2ª feira da 7ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
São Pedro Damião, bispo e doutor da Igreja
Antífona de entrada
Vernáculo:
Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez. (Cf. MR: Sl 12, 6) Sl. Até quando, ó Senhor, me esquecereis? Até quando escondereis a vossa face? (Cf. LH: Sl 12, 1)
Coleta
Concedei, ó Deus todo-poderoso, que, procurando conhecer sempre o que é reto, realizemos vossa vontade em nossas palavras e ações. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (Tg 3, 13-18)
Leitura da Carta de São Tiago
Caríssimos, 13quem dentre vós é sábio e inteligente? Que ele mostre, por seu reto modo de proceder, a sua prática em sábia mansidão. 14Mas se fomentais, no coração, amargo ciúme e rivalidade, não vos glorieis nem procedais em contradição com a verdade. 15Essa não é a sabedoria que vem do alto. Ao contrário, é terrena, materialista, diabólica! 16Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. 17Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. 18O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 18)
℟. Os ensinos do Senhor são sempre retos, alegria ao coração!
— A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes. ℟.
— Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz. ℟.
— É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente. ℟.
— Que vos agrade o cantar dos meus lábios e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor, meu Rochedo e Redentor! ℟.
℣. Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar, pelo Evangelho, a luz e a vida imperecíveis. (Cf. 2Tm 1, 10) ℟.
Evangelho (Mc 9, 14-29)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 14descendo Jesus do monte com Pedro, Tiago e João e chegando perto dos outros discípulos, viram que estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns mestres da Lei estavam discutindo com eles. 15Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para saudá-lo. 16Jesus perguntou aos discípulos: “O que discutis com eles?” 17Alguém da multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. 18Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram”.
19Jesus disse: “Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de suportar-vos? Trazei aqui o menino”. 20E levaram-lhe o menino. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca. 21Jesus perguntou ao pai: “Desde quando ele está assim?” O pai respondeu: “Desde criança. 22E muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos”.
23Jesus disse: “Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé”. 24O pai do menino disse em alta voz: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé”. 25Jesus viu que a multidão acorria para junto dele. Então ordenou ao espírito impuro: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno que saias do menino e nunca mais entres nele”. 26O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto, e por isso todos diziam: “Ele morreu!” 27Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o, e o menino ficou de pé.
28Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram a sós: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?” 29Jesus respondeu: “Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Inténde voci oratiónis meae, Rex meus, et Deus meus: quóniam ad te orábo, Dómine. (Ps. 5, 3. 4)
Vernáculo:
Ficai atento ao clamor da minha prece, ó meu Rei e meu Senhor! É a vós que eu dirijo a minha prece. (Cf. LH: Sl 5, 3. 4a)
Sobre as Oferendas
Ao celebrar com reverência vossos mistérios, nós vos suplicamos, ó Deus, que os dons oferecidos em vossa honra sejam úteis à nossa salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Senhor, eu creio: tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, que vieste a este mundo. (Jo 11, 27)
Vernáculo:
Senhor, de coração vos darei graças, as vossas maravilhas cantarei! Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo! (Cf. MR: Sl 9, 2-3)
Depois da Comunhão
Ó Deus todo-poderoso, concedei-nos alcançar a salvação eterna, cujo penhor recebemos neste sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 21/02/2022
Aumenta a minha fé!
"Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos". Jesus disse: "Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé". O pai do menino disse em alta voz: "Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé". (Mc 9, 22-24)
Ao descer do monte da Transfiguração, Jesus se depara com um menino desfigurado. De um lado, víramos a humanidade gloriosa de Cristo a participar do esplendor da divindade; de outro, contemplamos a uma humanidade atordoada por Satanás, lançada muitas vezes no fogo e na água. Para curar esse jovem enfermo, Jesus exige uma só coisa: a obediência da fé. "Tudo é possível para o que crê", diz àquele pai desconsolado que, diante da desgraça do filho, parece até duvidar do poder do Senhor: "Se podes fazer alguma coisa"... E no entanto ele roga, humilhado: "Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé". É o que hoje somos convidados a pedir. Com efeito, para nos configurarmos ao Cristo Glorioso, temos de pedir sempre mais e mais fé, com constância e perseverança: é por meio dela que, desapegando-nos dos enganos e seduções deste mundo desfigurado pelo pecado, somos purificados e capacitados a levar, com mais clareza e integridade, a imagem bela e formosa dAquele a cuja semelhança fomos criados.
Deus abençoe você!
Educado no contato com a pobreza, reformador primeiro de si mesmo, foi São Pedro Damião um destes homens da Providência, enviados ao mundo quando a Igreja mais necessidade tem de almas santas, de pregadores sem medo das “estruturas de pecado”, dispostos a enfrentar os poderosos da terra para honrar o Evangelho e defender a pureza da Esposa de Cristo.Assista à homilia do Padre Paulo Ricardo para esta segunda-feira, dia 21 de fevereiro, e conheça a história de São Pedro Damião, Bispo e Doutor da Igreja.
Santo do dia 21/02/2022

São Pedro Damião (Memória Facultativa)
Local: Faença, Itália
Data: 21 de Fevereiro † 1072
Antes de ser bispo e cardeal de Óstia, Pedro Damião foi monge do mosteiro da reforma beneditina feita por São Romualdo, os camaldulenses, em Fonte Avellana, na Itália. Na Liturgia, porém, é contado entre os bispos e doutores da Igreja.
Pedro nasceu em Ravena no ano de 1007. De família pobre, muito cedo ficou órfão de pai e depois de não ser bem tratado por um irmão, outro irmão chamado Damião o acolheu e lhe facultou os estudos. Em gratidão, ele assumiu o cognome de "Damião". Aos 25 anos já é professor em Parma e depois em Ravena.
Dado à contemplação e à penitência desde jovem, procurou a perfeição da caridade no mosteiro beneditino de Fonte Avellana, onde levou uma vida de austera penitência. Prior do Mosteiro, promoveu a reforma da vida monástica conclamando os religiosos à estrita observância da Regra. Através de contato com outros mosteiros como o de Montecassino, na Itália, e de Cluny, na França, discutia os mais variados temas da observância regular monástica, criticando duramente, sobretudo, a falta de pobreza de muitos mosteiros.
Grande amigo da solidão e da vida contemplativa, acabou sendo envolvido pelos problemas da Igreja nos inícios do novo milênio, tais como os desmandos da Sé Apostólica, os abusos na vida monástica e clerical. Tornou-se crítico severo da simonia que se servia do dinheiro para comprar funções eclesiásticas e das falhas contra o celibato.
Quase à força, foi feito cardeal e bispo de Óstia. Nesta condição ele ajudou os papas em tempos difíceis, em vista da reforma da Igreja, com sua atividade, seus escritos e no desempenho de embaixadas. Neste sentido ele foi precursor do grande reformador do clero, o papa Gregório VII.
Depois de muitas tentativas de renúncia às suas dignidades eclesiásticas, conseguiu finalmente a permissão do papa Alexandre II de voltar ao seu retiro de Fonte Avellana. Mesmo assim, ainda foi incumbido de outras missões a pedido dos papas. Morreu numa dessas missões no ano de 1072, em Faenza, a caminho de Ravena, sua terra natal.
São Pedro Damião é testemunha de Cristo e do Evangelho de muitos modos. Podemos realçar nele o apelo ao espírito de pobreza, a necessidade da conversão e da penitência, a necessidade de renovação permanente da Igreja, a vida de oração e contemplação, o amor à Igreja de Cristo chamada a ser sua esposa imaculada, todas, exigências do Evangelho.
A Oração coleta apresenta São Pedro Damião como exemplo de total adesão a Cristo e de fervoroso serviço à Igreja: Ó Pai todo-poderoso, dai-nos seguir as exortações e o exemplo de São Pedro Damião, para que, nada antepondo a Cristo, e servindo sempre à vossa Igreja, cheguemos às alegrias da luz eterna.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Pedro Damião, rogai por nós!