Nome: São Bernardo de Claraval, Abade e Doutor da Igreja (Memória)
Local: Hildesheim, Alemanha
Data: 20 de Agosto † 1153

Bernardo nasceu em Dijon, na Borgonha, em 1090, de família nobre. Aos 19 anos, abandonou o mundo para ingressar na Ordem de Cister há pouco fundada com um grupo de moços e a levou ao apogeu no século XII. São Bernardo pode ser considerado o segundo fundador da Ordem Cisterciense. Quando Bernardo entrou, a Ordem só contava com vinte membros e um único mosteiro. Eleito prior da nova fundação de Claraval, durante os trinta e oito anos que durou sua direção, a Ordem cresceu até 343 mosteiros.

Pelo que sabemos, São Bernardo foi a personalidade mais empolgante da primeira metade do século XII: foi pregador, místico, político, polemista, escritor, fundador de mosteiros, abade, conselheiro de papas, reis e bispos.

Mesmo como monge teve que deixar seu mundo de contemplação, o mosteiro, para envolver-se nas questões que agitavam a sociedade. Defendeu a reforma cisterciense contra os beneditinos cluniacenses, combateu os ensinamentos de vários mestres do tempo, atacou as ideias heréticas que se disseminavam através da Europa, esteve presente em vários sínodos de bispos, envolveu-se no cisma (Anacleto II contra Inocêncio II) que dividiu a Igreja, com dois papas disputando o poder.

Por incumbência do papa Eugênio III, seu antigo discípulo, percorreu a França, Flandres, Alemanha, concitando os príncipes a formarem uma cruzada contra os turcos que teve êxito militar negativo, pelo que ele sofreu duras críticas. Enfim, mesmo como monge de vida contemplativa, esteve praticamente presente em todos os grandes acontecimentos da época.

São Bernardo deixou profunda marca na história da espiritualidade católica. Seus escritos revelam amor profundo aos mistérios da humanidade do Salvador. O que ele pregava e praticava sobretudo com os monges, São Francisco de Assis divulgará no século seguinte. Bernardo emerge entre os Santos Padres como o Cantor do Amor Eterno que se revelou em Cristo desde Belém até ao Gólgota. Ele é também o poeta incomparável da Virgem Maria.

Enquanto empreendia mais uma missão pacificadora, Bernardo sentiu-se vencido pela doença; fez-se conduzir a seu mosteiro de Claraval e, rodeado pelo afeto e admiração dos seus monges, entregou sua alma a Deus. Era o dia 20 de agosto de 1153. A Igreja o elevou às honras dos altares doze anos depois, e lhe conferiu o título de Doutor da Igreja.

O hino próprio de Laudes e Vésperas traduz bem a grande figura de São Bernardo. Ele é cantado pela Igreja como luz celeste. O Cristo nele, sol vivo que flameja, o faz coluna, escudo e doutor da sua Igreja. Ninguém com mais ternura fala de Maria; semeia de claustros a Europa e o mundo inteiro; os papas o consultam e dos reis é conselheiro.

A Antífona do Benedictus o canta como luz do Verbo eterno que irradia em toda a Igreja a luz da fé e da doutrina. Ele é chamado de doutor melífluo na Antífona do Magnificat: Doutor melífluo, São Bernardo, do Esposo sois amigo, sois cantor da Virgem Mãe, sois ilustre em Claraval, e pastor dos mais insignes. No hino se diz que ele se derramou como mel sobre toda a humanidade.

As orações da Missa também são generosas em exaltar as grandezas de São Bernardo de Claraval. Na Oração coleta o santo é realçado como abade inflamado de zelo pela casa de Deus, isto é, a Igreja, uma luz que brilha e ilumina a Igreja. Na Oração sobre as oferendas a Igreja apresenta a Deus o sacramento da unidade e da paz, pela intercessão de São Bernardo, que por suas palavras e ações procurou incansavelmente a concórdia da Igreja. Portanto, São Bernardo é também exemplo a ser imitado na promoção da paz e da unidade. A Oração depois da Comunhão nos leva à imitação de São Bernardo no seu arrebatado amor pelo Verbo que se fez carne. São Bernardo precedeu São Francisco de Assis na contemplação dos mistérios da humanidade do Salvador. No sermão 83 sobre o Cântico dos Cânticos meditado no Oficio das Leituras, lemos: Amo porque amo, amo para amar.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Bernardo de Claraval, rogai por nós!

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