Epifania do Senhor, Solenidade
Antífona de entrada
Vernáculo:
Eis que vem o Senhor dos senhores, em suas mãos, o reino, o poder e o império. Sl. 1. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! 2. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. 3. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho Unigênito às nações, guiando-as pela estrela, concedei benigno a nós que já vos conhecemos pela fé, sermos conduzidos à contemplação da vossa face no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Is 60, 1-6
Leitura do Livro do Profeta Isaías
Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor.
2Eis que está a terra envolvida em trevas, e nuvens escuras cobrem os povos; mas sobre ti apareceu o Senhor, e sua glória já se manifesta sobre ti. 3Os povos caminham à tua luz e os reis ao clarão de tua aurora.
4Levanta os olhos ao redor e vê: todos se reuniram e vieram a ti; teus filhos vêm chegando de longe com tuas filhas, carregadas nos braços. 5Ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando e batendo forte, pois com eles virão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de suas nações; 6será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te cobrir; virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando a glória do Senhor.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 71(72), 1-2. 7-8. 10-11. 12-13 (R. cf. 11)
℟. As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
— Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres. ℟.
— Nos seus dias a justiça florirá e grande paz, até que a lua perca o brilho! De mar a mar estenderá o seu domínio, e desde o rio até os confins de toda a terra! ℟.
— Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. ℟.
— Libertará o indigente que suplica, e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará. ℟.
Segunda Leitura — Ef 3, 2-3a. 5-6
Leitura da Carta de São Paulo aos Efésios
Irmãos: 2Se ao menos soubésseis da graça que Deus me concedeu para realizar o seu plano a vosso respeito, 3ae como, por revelação, tive conhecimento do mistério.
5Este mistério, Deus não o fez conhecer aos homens das gerações passadas, mas acaba de o revelar agora, pelo Espírito, aos seus santos apóstolos e profetas: 6os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo, por meio do Evangelho.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor. (cf. Mt 2, 2) ℟.
Evangelho — Mt 2, 1-12
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
3Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém.
4Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.
7Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”. 9Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino.
10Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande.
11Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.
12Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sérvient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Sobre as Oferendas
Ó Senhor, olhai com bondade as oferendas da vossa Igreja, que não mais vos apresenta ouro, incenso e mirra, mas o próprio Jesus Cristo que nestes dons se manifesta, se imola e se dá em alimento. Ele, que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Vimos sua estrela no Oriente, e viemos com presentes adorar o Senhor. (Cf. MR: Mt 2, 2)
Depois da Comunhão
Ó Senhor, guiai-nos sempre e por toda parte com a vossa luz celeste, para que possamos contemplar com olhar puro e viver com amor sincero o mistério de que nos destes participar. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 05/01/2025
Sem o dom da Fé não podemos adorar a Deus
“Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.” (Mt 2, 11)
Queridos irmãos e irmãs, ainda dentro do tempo do Natal, celebramos a Solenidade da Epifania do Senhor. O que é a Epifania do Senhor? A palavra epifania vem do grego “epiphanéia”, e significa a festa da manifestação ou aparição de Deus através dos Mistérios do início da vida de Cristo. Deus, que na sua infinidade é necessariamente o Deus do mistério, o Deus que nem a inteligência do homem e nem a do anjo podem penetrar, e porque nossos olhos não podem ver a Deus como não podem olhar a luz do sol, Deus se faz pequeno em sua Encarnação e se reveste de um pequeno corpo que não ofusca os nossos olhos e nos reflete o mistério divino. Em certo modo o Sol divino se faz Lua para deixar-se olhar por nossos olhos.
São Mateus nos fala da atitude diametralmente oposta de três séries de personagens diante desta manifestação de Deus: de um lado os Magos do oriente; de outro Herodes e com ele “toda Jerusalém”; finalmente, os sumos sacerdotes e os escribas.
a) A pergunta dos Magos ao rei Herodes, “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer?”, causou nele uma profunda confusão, a que se seguiu o propósito de defender-se deste menino que, como ele, tinha o título de “rei dos Judeus”. Sobre Herodes e sobre “o povo de Jerusalém”, ao qual São Mateus provavelmente quer indicar os aduladores e súditos do Rei que giravam ao redor de seu trono esperando tirar uma fatia. Sobre estes a notícia dos Magos em vez de abrir seus corações à esperança, produz o efeito da obstinação e da rejeição. A Herodes se aplicam as palavras de um antigo hino cristão: “Por que temes, Herodes, chegar o Rei que é Deus? Não rouba reis da Terra quem reinos dá nos Céus”.
Herodes é a mais clara figura da escravidão da ambição do poder que se impõe sobre o coração do homem. Aquele que pôs seu fim último no poder terreno subordina tudo, inclusive sua própria paz, a sua ambição. Mas ao mesmo tempo, esse poder lhe mostra sua caducidade, seu vazio: Herodes, uma vez rei, é um homem sem paz, um homem que treme diante de um pequenino; um homem que tem que derramar sangue inocente para obter sua estabilidade psicológica.
b) Em segundo lugar, aparecem os sumos sacerdotes e os escribas do povo. Estes, consultados pelo rei, confessam conhecer as profecias de seus antepassados e se mostram capazes de determinar com exatidão o lugar do nascimento do Messias. Eles são os detentores da ciência e nada mais e nada menos que da ciência dos planos de Deus. Mas seus conhecimentos os deixam frios e indiferentes. Não lhes importa a verdade, nem sequer quando têm a graça de possui-la.
Estes representam a aqueles que receberam o dom da verdade, da verdade sobre Deus, mas não o amam; e eles demonstram como quem possui a verdade sem amá-la, termina por se afastar dela, por aborrecê-la e por persegui-la. Estes escribas e sacerdotes, ou seus filhos, serão os mesmos que pedirão a morte de Jesus quando Ele disser: Eu sou a Verdade.
c) Finalmente os Magos. São pagãos, mas têm um coração dócil a Deus. Neles brilham muitas virtudes:- A atenção às coisas do céu; a busca da verdade; a interrogação aos céus sobre Deus.- A disponibilidade generosa para as insinuações de Deus e para as grandes obras: eles se puseram a caminho para uma longa viajem, seguindo uma estrela sem saber aonde esta viagem terminaria. Eles saíram de sua terra, confiantes, como Abraão, que Deus lhes indicaria o momento de parar. A mesma disponibilidade e obediência demonstrarão diante das palavras do anjo que lhes ordena voltar por outro caminho.- A fé é outra característica dos Magos. Acima de tudo em Deus que lhes falava de um modo tão estranho. A fé no Menino-Deus, a quem não encontraram acariciado entre as sedas do palácio, nem escondido entre cortinas, mas sim pobre, com frio e nu em uma gruta de animais; e entretanto, confessam-no homem verdadeiro dando-lhe o dom da mirra; rei verdadeiro, dando-lhe o dom do ouro; Deus verdadeiro, oferecendo-lhe o dom do incenso.
Contemplando estas três séries de personagens nós podemos deduzir que a manifestação de Deus, sua epifania, está em estreita relação com as disposições do coração e que para receber a Deus, não basta só o conhecer: todos sabiam (pelo anúncio dos magos e pelas profecias que os sacerdotes confirmaram) que o Messias procurado devia nascer ou tinha nascido num Presépio. Mas só os Magos correm para verificar a palavra dos escribas; estes não foram, tampouco Herodes foi. E Deus encarnado e nascido, só se manifesta a estes pagãos que vêm de terras longínquas para adorá-lo.
Peçamos como Santo Inácio de Loyola nos faz pedir na contemplação da Encarnação, nos Exercícios Espirituais: conhecimento interno do Senhor, que por mim se fez homem, para que mais o ame e o siga.
Que Deus nos dê sempre um coração disposto para buscá-lo e para recebê-lo e a graça de ver suas manifestações ocultas em nossas vidas. Assim seja, amém.
Deus abençoe você!
Pe. Fábio Vanderlei, IVE
Para encontrar o Menino Jesus e adorá-lo com presentes, os Magos do Oriente são conduzidos por uma estrela, que os conduz até Belém. Também deve existir, na vida de cada cristão, uma estrela que anuncia a glória de Deus e que guia todas as suas ações: é a virtude da religião, que nos ajuda a dar a Deus o que lhe é devido e a manifestar a sua glória entre os homens.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta solenidade da Epifania do Senhor e aprenda a como colocar em prática a virtude da religião.
Santo do dia 05/01/2025
Santa Sinclética (Memória Facultativa)
Local: Alexandria, Egito
Data: 05 de † s. IV
Os pais desta santa virgem eram da Macedônia, mas radicados em Alexandria. Nesta cidade nasceu Sinclética. Rica, inteligente e bela, via-se constantemente disputada pelos moços, mas, como se consagrara a Deus, evitava-os sempre e sempre, temerosa. Passou, pois, a viver no retiro, saindo pouquíssimo. Era na solidão que encontrava as maiores satisfações espirituais. Sempre medrosa, procurava fortificar-se por meio de constantes jejuns e mortificações de toda a sorte.
Mortos os pais, herdou, sozinha, imensa fortuna, que, imediatamente, passou aos pobres.
Tomando consigo uma irmã que era cega, retirou-se do mundo, pedindo a um padre que lhe fosse testemunha daquele abandono do século. Entregando-se definitivamente a Deus, experimentou as mais duras austeridades, redobrou as orações, jejuando vários dias na semana.
Logo, a virtude de Sinclética estendeu-se por toda a parte, e uma multidão de piedosas mulheres procurou-a para que as dirigisse no caminho da verdade. Humilde, assustou-se e procurou dissuadi-las do intento, mas, pensando melhor, e penitenciando-se da falta de zelo, acedeu em aceitá-las. Assim, começou por incutir-lhes como princípio duma vida santa o amor de Deus e do próximo. Quando discorria sobre a humildade, costumava dizer: "Um tesouro estará sempre em segurança enquanto permanecer escondido. Desvendado, será atirado à sanha de ladrões e audaciosos, que tudo farão para dele se apossar."
O demônio perseguiu-a terrivelmente. Sinclética, com as armas da oração, do jejum das mortificações todas, enfrentou-o com o auxílio de Deus. E, da luta, saiu incólume e engrandecida.
Dos setenta e sete aos oitenta anos, uma febre contínua a atormentou dia e noite, minando-lhe o organismo cansado, mas não ao espírito. Esta, dos sofrimentos, saia sempre, e cada vez mais, agigantada e pura.
Finalmente, tornando-a insuportável aos que a viam, um câncer na boca devorou-lhe todo o rosto, que fora belo e objeto de comentários por parte de todos os moços de Alexandria. Também a esta última prova suportou com verdadeiro espírito de resignação. Era um motivo a mais para servir o divino Mestre, ao qual se dedicava de corpo e alma. E quando os médicos, visitando-a, propunham-lhe este ou aquele remédio para debelar a dor, ou suavizá-la, afastava-os de si, entristecida.
Três dias antes de morrer, Santa Sinclética anunciou aos que com ela viviam, o desenlace. E assim foi. Estava com oitenta e quatro anos de idade, e principiava o ano de 400.
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume I. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 31 dez. 2021.
Santa Sinclética, rogai por nós!