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Sábado da 33ª Semana do Tempo Comum

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Memória Facultativa

Santa Maria no sábado ou São Clemente I, Papa e Mártir ou São Columbano, Abade

Antífona de entrada

Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis e hei de escutar-vos, e de todos os lugares reconduzirei vossos cativos. (Cf. Jr 29, 11. 12. 14)
Dicit Dóminus: ego cógito cogitatiónes pacis, et non afflictiónis: invocábitis me, et ego exáudiam vos: et redúcam captivitátem vestram de cunctis locis. Ps. Benedixísti Dómine terram tuam: avertísti captivitátem Iacob. (Ier. 29, 11. 12. 14; Ps. 84)
Vernáculo:
Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis e hei de escutar-vos, e de todos os lugares reconduzirei vossos cativos. (Cf. MR: Jr 29, 11. 12. 14) Sl. Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. (Cf. LH: Sl 84, 2)

Coleta

Senhor nosso Deus, concedei-nos a graça de sempre nos alegrar em vosso serviço, porque só alcançaremos duradoura e plena felicidade sendo fiéis a vós, criador de todos os bens. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Ap 11, 4-12


Leitura do Livro do Apocalipse de São João


Disseram a mim, João: 4“Essas duas testemunhas são as duas oliveiras e os dois candelabros, que estão diante do Senhor da terra. 5Se alguém quiser fazer-lhes mal, um fogo sairá da boca delas e devorará seus inimigos. Sim, se alguém quiser fazer-lhes mal, é assim que vai morrer. 6Elas têm o poder de fechar o céu, de modo que não caia chuva alguma enquanto durar a sua missão profética. Elas têm também o poder de transformar as águas em sangue. E quantas vezes elas quiserem, podem ferir a terra com todo tipo de praga. 7Quando elas terminarem o seu testemunho, a besta que sobe do Abismo vai combater contra elas, vai vencê-las e matá-las. 8E os cadáveres das duas testemunhas vão ficar expostos na praça da grande cidade, que se chama, simbolicamente, Sodoma e Egito, e na qual foi crucificado também o Senhor delas. 9Gente de todos os povos, raças, línguas e nações, verão seus cadáveres durante três dias e meio, e não deixarão que os corpos sejam sepultados. 10Os habitantes da terra farão festa pela morte das testemunhas; felicitar-se-ão e trocarão presentes, pois estes dois profetas estavam incomodando os habitantes da terra”. 11Depois dos três dias e meio, um sopro de vida veio de Deus, penetrou nos dois profetas e eles ficaram de pé. Todos aqueles que os contemplavam, ficaram com muito medo. 12Ouvi então uma voz forte vinda do céu e chamando os dois: “Subi para aqui!” Eles subiram ao céu, na nuvem, enquanto os inimigos ficaram olhando.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 143(144), 1. 2. 9-10 (R. 1a)


℟. Bendito seja o Senhor, meu rochedo!


— Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que adestrou minhas mãos para a luta, e os meus dedos treinou para a guerra! ℟.

— Ele é meu amor, meu refúgio, libertador, fortaleza e abrigo; é meu escudo: é nele que espero, ele submete as nações a meus pés. ℟.

— Um canto novo, meu Deus, vou cantar-vos, nas dez cordas da harpa louvar-vos, a vós que dais a vitória aos reis e salvais vosso servo Davi. ℟.


https://youtu.be/HI9zFZUxM2U
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis. (Cf. 2Tm 1, 10) ℟.

Evangelho — Lc 20, 27-40


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ʽse alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmãoʼ. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.

34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.

37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Antífona do Ofertório

De profúndis clamávi ad te, Dómine: Dómine exáudi oratiónem meam: de profúndis clamávi at te, Dómine. (Ps. 129, 1. 2)


Vernáculo:
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Das profundezas eu clamo a vós, Senhor. (Cf. LH: Sl 129, 1. 2)

Sobre as Oferendas

Nós vos pedimos, Senhor, concedei que a oferenda colocada sob vosso divino olhar nos obtenha a graça de vos servir e alcançar um dia a eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Para mim só há um bem: é estar com Deus é colocar o meu refúgio no Senhor. (Cf. Sl 72, 28)

Ou:


Em verdade vos digo: tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será, diz o Senhor. (Mc 11, 23. 24)
Amen dico vobis, quidquid orántes pétitis, crédite quia accipiétis, et fiet vobis. (Mc. 11, 24; ℣. Ps. 60, 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9)
Vernáculo:
Em verdade vos digo: tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será, diz o Senhor. (Cf. MR: Mc 11, 23. 24)

Depois da Comunhão

Alimentados, Senhor, com os dons deste sagrado mistério, nós vos pedimos humildemente que nos faça crescer na caridade a Eucaristia que vosso Filho nos mandou celebrar em sua memória. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 23/11/2024


Seremos “filhos da ressurreição”


É de fé que todos os homens devem ressuscitar em seus corpos e hão de prestar contas de suas ações; e os que fizeram o bem irão para a vida eterna, aqueles, porém, que fizeram o mal, irão para o fogo eterno.

No Evangelho de hoje, S. Lucas nos apresenta uma das últimas controvérsias entre Nosso Senhor, prestes a ser crucificado, e os líderes religiosos de Israel. Aqui, trata-se especificamente dos saduceus, que, ao contrário da facção oposta — a dos fariseus —, não criam na ressurreição dos mortos. Jesus, porém, deixa fora de dúvida qual é a fé católica: “Na vida futura”, diz Ele, os homens “já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram”. Este ensinamento está presente nos três sinóticos, mas tem em Lucas, como se vê, algumas particularidades textuais muito reveladoras. Mateus e Marcos, com efeito, põem na boca de Cristo que, no século futuro, os que forem julgados dignos da ressurreição serão “como anjos” (cf. Mt 22, 30, Mc 12, 25); em Lucas, por seu turno, Cristo afirma de modo mais rotundo que eles serão “iguais aos anjos”, e para especificar em que sentido se há de entender essa igualdade, acrescenta em seguida: “porque são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição” (gr. ‘υἱοί εἰσιν θεοῦ τῆς ἀναστάσεως υἱοὶ ὄντες’). Essa última cláusula, que traduz melhor o particípio presente ‘τῆς ἀναστάσεως υἱοὶ ὄντες’, permite compreender o alcance desta igualdade com os anjos: na ressurreição, os homens irão assemelhar-se aos anjos bons porque (a) “já não poderão morrer” e (b) serão em plenitude “filhos de Deus”, mas tudo isso (c) “sendo filhos da ressurreição”, e é neste ponto que terminam as semelhanças. Pois ao contrário dos anjos, que são puros espíritos, os homens da vida futura, depois da segunda vinda de Cristo, serão alma e corpo novamente. Os que forem justos, entrarão no céu com seus corpos glorificados; os que forem maus, retomarão sua carne para com ela sofrer os tormentos do inferno. Essa é a fé constante da Igreja, cimentada na S. Escritura e na Tradição divino-apostólica, reiterada inúmeras vezes pelo Magistério eclesiástico, custódio fidelíssimo da verdade revelada: “A sacrossanta Igreja Romana crê firmemente e com firmeza afirma que, no dia do juízo, todos os homens comparecerão, com seus corpos, diante do tribunal de Cristo e prestarão contas de suas ações” (II Concílio de Lião, sessão 4.ª, de 6 jul. 1274: DH 859). Renovemos hoje essa mesma fé, sem a qual ninguém pode agradar a Deus, firmes na esperança de que Ele, misericordioso remunerador, nos fará um dia amá-lo no céu com tudo o que somos.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 23/11/2024

São Clemente I (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 23 de † s. I


Numa lista dos primeiros bispos de Roma, do século II, podemos ler: "Depois que os santos Apóstolos Pedro e Paulo fundaram e constituíram a Igreja, passaram a Lino o ofício do episcopado. Este é aquele Lino mencionado por Paulo em sua epístola a Timóteo. Sucedeu-o Anacleto, e depois deste recebeu o ofício episcopal, em terceiro lugar depois dos Apóstolos, Clemente, que havia conhecido pessoalmente os Apóstolos. A este Clemente seguiu Evaristo..."

De Lino e Anacleto se conhecem apenas os nomes. Conhecemos, porém, bem mais de Clemente que governou a Igreja de Roma no último decênio do século I. Possuímos dele uma longa carta enviada à comunidade cristã de Corinto. A carta revela a existência da nítida e forte consciência do direito que a Igreja de Roma possuía, já desde então, de intervir nas questões internas de uma outra Comunidade, a fim de recompor autoritativamente a ruptura ali produzida por causa da destituição de alguns presbíteros feita por um grupo de jovens rebeldes, sem maiores indicações. O bispo, também ele expulso, teria apelado para o Bispo de Roma. Todo o documento pretende, portanto, chamar a Comunidade de Corinto de volta aos valores cristãos da paz e da unidade, e a induzir à penitência e ao arrependimento os imprudentes, que se revoltaram sem motivo contra a legítima autoridade dos presbíteros, fundada na tradição dos Apóstolos.

Clemente, conhecido também como Clemente Romano, enviou a Corinto dois presbíteros romanos com a dita carta e com a missão de pacificar a conturbada Comunidade. Nela Clemente dá informações sobre a recente perseguição ocorrida em Roma, na qual foram mortos Pedro e Paulo. Em toda a sua exposição mostra-se grande conhecedor do culto judaico. Notável nesta intervenção do bispo de Roma é o fato de que, já no fim do primeiro século cristão, o sucessor de Pedro era olhado como centro da unidade cristã.

A carta é um modelo de carta pastoral, uma verdadeira homilia sobre a vida cristã. Durante certo tempo, a carta de Clemente gozava de tal prestígio que era lida na assembleia litúrgica, ao lado de textos bíblicos. Sabemos que a intervenção do papa Clemente teve pleno êxito. Constituiu-se assim este escrito no primeiro documento papal.

A Oração coleta, depois de celebrar Deus, admirável nos seus santos, pede para que, com alegria, a Igreja possa celebrar a festa do papa São Clemente, visto como sacerdote e mártir do Filho de Deus, pois ele testemunhou com o seu sangue o mistério que celebrava e confirmou suas palavras com o exemplo de sua vida.

Belíssima a leitura do Ofício das Leituras, tirada da carta do papa São Clemente I, em que ele mostra que os dons de Deus são admiráveis.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Clemente I, rogai por nós!



São Columbano (Memória Facultativa)
Local: Bóbbio, Itália
Data: 23 de † 615


A Irlanda foi chamada a pátria dos missionários. Catequizada por São Patrício no início do século V, teve sempre uma forte tradição monástica que forneceu numerosos evangelizadores à Europa após a degradação do Império Romano.

Entre estes, emerge Columba, o Jovem, mais conhecido como Columbano. A data do seu nascimento é muito incerta, pois é estimada de 525 a 543. No fim do século VI, com mais doze monges, partiu do seu mosteiro irlandês de Bangor, perto de Belfast, em demanda do continente europeu. Começa sua peregrinação por amor a Deus, com finalidade evangelizadora. Andou pela França toda, onde fundou vários mosteiros, centros propulsores de vida missionária.

Entre 590 e 610 trabalhou na Borgonha, onde fundou o célebre mosteiro de Luxeuil que se tornaria centro de irradiação missionária. Tendo entrado em conflito com a despótica rainha da França por ter verberado certos abusos da corte real, Columbano deixou aquele país e rumou para a Suíça, iniciando a evangelização na região do lago de Constança. Como também tivesse entrado em choque com os poderosos, aí deixou o seu discípulo São Galo, que ligou seu nome ao célebre mosteiro de Sankt Gallen, ainda hoje centro de espiritualidade. Com cerca de 70 anos, Columbano atravessou os Alpes e no norte da Itália deixou outra fundação importante, o mosteiro de Bobbio, onde morrerá no ano de 615.

Seu retrato moral foi descrito assim: "Columbano foi um irlandês autêntico, de temperamento impetuoso e terno ao mesmo tempo, audaz e independente; era ferrenho defensor das tradições monásticas celtas, em adesão cordial à Sé de Pedro. Asceta rígido, amante da contemplação solitária, mas também homem de ação vigorosa, pai afetuoso, caridoso para com os pobres, apareceu na Europa como profeta enviado por Deus para reconduzir a sociedade à vida cristã por meio da abnegação e penitência".

A influência de São Columbano e de seus monges devia ser de imensa transcendência para a espiritualidade cristã do Ocidente. Foram eles que, conforme prática introduzida entre os monges na Irlanda, difundiram, pela primeira vez, o espírito penitencial e a prática da confissão individual auricular, que haveria de propagar-se cada vez mais durante a Idade Média até tornar-se norma obrigatória para toda a Igreja.

Columbano deixou vários escritos importantes para a vida monástica do seu tempo. Nos mosteiros que ele fundou na França, Suíça e Itália, vigorava uma Regra extremamente rigorosa. Do século IX em diante, os monges de São Columbano adotarão a Regra de São Bento, bem mais comedida que a do rígido monge irlandês.

A Oração coleta realça a solicitude de São Columbano pela pregação do Evangelho e o zelo pela vida monástica. Pede, então, que, por sua intercessão e exemplo, procuremos a Deus acima de tudo e nos empenhemos no crescimento do povo de Deus.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Columbano, rogai por nós!


Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil