6ª feira da 23ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
Santíssimo Nome de Maria
Antífona de entrada
Vernáculo:
Vós sois justo, na verdade, ó Senhor, e os vossos julgamentos são corretos. Conforme o vosso amor, Senhor, tratai-me. (Cf. MR: Sl 118, 137. 124) Sl. Feliz o homem sem pecado em seu caminho, que na lei do Senhor Deus vai progredindo! (Cf. LH: Sl 118, 1)
Coleta
Ó Deus, olhai com bondade os que redimistes e adotastes como filhos e filhas, e concedei aos que creem em Cristo a verdadeira liberdade e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Tm 1, 1-2. 12-14
Início da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo
1Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por ordem de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, nossa esperança, 2a Timóteo, verdadeiro filho na fé: a graça, a misericórdia e a paz de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor.
12Agradeço àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim ao designar-me para o seu serviço, 13a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque agia com a ignorância de quem não tem fé. 14Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 15(16), 1-2a e 5. 7-8. 11 (R. cf. 5a)
℟. O Senhor é a porção da minha herança!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!” ℟.
— Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo. ℟.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado! ℟.
℣. Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade. (Cf. Jo 17, 17b.a) ℟.
Evangelho — Lc 6, 39-42
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 39Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. 41Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho?
42Como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Oravi Deum meum ego Daniel, dicens: exaudi, Domine, preces servi tui: illumina faciem tuam super sanctuarium tuum: et propitius intende populum istum, super quem invocatum est nomen tuum, Deus. (Dan. 9, 4. (2.) 17. 19)
Vernáculo:
Orei ao Senhor meu Deus, eu, Daniel, confessando: escuta a oração e as súplicas do teu servo, mostra a tua face sobre o teu Santuário. Perdoa, Senhor! Pois teu nome foi invocado sobre a cidade e sobre o teu povo. (Cf. Bíblia CNBB: Dn 9, 4. (2.) 17. 19)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, fonte da verdadeira piedade e da paz, concedei que vos honremos dignamente nesta celebração e, pela fiel participação nos sagrados mistérios, sejam reforçados os laços que nos unem. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida. (Jo 8, 12)
Vernáculo:
Ao vosso Deus fazei promessas e as cumpri; vós que o cercais, trazei ofertas ao Terrível; ele esmaga os reis da terra em seu orgulho, e faz tremer os poderosos deste mundo! (Cf. LH: Sl 75, 12. 13)
Depois da Comunhão
Senhor, que alimentais e fortaleceis vossos fiéis com o pão da Palavra e da Eucaristia, concedei-nos desfrutar de tal modo destes dons do vosso amado Filho, que mereçamos para sempre viver em comunhão com ele. Que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Homilia do dia 12/09/2025
Como curar a nossa cegueira?
“Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão”.
No Evangelho de hoje, Jesus ensina um grande remédio para nossas almas: a humildade de nos colocarmos diante de Deus com autocrítica para vencer a raiz da soberba. No Evangelho, Jesus diz assim: “Pode um cego guiar outro cego?”, e Ele começa a descrever a realidade de querer tirar o cisco do olho do irmão, e de não ver a trava no próprio olho. Pois bem, existe em nós essa tendência: você vê o defeito dos outros — o defeito dos outros grita, o defeito dos outros é claríssimo —, mas nós muitas vezes estamos dormindo para nossos próprios defeitos. Tudo isso acontece por causa de uma realidade: a soberba.Nós, seres humanos, a partir do pecado original, fomos mordidos pela serpente e, infelizmente, temos em nós a raiz de todos os nossos pecados, que é a soberba. Como nós poderíamos descrever a soberba? A soberba é a realidade dentro de nós que faz com que nos consideremos sempre melhores do que os outros, acima dos outros e, nos casos extremos, acima até mesmo de Deus. O que quer dizer “estar acima dos outros”?Vejamos isso na prática. Quantas e quantas vezes acontecem desastres na vida dos outros (problemas, desemprego, problema de saúde, mortes nas famílias etc.). Recebemos notícias de pessoas ao nosso redor sofrendo esse tipo de coisa no dia a dia, e nós — tudo bem —, vemos e nos compadecemos, mas seguimos em frente. Quando finalmente acontece alguma coisa conosco: “Por que isso foi acontecer comigo? Como? Por que eu?” Só essas perguntas já são um sinal enorme de soberba. Afinal, por que não pode acontecer conosco?!Se acontece com todo o mundo, por que os problemas não podem acontecer conosco? Nós sempre tendemos a nos colocar como o centro do mundo, “especiais” no sentido pejorativo da palavra. Sim, nós somos especiais porque recebemos de Deus a misericórdia infinita e Ele nos trata como à pupila dos olhos, mas o problema é quando nós, com um olhar egocêntrico, nos achamos e nos colocamos acima dos outros. Aqui acontece a maior das cegueiras, diria até que, mais do que uma cegueira, é uma verdadeira demência.Por quê? Porque nós perdemos o contato com a realidade. Que você minta para os outros é grave, que você minta para você mesmo é enormemente pior, porque você perde o contato com a realidade: você não enxerga os seus defeitos, você não enxerga o seu egoísmo. Então, só existe um caminho para nos curarmos disso, é a humildade. Sim, rebaixar-se ao senhorio da verdade, enxergar a própria miséria e ver como todos nós somos necessitados de auxílio divino para mudar nossas vidas.Quando você vir o defeito de uma pessoa, quando você vir que uma pessoa está fazendo alguma coisa de errado, faça esse exercício que Jesus está nos ensinando aqui. Você viu o cisco no olho do irmão? Faça um exame de consciência e pense: “Mas eu também não ajo assim?”. Talvez perceba que muitas vezes você age de forma ainda pior.Isso é uma verdade dolorosa, mas que será extremamente salutar. É um remédio, um remédio que traz você de volta para a realidade, com os pés cravados no chão, porque, como Deus é a Verdade, Ele quer que nós caminhemos na verdade. Deus é a luz que ilumina nossa cegueira. Ele quer e Ele pode arrancar de nós a raiz da soberba.
Deus abençoe você!
Santo do dia 12/09/2025
Santíssimo Nome de Maria (Memória Facultativa)
Data: 12 de Setembro
Não é fácil encontrar o mistério celebrado nesta comemoração. Trata-se certamente de uma imitação da celebração do Santíssimo Nome de Jesus, que, aliás, também foi retomada na terceira edição típica do Missal romano.
A Igreja, que celebra o Santíssimo Nome de Jesus poucos dias depois do Natal, comemoração hoje reintroduzida na terceira edição típica do Missal romano, instituiu esta comemoração do Santíssimo Nome de Maria dentro da oitava da Natividade. A Espanha, por aprovação do Romano Pontífice, concedida em 1513, foi a primeira a celebrar esta festa. O papa Inocêncio XI, em 1683, estendeu-a a toda a Igreja, em ação de graça pela vitória alcançada por João Sobieski, rei da Polônia, sobre os turcos que tinham cercado Viena e ameaçavam o Ocidente.
Para captarmos o sentindo e a mensagem desta comemoração, creio seja importante ir ao significado do nome como tal e depois do nome Maria. Na tradição oriental o nome expressa a própria identidade de alguém. Trata-se, pois, de mais uma comemoração da Virgem Maria, a Mãe de Jesus Cristo, a Mãe de Deus.
No hebraico usa-se a versão Myriám, como no caso da irmã de Moisés. No Novo Testamento grego, curiosamente se usam duas versões um pouco diferentes. Para as "Marias" em geral, usa-se o termo María e quando se trata da mãe de Jesus, usa-se Mariám. A interpretação do nome Myriam e Mariám é bastante controvertida. A derivação "estrela do mar" é o resultado de uma deturpação de texto; o latim stilla maris (gota do mar), com que Jerônimo traduz o hebraico miryam (mar = gota), tornou-se stella maris (estrela do mar). No tempo de Jesus, quando se falava aramaico e se dizia Mariám em vez de Myriam, Mariám teria, portanto, significado de "soberana", "senhora". Maria é realmente soberana, rainha, em virtude da soberania que lhe foi conferida pelo Filho, Rei e Soberano do Universo. Pronunciar o seu nome é afirmar o seu domínio, implorar o seu auxílio e colocar-nos debaixo de sua proteção maternal.
Celebrar o Nome de Maria é o mesmo que celebrar a Santíssima Virgem Maria, com todos os seus títulos e privilégios. Claro que podemos realçar alguns aspectos conforme vêm expressos nos textos da Missa.
A Antífona da entrada, a mesma do Comum de Nossa Senhora 3, exalta Maria que Deus abençoou mais que a todas as mulheres: O Senhor Deus vos abençoou. Virgem Maria, mais que a todas as mulheres. Ele exaltou o vosso nome: que todos os povos cantem vosso louvor.
A Oração coleta tomou novo conteúdo: Concedei, ó Deus todo-poderoso, que todos os que celebram o glorioso nome da Bem-aventurada Virgem Maria sejam contemplados por ela com os benefícios da vossa misericórdia.
A Oração sobre as oferendas pede que a intercessão de Maria torne favoráveis a Deus os nossos dons e que pela veneração do seu nome nos torne aceitos por Deus.
A Antífona da Comunhão retoma a da Missa do Comum de Nossa Senhora 3: Todas as gerações me chamando bem-aventurada porque Deus olhou a humildade de sua serva (cf. Lc 1,48),
A Oração depois da Comunhão pede que, pela intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus, obtenhamos a bênção do Senhor, para que, ao celebrarmos seu nome digno de veneração, obtenhamos o seu auxilio em todas as necessidades.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Mãe de Deus, rogai por nós!