga Virgínia. As duas dedicavam-se totalmente à caridade para com os mais pobres, conseguindo mantimentos para os necessitados, ajudando aos doentes, idosos, crianças, enfim, a todos que precisassem. Amábile e Virgínia começaram a ser reconhecidas por todo o povo italiano que vivia naquela região distante e abandonada do Brasil.
Em 1888 Amábile teve o primeiro de três sonhos com a Virgem Maria. Nesses sonhos, Nossa Senhora disse a Amábile: “Amábile, é meu ardente desejo que comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas filhas.” Amábile responde: “Mas como fazer isso minha Mãe? Não tenho meios, sou tão miserável, ignorante…” Quando acordou após o terceiro sonho, Amábile assim respondeu em oração: “Servir-vos minha querida Mãe… sou uma pobre criatura, mas para satisfazer o vosso desejo, prometo me esforçar o máximo que eu puder!”
Amábile pediu e seu pai a ajudou a construir uma casinha de madeira, num terreno perto da capela, doado por um barão. O casebre se transformaria num pequeno hospital onde Amábile e Virgínia dedicaram-se arduamente ao cuidado dos doentes, mas, também, ao cuidado e à instrução das crianças. As duas nem sabiam, mas ali estava nascendo a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
A primeira pessoa doente que Amábile e Virgínia receberam no pequeno hospital, foi uma mulher que tinha câncer, em estado terminal. A pobre não tinha ninguém que pudesse cuidar dela. Assim, as duas assumiram a mulher no casebre. Era dia 12 de julho de 1890. Mais tarde, Amábile e Virgínia consideraram essa data como o dia da fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. A Obra iniciou no dia em que as duas amigas começaram a atuar como enfermeiras.
A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição foi a primeira congregação feminina fundada no Brasil. Pela santidade e necessidade dessa Obra, ela foi aprovada rapidamente pelo bispo de Curitiba, em agosto de 1895. Quatro meses após a aprovação eclesiástica, Amábile, Virgínia e outra jovem chamada Teresa Maule, fizeram os votos religiosos na Congregação. Na ocasião, Amábile adotou o nome de irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Além disso, ela foi nomeada superiora da pequena congregação. Por isso, passou a ser chamada de Madre Paulina.
A santidade, a caridade e a prática apostólica de Madre Paulina e suas coirmãs fizeram por atrair muitas outras jovens. Apesar da pobreza e das imensas dificuldades em que as irmãzinhas viviam, o exemplo que elas davam arrastava. Por isso, muitas jovens ingressaram na Congregação. Elas continuaram a cuidar dos doentes, da paróquia, das crianças órfãs e dos pobres. Além disso, começaram uma pequena indústria da seda para terem como sobreviver e manter as obras de caridade.
Em 1903, apenas oito anos após a aprovação eclesiástica, o reconhecimento da Congregação já era notório no Brasil por causa da santidade de vida das irmãzinhas e do trabalho extremamente necessário que realizavam. Por isso, nesse ano, Madre Paulina foi chamada para estender sua obra a São Paulo. Ela viu no convite um chamado de Deus e aceitou o desafio.
Em 1903, Madre Paulina e algumas irmãs chegaram a São Paulo. Lá, foram morar no bairro Ipiranga, ao lado de uma capela. Logo ela iniciou uma obra importante: a obra da “Sagrada Família”, que tinha como objetivo abrigar ex-escravos e suas famílias após a abolição da escravatura, que tinha acontecido em 1888. Essas famílias viviam em péssimas condições e a obra de Madre Paulina deu a elas um pouco de dignidade.
Algum tempo depois, a obra cresceu em número de irmãs e em ações sociais. Nesse ínterim, Madre Paulina passou a ser perseguida e caluniada por uma rica senhora, chamada Ana Brotero. Esta, ajudava nas obras. A perseguição foi tanta que, em 1909 o bispo Dom Duarte destituiu Madre Paulina do cargo de superiora da congregação e a exilou em Bragança Paulista, SP. Madre Paulina, num exemplo de obediência, acatou a ordem do bispo, mesmo que em lágrimas de dor. Na ocasião, ela disse: “Meu único desejo é que a obra da Congregação continue para que Jesus Cristo seja conhecido e amado por todos.” No “exílio”, Madre Paulina sujeitou-se aos trabalhos mais humildes e pesados, sem murmurar nem reclamar, mas entregando tudo ao Senhor.
Nove anos depois do chamado “exílio”, Madre Paulina foi chamada pelo mesmo bispo de volta à casa geral da Congregação em São Paulo. Suas virtudes de humildade e obediência foram reconhecidas, depois dessa prova de fogo. Por isso, ela foi chamada para viver entre as novas irmãs e servir de exemplo e testemunho cristão para todas. Nesse tempo, destacou-se seu espírito de oração e a grande caridade que tinha para com todas as irmãs, especialmente as doentes.
A partir de 1938 Madre Paulina iniciou um período de grandes sofrimentos físicos. Por causa do diabetes, seu braço direito teve que ser amputado. Depois disso, ficou cega. Foram quatro anos de sofrimentos físicos e de testemunho de fé. Ela permaneceu firme, louvando ao Senhor por tudo e sendo cada vez mais amada e admirada pelas irmãzinhas. Por fim, após quatro anos de dor, ela entregou sua alma a Deus, na casa geral da congregação fundada por ela. Era o dia 9 de julho de 1942. O papa João Paulo II celebrou sua beatificação em 1991, em visita ao Brasil. Sua canonização aconteceu em 2002, pelo mesmo Papa. Assim, ela passou a ser a primeira santa canonizada no Brasil.
Fonte: institutohesed.org.br. Acesso em 08 jul. 2021
Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, rogai por nós!