6ª feira da 1ª Semana da Quaresma
Antífona de entrada
Vernáculo:
Livrai-me, Senhor, das minhas aflições, vede minha pequenez e minha fadiga e perdoai todos os meus pecados. (Cf. MR: Sl 24, 17-18) Sl. Senhor meu Deus, a vós elevo a minha alma, em vós confio: que eu não seja envergonhado. (Cf. LH: Sl 24, 1-2a)
Coleta
Concedei, Senhor, que vossos fiéis se preparem dignamente para a festa da Páscoa, de modo que a mortificação corporal que assumimos traga fruto e renove nosso espírito. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Ez 18, 21-28
Leitura da Profecia de Ezequiel
Assim fala o Senhor: 21“Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá. 22Nenhum dos pecados que cometeu será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou.
23Será que eu tenho prazer na morte do ímpio? — oráculo do Senhor Deus. Não desejo, antes, que mude de conduta e viva? 24Mas, se o justo se desviar de sua justiça e praticar o mal, imitando todas as práticas detestáveis feitas pelo ímpio, poderá fazer isso e viver? Da justiça que ele praticou, nada mais será lembrado. Por causa da infidelidade e do pecado que cometeu, por causa disso morrerá. 25Mas vós andais dizendo: ‘A conduta do Senhor não é correta’.
Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? 26Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. 27Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. 28Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 129(130), 1-2. 3-4. 5-6. 7-8 (R. 3)
℟. Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?
— Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece! ℟.
— Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero. ℟.
— No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minh’alma espera no Senhor, mais que o vigia pela aurora. ℟.
— Espere Israel pelo Senhor, mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa. ℟.
℣. Lançai para bem longe toda a vossa iniquidade! Criai em vós um novo espírito e um novo coração! (Ez 18, 31) ℟.
Evangelho — Mt 5, 20-26
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Benedic ánima mea Dómino, et noli oblivísci omnes retributiónes eius: et renovábitur, sicut áquilae, iuvéntus tua. (Ps. 102, 2. 5)
Vernáculo:
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores! De bens ele sacia tua vida, e te tornas sempre jovem como a águia! (Cf. LH: Sl 102, 2. 5)
Sobre as Oferendas
Acolhei, Senhor, com bondade, estes dons para o sacrifício que nos reconcilia convosco e, no vosso grande amor, dai-nos de novo a salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Apavorem-se os meus inimigos; com vergonha, se afastem depressa! (Cf. LH: Sl 6, 11)
Depois da Comunhão
Senhor, este sacramento da santa ceia nos restaure, para que, purificados da antiga culpa, sejamos admitidos na comunhão do mistério da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 14/03/2025
Sermão da Montanha: Itinerário de Santidade
Se a nossa justiça há-de ser maior que a dos escribas e fariseus, não basta não matar por fora: é preciso não matar por dentro; não é suficiente cumprir exteriormente a lei: é necessário interiorizá-la, para que a graça de Deus nos leve a fazer muito mais do que manda a própria lei.
Encontramo-nos ainda ao pé da montanha em que Jesus profere seus grandes ensinamentos sobre a santidade cristã. Hoje, de modo particular, Ele nos exorta a dar um passo a mais no amor ao próximo, a sair daquele mínimo que nos exige a lei natural, “Não matarás”, para que cheguemos assim, sob a lei da graça, àquela grande vitória sobre o egoísmo humano que apenas o Espírito Santo pode operar em nossos corações: “Amai os vossos inimigos” (Mt 5, 44). Mas para que cheguemos efetivamente de um a outro extremo, do cumprimento das obrigações mínimas à realização das obras de caridade, Cristo nos propõe hoje um passo intermediário, que consiste em não nos limitarmos à observância externa dos Mandamentos: “Não matarás”, quer dizer, em os cumprirmos também em espírito: “Quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno”. Porque, se a nossa justiça há-de ser maior que a dos escribas e fariseus, não basta não matar por fora, destruindo o corpo; é preciso também não matar por dentro, afrontando a honra e a dignidade. Não basta ser bom, de um ponto de vista meramente legal; é precisa ainda ser bom segundo os parâmetros do Coração de Cristo, cujo amor não prescreve nem tem cláusulas que o limitem. Por isso, roguemos a Deus que interiorize mais e mais em nossos corações a santa lei a que estamos sujeitos, por sermos livres e racionais, e nos conceda a graça de a observarmos com tal amor que, por sermos já filhos, e não escravos, as nossas obras se tornem verdadeiramente divinas: “Amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu” (Mt 5, 44-45).
Deus abençoe você!
Santo do dia 14/03/2025
Santa Matilde (Memória Facultativa)
Local: Quedlinburg, Alemanha
Data: 14 de Março † 968
A idade dos Oton que começou com a sucessão ao trono de Henrique I, esposo de santa Matilde, em 919, assinala o ponto alto da história medieval alemã. Salvando a Europa da invasão dos húngaros, regularizando a situação italiana e exercendo um predomínio sobre a França, a Alemanha achou-se na posição de nação líder da Europa. Antes de morrer, em 936, Henrique designou para o trono seu filho Oton. A rainha, que sustentava a candidatura de outro filho de nome Henrique, foi obrigada a retirar-se num convento e foram-lhe congelados os bens com a desculpa de que ela fazia muitas doações aos pobres.
Santa Matilde é representada com uma igreja na mão e uma carteira de dinheiro; da carteira correm pequenos rios de moedas que dava aos pobres. Empregou seu rico patrimônio para aliviar os sofrimentos alheios, socorrendo os indigentes e fundando vários mosteiros com escolas anexas. Ela, que no começo, não sabia ler, como Carlos Magno, foi a primeira a sentar nos bancos escolares para aprender.
Matilde nasceu em 895. Sua avó, também chamada Matilde, foi abadessa no convento de Herford. Matilde tinha 14 anos quando se casou com o duque de Saxônia, Henrique. Mostrou-se inteligente e conseguiu muitas coisas também para o marido e depois para os filhos. Reconciliou-os numa contenda sobre domínios. No ano de 962 Oton foi coroado imperador em Roma e Matilde, depois de se ter despedido do filho rei e do outro, Bruno, chamado o santo, que foi depois arcebispo de Colônia, foi fechar-se no convento de Nordhausen, depois em Quedlinburg, onde morreu no dia 14 de março de 968 e foi sepultada ao lado do marido.
Desde os escritos da época ela vem sendo chamada de santa. Mulher de admirável piedade, exemplo e ideal de rainha cristã.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santa Matilde, rogai por nós!