6ª feira da 3ª Semana da Quaresma
Antífona de entrada
Vernáculo:
Concedei-me um sinal que me prove a verdade do vosso amor. O inimigo humilhado verá que me destes ajuda e consolo. Sl. Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz! (Cf. LH: Sl 85, 17 e 1)
Coleta
Infundi, benigno, Senhor, a vossa graça em nossos corações, para que, fugindo sempre dos excessos humanos, possamos, com vosso auxílio, abraçar os vossos preceitos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Os 14, 2-10
Leitura da Profecia de Oséias
Assim fala o Senhor Deus: 2“Volta, Israel, para o Senhor, teu Deus, porque estavas caído em teu pecado. 3Vós todos, encontrai palavras e voltai para o Senhor; dizei-lhe: ‘Livra-nos de todo o mal e aceita este bem que oferecemos; o fruto de nossos lábios. 4A Assíria não nos salvará; não queremos montar nossos cavalos, não chamaremos mais ‘Deuses nossos’ a produtos de nossas mãos; em ti encontrará o órfão misericórdia. 5Hei de curar sua perversidade e me será fácil amá-los, deles afastou-se a minha cólera. 6Serei como orvalho para Israel; ele florescerá como o lírio e lançará raízes como plantas do Líbano. 7Seus ramos hão de estender-se; será seu esplendor como o da oliveira, e seu perfume como o do Líbano.
8Voltarão a sentar-se à minha sombra e a cultivar o trigo, e florescerão como a videira, cuja fama se iguala à do vinho do Líbano. 9Que tem ainda Efraim a ver com ídolos? Sou eu que o atendo e que olho por ele. Sou como o cipreste sempre verde: de mim procede o teu fruto. 10Compreenda estas palavras o homem sábio, reflita sobre elas o bom entendedor! São retos os caminhos do Senhor e, por eles, andarão os justos, enquanto os maus ali tropeçam e caem”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 80(81), 6c-8a. 8bc-9. 10-11ab. 14. 17 (R. cf. 11. 9a)
℟. Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!
— Eis que ouço uma voz que não conheço: “Aliviei as tuas costas de seu fardo, cestos pesados eu tirei de tuas mãos. Na angústia a mim clamaste, e te salvei, ℟.
— de uma nuvem trovejante te falei, e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! Israel, ah! se quisesses me escutar. ℟.
— Em teu meio não exista um deus estranho, nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei. ℟.
— Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos. Eu lhe daria de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria”. ℟.
℣. Convertei-vos, nos diz o Senhor, está próximo o Reino de Deus! (Mt 4, 17) ℟.
Evangelho — Mc 12, 28b-34
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 28bum escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”.
32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: Ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”.
34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência, e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Intende voci orationis meae, rex meus, et Deus meus: quoniam ad te orabo, Domine. (Ps. 5, 3. 4)
Vernáculo:
Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor! É a vós que eu dirijo a minha prece; de manhã já me escutais! (Cf. LH: Sl 5, 3. 4)
Sobre as Oferendas
Olhai com bondade, Senhor, as oferendas que vos apresentamos, para que vos sejam agradáveis e nos tragam a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, inclinai o vosso ouvido e escutai-me! (Cf. LH: Sl 16, 6)
Depois da Comunhão
Senhor, nós vos pedimos que a ação da vossa força penetre nossas mentes e nossos corpos, para que alcancemos em plenitude a redenção que na liturgia celebramos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 28/03/2025
Os dois grandes mandamentos
"O primeiro é este: O Senhor nosso Deus é o único Senhor; e amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, com toda a tua alma, com toda a tua inteligência e com todas as tuas forças. O segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há mandamento maior que estes." O cumprimento pleno da Lei, ensina hoje Nosso Senhor, está em amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo.
No Evangelho de hoje, Jesus explica que a Lei se reduz a dois grandes mandamentos: amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo por amor a Deus. Esse resumo apresentado por Nosso Senhor consiste numa grande libertação, que torna a nossa vida moral mais simples e direta. Como sabemos, havia no Antigo Testamento uma série enorme de prescrições, tanto legais como rituais, às quais se acrescentaram muitas outras, fruto das tradições humanas que se foram enraizando em Israel. No Decálogo, Deus quis expressar, de forma explícita e positiva, o conteúdo básico do direito natural. A primeira tábua continha os mandamentos que devemos observar com respeito a Ele; a segunda, os que temos de guardar em relação ao próximo. Este conteúdo, reduzido ao seu núcleo fundamental, coincide com aqueles dois mandamentos de que Jesus nos fala hoje. Amar a Deus sobre todas as coisas significa, antes de tudo, tê-lo como fim de todos os nossos amores e ações; nós o amamos com essa radicalidade se tudo o que fazemos está ordenado a Ele como ao seu fim. Por esta razão, amá-lo de todo o coração não implica que devamos deixar de amar as outras coisas e pessoas; antes, ao contrário, eleva e purifica os nossos bons amores, pois começamos a amar a Deus em tudo o que amamos. Amar ao próximo como a si mesmo, por sua vez, nada mais é do que uma irradiação, por assim dizer, da benevolência que devemos ter para com nós mesmos: amamos a Deus no irmão quando lhe desejamos, por amor a Ele, os verdadeiros bens que todos gostaríamos de possuir. Posta sob essa nova luz, nossa vida moral torna-se muito mais simples, embora não esteja livre de toda dificuldade. Que o Senhor nos conceda, pois, a graça de vivermos santamente a sua Lei, amando-o de toda a alma e servindo-o benevolamente em seus filhos, nossos irmãos.
Deus abençoe você!
Santo do dia 28/03/2025
São Guntrano (Memória Facultativa)
Local: Châlon-sur-Saône, França
Data: 28 de Março † 593
São Guntrano era filho do Rei Clotário e neto de Clóvis I e Santa Clotilde. Sendo ele o segundo rebento - enquanto um dos irmãos, Cariberto, reinava em Paris, e o outro, Sigeberto, reinava na Austrásia, ao mesmo tempo que residia em Metz - Guntrano foi coroado Rei de Orléans e Borgonha em 561, fazendo de Chalons sua capital. Quando incitado a pegar em armas contra os ambiciosos irmãos e os lombardos, não tirou nenhum outro proveito de suas vitórias (sob a conduta de um bravo general chamado Mommol) senão trazer a paz aos seus domínios.
Apagou com lágrimas de arrependimento os crimes em que acabara se envolvendo pelos bárbaros costumes de seu país. A prosperidade do reino de S. Guntrano, tanto na paz quanto na guerra, condena aqueles que pensam que a politica humana não pode ser modelada segundo as máximas do Evangelho, quando na verdade nada mais pode tornar um governo tão próspero. Sempre tratou os pastores da Igreja com respeito e veneração. Era protetor dos oprimidos e adorável padrinho dos súditos. Dedicava a maior atenção ao cuidado dos doentes. Jejuava, orava, derramava lágrimas e oferecia-se a Deus dia e noite como uma vítima pronta para ser sacrificada no altar da Sua justiça, de modo a aplacar-lhe a ira, que o próprio Guntrano acreditava ter provocado e atraído sobre o povo inocente. Era um severo punidor dos crimes de seus oficiais e restringiu com excelentes regras a bárbara libertinagem de suas tropas; ao mesmo tempo, nenhum outro homem concedia tão facilmente seu perdão. Com magnificência monárquica, construiu e dotou de recursos muitas igrejas e mosteiros.
Este bom rei faleceu a 23 de março de 593, aos 68 anos de vida, tendo reinado 31 anos e alguns meses.
REFLEXÃO
Não há meio de salvação mais confiável que praticar a misericórdia, conforme o disse Nosso Senhor: "Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7).
BUTLER, Alban. Vida dos Santos: para todos os dias do ano. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021. 560 p. Tradução de: Emílio Costaguá. Adaptação: Equipe Pocket Terço.
São Guntrano, rogai por nós!