22º Domingo do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. (Cf. MR: Sl 85, 3. 5) Sl. Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz! (Cf. LH: Sl 85, 1)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Deus onipotente, fonte de todo dom perfeito, semeai em nossos corações o amor ao vosso nome e, estreitando os laços que nos unem convosco, fazei crescer em nós o que é bom e guardai com amorosa solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Eclo 3, 19-21. 30-31
Leitura do Livro do Eclesiástico
Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado mais do que um homem generoso. 20Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios. 21Pois grande é o poder do Senhor, mas ele é glorificado pelos humildes.
30Para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada nele, e ele não compreende. 31O homem inteligente reflete sobre as palavras dos sábios, e com ouvido atento deseja a sabedoria.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 67(68), 4-5ac. 6-7ab. 10-11 (R. cf. 11b)
℟. Com carinho preparastes uma mesa para o pobre.
— Os justos se alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria! Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome! O seu nome é Senhor: exultai diante dele! ℟.
— Dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor: é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura. ℟.
— Derramastes lá do alto uma chuva generosa, e vossa terra, vossa herança, já cansada, renovastes; e ali vosso rebanho encontrou sua morada; com carinho preparastes essa terra para o pobre. ℟.
Segunda Leitura — Hb 12, 18-19. 22-24a
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos: 18Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade, 19som da trombeta e voz poderosa”, que os ouvintes suplicaram não continuasse.
22Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste; da reunião festiva de milhões de anjos; 23da assembleia dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus; de Deus, o Juiz de todos; dos espíritos dos justos, que chegaram à perfeição; 24ade Jesus, mediador da nova aliança.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim, que sou de manso e humilde coração! (Mt 11, 29ab) ℟.
Evangelho — Lc 14, 1. 7-14
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola:
8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. 10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado”.
12E disse também a quem o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isto já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Domine, in auxílium meum réspice: confundántur et revereántur, qui quaerunt ánimam meam, ut áuferant eam: Dómine, in auxílium meum réspice. (Ps. 39, 14. 15)
Vernáculo:
Dignai-vos, Senhor, libertar-me, vinde logo, Senhor, socorrer-me! De vergonha e vexame enrubesçam, os que buscam roubar minha vida. (Cf. Saltério: Sl 39, 14. 15a)
Sobre as Oferendas
Este santo sacrifício, Senhor, nos traga a perene bênção da salvação e vosso poder leve à plenitude o que celebramos no sacramento. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. (Mt 5, 9-10)
Vernáculo:
Cantarei vossos portentos, ó Senhor, lembrarei vossa justiça sem igual! Vós me ensinastes desde a minha juventude, e até hoje canto as vossas maravilhas. E na velhice, com os meus cabelos brancos, eu vos suplico, ó Senhor, não me deixeis! (Cf. LH: Sl 70, 16. 17. 18)
Depois da Comunhão
Revigorados pelo pão da mesa celeste nós vos pedimos, Senhor, que este alimento da caridade fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir nos irmãos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 31/08/2025
Ser pequeno para ser grande
Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: 'Amigo, vem mais para cima'. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. Porque quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado.
Queridos irmãos e irmãs, celebramos o 22º Domingo do Tempo Comum, e, como sempre faço, em vez de comentar as leituras que a liturgia nos apresenta, eu vou tomar um dos temas apresentados no Evangelho de hoje. Este tema é a virtude da humildade.
Segundo São Lucas “num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou-lhes uma parábola: ‘Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar’” (Lc 14,7-8).
Em outra passagem, como em tantas do Evangelho, Nosso Senhor censura os escribas pelo seu orgulho e exorta-nos a ter cuidado com esta atitude: “Cuidado com os escribas, que gostam de andar com mantos compridos, receber saudações nas praças, têm os primeiros lugares nas sinagogas e nos banquetes” (Mc 12,38-39).
Meus irmãos, a humildade é um dos fundamentos da vida espiritual. Sem humildade corremos o risco de perder anos de trabalho na vida espiritual, de viver muitos dias, mas dias vazios e desagradáveis diante do Senhor. Vamos então falar apenas um pouco sobre esta virtude.
Ensinamento da humildade aos apóstolos por Jesus
Nosso Senhor no Evangelho ensina aos apóstolos e também a todos nós que o verdadeiro caminho para alcançar o mais alto nível de virtude é a humildade e não o poder, não o destaque, disse: “Vós sabeis que os soberanos das nações as governam e que os grandes exercem poder sobre eles, mas entre vós não será assim; quem quiser tornar-se grande deve ser servo” (Mt 20,25-27).
Depois o Senhor se dá como exemplo porque, se não os mover suas palavras, ao menos que se envergonhem dos fatos (isto é, de seu exemplo), por isso diz: “O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate de muitos”. Cristo, portanto, foi um exemplo de serviço humilde.
A humildade é a base da vida espiritual
O verdadeiro caminho do cristão é a humildade. Santo Tomás a define como uma virtude que deriva da temperança que nos dispõe a refrear o apetite desordenado da própria excelência, dando-nos o conhecimento correto de nossa pequenez e miséria principalmente com relação a Deus.
A perfeição ou todo o edifício sobrenatural tem dois alicerces, sem os quais nada pode ser edificado: a humildade e a fé: a fé é o fundamento positivo que nos faz avançar e a humildade o negativo, que remove os obstáculos à influência da graça, já que a Escritura nos diz expressamente que “Deus resiste aos soberbos e dá a sua graça aos humildes” (Tg 4,3).
Sobre isso disse Santa Teresa: “Não me lembro de ter recebido nenhuma das grandes graças..., a não ser quando me sentia aniquilada ao ver a minha miséria”.
A necessidade que temos dessa virtude da humildade é tão grande que, sem ela, não precisamos pensar em poder dar um passo rumo à vida espiritual. Sem humildade, não se pode progredir no caminho espiritual. Deus é a verdade suprema e ele não pode tolerar que ninguém se coloque voluntariamente fora dela. E visto que para “andar na verdade” é absolutamente necessário ser humilde, está perfeitamente explicado como Deus resiste aos orgulhosos e dá sua graça apenas aos humildes. Quanto mais alto o edifício da vida espiritual que queremos construir com a graça de Deus, mais profundos devem ser os fundamentos de humildade sobre os quais ele deve ser construído.
Santo Tomás de Aquino disse sobre a humildade: “Quem é desejoso de honra, que foge de ser desprezado, e quando o desprezam fica triste, embora faça coisas maravilhosas e milagrosas, está longe da perfeição, porque tudo isso é uma virtude sem fundamento”.
A humildade é o fundamento de todas as virtudes. São Cipriano chamou de "fundamento da santidade”; São Jerônimo, "a primeira virtude entre os cristãos"; e assim ensinavam São Gregório e São Bernardo: "Quem quer praticar as virtudes cristãs sem humildade é como quem carrega pó contra o vento, tudo se espalha, o vento espalha tudo".
A prática da humildade
É fácil reconhecer a doutrina da humildade na teoria. Mas é difícil reconhecer essa verdade na prática. É necessário tomar a decisão de ser humilde de coração ou aceitar com prazer qualquer tipo de humilhação. O motivo de ainda estarmos orgulhosos, disse o São José Allamano, fundador dos Missionários da Consolata, é que não usamos os meios para lutar e vencer. Certamente sempre teremos tentações de orgulho; e São Francisco de Sales, falando dessas tentações, diz que essa erva ruim só morrerá conosco.
Existem três meios principais para alcançar a verdadeira humildade de coração:1. Pedir intensamente a Deus;2. Olhar para Jesus, modelo incomparável de humildade (seu nascimento, suas humilhações, sua paixão, na Eucaristia, etc.)3. Esforçar-se para imitar Maria, Rainha dos humildes.
Façamos um propósito sério, e vamos com animo praticar os meios internos e externos necessários para conseguir sermos humildes. Frequentemente examinemos nossos pensamentos, palavras e ações, se são somente para Deus e não para nós.
Que Nossa Senhora nos conceda a graça de sermos humildes de coração sabendo que a humildade é o fundamento da vida espiritual e sem ela não é possível dar um passo para a santidade. Assim seja, amém.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
Ao falar sobre a importância de “ocupar o último lugar”, o Evangelho deste domingo nos dá a ocasião de refletirmos sobre a virtude da humildade, sem a qual é impossível nos unirmos a Deus. Quando somos verdadeiramente humildes, reconhecendo nossa miséria, Deus é atraído pelo nosso nada e vem fazer morada em nós.Ouça a homilia dominical do Padre Paulo Ricardo e descubra como viver na prática a virtude da humildade.
Santo do dia 31/08/2025
São Raimundo Nonato, Religioso (Memória Facultativa)
Local: Cardona, Espanha
Data: 31 de Agosto † c. 1240
Quando são Pedro Nolasco, a 10 de agosto de 1218, dava início à Ordem das Mercês para a redenção dos escravos, com rito solene na catedral de Barcelona, da qual era cônego o amigo e conselheiro Raimundo de Penafort, entre os fiéis estava também o moço de dezoito anos, Raimundo, chamado Nonato porque foi extraído do corpo da mãe morta no parto. Quatro anos depois ele passaria para a Ordem. Raimundo Nonato veio à luz em 1200 em Portell nas proximidades de Barcelona, de família nobre. Vestindo o hábito dos mercedários aos vinte e quatro anos, seguindo o exemplo do fundador, se dedicou à libertação dos escravos da Espanha ocupada pelos mouros e à pregação no meio deles. Um dia, após a volta de uma viagem a Roma, ultrapassou o estreito e foi à Argélia, tornando-se escravo entre os escravos para manter acesa entre eles a chama da fé com a palavra e com o exemplo da caridade ativa.
O gesto de Raimundo Nonato de oferecer-se como escravo em troca da libertação de um infeliz pode parecer o ponto natural a que chega a caridade heroica de um santo, que vive o Evangelho integralmente. Raimundo, tido vários meses como refém e submetido a reiteradas e cruéis malvadezas, cumpriu aquele gesto não só pela libertação de um cristão, cuja fé era perigosamente vacilante, mas sobretudo para curar pela raiz o mal da escravidão, pregando o Evangelho entre os próprios muçulmanos. Repetiu assim a comovente e não inútil tentativa feita poucos anos antes por são Francisco de Assis. Mas Raimundo encontrou ouvintes menos condescendentes: para lhe impedirem de pregar o Evangelho, os seus perseguidores chegaram a ponto de perfurar-lhe os lábios com um ferro quente, fechando-os com um cadeado. Isso não impediu que Raimundo deixasse de exortar os cristãos, caídos na escravidão, à perseverança na fé.
O papa Gregório IX quis render-lhe uma homenagem pública por tão grandes virtudes conferindo-lhe, em 1239, apenas libertado, a dignidade cardinalícia, convocando-o como conselheiro. Pôs-se em viagem, para atender ao convite do papa, mas pouco depois uma febre violentíssima o atingiu e morreu a 31 de agosto de 1240 em Cardona, perto de Barcelona. Foi sepultado na igreja de são Nicolau, que a popular devoção do santo, inserido no Martirológio Romano em 1657 pelo papa Alexandre VII, transformou em meta de peregrinações. Pela sua difícil vinda à luz do mundo, ele é invocado como o patrono e protetor das parturientes e das parteiras.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Raimundo Nonato, rogai por nós!