Sábado da 3ª Semana da Quaresma
Antífona de entrada
Vernáculo:
Levantai-vos, vinde logo em nosso auxílio, libertai-nos pela vossa compaixão! Sl. Ó Deus, nossos ouvidos escutaram, e contaram para nós, os nossos pais, as obras que operastes em seus dias, em seus dias e nos tempos de outrora. Ant. Sois vós, o meu Senhor e o meu Rei, que destes as vitórias a Jacó. Ant. Em vós, ó Deus, nos gloriamos todo dia, celebrando o vosso nome sem cessar. Ant. (Cf. LH: Sl 43, 26 e 2. 5. 9)
Coleta
Alegrando-nos com a celebração anual da Quaresma, nós vos pedimos, Senhor, que participando com fervor dos sacramentos pascais possamos participar com fervor dos sacramentos pascais, possamos colher com alegria todos os seus frutos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Os 6, 1-6
Leitura da Profecia de Oséias
1“Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. 2Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua presença. 3É preciso saber segui-lo para reconhecer o Senhor. Certa como a aurora é a sua vinda, ele virá até nós como as primeiras chuvas, como as chuvas tardias que regam o solo”.
4Como vou tratar-te, Efraim? Como vou tratar-te, Judá? O vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz. 5Eu os desbastei por meio dos profetas, arrasei-os com as palavras de minha boca, mas, como luz, expandem-se meus juízos; 6quero amor, e não sacrifícios, conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 50(51), 3-4. 18-19. 20-21ab (R. cf. Os 6, 6)
℟. Eu quis misericórdia e não o sacrifício!
— Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa! ℟.
— Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido! ℟.
— Sede benigno com Sião, por vossa graça, reconstruí Jerusalém e os seus muros! E aceitareis o verdadeiro sacrifício, os holocaustos e oblações em vosso altar! ℟.
℣. Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba! (Cf. Sl 94, 8ab) ℟.
Evangelho — Lc 18, 9-14
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos. 11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’ 14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Domine convertere, et eripe animam meam: salvum me fac propter misericordiam tuam. (Ps. 6, 5)
Vernáculo:
Oh! voltai-vos a mim e poupai-me, e salvai-me por vossa bondade! (Cf. LH: Sl 6, 5)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, por vossa graça podemos nos aproximar dos santos mistérios de coração purificado. Concedei, nós vos pedimos, que vos rendamos o devido louvor aos celebrarmos solenemente a sagrada liturgia. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
O Rei da glória é o Senhor onipotente, o Rei da glória é o Senhor Deus do universo! (Cf. LH: Sl 23, 10)
Depois da Comunhão
Ó Deus de misericórdia, sustentados pela eucaristia, dai-nos celebrar dignamente vossos sacramentos e recebê-los sempre com fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 29/03/2025
A iniciativa é toda de Deus
Deus resiste a um coração soberbo, mas não a um humilde: ao primeiro, ainda que muito cumpridor da Lei, nega a sua graça; mas ao segundo, ainda que coberto de faltas, Ele justifica, agracia e torna capaz de amar.
Vemos hoje dois homens irem rezar ao Templo: o primeiro é fariseu; o outro, publicano. Os dois lá chegam, fazem suas orações, mas só um sai justificado. O fariseu apresenta-se a Deus com um currículo impecável: “Não sou”, diz ele, “como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de toda a minha renda”; o publicano, por sua vez, sabe ter a conta tão cheia de pecados, que “nem se atrevia a levantar os olhos para o céu”, senão que “batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’”. O primeiro, apesar de cumprir a Lei à risca, saiu do Templo pior do que entrara, porque se lá entrou sem pecados, de lá saiu com ao menos um, e muito grave: a pretensão de “comprar” com boas obras o amor de Deus; o segundo, apesar de descumprir a Lei em muitos pontos, saiu do Templo melhor do que entrara, porque se lá entrou pecador, de lá saiu justo e santo: “Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não”. Com efeito, não saiu o fariseu justificado, por achar que era ele, à força de sua obediência à Lei, que se fazia justo a si mesmo, para então merecer o amor divino; saiu o publicano justificado, porque sabia não ser mais que um pecador, a quem só resta clamar ao que nos ama antes mesmo de o podermos amar: “Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!” E quantas vezes, desgraçadamente, seguimos o mau exemplo do fariseu, pensando que é o nosso esforço, a nossa penitência, a nossa observância, o nosso plano de vida, a nossa rotina de piedades, que somos nós, numa palavra, que agimos primeiro, para só então agir Deus; que a iniciativa parte do homem, enquanto a resposta é Deus; e que a vontade humana é que se adianta à graça divina, e não esta aos nossos esforços. Para remédio desta soberba, que é no fundo uma grande demência, lembremos o que diz S. João: “Deus nos amou primeiro” (1Jo 4, 19); é, portanto, a sua graça que nos previne, excita, ajuda, acompanha e confirma, sem que nada possamos fazer sem o seu auxílio e consentimento: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Mas, se o fariseu pecou por antepor-se ao amor de Deus, por que então saiu justificado o publicano, que tanto ofendeu com sua ganância o amor divino? A Escritura responde: “Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes” (1Pd 5, 5). O publicano saiu santo e justificado, porque bateu no peito com humildade, dando espaço à graça divina; o fariseu saiu pecador, porque encheu o peito de soberba, não deixando lugar à ação de Deus. Tendo diante dos olhos estes dois exemplos, um tão mau, que devemos evitar, e outro tão bom, que devemos seguir, atendamos à exortação do Apóstolo: “Humilhai-vos debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele vos exalte no tempo oportuno. Confiai-lhe todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós” (1Pd 5, 6-7). Humildes, lancemo-nos nos braços daquele que nos ama desde sempre e que, por sua graça, socorre os que erram e confirma os que tirou das trevas do pecado e pôs sob a sua luz admirável.
Deus abençoe você!
Santo do dia 29/03/2025
Santo Eustásio (Memória Facultativa)
Local: Nápoles, Itália
Data: 29 de Março † s. III
Eustásio era natural da Borgonha. Sobrinho de Miget, bispo de Langres, formou-se sob a direção de Columbano, em Luxeuil, ao qual seguiu no exílio.
Mais ou menos em fins do ano de 616, de volta a Luxeuil, foi feito abade. Santa Fare, então, cega, recuperou a vista: Eustásio fazia o primeiro milagre.
Todo empenhado em evangelizar os infiéis da região, acompanhado de Santo Aile, chegou até os varascos, ao longo do Doubs, povo que vivia, parte idólatra, parte herético. Convertendo o chefe Isério, a irmã deste, edificada, acabou por fundar o mosteiro de Cusance.
Dali, passaram Eustácio e Aile a Baviera. E, em Meuse, Bassigny, hospedando-se na casa de um Gondoíno, viu Eustásio morrer-lhe a filha, Salaberga. Condoido com a desolação do hospedeiro, ressuscitou-lhe a jovem. E Aile, então prêsa de violentíssima febre, sentiu o poder que Deus dera ao companheiro de evangelização.
Jonas de Bobbio, que escreveu uma vida de Santo Eustásio, conta, então, detalhadamente, o que sucedeu com Agrestino, um antigo notário do rei Thierry II. Tendo demandado Luxeuil, depois de ter distribuido tudo que possuía aos pobres, crendo-se com vocação de apóstolo, procurou o Santo. Separado da religião, cismático, Agrestino não foi recebido, e pôs-se, então, a criticar a regra de Columbano, ao que o Santo, respondendo eloquentemente, disse: «Se vós persistirdes em combater nossas instituições, cito-vos no tribunal de Deus. Vós defendeis vossa causa contra Columbano; logo recebereis a sentença do justo juiz, do qual caluniais o servidor»>.
Próximo do fim, numa visão miraculosa, foi-lhe dado escolher: ou quarenta dias de lenta agonia ou trinta de cruéis sofrimentos. Santo Eustásio preferiu a mais dolorosa enfermidade, e faleceu em 625.
O corpo, que foi enterrado na abadia mesma de Luxeuil, transferiram-no, por volta do século X, para o convento das beneditinas de Vergaville, na Lorena, tendo desaparecido em 1670.
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume V. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 21 mar. 2022.
Santo Eustásio, rogai por nós!