5ª feira da 3ª Semana da Páscoa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Aclamai a Deus, terra inteira, cantai salmos a seu nome, glorificai-o com louvores, aleluia. (Cf. MR: Sl 65, 1-2) Sl. Dizei a Deus: Como são grandes vossas obras! Pela grandeza e o poder de vossa força, vossos próprios inimigos vos bajulam. (Cf. LH: Sl 65, 3)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, nestes dias em que nos fizestes conhecer toda a riqueza da vossa misericórdia, derramai-a sobre nós com maior generosidade, para tornar mais firmes em vossa verdade aqueles que libertastes das trevas do erro.Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — At 8, 26-40
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, 26um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: “Prepara-te e vai para o sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza. O caminho é deserto”. Filipe levantou-se e foi. 27Nisso apareceu um eunuco etíope, ministro de Candace, rainha da Etiópia, e administrador geral do seu tesouro, que tinha ido em peregrinação a Jerusalém.
28Ele estava voltando para casa e vinha sentado no seu carro, lendo o profeta Isaías. 29Então o Espírito disse a Filipe: “Aproxima-te desse carro e acompanha-o”. 30Filipe correu, ouviu o eunuco ler o profeta Isaías e perguntou: “Tu compreendes o que estás lendo?”
31O eunuco respondeu: “Como posso, se ninguém mo explica?”
Então convidou Filipe a subir e a sentar-se junto a ele. 32A passagem da Escritura que o eunuco estava lendo era esta: “Ele foi levado como ovelha ao matadouro; e qual um cordeiro diante do seu tosquiador, ele emudeceu e não abriu a boca. 33Eles o humilharam e lhe negaram justiça; e seus descendentes, quem os poderá enumerar? Pois sua vida foi arrancada da terra”.
34E o eunuco disse a Filipe: “Peço que me expliques de quem o profeta está dizendo isso. Ele fala de si mesmo ou se refere a algum outro?” 35Então Filipe começou a falar e, partindo dessa passagem da Escritura, anunciou Jesus ao eunuco. 36Eles prosseguiam o caminho e chegaram a um lugar onde havia água. 37Então o eunuco disse a Filipe: “Aqui temos água. O que impede que eu seja batizado?”
38O eunuco mandou parar o carro. Os dois desceram para a água e Filipe batizou o eunuco. 39Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe. O eunuco não o viu mais e prosseguiu sua viagem, cheio de alegria. 40Filipe foi parar em Azoto. E, passando adiante, evangelizava todas as cidades até chegar a Cesareia.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 65(66), 8-9. 16-17. 20 (R. 1)
℟. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira.
— Nações, glorificai ao nosso Deus, anunciai em alta voz o seu louvor! É ele quem dá vida à nossa vida, e não permite que vacilem nossos pés. ℟.
— Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca! ℟.
— Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, não rejeitou minha oração e meu clamor, nem afastou longe de mim o seu amor! ℟.
℣. Eu sou o pão vivo descido do céu, quem deste pão come, sempre há de viver. (Jo 6, 51) ℟.
Evangelho — Jo 6, 44-51
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna.
48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Lauda anima mea Dominum: laudabo Dominum in vita mea: psallam Deo meo, quamdiu ero, alleluia. (Ps. 145, 2)
Vernáculo:
Bendize, minh’alma, ao Senhor! Bendirei ao Senhor toda a vida, cantarei ao meu Deus sem cessar!(Cf. LH: Sl 145, 1-2)
Sobre as Oferendas
Ó Deus, pelo venerável intercâmbio deste sacrifício nos fizestes participar de vossa única e suprema divindade; concedei, nós vos pedimos, que conhecendo a vossa verdade a testemunhemos pela prática das boas obras. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
O pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo, diz o Senhor. Aleluia. (Cf. MR: Jo 6, 52)
Depois da Comunhão
Senhor, nós vos pedimos, permanecei com misericórdia junto ao vosso povo e fazei passar da antiga para a nova vida aqueles que iniciastes nos mistérios celestes. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 08/05/2025
A vida do Céu em nós
“Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.
Nós estamos no belíssimo discurso de Jesus a respeito do Pão da Vida e nós vimos ontem que a primeira parte se aplica muito à realidade de Jesus enquanto Pão da Vida, Palavra na qual nós precisamos crer. Uma Palavra encarnada, sim, uma Palavra que se torna Eucaristia, sim; mas uma Palavra que precisa nos alimentar, em primeiro lugar, na fé.O Evangelho de hoje nos diz: “Quem crer terá a vida eterna”. Esse tema da vida eterna, da ressurreição, que é recorrente em todo esse discurso do Pão da Vida, precisa ser compreendido por nós profundamente. Para entendermos toda essa realidade de Jesus como alimento, nós precisamos entender que recebemos no Batismo um organismo espiritual. Esse organismo espiritual é uma vida eterna, uma vida de Deus, uma ζωή (zoé), como eu disse alguns dias atrás, uma vida que não é somente essa vida biológica aqui. É uma outra vida, é a vida do próprio Deus em nós e essa vida precisa ser alimentada. É por isso que Jesus se apresenta como Pão da Vida, porque ela precisa crescer.Mas para entendermos o que é essa vida que está dentro de nós e que Jesus alimenta com a sua Palavra e também com a Eucaristia, precisamos olhar para essa vida plenamente realizada, ou seja, olhar para o céu. Se nós pudermos fazer uma comparação, a semente é plantada no Batismo, mas para entender realmente o que é essa semente, eu preciso olhar para a árvore, e a árvore está no Céu. São os santos. Quem olha para a semente de uma árvore não faz ideia do que será aquela árvore. A pessoa fica olhando para aquilo e consegue perceber algumas verdades que estão ali, mas não a árvore florida, a árvore carregada de frutos. Somente quando virmos realmente a árvore desenvolvida plenamente, isso são os santos no Céu. Quando olhamos para a glória, quando olhamos para a realização da vida eterna, então entendemos o que Jesus está querendo fazer.Ele está querendo pegar essa vida que foi colocada em nós, uma vida diferente da biológica, a vida do próprio Deus, e Ele quer alimentá-la para que ela cresça, floresça e se desenvolva, até que finalmente se torne uma árvore plenamente adulta e desenvolvida no Céu, na glória eterna.Sendo bem práticos: o que isso significa na nossa vida? Significa que precisamos nos aproximar do Cristo e crer nele, buscando-o como Verdade, e cultivando uma vida de oração, na qual Cristo alimenta a nossa alma.Quem já possui o seu tempo de oração, vai notar que, com o passar do tempo, essa vida vai ficando meio árida, meio difícil de levar para a frente. Santa Teresa d’Ávila, que foi uma grande mestra da oração, disse que durante 14 anos não conseguia rezar sem ter um livro na mão, ou seja, ela precisava ter um livro espiritual, um livro onde Jesus fosse apresentado enquanto verdade (não muito teórica, mas afetiva e prática), a fim de que ela, ruminando aquela verdade, na presença do Cristo, Palavra viva, fosse se desenvolvendo espiritualmente, e é isso que cada um de nós deve fazer. Da mesma forma, Santa Teresinha do Menino Jesus disse que durante muito tempo ela não conseguia rezar e meditar se não tivesse na mão o Evangelho ou a “Imitação de Cristo”.Assim devemos ser nós, pois, o próprio Cristo assegurou que quem crer terá a vida eterna! Quando você exercita a fé buscando a verdade que está ali contida nos Evangelhos, na vida dos santos, nos livros de espiritualidade, na “Imitação de Cristo”, aquilo o vai alimentando e você vai se desenvolvendo espiritualmente, até que você um dia poderá florescer plenamente no Céu. Como a Eucaristia nos ajuda nisso tudo nós veremos no Evangelho de amanhã.
Deus abençoe você!
Santo do dia 08/05/2025
São Vítor, Mártir (Memória Facultativa)
Local: Milão, Itália
Data: 08 de Maio † c. 304
Se o apelido não corresse o risco de parecer muito leviano e irreverente, poderíamos dizer que santo Ambrósio foi um dos mais eficazes “reconhecedores de talentos” da história. Escavando, literalmente, a história de Milão, encontrou nela personagens ilustres, que honravam a diocese pela qual, tão inesperadamente, tornou-se o responsável. E como um bom “reconhecedor de talentos” sabia também lançar as suas descobertas com todos os meios da publicidade então disponíveis, de modo especial através das festas populares, dos hinos sagrados e dos monumentos. Uma das descobertas de santo Ambrósio é precisamente são Vítor, de quem ele falou longamente na Explanação do evangelho de Lucas e no hino Os piedosos Vítor, Nabor e Félix. A outra fonte histórica, da qual tiramos a vida e sobretudo o martírio de são Vítor, são as Atas, que remontam ao século VIII.
Vítor, Nabor e Félix eram soldados provenientes da Mauritânia e hospedados em Milão. Levados, como outros companheiros seus de milícia e de fé, a fazer escolha entre o imperador e Deus, sua escolha foi clara e decidida. Mas sua objeção de consciência só lhe proporcionou a prisão. Após lhe haver feito passar seis dias sem comer e sem beber para debilitar-lhe a resistência, foi arrastado ao hipódromo do circo (junto à atual Porta Ticinense): não obstante o interrogatório ter sido feito pelo próprio Maximiano Hercúleo e por seu conselheiro Anulino, Vítor permaneceu firme na decisão de não sacrificar aos ídolos, resolução que manteve também após severa flagelação. Transportado ao cárcere, onde está hoje a Porta Romana, são Vítor foi ulteriormente atormentado: despejaram-lhe chumbo derretido nas feridas, mas a forte fibra do soldado africano ainda assim não enfraqueceu.
Um dia, aproveitando a distração dos carcereiros, conseguiu fugir e foi refugiar-se numa estrebaria situada nas proximidades de um teatro, lá onde se encontra hoje a Porta Vercelina. Mas a estas alturas sua peregrinação estava acabada: descoberto, foi levado a um bosque de olmo, que estava perto, e ali foi decapitado. O seu corpo ficou sem sepultura durante uma semana, mas o bispo são Materno o encontrou ainda intacto e fielmente vigiado por duas feras.
Foi-lhe então edificado um túmulo suntuoso, ao lado do qual santo Ambrósio quis que fosse sepultado seu irmão Sátiro. São Vítor é dos santos mais caros aos milaneses, que lhe edificaram igrejas, monumentos e mais tristemente célebre é… o cárcere de são Vítor. Não é por acaso o patrono dos prisioneiros e exilados.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Vítor, rogai por nós!