Catecismo

5 pecados que ofendem diretamente a Eucaristia (e talvez você não saiba)

por Thiago Zanetti em 19/09/2025 • Você e mais 1479 pessoas leram este artigo Comentar


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Tempo de leitura: 4 minutos

A Eucaristia é o maior tesouro da fé católica. É o próprio Cristo presente — Corpo, Sangue, Alma e Divindade — sob as aparências do pão e do vinho. Ao participarmos da Santa Missa e comungarmos em estado de graça, somos unidos intimamente ao Senhor. Mas o que muitos católicos não percebem é que certos pecados ferem gravemente esse Sacramento, mesmo quando não há intenção explícita de ofendê-Lo.

Neste artigo, você vai descobrir 5 pecados que ofendem diretamente a Eucaristia — e que, muitas vezes, passam despercebidos.

1. Comungar em pecado mortal

Este é o pecado mais grave ligado à Eucaristia.

O Catecismo da Igreja Católica é claro:

“Quem está consciente de um pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de receber a comunhão” (CIC 1385).

São Paulo também advertiu com firmeza:

“Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será culpado contra o corpo e o sangue do Senhor” (1Cor 11,27).

Por que ofende a Eucaristia? 

Porque é um ato de sacrilégio. Aproximar-se da Comunhão em pecado mortal equivale a profanar o Corpo de Cristo, transformando a Eucaristia — que é remédio — em juízo.

2. Faltar à Missa aos domingos e dias de preceito sem motivo grave

Participar da Missa dominical é um mandamento da Igreja:

“Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho” (CICI 2042).

E sua negligência voluntária é pecado mortal:

“Aqueles que deliberadamente faltam a esta obrigação cometem pecado grave” (CIC 2181).

“A Eucaristia é ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’” (CIC 1324).

Ignorar esse encontro com o Senhor é desprezar a própria Fonte da vida espiritual.

Por que ofende a Eucaristia?

Porque recusar-se a participar da Santa Missa é rejeitar o convite do próprio Cristo ao banquete do Seu Corpo e Sangue. É desvalorizar o sacrifício do Calvário que se torna presente no altar.

3. Falta de fé na presença real de Cristo na Hóstia consagrada

Não são poucos os que comungam sem sequer acreditar que aquilo é realmente Jesus. Alguns enxergam como um símbolo, um rito bonito, uma tradição — mas não como a presença real do Senhor.

O Catecismo da Igreja Católica diz: 

“No santíssimo sacramento da Eucaristia estão ‘contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e, por conseguinte, o Cristo todo’” (CIC 1374, citando Trento, DS 1651).

Por que ofende a Eucaristia? 

Porque negar ou duvidar deliberadamente da presença real é colocar em xeque a própria verdade do Evangelho e da Tradição. É um pecado contra a fé — e, por consequência, um ataque direto ao Santíssimo Sacramento.

4. Desrespeito ao jejum eucarístico

Antes de comungar, a Igreja pede um preparo espiritual e físico, chamado de jejum eucarístico. Segundo o Código de Direito Canônico:

“Quem vai receber a santíssima Eucaristia, abstenha-se, pelo espaço de ao menos uma hora antes da sagrada comunhão, de qualquer comida ou bebida, excepto água ou remédios” (CDC, cân. 919 §1).

Por que ofende a Eucaristia? 

Porque trata com banalidade Aquele que é o Pão do Céu. O jejum é um gesto de reverência e preparação. Ignorá-lo voluntariamente é sinal de irreverência e falta de amor ao Senhor.

5. Irreverência diante do Santíssimo Sacramento

Quantas vezes entramos na igreja, passamos diante do sacrário ou da exposição do Santíssimo e sequer fazemos uma genuflexão? Quantos conversam ou se distraem na fila da Comunhão, tratam a Missa como um evento social ou pegam a Hóstia como quem pega um biscoito?

São João Paulo II, reafirmando a fé da Igreja, escreveu:

“A reprodução sacramental na Santa Missa do sacrifício de Cristo coroado pela sua ressurreição implica uma presença muito especial, que – para usar palavras de Paulo VI – « chama-se “real”, não a título exclusivo como se as outras presenças não fossem “reais”, mas por excelência, porque é substancial, e porque por ela se torna presente Cristo completo, Deus e homem” (Ecclesia de Eucharistia, n. 50).

Por que ofende a Eucaristia?

Porque cada gesto conta. A irreverência pública diante da Hóstia consagrada escandaliza, esfria a fé dos outros e banaliza o Sagrado.

A Eucaristia exige conversão

A Eucaristia não é um prêmio para os bons, mas um remédio para os pecadores — contanto que estes desejem, de fato, a conversão. Aproximar-se desse Mistério exige fé, temor, reverência e amor.

Jesus está realmente presente ali. Ele se entrega por nós. Por isso, a forma como nos comportamos diante do altar revela o quanto O amamos — ou o quanto O esquecemos.

Palavras de um santo:

“Cada Hóstia consagrada é feita para se consumir de amor em um coração humano” (São João Maria Vianney).

Thiago Zanetti

Por Thiago Zanetti
Jornalista, copywriter e escritor católico. Graduado em Jornalismo e Mestre em História Social das Relações Políticas, ambos pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). É autor dos livros Mensagens de Fé e Esperança (UICLAP, 2025), Deus é a resposta de nossas vidas (Palavra & Prece, 2012) e O Sagrado: prosas e versos (Flor & Cultura, 2012).
Acesse o Blog: www.thiagozanetti.com.br
Siga-o no Instagram: @thiagoz.escritor




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