30 Sáb
Aug
31 Dom
Aug
01 Seg
Sep
02 Ter
Sep
03 Qua
Sep
04 Qui
Sep
05 Sex
Sep
06 Sáb
Sep
07 Dom
Sep
08 Seg
Sep
09 Ter
Sep
10 Qua
Sep
11 Qui
Sep
12 Sex
Sep
13 Sáb
Sep
14 Dom
Sep
15 Seg
Sep

São João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja, Memória

Apoiadores do Pocket Terço
Terço com imagens no Youtube
Reze os Mistérios Gozosos com imagens

Antífona de entrada

Os sábios brilharão como o esplendor do firmamento; e os que ensinam a justiça para muitos brilharão como as estrelas para sempre. (Cf. Dn 12, 3)
In médio Ecclésiae apéruit os eius: et implévit eum Dóminus spíritu sapiéntiae, et intelléctus: stolam glóriae índuit eum. Ps. Boum est confitéri Dómino: et psállere nómini tuo, Altíssime. (Sir. 15, 5; Ps. 91)
Vernáculo:
No meio da Igreja o Senhor abriu os seus lábios, encheu-o com o espírito de sabedoria e inteligência e o revestiu com um manto de glória. (Cf. MR: Eclo 15, 5) Sl. Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo. (Cf. LH: Sl 91, 2)

Coleta

Ó Deus, força dos que esperam em vós, quisestes que o bispo São João Crisóstomo brilhasse por sua admirável eloquência e coragem nas tribulações; concedei que, instruídos por seus ensinamentos, sejamos fortalecidos pelo exemplo de sua invencível constância. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — 1Tm 1, 15-17


Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo


15Caríssimo, segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. E eu sou o primeiro deles! 16Por isso encontrei misericórdia, para que em mim, como primeiro, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza de seu coração; ele fez de mim um modelo de todos os que crerem nele para alcançar a vida eterna. 17Ao Rei dos séculos, ao único Deus, imortal e invisível, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 112(113), 1-2. 3-4. 5a e 6-7 (R. 2)


℟. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre!


— Louvai, louvai, ó servos do Senhor, louvai, louvai o nome do Senhor! Bendito seja o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade! ℟.

— Do nascer do sol até o seu ocaso, louvado seja o nome do Senhor! O Senhor está acima das nações, sua glória vai além dos altos céus. ℟.

— Quem pode comparar-se a nosso Deus, que se inclina para olhar o céu e a terra? Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho. ℟.


https://youtu.be/t-joWu4-Au8
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos. (Jo 14, 23) ℟.

Evangelho — Lc 6, 43-49


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43“Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. 44Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas.

45O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. 46Por que me chamais: ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que eu digo?

47Vou mostrar-vos com quem se parece todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a torrente deu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída.

49Aquele, porém, que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa no chão, sem alicerce. A torrente deu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

Iustus ut palma florébit: sicut cedrus, quae in Líbano est, multiplicábitur. (Ps. 91, 13)


Vernáculo:
O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano. (Cf. LH: Sl 91, 13)

Sobre as Oferendas

Ó Deus, possa agradar-vos o sacrifício oferecido com alegria na comemoração de São João Crisóstomo; fazei que, por sua exortação, também nós nos entreguemos totalmente ao vosso louvor. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Nós anunciamos Cristo crucificado, poder e sabedoria de Deus. (Cf. 1Cor 1, 23-24)
Fidélis servus et prudens, quem constítuit Dóminus super famíliam suam: ut det illis in témpore trítici mensúram. (Lc. 12, 42; ℣. Ps. 118)
Vernáculo:
Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua família para dar-lhes alimento no tempo oportuno. (Cf. MR: Lc 12, 42)

Depois da Comunhão

Ó Deus de misericórdia, concedei que os mistérios recebidos na comemoração de São João Crisóstomo nos confirmem em vossa caridade e nos tornem fiéis testemunhas da vossa verdade. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 13/09/2025


Quais são os frutos de nossa oração?


“Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas”.

O Evangelho de hoje conclui o sermão da planície. No evangelho de Lucas, com efeito, relata-se uma homilia feita por Jesus numa planície, cujo conteúdo é bastante parecido com o de um sermão mais famoso, o da montanha, narrado por São Mateus (cf. Mt 5–7). Estes dois sermões começam e terminam de formas muito semelhantes. O da montanha se abre com as bem-aventuranças, o da planície também; aquele se fecha com a imagem de duas casas, uma construída sobre rocha e outra sobre areia; neste, a conclusão é uma imagem parecida, mas resumida: um homem constrói uma casa no chão, sem alicerces, e ela desaba em grande ruína. Esse paralelo serve para nos fixarmos nos detalhes e diferenças. Afinal, se Jesus ensinou o mesmo duas vezes de duas formas ligeiramente distintas, é porque nos quis transmitir algo importante e digno de atenção.A primeira coisa de que nos fala Jesus é o fruto. Nossa vida cristã precisa frutificar. Em várias outras passagens, Jesus usa a imagem do fruto (a mais famosa, por exemplo, é a parábola do semeador). Aqui a parábola é mais curta: Não se colhem figos de espinheiros, para ilustrar que toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Ora, conhecer alguém pelos frutos significa que uma vida espiritual só é verdadeira se se manifesta de algum modo na vida. É uma regra básica e fundamental para os diretores espirituais. Quantas vezes já aconteceu de me procurar alguém no confessionário, às vezes fora da direção espiritual, para contar que estava tendo tal ou qual “visão” ou “revelação”. Em casos assim, o prudente é cortar a conversa com respeito e investigar como tem vivido aquela pessoa. Porque é pela vida que se leva no dia a dia que se pode saber se é autêntica a vida de oração.Quando digo “autêntica” não quero dizer que a pessoa esteja mentindo para mim ou armando uma farsa; é que às vezes, coitada, ela está mentindo para si mesma sem nem se dar conta! É famoso o episódio em que o Papa mandou São Filipe Néri investigar uma freira conhecida por ter revelações místicas. Obediente, São Filipe Néri foi ver a religiosa, que já contava com muitos discípulos e seguidores devotos, atraídos pelas histórias de êxtases místicos e visões. São Filipe, depois de longa viagem, chegou à casa da “santa” com as botas cobertas de barro. Ao se encontrar com a suposta vidente, pediu-lhe: “Irmã, trago os sapatos sujos de lama. A senhora poderia fazer o favor de limpá-los para mim?” A freira, com olhar de desdém, de nobre perturbada por um plebeu, olhou-o de cima para baixo e respondeu: “Como tu me pedes tal coisa? Não estou habituada a esse tipo de serviço…”. São Filipe Néri não teve dúvida. Calçou os sapatos sujos e viajou de volta a Roma. Lá chegando, disse ao Papa: “Sua Santidade esqueça aquela freira. Ela não é santa de modo algum porque não tem a virtude básica, que é a humildade”.De fato, como uma “mística” pode ser soberba? Não se colhem figos de espinheiros! É o que Jesus nos está ensinando hoje. Como saber se a nossa vida espiritual está dando certo? Olhemos para a nossa vida diária e avaliemos se, ao menos gradualmente, nossas atitudes têm mudado para melhor. Nem sempre iremos notar uma mudança brusca, de um dia para o outro; mas ainda assim nos é possível olhar para trás e fazer um balanço: “Como eu era seis meses atrás? Vejo em mim alguma mudança ou progresso? Tenho hoje mais facilidade para realizar atos de virtude, mais pulso, garra e força de vontade para combater os pecados veniais?” É pelos frutos que saberemos tudo isso, pois é do coração do homem, elevado pela graça, que procedem estes atos.Jesus usa ainda outra parábola: a do tesouro que sai do coração. Em resumo, não adianta dizer: Senhor, Senhor, se não se faz o que Ele ensina e manda. Temos enfim uma última parábola. Diz Cristo: Vou mostrar-vos com quem se parece todo aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as põe em prática. Que quer dizer isso? “Quem vem a mim reza”. Sim, ouvir as palavras de Jesus é o mesmo que rezar. O básico da oração é ouvir a Deus, mas ouvir para se deixar transformar interiormente por Ele. Quem é este? É alguém semelhante a um homem que construiu sua casa, cavou fundo e pôs os alicerces sobre a rocha. Caiu a chuva, veio a enchente, a torrente deu contra a casa, mas não pôde derrubá-la porque estava bem construída. Na época dos Apóstolos, isso era uma realidade: a Igreja era perseguida. Muita gente ouvia o Evangelho, mas não alicerçava sua fé na rocha, isto é, não buscava transformar sua vida, e por isso apostatava vergonhosamente quando os romanos punham os fiéis contra a parede. A casa toda ruía porque fora construída sem alicerces firmes. Assim também nós. Vivemos tempos bastante complicados e dramáticos. Não sei se seremos chamados ao martírio de forma clamorosa, pública e notória, mas uma coisa é certa: nos dias que correm, em que o cristianismo é cada vez mais hostilizado, todos nós temos de estar prontos para os pequenos martírios do dia a dia. Como dizia Orígenes, “diante da tentação, ou se sai mártir ou idólatra”. Em outras palavras, é dando testemunho que, de certa forma, derramamos um pouco do nosso sangue por amor a Jesus Cristo; se isso não acontece, é porque substituímos ao Deus verdadeiro por um deus falso, ajoelhados diante do altar de alguma criatura. Coragem! Preparemo-nos, sejamos firmes, como casas construídas sobre a rocha! Para isso, é necessário ter vida de oração e deixar que a Palavra de Deus transforme a nossa vida na prática.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Santo do dia 13/09/2025

São João Crisóstomo (Memória)
Local: Comana Pôntica
Data: 13 de Setembro † 407


João, descendente de família distinta, nasceu em Antioquia da Síria por volta do ano 349. O pai Segundo, comandante das tropas imperiais no Oriente morreu cedo, deixando a educação do filho à esposa Antusa, mulher de excelsas virtudes. A fim de dedicar-se completamente à educação do filho, Antusa, viúva aos 20 anos, recusou as segundas núpcias. Providenciou ao filho os melhores professores de Filosofia e Retórica, entre os quais o pagão Libânio, mestre de grande renome.

Depois do batismo, recebido aos vinte e dois anos, quis retirar-se à solidão do deserto, à imitação dos muitos eremitas que viviam em torno à cidade, mas foi demovido pelas lágrimas da mãe que tanto se sacrificara por ele. Mas João tinha alma de monge e, por isso, mais tarde, passará realmente algum tempo na solidão, dedicando-se às austeras práticas da vida religiosa e aos estudos dos Livros Sagrados.

Voltando a Antioquia, foi ordenado sacerdote. Ali iniciou notável atividade pastoral como escritor e orador sacro. Escreveu nesse tempo um tratado sobre o sacerdócio, que é um dos mais belos de todos os tempos. Pondo em prática as lições de retórica do grande mestre Líbano, João tornou-se orador de excepcionais qualidades, de tal modo que mereceu o título de "Crisóstomo", "Boca de Ouro", que a posteridade lhe deu.

A pedido do imperador Arcádio, foi promovido a Arcebispo patriarca de Constantinopla. Aquele cargo foi de fato sua cruz, seu martírio. Da vida simples e pacata de Antioquia, viu-se João Crisóstomo transportado para a grande metrópole, a cidade do luxo, do mundanismo, das intrigas políticas.

Ao assumir o governo da diocese, Crisóstomo procurou conhecer bem o terreno em que pisava. Notou como o clero, em sua maioria, era pouco preparado para sua missão, pois era ambicioso, avarento e politiqueiro. A corte imperial era corrupta. A vida social era decadente, levada pelo luxo, pelas futilidades, pelas cobiças e pelos prazeres.

João começou sua obra de reformas pelo clero e os religiosos, exigindo a observância dos cánones eclesiásticos, de acordo com a pobreza e simplicidade evangélicas.

Em seus sermões arrebatados ele começou a verberar o mundanismo, o luxo, a imoralidade da vida social, as intrigas da vida política, as ingerências da corte na organização e disciplina eclesiásticas. Sua atitude de pastor zeloso, firme, enérgico era acompanhada de seus exemplos, de austeridade e grande caridade.

Os atritos começaram a surgir quando o patriarca se pôs a defender os direitos dos templos, entre os quais o de asilo, e a fustigar o mundanismo da corte, com o que exasperou os brios da imperatriz Eudóxia. Por inveja da imperatriz Eudoxia, que se sentiu ferida por uma homilia contra o luxo, e com o consentimento de Teófilo, bispo de Alexandria, João foi exilado pela primeira vez. Chamado de volta pelo imperador Arcádio, foi carregado em triunfo pelo povo. Dois meses depois, por causa da oposição a Eudoxia, que aspirava a honras divinas numa festa popular pagã, foi novamente exilado em Cucusa, na fronteira com a Armênia. Temendo sua influência, seus perseguidores transladaram-no para uma região quase inacessível. Não resistindo aos sofrimentos da longa viagem e aos maus-tratos, João veio a falecer em Comana, junto ao mar Negro, aos 14 de setembro de 407, completando dez anos de episcopado e 65 de vida.

Como bispo João Crisóstomo se dedicou à evangelização e à catequese, à obra litúrgica, caritativa e missionária. A anáfora eucarística por ele reelaborada de forma definitiva a partir do antigo esquema antioqueno é ainda hoje a mais difundida em todo o Oriente. Em sua obra de mestre e doutor destaca-se o comentário às Escrituras, especialmente às cartas paulinas, e seu contributo à doutrina eucarística. Crisóstomo é contado entre os quatro grandes doutores gregos: São Basilio, São Gregório Nazianzeno, São João Crisóstomo e Santo Atanásio. Em 1909, São Pio X o declarou celeste padroeiro dos pregadores da palavra de Deus.

A Oração coleta apresenta São João Crisóstomo como quem tem admirável eloquência e grande coragem nas provações. Importa que toda a Igreja, todos os fiéis tenham esta coragem no testemunho de Cristo. Ele é comemorado nas liturgias eucarísticas bizantina, siríaca, caldeia e maronita, na grande intercessão ou em outras partes.

Boca de Ouro, Alma de Anjo, Coração de Pai, João Crisóstomo foi o tipo acabado de santo e de pastor. Suas últimas palavras ao morrer, após a longa via dolorosa do desterro, foram: Glória seja dada a Deus em tudo!

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São João Crisóstomo, rogai por nós!


Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil