Nome: Assunção de Nossa Senhora (Solenidade)
Data: 15 de Agosto

No Brasil, por determinação da CNBB e autorização da Santa Sé, esta solenidade é celebrada no domingo depois do dia 15, caso o dia 15 não caia em domingo.

A Lumen Gentium se expressa assim a respeito da glorificação de Maria em corpo e alma: "A Imaculada Virgem, preservada imune de toda mancha de culpa original, terminado o curso da sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória celeste e pelo Senhor exaltada qual Rainha do universo, para que mais plenamente estivesse conforme o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte" (LG 59).

Maria elevada ao céu é primícia da Igreja celeste e o sinal da esperança segura e do conforto para a Igreja peregrina (cf. LG 68). A "Dormitio Virginis" (o "Adormecimento da Virgem") no Oriente e a Assunção no Ocidente estão entre as mais antigas festas marianas. Este antigo testemunho litúrgico foi explicitado e solenemente proclamado pela definição dogmática de Pio XII em 1950.

Vamos considerar a solenidade sob dois enfoques: Nossa Senhora da Glória e Maria, aurora e esplendor da Igreja triunfante. No ano B quando a solenidade ocorre num domingo do Tempo Comum em que se lê o capítulo 6 de São João, pode-se considerar Maria, a mulher eucarística.

A. Nossa Senhora da Glória

No dia 15 de agosto a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ou Nossa Senhora da Glória. É a terceira e última solenidade de Maria do Calendário da Igreja universal. Dia 8 de dezembro ela celebra a Imaculada Conceição e, dia 1º de janeiro, Nossa Senhora ou Santa Maria, Mãe de Deus.

Assunção de Nossa Senhora, ou Nossa Senhora Assunta ao Céu, ou ainda Nossa Senhora da Glória, está entre as festas de Nossa Senhora muito caras ao nosso povo. Faz parte da piedade popular do catolicismo tradicional do povo brasileiro.

Esta solenidade vem colocada no mês de agosto, bem dentro do Tempo comum. Por isso, ela tem a força de reanimar a caminhada da Comunidade cristã. Ela faz a Comunidade cristã voltar o seu coração e o seu olhar para aquela que já nos precedeu na glória com seu Filho Jesus. É festa da nostalgia e da esperança. Alguém do povo de Deus, imagem de toda a Igreja, já participa em plenitude, de corpo e alma, da glória da Cabeça da Igreja, Jesus Cristo.

A tradição cristã afirma que Maria, a Mãe de Jesus, não morreu, mas adormeceu e, sem sentir a corrupção, participa, de corpo e alma no céu, da glória de seu Filho. Esta glória espera a cada pessoa humana, que como Maria procura realizar em sua vida o plano de Deus. Todo o nosso ser, o nosso corpo também, é destinado à glória com Cristo e Maria.

Esta certeza da fé, contemplada em Maria, traz consigo várias consequências. Primeiro, a dignidade do corpo humano. Por isso, não devemos profaná-lo pelo pecado. É preciso respeitá-lo em nós e nos outros. Criar condições para que todas as pessoas possam viver sua vida em plenitude. A fome, a miséria, a falta de cultura, impostas à maioria do nosso povo, constitui um atentado à dignidade das pessoas.

Segundo, a esperança. Os cristãos são chamados a viver com a cabeça erguida, com o coração cheio das coisas do alto, onde nos esperam Jesus Cristo e Maria.

O mistério da Assunção de Nossa Senhora caminha nos corações dos cristãos. Quando celebram sua festa, eles celebram as grandes coisas que Deus realizou na Mãe de seu Filho, Maria Santíssima. Celebram também o que Deus realizou, a exemplo de Maria, em cada pessoa humana, chamando-a a participar de sua glória com Jesus Cristo e sua Santíssima Mãe.

B. Maria, aurora e esplendor da Igreja triunfante

A parte própria do prefácio da solenidade da Assunção de Nossa Senhora proclama maravilhosamente o mistério celebrado: "Hoje, a Virgem Maria, Mãe de Deus, foi elevada à glória do céu. Aurora e esplendor da Igreja triunfante, ela é consolo e esperança do vosso povo ainda em caminho, pois preservastes da corrupção da morte aquela que gerou de modo inefável o vosso próprio Filho feito homem, autor de toda a vida."

A Igreja celebra o dia natalício, o nascimento para o céu, da Mãe de Deus. Podemos pensar também na páscoa de Maria passando deste mundo para o Pai.

Liturgicamente a Assunção é considerada a festa mais importante de Nossa Senhora, tanto assim que sua Liturgia apresenta dois formulários de Missa, o da Vigília e o do Dia. Originariamente, celebrava-se a dormição de Nossa Senhora em Jerusalém, pois os cristãos não falavam da morte de Maria, mas que ela havia adormecido. Quando os Apóstolos teriam ido visitar o seu sepulcro, conforme a tradição apócrifa, não encontraram o seu corpo. Daí a festa do triunfo de Maria, ou de Nossa Senhora da Glória.

As leituras contemplam esta realidade. A 1ª leitura (cf. Ap 11,19; 12, 1-6a.10a-b) apresenta uma mulher vestida com o sol, tendo a lua sob os pés, e o Filho que ela deu à luz, um varão, que irá reger todas as nações. Nesta imagem, a mulher e o filho representam Jesus Cristo e a Igreja, mas a mulher confunde-se com Maria, pois nela realizou-se plenamente a Igreja. Por isso, a Liturgia aplica esta figura a Maria.

Mas Maria é o que é, símbolo da Igreja triunfante, graças a seu Filho Jesus Cristo (cf. 2ª leitura, 1Cor 15, 20-26). Em Cristo, as primícias dos que adormeceram, todos receberão a vida. Ele venceu a morte não só para si. Se ele constitui as primícias, então, segue a colheita. Maria, em quem Deus realizou grandes coisas, tornando-a a Mãe do seu Filho no mistério da Encarnação, é a primeira a participar da glória de seu Filho (cf. Evangelho, Lc 1, 39-56). Ela é bendita entre as mulheres e bendito é o fruto do seu ventre. Todo o Cântico de Nossa Senhora proclama a sua glória. Era pois conveniente que, ao término da peregrinação terrestre, ela partisse deste mundo sem sofrer a corrupção, participando plenamente da glória do seu Filho.

Se, na solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Maria, no dia 8 de dezembro, a Igreja celebra suas origens e sua vocação a ser santa e imaculada diante de Deus, se na solenidade de Maria, Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro, a Igreja comemora em Maria sua vocação a ser Mãe de Jesus Cristo, na solenidade da Assunção da Virgem Maria, a Igreja celebra o seu destino de vida feliz por toda a eternidade na glória celeste.

Maria torna-se, desta forma, realização e sinal do que espera toda a Igreja. Celebramos, pois, em Maria, a nossa vocação para a ressurreição e a vida feliz pela participação na glória de Deus. Em Maria contemplamos a aurora e o esplendor da Igreja triunfante. A Antífona da Comunhão convida todas as gerações a proclamarem Maria bem-aventurada porque o Poderoso fez nela grandes coisas.

A Oração coleta resume bem o sentido da solenidade: Deus eterno e todo-poderoso, que elevastes à glória do céu em corpo e alma a imaculada Virgem Maria, Mãe do vosso Filho, dai-nos viver atentos às coisas do alto, a fim de participarmos da sua glória.

Na Oração depois da Comunhão pedimos que, alimentados pelo sacramento da salvação, possamos, pela intercessão da Virgem Maria elevada ao céu, chegar à glória da ressurreição.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Oração a Nossa Senhora da Assunção

Ó dulcíssima soberana, rainha dos Anjos, bem sabemos que, miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas, mas sabemos que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e, no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez mais para conosco. Do alto desse trono em que reinais sobre todos os anjos e santos, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos; vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar, expostos até o fim de nossa vida. Pelos merecimentos de vossa bendita morte, obtende-nos o aumento da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, para que possamos, um dia, ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos espíritos celestes, para louvar e cantar as vossas glórias eternamente no céu.
Assim seja!

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