2ª feira da 6ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Os sete Santos Fundadores da Ordem dos Servos de Maria
Antífona de entrada
Vernáculo:
Sede para mim um Deus protetor e um lugar de refúgio, para me salvar. Porque sois minha força e meu refúgio e, por causa do vosso nome, me guiais e sustentais. (Cf. MR: Sl 30, 3-4) Sl. Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente! (Cf. LH: Sl 30, 2)
Coleta
Ó Deus, que prometeis permanecer nos corações retos e sinceros, concedei-nos por vossa graça viver de tal maneira que possais habitar em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Gn 4, 1-15. 25
Leitura do Livro do Gênesis
1Adão conheceu Eva, sua mulher, e ela concebeu e deu à luz Caim, dizendo: “Gerei um homem com a ajuda do Senhor”. 2E deu também à luz Abel, irmão de Caim. Abel foi pastor de ovelhas e Caim, agricultor. 3Aconteceu, tempos depois, que Caim ofereceu frutos da terra como sacrifício ao Senhor, 4e Abel ofereceu primogênitos do seu rebanho, com sua gordura. O Senhor olhou para Abel e sua oferenda, 5mas para Caim e sua oferenda não olhou.
Caim encheu-se de cólera e seu rosto tornou-se abatido. 6Então o Senhor perguntou a Caim: “Por que estás cheio de cólera e andas com o rosto abatido? 7É verdade que, se fizeres o bem, andarás de cabeça erguida; mas se fizeres o mal, o pecado estará à porta, espreitando-te. Tu, porém, poderás dominá-lo”.
8Caim disse a seu irmão Abel: “Vamos ao campo”. Logo que chegaram ao campo, Caim atirou-se sobre o seu irmão Abel e matou-o. 9E o Senhor perguntou a Caim: “Onde está o teu irmão Abel?” Ele respondeu: “Não sei. Acaso sou o guarda do meu irmão?” 10O Senhor lhe disse: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão está clamando por mim, da terra. 11Agora, pois, serás amaldiçoado pela terra que abriu a boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão! 12Quando tu a cultivares, ela te negará seus frutos. E serás um fugitivo, vagando sobre a terra”. 13Caim disse ao Senhor: “Meu castigo é grande demais para que eu o possa suportar. 14Se, hoje, me expulsas desta terra, devo esconder-me de ti, tornando-me um fugitivo a vaguear sobre a terra; qualquer um que me encontrar, me matará”. 15E o Senhor lhe disse: “Não! Mas aquele que matar Caim, será punido sete vezes!”
O Senhor pôs, então, um sinal em Caim, para que ninguém, ao encontrá-lo, o matasse. 25Adão conheceu de novo sua mulher. Ela deu à luz um filho, a quem chamou Set, dizendo: “O Senhor deu-me um outro descendente no lugar de Abel, que Caim matou”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 49(50), 1 e 8. 16bc-17. 20-21 (R. 14a)
℟. Imola a Deus um sacrifício de louvor!
— Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. Eu não venho censurar teus sacrifícios, pois sempre estão perante mim teus holocaustos; ℟.
— “Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios! ℟.
— Assentado, difamavas teu irmão, e ao filho de tua mãe injuriavas. Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos. ℟.
℣. Sou o Caminho, a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim. (Jo 14, 6) ℟.
Evangelho — Mc 8, 11-13
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 11os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. 12Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”. 13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedíctus es Dómine, doce me iustificatiónes tuas: benedíctus es Dómine, doce me iustificatiónes tuas: in lábiis meis pronuntiávi ómnia iudícia oris tui. (Ps. 118, 12. 13)
Vernáculo:
Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; os vossos mandamentos ensinai-me! Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero os decretos que ditou a vossa boca. (Cf. LH: Sl 118, 12. 13)
Sobre as Oferendas
Este sacrifício, Senhor, nos purifique e renove e seja causa de recompensa eterna para os que fazem a vossa vontade. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Pois Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. (Jo 3, 16)
Vernáculo:
Eles comeram e beberam à vontade. O Senhor satisfizera os seus desejos. (Cf. MR: Sl 77, 29-30)
Depois da Comunhão
Senhor, que nos fizestes provar as alegrias do céu, dai-nos desejar sempre o alimento que nos traz a verdadeira vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 17/02/2025
Quando Deus nega seus sinais
“Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”.
Após passar um tempo fora da Terra Santa, Jesus retorna hoje ao seu país e, logo após desembarcar, topa-se outra vez com a petulância dos fariseus. Lembremos como, em sua incursão pelo Líbano, pelo Jordão e pela Síria, na região da Decápole, Ele suscitara em seus discípulos e nos que vinham vê-lo de todas as partes mais profundos sentimentos de fé, humildade e confiança. Em contraste com a simplicidade da mulher siro-fenícia, que apesar de ser estranha ao povo escolhido tinha mais fé do que muitos em Israel, vemos hoje a incredulidade dos fariseus, que, apenas o vêem chegar, vão logo pedir a Cristo sinais, milagres e provas cabais do que Ele afirma de si mesmo. Enfastiado, o Senhor dá um suspiro profundo e diz: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”, porque Deus não se revela a ponto de obrigar invencivelmente a nossa inteligência, senão que deixa sempre, em suas manifestações, espaço o bastante para que possamos dar com plena liberdade o passo da fé. Do contrário, que mérito haveria em crer? Se, com efeito, víssemos a Deus face a face, tal como o veremos no céu, se Ele assim quiser, não poderíamos não querê-lo, não poderíamos não ser atraídos, como por um ímã irresistível, pela sua beleza, pela sua bondade, pela sua sabedoria. E se Ele nos criou como criaturas livres, é com a nossa liberdade que Ele quer ser buscado e amado. Revelando-se em aspectos aqui e ali, a esta ou àquela altura da história humana, Ele nos deixa entrever um pouco da sua grandeza, para que não nos cansemos de o buscar. Do mesmo modo, Cristo manifesta com sinais claros e suficientes à inteligência de todos a sua origem divina, mas sem nos obrigar nem tirar o mérito da nossa adesão livre e pessoal a Ele. É também por isso que, depois de realizar grandes obras, o Senhor proíbe seus seguidores de as divulgarem por aí, porque o que Ele deseja é que o povo o procure e encontre, não com o interesse mesquinho de conseguir alguma benesse, mas com a intenção reta e pura de quem, já movido pela graça, irá se abrir efetivamente ao dom da fé. Que, ao olhar para os nossos corações, Cristo não se encha da mesma tristeza que teve ao contemplar a pobreza de espírito dos fariseus, incapazes de crer por causa da soberba. Que, ao contrário, Ele faça jorrar em nossas almas uma fonte límpida de fé e humildade, que nos permita dizer todos os dias: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.
Deus abençoe você!
As verdades da fé são, de certo modo, como a nuvem que protegia os israelitas pelo deserto, após o êxodo do Egito: para os humildes e simples, são uma coluna luminosa que defende dos inimigos e indica o caminho; para os de fora, orgulhosos e hostis, são uma muralha tenebrosa e espessa, que tanto mais afasta quanto menos se compreende. Porque, para os que buscam a verdade, há luzes suficientes; mas, para os que não querem mudar de pensamento, tudo serve como motivo para não crer.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta segunda-feira, dia 17 de fevereiro, e entenda por que Jesus se recusou a dar um sinal para os fariseus.
Santo do dia 17/02/2025
Sete Santos Fundadores dos Servitas (Memória Facultativa)
Local: Monte Senário, Toscana, Itália
Data: 17 de Fevereiro † c. 1262-1310
Eram sete comerciantes pertencentes às melhores famílias de Florença no século XIII. Certamente, as pessoas gostariam de conhecer o nome dos Sete. Foram eles: Bonfiglio Monaldi, Aleixo Falconieri, Bento dell Antella, Bartolomeu Amidei, Ricovero Uguccione, Gerardino Sostegni e João Boajunta. Tornaram-se membros de uma pia associação de devotos da Virgem Maria, os chamados Laudesi (Louvadores de Maria).
O grupo dos Sete resolveu primeiramente levar vida eremítica no monte Senário, venerando de modo particular a Santíssima Virgem Maria. Depois se dedicaram também à pregação por toda a Toscana e fundaram a Ordem dos Servos de Maria (Servitas), aprovada pela Sé Apostólica em 1304. Foram canonizados em 1888 por Leão XIII. Interessante que todos foram canonizados ao mesmo tempo através de um processo único conjunto. É caso raro ou único na história da Igreja de santos não mártires.
Dentre eles são mais conhecidos São Bonfiglio Monaldi, o primeiro Prior Geral, e Santo Aleixo Falconieri, que, tendo vivido como irmão leigo até o fim da vida, foi o último a falecer aos 17 de fevereiro de 1310. Teria chegado aos 110 anos. Por isso, a memória dos Sete Santos neste dia.
A Ordem espalhou-se, além da Itália, pela Europa e por outras regiões pelo mundo. Instalaram-se no Brasil a partir de 1920. Além de vários conventos, eles mantêm uma missão no Estado do Acre. Como "Servos de Maria" (Servitas) até hoje eles se distinguem pela contemplação unida à vida ativa do apostolado na difusão do culto e da espiritualidade mariana no mundo.
Os Sete Santos Fundadores ajudam os cristãos a cultivar a verdadeira devoção à Virgem Maria dentro do Mistério de Cristo e da Igreja.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Sete Santos Fundadores dos Servitas, rogai por nós!