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São Pedro e São Paulo, Apóstolos, Solenidade

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Antífona de entrada

Eis os santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus.
Nunc scio vere, quia misit Dominus Angelum suum: et erípuit me de manu Heródis, et de omni exspectatióne plebis Iudaeórum. Ps. Dómine probásti me, et cognovísti me: tu cognovísti sessiónem meam, et resúrrectiónem meam. (Act. 12, 11; Ps. 138)
Vernáculo:
Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me livrar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava! Sl. Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento ou me levanto. (Cf. Bíblia CNBB: At 12, 11; Sl 138, 1-2a)

Glória

Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.

Coleta

Ó Deus, que hoje nos concedeis a santa alegria de festejar os apóstolos São Pedro e São Paulo, dai à vossa Igreja seguir em tudo os ensinamentos destes Apóstolos que nos deram os fundamentos da fé. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura (At 12, 1-11)


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, 1o rei Herodes prendeu alguns membros da Igreja, para torturá-los. 2Mandou matar à espada Tiago, irmão de João. 3E, vendo que isso agradava aos judeus, mandou também prender a Pedro. Eram os dias dos Pães ázimos.

4Depois de prender Pedro, Herodes colocou-o na prisão, guardado por quatro grupos de soldados, com quatro soldados cada um. Herodes tinha a intenção de apresentá-lo ao povo, depois da festa da Páscoa. 5Enquanto Pedro era mantido na prisão, a Igreja rezava continuamente a Deus por ele.

6Herodes estava para apresentá-lo. Naquela mesma noite, Pedro dormia entre dois soldados, preso com duas correntes; e os guardas vigiavam a porta da prisão.

7Eis que apareceu o anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela. O anjo tocou o ombro de Pedro, acordou-o e disse: “Levanta-te depressa!” As correntes caíram-lhe das mãos.

8O anjo continuou: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!” Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!” 9Pedro acompanhou-o, e não sabia que era realidade o que estava acontecendo por meio do anjo, pois pensava que aquilo era uma visão. 10Depois de passarem pela primeira e segunda guarda, chegaram ao portão de ferro que dava para a cidade. O portão abriu-se sozinho. Eles saíram, caminharam por uma rua e logo depois o anjo o deixou. 11Então Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato, que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava!”

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 33)


℟. De todos os temores me livrou o Senhor Deus.


— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem! ℟.

— Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou. ℟.

— Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia. ℟.

— O anjo do Senhor vem acampar ao redor dos que o temem, e os salva. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio! ℟.


https://youtu.be/EAZSj2FiQeE

Segunda Leitura (2Tm 4, 6-8. 17-18)


Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo


Caríssimo: 6quanto a mim, eu já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.

17Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças, ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão.18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Tu és Pedro e sobre esta pedra eu irei construir minha Igreja; e as portas do inferno não irão derrotá-la. (Mt 16, 18) ℟.

Evangelho (Mt 16, 13-19)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo  segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?”14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”.

15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”

16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Constítues eos príncipes super omnem terram; mémores erunt nóminis tui, in omni progénie et generatióne. (Ps. 44, 17. 18)


Vernáculo:
Fareis deles os reis soberanos da terra. Cantarei vosso nome de idade em idade, para sempre haverão de louvar-vos os povos! (Cf. LH: Sl 44, 17. 18)

Sobre as Oferendas

A oração de vossos Apóstolos, Senhor, acompanhe as oferendas que vos apresentamos para serem consagradas e volva para vós o nosso coração, ao celebrarmos este sacrifício. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Simão Pedro disse a Jesus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Jesus então declarou: Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja. (Cf. Mt 16, 16. 18)
Tu es Petrus, et super hanc petram aedificábo Ecclésiam meam. (Mt. 16, 18; ℣. Ps. 79, 2ab. 8. 9. 10. 11. 12. 15. 16. 18. 19. 20)
Vernáculo:
Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja. (Cf. MR: Mt 16, 18)

Depois da Comunhão

Refeitos por este sacramento, concedei-nos, Senhor, viver de tal modo na vossa Igreja que, perseverando na fração do pão e no ensinamento dos Apóstolos, enraizados no vosso amor, sejamos um só coração e uma só alma. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 30/06/2024


Testemunho de fé e caridade


Pedro, o primeiro a confessar a fé em Cristo, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel; Paulo, mestre e doutor da fé, iluminou as profundezas do mistério e anunciou o Evangelho a todas as nações.


Queridos irmãos e irmãs, celebramos, neste domingo, a Solenidade especial que a Igreja dedica a aqueles que foram seus maiores Apóstolos: São Pedro e São Paulo.


Celebrar estes Apóstolos é homenagear a obra que eles fizeram para edificar a Igreja Católica. Como diz o prefácio da Missa de hoje: “Pedro, o primeiro a confessar a fé em Cristo, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel; Paulo, mestre e doutor da fé, iluminou as profundezas do mistério e anunciou o Evangelho a todas as nações. Assim, por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, a mesma veneração”.


Celebrar estes Apóstolos é também sentir o apelo ao conhecimento e amor à Igreja. Quanta ignorância existe sobre a Igreja Católica! Inclusive, ignorância por parte dos próprios filhos. Filhos que não conhecem a mãe, como irão amá-la? Esta ignorância gera desde a indiferença ao ódio. Dizia o Bispo Dom Fulton Sheen: “Não existem mais de 100 pessoas neste mundo que realmente odeiem a Igreja Católica, mas há milhões que odeiam o que eles pensam ser a Igreja Católica”. Do conhecimento da Igreja, porém, devem surgir o amor e o afeto filial para com Ela.


Que lições podemos aprender destes grandes santos? São os dois primeiros missionários, “os alicerces da Igreja”. Eles nos ensinam muitas coisas. Aceno particularmente a duas virtudes, que brilharam neles mais que as outras: a fé e a caridade.


Que fé viva a de São Pedro! Quando Nosso Senhor perguntou aos apóstolos: “No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?", responderam-lhe: “Uns afirmam que és João Batista, outros Jeremias, etc.” E Jesus acrescentou: que os homens pensem assim, está bem; mas vós, vós que não sois homens comuns, quem dizeis que eu sou? São Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, Filho de Deus vivo!” (Mt 16,16). Que estupenda profissão de fé! Declarou-o publicamente verdadeiro Filho de Deus. Então Jesus lhe prometeu que o constituiria pedra fundamental de sua Igreja, conferindo-lhe o poder supremo de atar e desatar sobre a terra.


São Pedro manifestou sua fé também em outras circunstâncias, por exemplo, quando Nosso Senhor prometeu dar sua carne e seu sangue como comida e bebida, ocasião em que todos se escandalizaram, alegando ser coisa impossível, e foram-se embora. Jesus dirigiu-se então aos seus discípulos: “Vós também quereis ir?” Mas Pedro respondeu: “Não, Senhor! Nós ficaremos sempre contigo, porque somente tu tens palavras de vida eterna!” (Jo 6,68).


Assim em diversas outras oportunidades, São Pedro sobressaiu como um dos primeiros, ou melhor, como o primeiro pela vivacidade de sua fé. É certo que Nosso Senhor lhe predisse a tríplice negação, mas em seguida acrescentou: “Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça” (Lc 22,32). Quando Jesus o chamou após si, Pedro, embora tivesse seus bons anos, seguiu-o prontamente e nunca mais o abandonou.


E São Paulo? Tinha uma fé impressionante! Fé que ele queria anunciar “ao mundo inteiro." E dizia: "Quero viver de fé." Não somente fé, mas vida de fé.


Portanto, estes dois apóstolos são para nós um exemplo na virtude e na vida de fé; devemos imitá-los. É preciso que a nossa fé apresente os caracteres da verdadeira fé: total, absoluta, cega. Perante o assalto das tentações, não esmoreçamos, mas, em defesa da fé, estejamos dispostos a nos deixar cortar a cabeça. Acreditemos nas verdades de fé como se as víssemos com os nossos olhos.


E depois, fé no Papa, sabendo e crendo que é infalível, que ocupa o lugar de São Pedro. O Papa é São Pedro, tal e qual; é como se São Pedro em pessoa mandasse e dissesse o que deseja de nós. É São Pedro que vive no Papa.


A segunda virtude que devemos aprender destes dois santos é a caridade, o amor sobrenatural.


São Pedro vivia abrasado de amor por Jesus. Após a ressurreição, Nosso Senhor lhe perguntou: “Tu me amas mais do que estes?” (Jo 21,15). Ele lembrando-se de que o havia negado, não ousava mesmo dizer que o amava mais que os outros, e respondeu apenas: “Senhor, apelo ao teu coração... Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo” (Jo 21,17).


Foi este amor que suscitou nele o empenho, o zelo de tornar Jesus conhecido e amado; foi este amor que o tornou capaz de sustentar todas as fadigas do apostolado e por fim também o martírio. Condenado à morte, pediu que o crucificassem, para se tornar mais semelhante ao divino Mestre; mas, por humildade, quis ser crucificado de cabeça para baixo. Cada um de nós deveria poder afirmar que ama Jesus mais que todos os outros; ou, pelo menos, deveria ter o desejo de amá-lo mais. Não é questão de soberba, não.


E São Paulo? Discorrendo sobre este apóstolo, São João Crisóstomo exclamou: “O coração de Paulo era o coração de Jesus Cristo!”. Uma mesma chama! Já vos disse que em suas cartas Paulo não se cansava de repetir o nome de Jesus, como também não poupava fadigas e sacrifícios na salvação das almas: “De muito boa vontade darei o que é meu, e me darei a mim mesmo pelas vossas almas!” (2 Cor 12,15). Eu me consumirei e me tornarei a consumir, farei o possível e o impossível, contanto que Nosso Senhor seja amado! Trabalhava unicamente por esta finalidade: amar Nosso Senhor e fazê-lo ser amado. Nós também: tudo o que fazemos, devemos fazê-lo para que Jesus Cristo seja amado e glorificado por todos.


Eis a dupla lição que importa aprender na festa de hoje: fé viva e amor ardente. Entretanto, aqueçamos os nossos corações através da veneração destes dois grandes santos, crescendo na devoção para com o Papa.


Fazemos nosso o ensinamento de Santo Inácio de Loyola: “Para em tudo acertar, devemos acreditar que o branco que vejo, que é preto, se a Igreja Hierárquica assim o determinar”. Lembremos sempre, como dizia São Luís Orione que: “o Papa deve ser amado na cruz; e quem não o ama na cruz, não o ama verdadeiramente. Estar em tudo com o Papa significa estar em tudo com Deus; amar Jesus Cristo e amar o Papa é o mesmo amor”, pois “... amar o Papa, amar a Igreja, é amar Jesus Cristo”.


Nos corações de Jesus, Maria e José, sob a doutrina de São Pedro e São Paulo e unidos ao Papa, amemos sempre a Igreja Católica. Assim seja. Amém.

Deus abençoe você!

Pe. Fábio Vanderlei, IVE

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia Dominical | A Igreja existe onde existe a fé! (Solenidade de S. Pedro e S. Paulo, Apóstolos)

Para sermos verdadeiramente membros do Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, a primeira condição exigida expressamente por Nosso Senhor é que tenhamos fé. Mas em que, afinal, devemos crer? Qual a real importância da fé para as nossas vidas e a vida da Igreja? Não bastam as boas obras para que sejamos salvos?Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este domingo, Solenidade de São Pedro e São Paulo, e descubra a necessidade e o dever de guardarmos a fé que recebemos dos Apóstolos.


https://youtu.be/g1Vdhf6zOdg

Santo do dia 30/06/2024

Santos Protomártires da Igreja de Roma (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 30 de Junho† s. I


Seu número não foi sequer contado. De seus nomes, a História registra apenas os dos Apóstolos Pedro e Paulo. Todos os outros luzem no firmamento da Igreja como uma constelação de astros anônimos, celebrados na Liturgia de 30 de junho.

O primeiro ato do drama de seu martírio teve início na noite de 19 de julho do ano 64, com os repetidos toques de trombetas dos vigias postados em pontos-chave da Capital do mundo. Toques de alerta, bem conhecidos e temidos, logo seguidos dos primeiros gritos: “Fogo!… Fogo!… Fogo!”

Nessa cidade superpovoada, com bairros pobres nos quais se amontoavam casas de madeira, um incêndio não passava de um acidente corriqueiro. Este, porém, logo revelou ser dotado de grande poder destruidor. Em poucos minutos os brados de “Fogo!”, cada vez mais apavorados, se espalharam pelas ruas do bairro popular do Grande Circo e logo depois por outros bairros.

As chamas pareciam ter-se estendido por várias regiões ao mesmo tempo, devorando implacavelmente lojas comerciais e residências. Encontrando em seu caminho alguns depósitos de óleo e outros materiais combustíveis, alastraram-se por toda a região em torno dos montes Palatino e Célio. Quando por fim elas se apagaram, seis dias depois, haviam destruído dez dos quatorze bairros da grande Metrópole imperial. Tão pavorosa fora a catástrofe que se tornou impossível calcular o número de mortos.

Durante esses terríveis dias, grandes grupos de homens impediam, por meio de ameaças, a ação de todos quantos queriam apagar o incêndio. Mais ainda, todos os historiadores antigos concordam em que foram vistos homens atiçando o fogo.

Os habitantes de Roma imediatamente acusaram Nero de ter provocado o incêndio, ou pelo menos de o ter favorecido. Os antigos historiadores abonam essa acusação, enquanto alguns modernos a rejeitam.

Deixando de lado a controvérsia histórica, o fato inegável é que o monstruoso Imperador, para se livrar da imensa onda de indignação levantada contra ele, lançou a culpa sobre os cristãos. Para o homem que havia mandado matar sua própria mãe, a invenção de uma tal calúnia pesava muito pouco na consciência.

Agindo em consequência, Nero mandou prender, de início, todos quantos se proclamavam cristãos. Delatores movidos pelos mais espúrios interesses logo possibilitaram a prisão de muitos outros. Quantos concretamente? Não se sabe. Um historiador afirma ter sido “uma grande multidão”. Todos foram sumariamente condenados à morte.

Em breve espalhou-se por todo o Império uma palavra de ordem: “Non licet esse christianus — Não é permitido ser cristão”.

O ódio bimilenar de Satanás e de seus asseclas humanos contra a Santa Igreja Católica está bem retratado nas cenas brutais e escabrosas dessa primeira perseguição.

Não se limitaram os algozes a torturar e depois decapitar ou crucificar as inocentes vítimas, em espetáculos no Circo de Calígula e Nero, localizado na Colina do Vaticano. “Tudo quanto se pode conceber na imaginação de um sádico a quem se concedesse plena liberdade para praticar o mal, foi posto em prática numa atmosfera de pesadelo”, afirma o historiador Daniel Rops, em sua monumental obra História da Igreja de Cristo.

O Imperador mandou franquear à população o jardim do parque imperial. Aí se organizaram “caçadas” nas quais os alvos eram cristãos revestidos de peles de animais ferozes para, assim, serem perseguidos e por fim dilacerados pelos cães. Mulheres eram arremessadas ao ar por brutais chifradas de touros, numa alegoria a episódios de uma fábula pagã. Não faltaram sequer ignominiosos ultrajes e atentados à virgindade das donzelas.

Caindo a noite, os carrascos ergueram numerosos postes ao longo das alamedas do parque, nos quais amarraram corpos de cristãos besuntados de resina e pez, e lhes atearam fogo, a fim de servirem de iluminação para a “festa”. Vestido de cocheiro, Nero passeava com seu carro puxado a cavalos pelas alamedas abarrotadas de embasbacados espectadores e iluminadas por essas tochas humanas.

São Clemente Romano, o terceiro sucessor de São Pedro, relata as horrorosas cenas dessa noite, das quais foi testemunha ocular. E o historiador latino Tácito, homem claramente hostil ao Cristianismo, escreveu que um tal excesso de atrocidade acabou por levantar em algumas parcelas da opinião pública um movimento de pena em relação aos cristãos.

Estes são os Protomártires da Igreja de Roma. Seus nomes são desconhecidos nesta terra, mas no Céu eles brilham como sóis por toda a eternidade, e lá intercedem por nós que aqui celebramos sua gloriosa memória.

A esta primeira perseguição sucederam-se nove outras, ao longo dos 250 anos subsequentes, até a proclamação do Edito de Milão, em 313. Calcula-se que nessa primeira fase da Igreja 6 milhões de mártires selaram com a morte sua fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Ou seja, em média, 24 mil por ano, 66 por dia.

“O sangue dos mártires é semente de novos cristãos”. Esse sangue bendito que regou a terra nos primeiros séculos do Cristianismo continua a produzir seus frutos até hoje, e assim será até o dia em que a humanidade inteira for convocada para o derradeiro ato da História, quando Cristo Glorioso ditará a última sentença: “Vinde, benditos de meu Pai” … “Afastai-vos de mim, malditos” (Mt 25, 34 e 41)

Referência:
RAMOS, Padre Felipe de Azevedo. Os Santos Protomártires da Igreja de Roma. 2005. Disponível em: revistacatolica.com.br. Acesso em: 28 jun. 2021.

Santos Protomártires da Igreja de Roma, rogai por nós!

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