Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, Religioso, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
Eu, porém, como oliveira verdejante na casa do Senhor, confio na clemência do meu Deus agora e para sempre! Espero em vosso nome, porque é bom, perante os vossos santos! (Cf. LH: Sl 51, 10. 11b) Sl. Por que é que te glorias da maldade, ó injusto prepotente? (Cf. LH: Sl 51, 3)
Coleta
Deus, Pai de misericórdia, que fizestes de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão um instrumento de caridade e de paz, concedei-nos, por sua intercessão, promover sempre a verdadeira concórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (Ef 4, 1-6)
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios
Irmãos, 1eu, prisioneiro no Senhor, vos exorto a caminhardes de acordo com a vocação que recebestes: 2Com toda a humildade e mansidão, suportai-vos uns aos outros com paciência, no amor. 3Aplicai-vos a guardar a unidade do espírito pelo vínculo da paz. 4Há um só Corpo e um só Espírito, como também é uma só a esperança à qual fostes chamados. 5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, 6um só Deus e Pai de todos, que reina sobre todos, age por meio de todos e permanece em todos.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 23)
℟. É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
— Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável. ℟.
— “Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?” “Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime. ℟.
— Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador”. “É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face.” ℟.
℣. Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Cf. Mt 11, 25) ℟.
Evangelho (Lc 12, 54-59)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 54Jesus dizia às multidões: “Quando vedes uma nuvem vinda do ocidente, logo dizeis que vem chuva. E assim acontece. 55Quando sentis soprar o vento do sul, logo dizeis que vai fazer calor. E assim acontece. 56Hipócritas! Vós sabeis interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que não sabeis interpretar o tempo presente? 57Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?
58Quando, pois, tu vais com o teu adversário apresentar-te diante do magistrado, procura resolver o caso com ele enquanto estais a caminho. Senão ele te levará ao juiz, o juiz te entregará ao guarda, e o guarda te jogará na cadeia. 59Eu te digo: daí tu não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Bonum est confitéri Dómino, et psállere nómini tuo, Altíssime. (Ps. 91, 2)
Vernáculo:
Como é bom agradecermos ao Senhor e cantar salmos de louvor ao Deus Altíssimo! (Cf. LH: Sl 91, 2)
Sobre as Oferendas
Senhor, sejam aceitos por vós os frutos do nosso trabalho que trazemos ao vosso altar em honra de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão; concedei que, livres da avidez dos bens terrenos, tenhamos em vós a única riqueza. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Em verdade vos digo: vós que deixastes tudo e me seguistes recebereis cem vezes mais e tereis como herança a vida eterna. (Cf. MR: Mt. 19, 27-29)
Depois da Comunhão
Renovados por estes sagrados mistérios, concedei-nos, Senhor, seguir o exemplo de Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, que vos serviu com filial constância e se dedicou ao vosso povo com imensa caridade. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 25/10/2024
Para que serve esta vida?
É sinal de grande insensatez constatar a caducidade do mundo e, mesmo assim, pôr nele a própria esperança, como se não houvesse uma eternidade à espera de todos nós.
Jesus hoje nos fala nos sinais dos tempos. Nós precisamos olhar para esta vida e ver o quanto ela é passageira. Não somente isso. Não é apenas o fato de que essa vida passa; mas também o fato de que precisamos estar prontos para prestar contas a Deus. São dois aspectos em que nós não gostamos de pensar. Em primeiro lugar, olhemos para o mundo moderno. O mundo atual faz de tudo para esconder a caducidade da vida. (Desculpe-me a palavra difícil. ‘Caduco’ é aquilo que cai.) Caducidade é o fato de que as coisas despencam, as coisas caem.Olhe para o seu corpo, olhe para as folhas das árvores que caem, olhe para as coisas que apodrecem. Tudo passa. Mas você não é capaz de enxergar isso? Você não é capaz de enxergar que até os edifícios de concreto começam a dar sinais de velhice? Você não vê que esse mundo, com toda a clareza, está mostrando sua transitoriedade?No entanto, o homem moderno olha para aquilo que é concreto, material, como se fosse a coisa mais firme do mundo. Pergunte para um adolescente criado na mentalidade pseudo-científica do mundo moderno o que é verdade para ele. A verdade, para ele, é aquilo que é concreto e palpável. Mas se há uma coisa que é miseravelmente passageira é aquilo que é palpável!Porque tudo, absolutamente tudo o que você, neste momento, está vendo com os olhos, que pode tocar com as mãos, que pode colocar numa balança, medir, levar a um laboratório e aferir cientificamente, tudo, absolutamente tudo o que você é capaz de levar a um laboratório para fazer experiências, passará. E aí? É sobre isso que você está construindo a sua vida? Você está construindo a sua vida exatamente sobre aquilo que passa?Adaptando um pouco é como se Jesus nos dissesse: “Hipócritas! Vocês são capazes de distinguir os sinais das coisas nos laboratórios, os sinais palpáveis e concretos das nuvens, da primavera, do outono, do verão, vocês são capazes de distinguir em laboratório como são as coisas, mas não são capazes de ver a realidade espiritual, não são capazes de ver o quanto é passageiro este mundo no qual estão colocando a esperança de vocês!”Meus queridos, se existe uma coisa que não passa, ela não está no mundo material; se existe alguma coisa que é para sempre, ela está no mundo espiritual. Deus não passa. O amor não passa. E as coisas que verdadeiramente importam jamais passarão. Vamos nos curar de nossa cegueira e viver para aquilo que não passa. As coisas invisíveis são as que verdadeiramente permanecem. Não construamos nossa casa sobre a areia. Virá o vento e a tempestade, e será grande a ruína. Jesus nos diz: “Vós sabeis interpretar os aspectos da terra e do céu”, ou seja, os aspectos do que é palpável e científico, mas “como não sabeis interpretar essa vida presente e passageira, e entender que, se ela tem valor, é para preparar o nosso céu?”Vamos, pois, preparar o nosso céu, porque a vida nos foi dada para isso.
Deus abençoe você!
Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, o popular Frei Galvão, muito conhecido por suas pílulas de papel, foi uma alma profundamente enamorada de Nossa Senhora. O seu exemplo de piedade mariana é, ainda hoje, um sinal luminoso de como deve ser a nossa devoção à Virgem Santíssima. Frei Galvão foi, de fato, um daqueles fiéis devotos que nos ajudam a recordar, em tempos de crise e superficialidade na vida de fé, o que significa ser verdadeiramente um consagrado à Imaculada.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta sexta-feira, 25 de outubro, e recorramos ao patrocínio de São Frei Galvão e daquela que foi a porta pela qual o Filho de Deus quis entrar no mundo e em nossas vidas!
Santo do dia 25/10/2024
Santo Antônio de Sant'Ana Galvão (Memória)
Local: São Paulo, Brasil
Data: 25 de Outubro† 1822
Estamos diante do primeiro santo canonizado nascido no Brasil. Antônio Galvão de França nasceu em 1739, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, cidade que na época pertencia à diocese do Rio de Janeiro. O ambiente familiar era profundamente religioso. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou Antônio para a Bahia, a fim de estudar no seminário dos padres jesuítas. Com o clima antijesuítico provocado pela atuação do marquês de Pombal, Antônio entrou para os Frades Menores.
Em 1761 fez a profissão solene. Um ano depois, Frei Antônio foi admitido à ordenação sacerdotal. Depois de ordenado, foi mandado para o convento de São Francisco, em São Paulo, a fim de aperfeiçoar os estudos de filosofia e teologia. Terminados os estudos em 1768, foi nomeado pregador, confessor dos leigos e porteiro do convento. Foi confessor estimado e procurado. Grande devoto da Virgem Maria Imaculada, exerceu as funções de pregador, confessor, porteiro, orientador espiritual da Ordem Terceira Secular de São Francisco e guardião do convento do mesmo nome. Fundou o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição, hoje, mosteiro da Luz, onde em 1769 foi designado confessor. Distinguiu-se por uma vida apostólica e missionária, sendo chamado "homem da paz e da caridade".
Quando as forças impediram o ir e vir diário do convento de São Francisco ao recolhimento, obteve dos seus superiores a autorização para ficar no recolhimento da Luz, onde terminou sua vida terrena aos 23 de dezembro de 1822, confortado pelos sacramentos e assistido pelo seu guardião, dois confrades e dois sacerdotes diocesanos. A pedido das religiosas e do povo, foi sepultado na igreja do Recolhimento que ele mesmo construíra. Foi beatificado por João Paulo II, no dia 25 de outubro de 1998 e canonizado, em São Paulo, por Bento XVI no dia 11 de maio de 2007, por ocasião da V Conferência do CELAM em Aparecida.
A questão das "pílulas de Frei Galvão" não foi mencionada nem no rito da beatificação nem no da canonização. Esta questão deve ser abordada com muito critério. A devoção está muito ligada à proteção da vida e da promoção da saúde à luz da devoção de Santo Antônio Galvão à Virgem Imaculada. Na oferta dessas pílulas Santo Antônio Galvão procurava levar as pessoas a uma atitude de vivência da mensagem do Evangelho, pois os papeizinhos levavam a mensagem seguinte: "Post partum, Virgo, inviolata permansisti. Dei Genetrix, intercede pro nobis", que significa: "Após o parto, ó Virgem, permaneceste inviolada. Mãe de Deus, intercede por nós". Na ação de comer ou devorar o livro, a mensagem está na linha do devorar o livro do profeta Ezequiel e do Apocalipse, e simboliza assimilar a mensagem. Portanto, deve se evitar toda a conotação de magia, realçando a conversão. Neste sentido, Santo Antônio Galvão poderia ser considerado e venerado como patrono da vida que nasce e da vida que corre risco por causa da doença.
Parece que de fato o santo começou a ser venerado mais como o homem da caridade e da paz. Em São Paulo foi declarado patrono da construção civil. Liturgicamente, seu nome não é simplesmente São Frei Galvão, mas Santo Antônio de Sant Ana Galvão, ou simplesmente Santo Antônio Galvão.
Os textos de sua comemoração realçam o homem da caridade e da paz. Eis a Oração coleta: Deus, Pai de misericórdia, que fizestes de Santo Antônio de Sant Ana Galvão um instrumento de caridade e de paz no meio dos irmãos e irmãs, concedei-nos, por sua intercessão, favorecer sempre a verdadeira concórdia.
A expressão "no meio dos irmãos e irmãs" lembra sua condição de religioso franciscano que tem como mensagem primeira o testemunho de fraternidade.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Antônio de Sant Ana Galvão, rogai por nós!