6ª feira do Tempo do Natal depois da Epifania
Antífona de entrada
Ecce advénit dominátor Dóminus: et regnum in manu eius, et potéstas, et impérium. Ps. Deus, iudícium tuum regi da: et iustítiam tuam fílio regis. Ant. Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent. Ant. Et adorábunt eum omnes reges terrae: omnes gentes sévient ei. Ant. (Cf. Mal. 3, 1; I Chron. 29, 12; Ps. 71, 1. 10. 11)
Vernáculo:
Eis que veio o Senhor dos senhores; em suas mãos, o poder e a realeza. Sl. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Ant. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Ant. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. Ant. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Coleta
Ó Deus todo-poderoso, por meio da estrela revelastes aos Magos o nascimento do Salvador do mundo; manifestai também a nós o mistério de Cristo, para que cresçamos sempre mais na adesão a ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos do séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 5, 5-13
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos, 5quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade. 7Assim, são três que dão testemunho: 8o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes.
9Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida.
13Eu vos escrevo estas coisas a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 147(147B), 12-13. 14-15. 19-20 (R. 12a)
℟. Glorifica o Senhor, Jerusalém!
— Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou; ℟.
— a paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. ℟.
— Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos. ℟.
℣. Jesus pregava a Boa-nova, o Reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo. (Cf. Mt 4, 23) ℟.
Evangelho — Lc 5, 12-16
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
12Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 13Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E, imediatamente, a lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”.
15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Gradual Romano:
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sévient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir, e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá, hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Sobre as Oferendas
Acolhei benigno, Senhor, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que alcancemos pelos celestes sacramentos o que professamos filialmente pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vidimus stelam eius in Oriénte, et vénimus cum munéribus adoráre Dóminum. (Cf. Mt 2, 2; ℣. Sl. 71, 1. 2. 3. 7. 8. 10. 11. 12. 17ab. 17cd. 18)
Vernáculo:
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos com presentes adorar o Senhor. (Cf. MR: Mt 2, 2)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que vindes ao nosso encontro pela participação neste sacramento, realizai em nossos corações os efeitos de sua força, para que, ao recebermos o vosso dom, sejamos a ele configurados. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 09/01/2026
As manifestações ocultas de Deus
Para Deus, esconder-se é também manifestar-se, porque a grande Epifania pela que ele quer dar-se a conhecer é a iluminação interior dos nossos corações.
No Evangelho de hoje, que ainda se insere no tempo da Epifania, vemos Jesus manifestar-se e, em seguida, esconder-se do povo: Ele se manifesta, por um lado, curando os doentes e atraindo multidões, mas também se oculta, por outro, a fim de poder entregar-se à oração em lugares solitários. Vimos no Evangelho de ontem, com efeito, que Deus se nos faz presente ao se esconder nas realidades ordinárias do nosso dia-a-dia, porque, para Ele, em quem não há divisões de nenhuma sorte, também o ocultar-se faz parte de suas manifestações. De fato, mesmo depois do início de sua vida pública, que é uma grande Epifania estendida pelo espaço de três anos, Jesus busca resguardar-se daqueles mesmos olhares que, por seus milagres e pregações, Ele tinha atraído para si. E não só isso: ordena a muitos dos que cura e perdoa a que não digam nada a ninguém, o que não impede, em todo caso, que a sua fama vá crescendo cada vez mais. O Senhor oscila, pois, entre o dar-se a conhecer publicamente e, ato contínuo, a fugir e a se esconder, porque sabe que a sua manifestação — a sua Epifania — mais profunda aos homens é também a mais oculta: ela se dá, não nos milagres e portentos exteriores, mas na iluminação interior do nosso coração, a cuja intimidade só Ele tem acesso. Tanto é assim que muitos dos seus milagres, como a ressurreição de Lázaro, embora manifestassem a olhos vistos quem Ele era, não levaram à fé a todos os que os viram. Jesus sabe que de nada valem as epifanias públicas mais clamorosas se não lhe darmos a chance de fazer brilhar em nós a luz da fé. É por isso que Ele se retira para rezar em lugares solitários, não só para pedir ao Pai que nos conduza à obediência da fé, mas para nos ensinar por seu exemplo que também nós precisamos ter uma vida pessoal de oração: a nossa vida cristã não pode, em resumo, ser simples exterioridade barulhenta, mas interioridade silenciosa, que é o santuário espiritual em que Deus quer acender a luz da sua graça.
Deus abençoe você!
Santo do dia 09/01/2026
Santo Adriano de Cantuária (Memória Facultativa)
Local: Cantuária, Inglaterra
Data: 09 de Janeiro † 710
O papa São Vitaliano procurava um varão digno de ser arcebispo dos ingleses, em substituição a Deusdedit, morto havia pouco. Mandou, pois, vir do mosteiro de Niridano, perto de Nápoles, o abade Adriano, africano de origem, muito culto nas sagradas escrituras bem como na disciplina quer eclesiástica, quer monástica, e perfeito conhecedor do grego e do latim. Adriano disse que era indigno de tal honraria, mas que podia indicar um homem cuja doutrina e idade melhor convinham ao episcopado. Tratava-se de um monge chamado André, que efetivamente foi julgado digno por quantos o conheciam; mas a sua debilidade física não lhe permitiu incumbir-se da missão. Instou-se de novo com Adriano que pediu algum tempo, esperando descobrir outro sucessor.
Havia, então, em Roma um varão de nome Teodoro, nascido em Tarso, na Cilícia, primeiramente filósofo em Atenas, e depois monge. Era instruidíssimo tanto nas letras divinas como nas humanas, em grego e em latim, possuía bons costumes e era venerado pela idade, pois contava sessenta e seis anos. Adriano, que o conhecia, apresentou-o ao papa e logrou a promessa de que seria ordenado bispo, sob a condição de o próprio Adriano o conduzir à Inglaterra, pois sabia o que devia fazer para a viagem, tendo já estado duas vezes na Gália. O papa queria, mais, que colaborasse com Teodoro na instrução dos ingleses e tomasse as medidas para nada introduzir naquela igreja de contrário à fé, como faziam por vezes os gregos.
Um piedoso e sábio inglês, São Bento Biscop, achando-se naquela época em Roma, foi chamado pelo papa Vitaliano que lhe ordenou voltar ao seu país com Teodoro e Adriano, a fim de os auxiliar no empreendimento. Os três santos varões ficaram algum tempo na França, à beira do inverno. Santo Adriano foi a princípio à residência de Emmon, arcebispo de Sens, depois a Meaux, na residência de São Faron, e por longo tempo se demorou com eles. Egberto, rei de Cant, sabendo que o bispo que solicitara do papa se encontrava na França, mandou-lhe um senhor da corte. São Teodoro tomou posse do trono de Cantuária no domingo, 27 de maio de 669. Deu primeiro a São Bento Biscop, depois a São Adriano o governo do mosteiro de São Pedro, onde eles formaram a famosa escola da qual saíram tantos ilustres varões.
Sendo Teodoro e Adriano versadíssimos não somente na ciência eclesiástica, senão também nas letras humanas, reuniram grande número de discípulos que instruíam diariamente. Explicavam-lhes a Santa Escritura, e, ao mesmo tempo, ensinavam-lhes astronomia, cômputo eclesiástico, e composição de versos latinos. Vários aprenderam latim e grego tão perfeitamente como a língua materna. Após assim esclarecer e edificar a Inglaterra durante trinta e nove anos, morreu Adriano em 9 de janeiro de 710.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume I. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 31 dez. 2021.
Santo Adriano de Cantuária, rogai por nós!


