Nome: São João Eudes, Presbítero (Memória Facultativa)
Local: Caen, França
Data: 19 de Agosto † 1680

São João Eudes faz parte dos grandes santos que se distinguiram na Igreja no século após o Concílio de Trento, atuando decisivamente para implantar as reformas propostas pelo Concílio. Além de João Eudes, podemos citar São Vicente de Paulo, São Carlos Borromeu e São Francisco Solano.

João Eudes nasceu em 1601, em Ri, na Normandia. Foi um dos grandes educadores do clero francês e ativo missionário popular. Aos 22 anos ingressou na Congregação do Oratório fundada por De Bérulle. Depois de ordenado sacerdote em 1625, começou intensa atividade de pregação, indo ao encontro da ignorância religiosa do povo. Nesta atividade ele percebeu que o grande problema estava no clero malformado. Procurou, então, atacar o mal pela raiz, promovendo a formação do clero. Deixando o Oratório, lançou os fundamentos da Congregação dos Seminários de Jesus e Maria e começou a promover a fundação de seminários, dirigidos pelos religiosos de sua congregação, os eudistas. Chegou a criar seis seminários entre 1648 e 1670.

São João Eudes distinguiu-se também pela promoção da devoção e do culto litúrgico aos Corações de Jesus e de Maria.

Há duas linhas no culto ao Coração de Jesus na Igreja: a primeira é o enfocado por São João Eudes; a segunda, o promovido pela vidente Santa Margarida Maria Alacoque. A linha de São João Eudes realça o aspecto da contemplação das maravilhas realizadas por Deus pela bondade mostrada por Jesus Cristo, que passou pelo mundo fazendo o bem. Realça-se a ação de graças e o Coração de Jesus que convida a imitá-lo em sua bondade. A linha de Santa Margarida Maria Alacoque realça mais o aspecto do culto de expiação e de reparação. A diferença é marcante, tanto assim que através da história elaboraram-se vários formulários para a festa do Sagrado Coração de Jesus, ora acentuando uma linha, ora a outra. Na versão apresentada pela Reforma do Vaticano II, procurou-se considerar as duas linhas que se completam, tanto assim que na Missa da solenidade do Sagrado Coração de Jesus se apresentam duas Orações coletas, à escolha, para as duas tendências, sendo que a tradição de São João Eudes vem colocada em primeiro lugar.

A primeira reza assim: Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, alegrando-nos pela solenidade do Coração do vosso Filho, meditemos as maravilhas de seu amor e possamos receber, desta fonte de vida, uma torrente de graças.

A segunda reza assim: Ó Deus, que no Coração do vosso Filho, ferido por nossos pecados, nos concedestes infinitos tesouros de amor, fazei que lhe ofereçamos uma justa reparação consagrando-lhe toda a nossa vida.

Na Liturgia das Horas ocorre apenas a primeira versão. Na Missa votiva do Sagrado Coração de Jesus também se deu preferência à tradição de São João Eudes: Senhor Deus, revesti-nos das virtudes do Coração de vosso Filho e inflamai-nos com seu amor, para que, assemelhando-nos a ele, possamos participar da redenção eterna.

A Antífona da Comunhão tem duas versões, à escolha, ou seja, nas duas linhas. A primeira: Diz o Senhor: Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Daquele que crê em mim brotarão rios de água viva (Jo 7, 37-38). A segunda: Um dos soldados abriu-lhe o lado com a lança, e logo correram sangue e água (Jo 19, 34). Isso se verifica também no formulário da própria solenidade.

João Eudes teve que enfrentar muitas oposições, calúnias e perseguições principalmente dos jansenistas, cujo rigorismo combateu com a devoção aos Corações de Jesus e Maria. Fundou ainda uma Congregação dedicada especialmente à regeneração das prostitutas, a Obra de Nossa Senhora da Caridade do Amparo, da qual se deriva o Instituto do Bom Pastor.

São João Eudes faleceu em 1680, em Caen, e foi canonizado em 1925.

A Oração coleta apresenta São João Eudes como o presbítero que Deus escolheu para anunciar as incomparáveis riquezas de Cristo. Ele o fez sobretudo formando o povo na verdadeira fé através das missões populares e pela formação do clero, preparando-o para o serviço pastoral na superação da ignorância religiosa do povo cristão.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São João Eudes, rogai por nós!

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