3ª feira da 3ª Semana da Páscoa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai salmos a seu nome, glorificai-o com louvores, aleluia. (Cf. MR: Sl 65, 1-2) Sl. Dizei a Deus: Como são grandes vossas obras! Pela grandeza e o poder de vossa força, vossos próprios inimigos vos bajulam. (Cf. LH: Sl 65, 3)
Coleta
Ó Deus, que abris as portas do reino do céu aos renascidos da água e do Espírito Santo, aumentai em vossos fiéis a graça que lhes destes para que, purificados de todo pecado,não sejam privados de nenhuma promessa de vossa bondade.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 7, 51-8, 1a
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Estêvão disse ao povo, aos anciãos e aos doutores da lei: 51“Homens de cabeça dura, insensíveis e incircuncisos de coração e ouvido! Vós sempre resististes ao Espírito Santo e como vossos pais agiram, assim fazeis vós! 52A qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram aqueles que anunciavam a vinda do Justo, do qual, agora, vós vos tornastes traidores e assassinos. 53Vós recebestes a Lei, por meio de anjos, e não a observastes!”
54Ao ouvir essas palavras, eles ficaram enfurecidos e rangeram os dentes contra Estêvão. 55Estêvão, cheio do Espírito Santo, olhou para o céu e viu a glória de Deus e Jesus, de pé, à direita de Deus. 56E disse: “Estou vendo o céu aberto, e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus”.
57Mas eles, dando grandes gritos e, tapando os ouvidos, avançaram todos juntos contra Estêvão; 58arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem, chamado Saulo. 59Enquanto o apedrejavam, Estêvão clamou dizendo: “Senhor Jesus, acolhe o meu espírito”. 60Dobrando os joelhos, gritou com voz forte: “Senhor, não os condenes por este pecado”. E, ao dizer isto, morreu. 8, 1aSaulo era um dos que aprovavam a execução de Estêvão.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 30(31), 3cd-4. 6ab e 7b e 8a. 17 e 21ab (R. 6a)
℟. Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito.
— Sede uma rocha protetora para mim, um abrigo bem seguro que me salve! Sim, sois vós a minha rocha e fortaleza; por vossa honra orientai-me e conduzi-me! ℟.
— Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel! Quanto a mim, é ao Senhor que me confio, vosso amor me faz saltar de alegria. ℟.
— Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão! Na proteção de vossa face os defendeis bem longe das intrigas dos mortais. ℟.
℣. Eu sou o pão da vida, quem vem a mim não terá fome; assim nos fala o Senhor. (Jo 6, 35ab) ℟.
Evangelho — Jo 6, 30-35
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: 30“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Lauda anima mea Dominum: laudabo Dominum in vita mea: psallam Deo meo, quamdiu ero, alleluia. (Ps. 145, 2)
Vernáculo:
Bendize, minh’alma, ao Senhor! Bendirei ao Senhor toda a vida, cantarei ao meu Deus sem cessar!(Cf. LH: Sl 145, 1-2)
Sobre as Oferendas
Aceitai, Senhor, os dons da vossa Igreja em festa e concedei o fruto da eterna alegria a quem destes motivo de tão grande júbilo. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Estou vendo o céu aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus. Senhor Jesus, acolhe o meu espírito e não lhes atribuas este pecado. (Cf. Bíblia CNBB: At 7, 56. 59. 60)
Depois da Comunhão
Senhor, olhai com bondade o vosso povo e fazei chegar à incorruptível ressurreição da carne aqueles que renovastes pelos sacramentos da vida eterna. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 06/05/2025
O Pão que sacia e ordena nossas vidas
Na Eucaristia, Jesus é alimento que sacia nossa alma e também o remédio que ordena nossa vida. Ao comungarmos seu Corpo, somos fortificados contra os vícios e preparados para a luta diária contra o inimigo.
No Evangelho de hoje, Jesus é tentado pelo povo após atravessar o Lago de Tiberíades, assim como Moisés, no passado, foi tentado após atravessar o Mar VermelhoDeus providenciou o pão do céu, o maná, quando Moisés precisou alimentar o povo de Israel, que estava duvidando do próprio Deus. Agora, essa mesma história se repete com Jesus, a quem as pessoas estavam perguntando: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti?” Cristo, no Evangelho de ontem, disse: “A obra é esta: crer naquele que Deus enviou”. Porém, os judeus continuam pedindo sinais para Jesus, mas não para crerem, e sim para que Ele multiplique os pães outra vez, e eles possam comer de graça. Jesus, então, mostra que Ele é o Pão descido do Céu, que alimenta a nossa alma se estivermos unidos a Ele. Mas, o problema desse povo que está tentando Jesus é que eles estão na mais completa desordem. Existe uma ordem na natureza humana: nossa alma precisa governar o corpo, os sentimentos e as paixões, para assim Deus iluminar nosso interior.No entanto, com o pecado original, perdemos essa graça. E sabemos que a ordem é uma graça porque, se ela fosse algo próprio da natureza, não iríamos perdê-la. Isso foi dito claramente por São Tomás de Aquino, grande santo e Doutor da Igreja.A ordem é a graça de Cristo, pois Ele é o homem ordenado, e por isso o Pai, olhando para o Filho, que se faria carne muitos séculos depois, criou Adão. Este fora criado dócil e com uma alma que amava e acreditava em Deus, que conduzia as paixões e as emoções, mas se revoltou contra Deus e acabou perdendo a graça. É por causa disso que sofremos com a desordem desde o momento em que nascemos, carregando a culpa do pecado original, herdada de Adão.No entanto, se nos unirmos a Jesus, Ele lentamente vai ordenando nossa alma outra vez. Desse modo, nós deixamos de ser pessoas que ficam procurando sinais e milagres e começamos a buscar Jesus, o alimento que realmente sacia a nossa alma e coloca em ordem a nossa vida. Para isso, precisamos reclinar a nossa cabeça no peito de Jesus. Quando Jesus revela que Ele é o Pão da Vida e dá a Eucaristia para os Apóstolos, São João comunga de uma forma diferente: ele reclina a cabeça no peito de Cristo e, unido a Ele, se alimenta espiritualmente. Fazendo isso, as paixões e os medos deste Apóstolo foram sendo colocados em ordem, e é provável que, justamente por causa disso, ele acabou sendo o único a ficar com Jesus até a morte. Portanto, reclinemos hoje a nossa cabeça no peito de Cristo, a fim de que Ele nos dê a graça de termos um coração ordenado, que verdadeiramente ama a Deus.
Deus abençoe você!
Santo do dia 06/05/2025
São Lúcio de Cirene, Bispo (Memória Facultativa)
Data: 06 de Maio † s. I
Existem pelo menos 22 santos com este nome. Hoje é festejado, segundo as indicações do Martirológio Romano, o mais antigo e mais desconhecido de todos: “Em Cirene, na Líbia (festeja-se) são Lúcio bispo, de quem faz menção são Lucas nos Atos dos Apóstolos”. Na realidade a menção de Lucas é muito pouca: “Havia na comunidade de Antioquia profetas e doutores: Barnabé, Simeão de sobrenome Niger, Lúcio de Cirene, Manaém, companheiro de infância de Herodes tetrarca, e Saulo”. Os exegetas da Bíblia de Jerusalém fazem notar que “os cinco aqui enumerados, profetas e doutores, representam o governo da Igreja de Antioquia; confrontar a lista dos doze (1, 13) e aquela dos sete (6, 5). Como estes últimos, parece que também os cinco de Antioquia sejam judeus helênicos’’.
Em Cirene nasceu também outro Lúcio, lembrado pelo Martirológio Romano a 20 de agosto: “Em Chipre são Lúcio Senador, o qual vendo a circunstância em que Teodoro, bispo de Cirene, foi martirizado, converteu-se à crença em Cristo e arrastou a essa também o chefe Digniano, com quem foi a Chipre e lá vendo como vários cristãos eram coroados pela confissão do Senhor, ofereceu-se espontaneamente, e com a decapitação mereceu também ele a coroa dos mártires”. E mártires foram também todos os outros Lúcios comemorados no Martirológio, exceto quem é festejado no dia 3 de dezembro: “Em Coira, na Alemanha, são Lúcio, rei dos bretões, que foi o primeiro rei a abraçar o cristianismo no tempo de santo Eleutério papa”, ou seja, lá pelos fins do século II.
O Lúcio mais importante é festejado a 4 de março: “Em Roma, na via Ápia, o natal de são Lúcio I, papa e mártir, que na perseguição de Valeriano, pela fé em Cristo, foi mandado primeiro ao exílio e depois por vontade de Deus obteve licença para voltar à sua Igreja. Finalmente, após ter muito lutado contra os novacianos, sofreu o martírio com a pena da decapitação. São Cipriano depois o celebrou com louvores solenes”. Na realidade, uma nota crítica dos compiladores do novo calendário adverte que “a memória de são Lúcio († em Roma em 254), introduzida no calendário romano em 1602, está cancelada ou suprimida, pois não existe motivo algum para enumerar são Lúcio entre os mártires: seu nome está de fato na Depositio Episcoporum (354).
Fatos históricos e lendas nada mais fazem do que lembrar que Cristo escolhe as suas “testemunhas” em todas as latitudes e em todos os tempos e camadas sociais, sendo ele Caminho, Verdade e Vida.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Lúcio de Cirene, rogai por nós!