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1º Domingo do Advento

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Antífona de entrada

A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. Sl 24, 1-3)
Ad te levávi ánimam meam: Deus meus in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. ℣. Vias tuas, Dómine, demónstra mihi: et sémitas tuas édoce me (Ps. 24, 1-4)
Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24, 1-3) ℣. Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! (Cf. LH: Sl 24, 4)

Coleta

Ó Deus todo-poderoso, concedei aos vossos fiéis o ardente desejo de acorrer com boas obras ao encontro do vosso Cristo que vem, para que, colocados à sua direita, mereçam possuir o reino celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura — Is 2, 1-5


Leitura do Livro do Profeta Isaías


Visão de Isaías, filho de Amós, sobre Judá e Jerusalém.

2Acontecerá, nos últimos tempos, que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas e dominará as colinas. A ele acorrerão todas as nações, 3para lá irão numerosos povos e dirão: “Vamos subir ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que ele nos mostre seus caminhos e nos ensine a cumprir seus preceitos”; porque de Sião provém a lei e de Jerusalém, a palavra do Senhor.

4Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices; não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate. 5Vinde, todos da casa de Jacó, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial — Sl 121(122), 1-2. 4-5. 6-7. 8-9 (R. cf. 1)


℟. Que alegria, quando me disseram: “Vamos à casa do Senhor!”


— Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor!” E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas. ℟.

— Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi. ℟.

— Rogai que viva em paz Jerusalém, e em segurança os que te amam! Que a paz habite dentro de teus muros, tranquilidade em teus palácios! ℟.

— Por amor a meus irmãos e meus amigos, peço: “A paz esteja em ti!” Pelo amor que tenho à casa do Senhor, eu te desejo todo bem! ℟.

Segunda Leitura — Rm 13, 11-14a


Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos


Irmãos: 11Vós sabeis em que tempo estamos, pois já é hora de despertar. Com efeito, agora a salvação está mais perto de nós do que quando abraçamos a fé.

12A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz.

13Procedamos honestamente, como em pleno dia; nada de glutonerias e bebedeiras, nem de orgias sexuais e imoralidades, nem de brigas e rivalidades. 14Pelo contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84, 8) ℟.

Evangelho — Mt 24, 37-44


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos: 37“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé. 38Pois nos dias, antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. 39E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos. Assim acontecerá também na vinda do Filho do Homem.

40Dois homens estarão trabalhando no campo: um será levado e o outro será deixado. 41Duas mulheres estarão moendo no moinho: uma será levada e a outra será deixada.

42Portanto, ficai atentos, porque não sabeis em que dia virá o Senhor.

43Compreendei bem isso: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada.

44Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Ad te Dómine levávi ánimam meam: Deus meus, in te confído, non erubéscam: neque irrídeant me inimíci mei: étenim univérsi qui te exspéctant, non confundéntur. (Ps. 24, 1-3)


Vernáculo:
A vós, meu Deus, elevo a minha alma, e confio em vós. Que eu não seja envergonhado, nem se riam de mim os meus inimigos! Pois não será desiludido quem em vós espera. (Cf. MR: Sl 24,1-3)

Sobre as Oferendas

Aceitai, Senhor, os dons que vos oferecemos dentre os bens que nos destes; e os santos mistérios, que nos dais celebrar no tempo, se convertam para nós em prêmio de redenção eterna. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas. (Cf. Sl 84, 13)
Dominus dabit benignitátem: et terra nostra dabit fructum suum. (Ps. 84, 13; ℣. Ps. 84, 2. 3. 4. 5. 7. 8. 10. 11. 12)
Vernáculo:
O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas. (Cf. MR: Sl 84, 13)

Depois da Comunhão

Fazei frutificar em nós, Senhor, a participação nos vossos mistérios; eles nos levem a amar desde agora os bens do céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçar as que não passam. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 30/11/2025


Prepare-se para o Juízo Final!


“Se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso, também vós ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”.

Iniciamos um novo ano litúrgico. Isso pode parecer estranho porque não começa um novo ano no calendário civil; mas no ano litúrgico, sim. É o 1.º Domingo do Advento, início do ano litúrgico, quando começamos a preparação para a vinda do Senhor no Natal. Por isso, o tema da liturgia nestes tempos é exatamente a vinda do Senhor. O Tempo do Advento é um tempo de fazer penitência, de preparar-se, de limpar a casa, de aplainar os caminhos do Senhor, para que o coração esteja pronto para receber Jesus.

Como, porém, Jesus vem a nossas vidas? A primeira parte do Tempo do Advento fala sobretudo da vinda de Jesus no Fim dos Tempos, ou seja, no fim deste mundo que passa. Trata-se do Juízo Universal, e é exatamente sobre isso que iremos refletir. Esse é um ponto do Catecismo do qual pouco se fala, antes de tudo, porque está na moda pensar em Deus como “irmão”, “companheiro”, amigo misericordioso… Sim, tudo isso é verdade, Ele o é de fato: fez-se amigo, fez-se companheiro, fez-se irmão, Jesus porém virá como Juiz. O tempo que estamos vivendo agora é de misericórdia, e irá encerrar-se quando Ele vier julgar os vivos e os mortos, inaugurando assim o tempo da justiça.

Há quem veja nisso uma grande contradição com a Boa-Nova, com o Evangelho cristão. Como pode ser possível um “Deus justiceiro”? Afinal, Deus não tem de ser só misericórdia? Há nisso uma falácia, ou seja, um raciocínio falso, que não funciona, pois o contrário da justiça não é a misericórdia, mas a injustiça. Dizer que Deus não fará justiça é dizer que Deus fará injustiça. Ora, é revoltante pensar que Deus fará injustiça eternamente. Não, Deus não fará injustiça, Deus fará justiça.

Por outro lado, o contrário da misericórdia não é a justiça, mas o ódio, isto é, a falta de amor. Mas Deus não é um Deus de ódio, de falta de amor: Ele é misericordioso e manifesta o seu amor eterno de várias formas. No tempo deste mundo, manifesta-o tendo paciência conosco, para que possamos ir aos poucos mudando de vida até que finalmente nos determinemos: Chega de viver uma vida cristã insuficiente. Mudemos agora. É Advento, tempo de conversão, e, portanto, o tempo da graça. O tempo que temos é o de nossa vida; e o Advento reflete exatamente isso. Essas quatro semanas do Advento simbolizam o tempo que Deus nos dá e que nós temos à nossa disposição para nos decidirmos: “Deus virá, então vou mudar de vida, vou dar um jeito na minha sem-vergonhice, vou me converter”. Sim, Deus virá para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim. Será um reino de justiça e de amor, e a justiça e o amor irão dar as mãos. Não haverá oposição entre elas, porque são duas perfeições que vivem juntas em Deus e assim viverão em nós também.

Agora vivemos o tempo da paciência. É o Tempo do Advento, ou seja, o tempo desta nossa vida, não interessa quanto dela ainda nos reste. Pode ser que hoje seja o nosso último dia de vida, pode ser que vivamos ainda mais cinquenta anos… Pouco importa. O tempo de sua vida é o Tempo do Advento e o dia da sua morte, o dia do juízo. Pronto: passou o tempo da paciência divina, agora é hora de prestar contas ao justo Juiz. Ora, assim como, para a vida de cada qual, há um tempo de paciência e um tempo de juízo, assim também para a humanidade. Lembrar-se disso é sumamente importante, sumamente necessário.

Olhemos para a história da humanidade. Quantas vezes os maus já foram glorificados nesse mundo! Tomemos, por exemplo, filósofos que sustentaram uma doutrina errônea, completamente torta, que levaram pessoas à perdição, e no entanto são tidos e havidos como “grandes” filósofos, “gênios” da humanidade. Que desastre na vida dos outros não fez um pensador como Freud, que “aboliu” a moral sexual! Quantas pessoas já não se desviaram do caminho do amor e da fidelidade por um pensador como este! Ou mesmo como Immanuel Kant, tido como pai das luzes, homem ilustrado, sábio, etc., mas que condenou os filósofos dos últimos séculos a pensar que é impossível conhecer a verdade. De Kant para cá vimos de abismo em abismo, sem que ninguém mais busque a verdade: de Kant passamos a Hegel, de Hegel passamos a Marx, de Marx à bandalheira que se instalou hoje. E todos são tidos como gênios da humanidade!…

Jesus virá para fazer justiça, e grande será a vergonha dos que foram glorificados injustamente durante a história da humanidade. Esses homens, de forma injusta, foram tidos como grandes gênios e benfeitores da humanidade, quando, em verdade, levaram milhões de almas para o inferno por suas ideias, erros e falácias. Ora, não é justo, então, que eles sejam publicamente envergonhados? Não é justo que o sejam ao menos suas doutrinas?

Pode ser que algum deles, pelo milagre de uma contrição perfeita na hora da morte, se tenha salvo e ido para o Céu. Quem somos nós para sabê-lo? Não se trata aqui de tomar o lugar de Deus e julgar pessoas, mas podemos, sim, julgar doutrinas erradas, e se estas foram glorificadas pelo mundo, levando almas à perdição, é justo que, no Juízo Final, sejam expostas à vergonha pública.

Enquanto isso, doutores como Santo Tomás de Aquino, Santo Afonso M.ª de Ligório, São João da Cruz, Santa Teresa d’Ávila, Santa Teresinha, santos e sábios que, diante de Deus, levaram milhões de almas para o Céu, são hoje desprezados pelo mundo moderno, e não somente por ele: também pelo mundo mundano, isto é, pelo mundo de todos, pelos tempos que não aceitam a verdade de Deus nem a doutrina divina. Aqui está a tragédia.

Mas os santos e sábios serão exaltados no Juízo Final; tudo o que foi obra divina, desprezada pelos homens, escondida e não glorificada, será glorificada no último dia. Então, veremos santos escondidos, que fizeram um bem imenso, contribuíram para o triunfo da Igreja, mas de forma oculta, sem que os notassem. Esses serão glorificados e exaltados, os santos anônimos, pessoas que morreram escondidas em mosteiros, pessoas de que nunca tivemos notícia, nem sequer de que existissem! É justo que essas pessoas, que viveram uma vida gloriosa e bendita, sejam exaltadas no Juízo Final. Por quê? Porque se elas foram injustiçadas e publicamente esquecidas, é justo que Deus as exalte publicamente.

O Juízo Final é algo sobre o qual todos deviam meditar e os pregadores ensinar. Por quê? Porque, como diz o Catecismo Romano, promulgado pelo Concílio de Trento e escrito para os párocos, a Igreja aconselha os que têm cuidados de almas a pregar sobre o Juízo Final, porque todos os justos, a certa altura da vida, se sentem “em crise”, por verem a maldade e a vileza exaltadas, enquanto a justiça e a bondade são vistas com desprezo. Isso gera revolta no coração, isso desanima: a maldade é exaltada, a maldade é que ganha, “leva a melhor”, triunfando... Se isso não é desanimador, que nome lhe daremos?

É necessário, pois, pregar a verdade: Deus virá para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim. Ou seja, todo aquele que, fielmente, ainda que de forma escondida, houver derramado lágrimas de fidelidade por amor a Deus será publicamente exaltado diante de toda a humanidade redimida. Então se cantará a glória do Cordeiro, a glória de Jesus Cristo. Uma multidão, como diz o Apocalipse, incontável, inumerável, irá cantar o grande Aleluia, a grande vitória e o triunfo final — triunfo do bem, o triunfo da bondade, o triunfo da verdade, o triunfo da misericórdia!

Sim, o triunfo da misericórdia precisa ser glorificado; sim, a misericórdia precisa ser glorificada. Se cremos na misericórdia, também ela deve ser exaltada. Quantos misericordiosos não alcançaram misericórdia neste mundo, mas hão de alcançá-la no Juízo Final e serão glorificados! “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados” (Mt 5, 6). Mas, quando serão saciados? Quando será saciada essa fome e sede de justiça? No Juízo Final, quando veremos a vitória, o triunfo de Deus. Essa é a realidade sobre a qual estamos refletindo e queremos meditar neste Tempo do Advento.

O Tempo do Advento tem início falando da segunda vinda de Cristo, da parousía; ora, falar da segunda vinda é falar do Juízo Final. Cristo virá, e como vai acontecer o Fim dos Tempos? Haverá uma grande tribulação da Igreja, que será perseguida tremendamente; haverá um abalo cósmico neste mundo passageiro, e então Ele virá. As duas coisas vão acontecer, ou seja, haverá a grande tribulação e, logo em seguida, o abalo cósmico: “Os homens vão desmaiar de medo só em pensar no que vai acontecer ao mundo” (Lc 21, 26). Ora, quem é que vai desmaiar de medo? Quem pôs suas esperanças no mundo. É evidente: se colocamos nossas esperanças no mundo e vemos que o mundo inteiro está a desabar, iremos desmaiar de medo.

Mas se colocamos nossas esperanças em Jesus Cristo, o que vai acontecer? “Ele virá sobre as nuvens e, quando essas coisas começarem a acontecer, levantai e erguei a cabeça porque a vossa libertação está próxima” (Lc 21, 28). Não poderia ser maior o contraste nem maior o antagonismo entre o medo dos que põem suas esperanças no mundo e a grande consolação dos que as puseram em Jesus. As cabeças se erguerão, e verão a libertação os que colocaram suas esperanças em Jesus!

Então se dará a realidade maravilhosa e tremenda que é a vinda de Jesus, que se sentará para julgar. Haverá, pois, um juízo, e todos os seres humanos, de toda a história, serão colocados diante do juízo de Deus. Pois bem, como os homens julgam a história? Julgam-na de forma linear: “Aconteceu isso, depois aquilo, depois aconteceu aquilo outro. Tal período foi assim, o outro período foi assado…”. Mas o julgamento da história, o julgamento final, será diferente; não será um julgamento horizontal, linear, mas vertical. Cada pequeno ponto da história será julgado na sua relação vertical com a eternidade e com o céu. Tudo será levado em conta e lido à luz dessa realidade superior e eterna. Cristo virá julgar os vivos e os mortos, quer dizer, a história inteira, não somente quem estiver vivo quando de sua volta.

Não sabemos quando isso vai acontecer, não temos data, e faz dois mil anos que a Igreja espera esse dia. Ele virá, sim; mas quando? Daqui dois mil anos ou daqui dois mil segundos? Ninguém sabe. Seja como for, acontecerá o julgamento. Cada momento exato de nossas vidas será julgado diante da eternidade. Trata-se, porém, de uma coisa muito concreta.

Aqui já podemos começar a amarrar as coisas e levá-las para o dia a dia, para levar ao nosso Advento. Como, afinal, devemos vivê-lo? Todos os momentos da vida devem ser julgados sob a luz da eternidade, sub specie aeternitatis. É preciso, então, parar e perguntar-se: “Que estou fazendo agora? Eu estou cansado, mas estou amando a Deus apesar do cansaço?” Isso deve ser julgado em função da eternidade. “Eu estou desanimado e não quero amar a Deus”. Também deve ser julgado em função da eternidade. Seja saúde ou doença, seja pobreza ou riqueza, tudo deve ser julgado debaixo da luz da eternidade.

Assim, tudo adquire um novo sabor, uma nova realidade. Isso é o que importa, é o critério para viver esse Tempo do Advento. O Advento é um ensaio para o juízo, seja para o particular, com a morte de cada um, seja para o Juízo universal, com a vinda de Cristo. Para o primeiro, o que podemos fazer? Na prática, todos os dias antes de dormir, façamos um exame de consciência, como se fosse nosso último dia de vida, como se não fôssemos acordar amanhã. Por quê? Porque não sabemos se será ou não o último dia! Façamos já o nosso “juízo final” todos os dias. Há mais, porém. Quando andarmos pelas ruas, quando ouvirmos o noticiário, quando virmos o que está acontecendo no mundo, quando estudarmos as páginas da história, olhemos para o Juízo universal de Jesus, olhemos tudo sob a luz da eternidade, debaixo do olhar do Senhor: os que hoje saem vitoriosos serão derrotados e perdedores, e os que hoje são derrotados serão vitoriosos e gloriosos. Isso nos deve encher de alegria! Os que hoje riem e rejubilam poderão estar chorando, envergonhados em sua confusão, enquanto os que agora permanecem firmes no amor ao Senhor irão colher os frutos da recompensa, da santa recompensa que Deus tem para cada um deles.

É preciso estar atentos, ter vigilância, ter um olhar a que chamamos aqui “julgamento”, isto é, pôr tudo debaixo da eternidade, sejam atos pessoais por causa do seu juízo particular, seja os acontecimentos da história por causa do Juízo universal. Estejamos atentos, olhando para as coisas com um olhar diferente, com olhar vigilante, com um olhar de Deus.

Rezemos e peçamos a Deus a graça de não perder o foco. Orai a todo momento! Por quê? Porque pretendemos estar de pé diante do Filho do Homem. Ora, o que significa “estar de pé” diante dele? Durante o juízo, o réu ouve a sentença de pé diante do juiz: este fica sentado para julgar, mas o réu fica de pé. Cristo virá julgar-nos, e nós estaremos de pé diante dele. Com que olhar de misericórdia Ele olhará para nós! Com que amor irá dizer-nos “Vinde, benditos de meu Pai, vinde para o Reino preparado para vós, que fostes desprezados, que fostes deixados de lado, que fostes injustiçados! Vinde, vinde, benditos, vinde todos vós para o Reino preparado!”

Então, será grande a nossa alegria, enquanto tudo o que foi somente vitória aparente deste mundo que passa, miséria de um mundo falso e sem consistência, tudo isso será jogado no fogo eterno, e grande será a sua confusão. Que vivamos esse santo Advento debaixo do olhar da eternidade, vigiando e orando sem cessar.

Deus abençoe você!

Nossa Missão
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Santo do dia 30/11/2025

Santo André Apóstolo (Festa)
Data: 30 de Novembro † s. I


O Novo Testamento oferece poucas notícias sobre Santo André. Os Evangelhos informam que ele era filho de Jonas, irmão de Simão Pedro e pescador como ele, natural de Betsaida, a nordeste do lago de Tiberíades. No entanto, ele está presente em todo o decurso da pregação de Cristo e vem mencionado ainda na relação dos Apóstolos nos Atos dos Apóstolos (cf. At 1, 13).

A Liturgia grega o chama "Protocleto", isto é, "Primeiro chamado"; é o primeiro nome de apóstolo citado no Evangelho de São João. Era discípulo de João Batista, junto com João Evangelista, ao ser convidado por Jesus para segui-lo. Conta João em seu Evangelho que, quando Jesus se apresentou pela segunda vez na região do Jordão onde João Batista batizava, este exclamou: Eis o cordeiro de Deus (Jo 1, 36). Ouvindo estas palavras, André e João deixaram de seguir a João Batista para acompanhar o próprio Cristo. Jesus, voltando-se para trás e vendo que o seguiam, disse-lhes: Que buscais? Eles disseram: Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras? Disse-lhes Jesus: Vinde e vede. Foram, pois, e viram onde habitava e ficaram com Ele aquele dia (cf. Jo 1, 38-40).

André se torna, dentre os Apóstolos, o primeiro mensageiro, o primeiro evangelizador. André foi logo encontrar seu irmão Simão e lhe disse: Encontramos o Messias, que quer dizer o Cristo. Ele o levou até Jesus (cf. Jo 1, 41 42). Contudo, na ocasião, André e Pedro não ficaram definitivamente com o Divino Mestre. Certamente, voltaram às suas ocupações de pescadores. Algum tempo depois, Jesus, passando pelas margens do lago de Tiberíades, pelas bandas de Cafarnaum, tendo-os encontrado quando lavavam as redes, disse-lhes: Segui-me, e eu vos farei pescadores de homens. Eles, deixando imediatamente as redes, o seguiram (cf. Mt 4, 18-22).

Também durante os anos da vida pública de Jesus temos algumas alusões a André, que aparece como mediador ou como aquele que, com senso prático, busca saídas em situações embaraçosas. Quando Jesus interpelou Filipe sobre a possibilidade de dar de comer a toda aquela multidão, André interveio, dizendo: Está aqui um menino que tem cinco pães e dois peixes; mas que é isto para tanta gente? (Jo 6. 9). Uma segunda intervenção de André deu-se nos últimos dias da vida do Mestre. Havia alguns gentios que desejavam ver Jesus de perto e se aproximaram de Filipe, dizendo: Senhor, queremos ver Jesus. Filipe falou isto para André. Então, André e Filipe foram dizer isso a Jesus (Jo 12, 21-22). Por fim, André era um dos interessados, com outros três Apóstolos, pelos sinais precursores do fim do mundo (cf. Mc 13, 1-4).

Assim, além da mensagem, comum de todos os Apóstolos, André apresenta uma mensagem própria. É o apóstolo mediador, o apóstolo da ação prática e ágil na solução de dificuldades no relacionamento e em comunicar suas descobertas aos outros. É o primeiro chamado, o primeiro mensageiro de Cristo, o que toma a iniciativa de providenciar ao menos alguns pães e peixes, isto é, a colaborar com Cristo a matar a fome da multidão.

Nada mais se sabe, de certo, sobre a vida deste grande Apóstolo depois do dia de Pentecostes. Uma veneranda tradição diz que, por ocasião da dispersão dos Apóstolos, André teria viajado pela região dos mares Cáspio e Negro. Por último, teria fundado a Igreja em Patras, na Acaia, que foi uma das mais florescentes dos tempos apostólicos.

Esta mesma tradição diz que Santo André morreu crucificado em Patras, na Acaia, no dia 30 de novembro. A ele está relacionada a Cruz de Santo André em forma de X. Ao vê-la, antes do suplício, teria dito o Apóstolo: "Salve, santa Cruz, tão desejada, tão amada. Tira-me do meio dos homens e entrega-me ao meu Mestre e Senhor, para que eu de ti receba o que por ti me salvou".

Depois das perseguições romanas, as relíquias do santo foram transportadas para Constantinopla e, pelo ano 1460, transferidas para Amalfi na Itália e, em parte, para Roma.

O papa Paulo VI, querendo simbolizar a união de fraternidade com a Igreja Ortodoxa, devolveu as relíquias de Santo André à Igreja de Constantinopla.

Os textos litúrgicos da Missa e da Liturgia das Horas procuram usar as notícias de fonte bíblica que caracterizam esse apóstolo. Assim, ele aparece sobretudo como protagonista das narrativas de vocação. Vemo-lo na Antífona da entrada e na Antífona da Comunhão.

A Oração coleta realça Santo André como pregador do Evangelho e pastor da Igreja de Deus. A Oração depois da Comunhão lembra a cruz de Cristo abraçada por André no seu martírio.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santo André Apóstolo, rogai por nós!


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