2º Domingo da Quaresma
Antífona de entrada
Ou:
Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias e de vosso amor, pois são eternos. Nunca dominem sobre nós os inimigos; libertai-nos, Deus de Israel, de todas as nossas angústias! (Cf. Sl 24, 6. 2. 22)
Vel:
Reminíscere miseratiónum tuárum, Dómine, et misericórdiae tuae, quae a saéculo sunt: ne unquam dominéntur nobis inimíci nostri: líbera nos Deus Israel ex ómnibus angústiis nostris. Ps. Ad te Dómine levávi ánimam meam: Deus meus in te confído, non erubéscam. (Ps. 24, 6. 3. 22 et 1-2)
Vernáculo:
Meu coração vos disse: Busquei a vossa face, é vossa face, Senhor, que eu procuro. Não desvieis de mim o vosso rosto! (Cf. MR: Sl 26, 8-9) Sl. O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? (Cf. LH: Sl 26, 1ab)
Ou:
Lembrai-vos, Senhor, de vossas misericórdias e de vosso amor, pois são eternos. Nunca dominem sobre nós os inimigos; libertai-nos, Deus de Israel, de todas as nossas angústias! (Cf. MR: Sl 24, 6. 2. 22) Sl. Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma, em vós confio: que eu não seja envergonhado. (Cf. LH: Sl 24, 1-2a)
Coleta
Ó Deus, que nos mandastes ouvir o vosso Filho amado, alimentai-nos com a vossa palavra, para que, purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Gn 15, 5-12. 17-18
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias, 5o Senhor conduziu Abrão para fora e disse-lhe: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência”.
6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. 7E lhe disse: “Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos Caldeus, para te dar em possessão esta terra”.
8Abrão lhe perguntou: “Senhor Deus, como poderei saber que vou possuí-la?” 9E o Senhor lhe disse: “Traze-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e de uma pombinha”. 10Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, mas não as aves, colocando as respectivas partes uma frente à outra.
11Aves de rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou. 12Quando o sol já se ia pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror.
17Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos.
18Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: “Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 26(27), 1. 7-8. 9abc. 13. 14 (R. 1a)
℟. O Senhor é minha luz e salvação.
— O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei? ℟.
— Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, atendei por compaixão! Meu coração fala convosco confiante, é vossa face que eu procuro. ℟.
— Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e Salvador! ℟.
— Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor! ℟.
Segunda Leitura — Fl 3, 17-4, 1
Leitura da Carta de São Paulo aos Filipenses
Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos.
18Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas.
20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas.
4, 1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós! (Cf. Lc 9, 35) ℟.
Evangelho — Lc 9, 28b-36
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 28bJesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. 30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém.
32Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele.
33E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo.
34Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem.
35Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”
36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Meditábor in mandátis tuis, quae diléxi valde: et levábo manus meas ad mandáta tua, quae diléxi. (Ps. 118, 47. 48)
Vernáculo:
Muito me alegro com os vossos mandamentos, que eu amo, amo tanto, mais que tudo! Elevarei as minhas mãos para louvar-vos e com prazer meditarei vossa vontade. (Cf. LH: Sl 118, 47. 48)
Sobre as Oferendas
Estas oferendas, Senhor, apaguem os nossos pecados e santifiquem os corpos e as mentes dos vossos fiéis para a celebração da Páscoa. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Não faleis a ninguém desta visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dentre os mortos. (Cf. Bíblia CNBB: Mt 17, 9)
Depois da Comunhão
Nós comungamos, Senhor, no mistério da vossa glória, e nos empenhamos em render-vos graças, porque nos concedeis, ainda na terra, participar dos bens do céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 16/03/2025
Reorganizar a vida
Naquele tempo, Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago e subiu a montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Lucas9,28b-36
Vida iluminada, ilumina
Irmãos e irmãs, hoje é o segundo domingo da quaresma, dia especial para reorganizar a nossa vida espiritual. Então já tem um tempo aí de caminhada desse tempo de quaresma. Devemos colocar diante de Deus os acontecimentos da semana que passou e devemos, sobretudo, apresentar a semana que se inicia.
Se naquele primeiro domingo era o texto da tentação de Jesus no deserto, ele foi levado pelo Espírito. Tem aqueles pontos do diabo que nós falávamos também.
Hoje é o texto da transfiguração. Então nós temos esse texto diante de nós para iluminar a nossa semana. E que bonito usar a palavra iluminar, porque estamos dentro do contexto da transfiguração. Que seja para nós uma semana de transfiguração também. Sejamos transfigurados pela presença do Senhor em nossa vida.
E no texto que nós escutamos de São Lucas, aqui esse texto da transfiguração, esse texto da transfiguração, aqui é particularmente importante, porque sabemos que em São Lucas sempre tem esse destaque para a oração. Então Jesus constantemente se coloca em oração. E aqui ele está no Monte Tabor, que é tradicionalmente o monte que chamamos do Monte da Transfiguração. Então recordemos...
No batismo, assim como na transfiguração ou também na agonia de Jesus no Getsemane. Então, batismo, transfiguração e Getsemane. Lucas diz que Jesus estava orando. Então, é bom pensarmos, irmãos e irmãs, que a oração sempre nos introduz em grandes experiências existenciais, em grandes experiências de teofania. Teofania significa a manifestação de Deus em nossa vida.
Tem essa manifestação um pouco universal, que são essas que nós encontramos nos textos das Sagradas Escrituras. Mas as constantes manifestações de Deus em nossa vida também. As teofanias que também nós vivemos. Também as experiências de transfiguração que nós vivemos. Também podemos assim dizer, talvez, experiência de Getsemane.
Jesus reza e se sente amado. Essa foi a experiência do batismo.
Ele reza e se sente amado, iluminado ali pela graça e presença do Pai é a experiência da transfiguração.
Jesus reza e sente que não está sozinho. O anjo o consola ali no Getsemane. É a terceira experiência, Getsemane.
Com Jesus estão presentes ali Pedro, Tiago e João. Pedro disse, façamos três tendas, que isso diz de um reconhecimento do que ele percebeu ali, reconhecimento da presença divina, então ele queria ficar ali. Então a ideia de construir tendas também pode simbolizar nesse texto o desejo de Pedro de manter aquela experiência maravilhosa que ele estava vivendo ali. Ele não queria que aquele momento de revelação e proximidade com Deus acabasse, por isso ele diz, vamos construir aqui três tendas.
Mas não podemos nos esquecer, irmãos e irmãs, de que essa abundância de luz do Monte Tabô, que comemoramos solenemente, podemos assim dizer, no dia de hoje, tem o objetivo de preparar Jesus e seus discípulos para a descida da escuridão da cruz.
A transfiguração é um tempo de preparação. Também para nós, os momentos de transfiguração são tempos de preparação para outros momentos que podem surgir.
Enquanto não aprendermos a criar conexão entre os momentos de luz, de transfiguração e os momentos de escuridão que surgem em nosso caminho, estaremos condenados a desperdiçar ambos, a desperdiçar os dois momentos, tanto de transfiguração como aqueles de escuridão, momentos de cruz.
As coisas boas e ruins estão sempre interconectadas, irmãos e irmãs. Não sei que momento você vive, se é um momento bom ou um momento ruim, mas sempre recorde que esses momentos estão interconectados, assim como a transfiguração e o Getsemane, a transfiguração e a cruz. E geralmente são as coisas boas que nos permitem não sucumbir, não desistir diante das realidades ruins. A questão é, nós percebemos isso? Se não percebemos, abramos o nosso coração neste dia para sermos impulsionados a ter força diante das dificuldades que surgem.
Sobre você, desça e permaneça a bênção do Deus Todo-Poderoso. Pai, Filho e Espírito Santo. Amém!
Padre Edison OliveiraSanto do dia 16/03/2025
Santos João de Brébeuf, Isac Jogues e companheiros (Memória Facultativa)
Local: Ossernenon, Canadá
Data: 16 de Março † 1649
Nestes últimos tempos mudou-se a atitude para com os índios de pele vermelha. Tomou-se consciência de que a prepotência dos brancos colonizadores tem destruído a vida de populações, cujos valores próprios e autênticos já tarde demais os “civilizados” quiseram salvar. O cristianismo e, de modo especial, os missionários procuram preservar os valores genuínos de cada povo.
Por isso oito jesuítas, entre eles João de Brébeuf, morreram no Canadá na metade do século XVII. Nasceu em 593 de família normanda que acompanhou Guilherme, o Conquistador, e são Luís IX. Tornou-se jesuíta ordenando-se padre no dia em que completou 29 anos. Três anos após partiu para o Canadá em companhia de Massé, Lalemant e José Roche d’Aillon. Foi direto trabalhar entre os índios algonquinos. Logo aprendeu a língua deles chegando a escrever nela gramática e catecismo. Passou depois para a tribo dos urões. Também nessa língua redigiu um catecismo. Batizou cerca de 7.000 índios.
Sua vida inteira foi um martírio. Morava em choupanas de extrema pobreza, pequena imagem do inferno. No dia 16 de março de 1649 a tribo dos iroqueses, adversários dos urões, invadiram a missão, amarraram João de Brébeuf num pau, arrancaram-lhe as unhas, bateram nele de mil maneiras, torturando-o de todos os modos e, por fim, admirados pela sua coragem, partiram-lhe o peito e comeram-lhe o coração para herdarem a força da sua alma.
Com sete outros companheiros mártires: Antônio Daniel, Carlos Garnier, Gabriel Lalemant, João de la Lande, Isac Jogues, Natal Chabanel e Renato Goupil, foi canonizado no dia 29 de junho de 1931. A festa deles cai no dia dezenove de outubro. Muito querido dos índios que o chamavam de “o homem que carrega os fardos”.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santos João de Brébeuf, Isac Jogues e companheiros, rogai por nós!