3ª feira do Tempo do Natal depois da Epifania
Antífona de entrada
Ecce advénit dominátor Dóminus: et regnum in manu eius, et potéstas, et impérium. Ps. 1. Deus, iudícium tuum regi da: et iustítiam tuam fílio regis. 2. Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent. 3. Et adorábunt eum omnes reges terrae: omnes gentes sérvient ei. (Cf. Mal. 3, 1; I Chron. 29, 12; ℣. Ps. 71, 1. 10. 11)
Vel:
Lux fulgébit hódie super nos: quia natus est nobis Dóminus: et vocábitur Admirábilis, Deus, Princeps pacis, Pater futúri saéculi: cuius regni non erit finis. Ps. Dóminus regnávit, decórem indútus est: indútus est Dóminus fortitúdinem, et praecínxit se. (Cf. Is. 9, 2. 6; Lc. 1, 33; Ps. 92)
Vernáculo:
Eis que vem o Senhor dos senhores, em suas mãos, o reino, o poder e o império. Sl. 1. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! 2. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. 3. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Ou:
Hoje a luz brilhará sobre nós, porque nasceu para nós o Senhor; ele será chamado Admirável, Deus, Príncipe da paz, Pai do mundo novo, o seu reino não terá fim. (Cf. MR: Is 9, 2. 6; Lc 1, 33) Sl. Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor! (Cf. LH: Sl 92)
Coleta
Ó Deus, cujo Filho Unigênito se manifestou na realidade da nossa carne, concedei-nos que, reconhecendo-o exteriormente semelhante a nós, sejamos interiormente renovados por Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 4, 7-10
Leitura da Primeira Carta de São João
7Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. 8Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor. 9Foi assim que o amor de Deus se manifestou entre nós: Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que tenhamos vida por meio dele.
10Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de reparação pelos nossos pecados.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 71(72), 1-2. 3-4ab. 7-8 (R. cf. 11)
℟. Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. ℟.
— Das montanhas venha a paz a todo o povo, e desça das colinas a justiça! Este Rei defenderá os que são pobres, os filhos dos humildes salvará. ℟.
— Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra! ℟.
℣. O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho. (Lc 4, 18) ℟.
Evangelho — Mc 6, 34-44
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas, Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos, 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Gradual Romano:
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sérvient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vel:
Deus enim firmávit orbem terrae, qui non commovébitur: paráta sedes tua, Deus, ex tunc, a saéculo tues. (Ps. 92, 1c. 2)Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Ou:
Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis! (Cf. LH: Sl 92, 1c. 2)Sobre as Oferendas
Acolhei benigno, Senhor, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que alcancemos pelos celestes sacramentos o que professamos filialmente pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Manducavérunt, et saturáti sunt nimis, et desidérium eórum áttulit eis Dóminus: non sunt fraudáti a desidério suo. (Ps. 77, 29. 30; ℣. Sl. 77, 1. 3-4a. 4bcd. 23. 24. 25. 27. 28)
Vernáculo:
Eles comeram e beberam à vontade. O Senhor satisfizera os seus desejos. (Cf. MR: Sl 77, 29-30)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que vindes ao nosso encontro pela participação neste sacramento, realizai em nossos corações os efeitos de sua força, para que, ao recebermos o vosso dom, sejamos a ele configurados. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/01/2026
Um Deus que sofre conosco
Jesus, vendo a multidão esfomeada que o seguia, teve compaixão dela, porque eram como ovelhas sem pastor, necessitadas do pão da verdade e da proteção dos sacramentos.
No Evangelho de hoje, Jesus multiplica cinco pães e dois peixes e alimenta com esse pouco a cinco mil homens. O evangelista S. Marcos, como é do seu feitio, começa a narrativa desse episódio com a seguinte observação psicológica: “Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão” (v. 34). O Evangelho nos abre, assim, para a dimensão compassiva do Coração de Cristo, que não se limita a ter pena dos homens, mas a fazer suas as necessidades deles. Ele se compadece, não só por saber o que nos faz falta, mas por ter-se disposto a sofrer conosco, a carecer do necessário, a passar fome e frio, a não ter onde repousar a cabeça (cf. Mt 8, 20). As entranhas de misericórdia que nos descreve hoje o evangelista apontam, pois, para a realidade da Encarnação do Verbo, que assumiu uma humanidade em tudo igual à nossa, exceto no pecado, pela qual Ele pôde vir ao mundo e viver a nossa vida, com todas as dificuldades que lhe são inerentes. Pensemos, por exemplo, nos trinta anos de vida oculta que Ele levou em Nazaré. Como todo trabalhador humilde, Jesus levantava-se ao cantar do galo, ainda extenuado dos trabalhos da jornada anterior; comia o pouco de pão que a Virgem Maria preparava com todo o cuidado; assistia S. José em seus afazeres na carpintaria; cumpria, enfim, seus deveres como um judeu piedoso, e foi por ter passado por tudo o que passamos que Ele podia, com o seu Coração de carne, ter compaixão de nós, que somos ovelhas sem pastor, pois precisamos de alimento e segurança: alimento não só para o corpo, mas para a alma, que está sempre faminta de verdade; segurança não só contra os perigos da vida, mas contra os ataques e as mentiras do demônio. Por isso, renovemos hoje a nossa fé naquelas palavras do autor da Epístola aos Hebreus: “Não temos nele”, em Jesus Cristo, “um pontífice incapaz de compadecer-se das nossas fraquezas. Ao contrário, passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos, pois, confiadamente do trono da graça”, ao nos alimentarmos hoje da S. Eucaristia, “a fim de alcançar misericórdia e achar a graça de um auxílio oportuno” (Hb 4, 15-16).
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/01/2026
Epifania do Senhor (Solenidade)
Data: 06 de Janeiro
(No Brasil, por determinação da CNBB, esta solenidade é celebrada no domingo, entre 2 e 8 de janeiro.)
A origem oriental desta solenidade está implícita no seu nome: Epifania (revelação, manifestação). Os latinos usavam a denominação festividade da declaração ou aparição com o significado de revelação da divindade de Cristo ao mundo pagão através da adoração dos magos, aos judeus com o batismo nas águas do Jordão e aos discípulos com o milagre das bodas de Caná. O episódio dos magos, que está além de possível reconstrução histórica, podemos considerá-lo, como o fizeram os Padres da Igreja, o símbolo e a manifestação do chamado de todos os povos pagãos à vida eterna. Os magos foram a declaração explícita de que o Evangelho era para ser pregado a todos os povos.
Na Igreja oriental é enfocado particularmente o batismo de Jesus. São Gregório Nazianzeno chama-a de "festa das luzes" e a contrapõe à festa pagã do sol invicto. Na realidade, tanto no Oriente como no Ocidente, a Epifania tem o caráter de solenidade ideológica que transcende os episódios históricos particulares. Celebra-se a manifestação de Deus aos homens na pessoa do Filho, isto é a primeira fase da redenção. Cristo se manifesta aos pagãos, aos judeus e aos apóstolos. São três momentos sucessivos do relacionamento Deus-homens.
Ao pagão Deus fala através do mundo visível; o esplendor do sol, a harmonia dos astros, a luz das estrelas no firmamento ilimitado são portadores de certa presença de Deus. Os magos descobriram no céu os sinais de Deus. Tendo como ponto de partida a natureza, os pagãos podem "cumprir as obras da lei", diz São Paulo. E aos habitantes de Listra: "... o Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles há. Ele permitiu nos tempos passados que todas as nações seguissem os seus caminhos. Contudo, nunca deixou de dar testemunho de si mesmo, por seus benefícios: dando-vos do céu as chuvas e os tempos férteis, concedendo abundante alimento e enchendo os vossos corações de alegria" (At 14,15-17). Mas "ultimamente falou-nos por seu Filho, que constituiu herdeiro de tudo, por quem igualmente criou o mundo" (Hb 1, 2). Os numerosos mediadores da manifestação divina encontram seu término na pessoa de Jesus de Nazaré, no qual resplandece a glória de Deus. Por isso, podemos hoje exprimir "a humilde, trepidante, mas plena e jubilosa profissão de nossa fé, de nossa esperança e de nosso amor" (Paulo VI).
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.


