4ª feira da 2ª Semana do Tempo Comum
Memória Facultativa
São Vicente, Diácono e Mártir
Antífona de entrada
Vernáculo:
Toda a terra vos adore com respeito, e proclame o louvor do vosso nome, ó Altíssimo. (Cf. MR: Sl 65, 4) Sl. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! (Cf. LH: Sl 65, 1-2)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai clemente as súplicas do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Hb 7, 1-3. 15-17
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos, 1Melquisedec, rei de Salém, sacerdote de Deus Altíssimo, saiu ao encontro de Abraão, quando esse regressava do combate contra os reis, e o abençoou. 2Foi a ele que Abraão entregou o dízimo de tudo. E o seu nome significa, em primeiro lugar, “Rei de Justiça”; e, depois: “Rei de Salém”, o que quer dizer, “Rei da Paz”.
3Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem início de dias, nem fim de vida! É assim que ele se assemelha ao Filho de Deus e permanece sacerdote para sempre. 15Isto se torna ainda mais evidente, quando surge um outro sacerdote, semelhante a Melquisedec, 16não em virtude de uma prescrição de ordem carnal, mas segundo a força de uma vida imperecível. 17Pois diz o testemunho: “Tu és sacerdote para sempre na ordem de Melquisedec”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 109(110), 1. 2. 3. 4 (R. 4bc)
℟. Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do rei Melquisedec!
— Palavra do Senhor ao meu Senhor: “Assenta-te ao lado meu direito até que eu ponha os inimigos teus como escabelo por debaixo de teus pés!” ℟.
— O Senhor estenderá desde Sião vosso cetro de poder, pois Ele diz: “Domina com vigor teus inimigos; ℟.
— tu és príncipe desde o dia em que nasceste; na glória e esplendor da santidade, como o orvalho, antes da aurora, eu te gerei!”
— Jurou o Senhor e manterá sua palavra: “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem do rei Melquisedec!” ℟.
℣. Jesus pregava a Boa-nova, o Reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo. (Cf. Mt 4, 23) ℟.
Evangelho — Mc 3, 1-6
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Marcos
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1Jesus entrou de novo na sinagoga. Havia ali um homem com a mão seca. 2Alguns o observavam para ver se haveria de curar em dia de sábado, para poderem acusá-lo. 3Jesus disse ao homem da mão seca: “Levanta-te e fica aqui no meio!” 4E perguntou-lhes: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la morrer?” Mas eles nada disseram.
5Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada.
6Ao saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus, a maneira como haveriam de matá-lo.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Iubiláte Deo univérsa terra: iubiláte Deo univérsa terra: psalmum dícite nómini eius: veníte, et audíte, et narrábo vobis, omnes qui timétis Deum, quanta fecit Dóminus ánimae meae, allelúia. (Ps. 65, 1. 2. 16)
Vernáculo:
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso, dai a Deus a mais sublime louvação! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez, aleluia. (Cf. LH: Sl 65, 1. 2. 16)
Sobre as Oferendas
Concedei-nos, Senhor, a graça de participar dignamente destes mistérios, pois todas as vezes que celebramos o memorial do sacrifício do vosso Filho, realiza-se em nós a obra da redenção. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco e acreditamos nele. (1Jo 4, 16)
Vernáculo:
Jesus ordenou: “Enchei as talhas de água”! E eles as encheram até em cima. Então disse: “Agora, tirai e levai ao mestre de cerimônias”. E eles levaram. O mestre de cerimônias provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era, embora o soubessem os serventes que haviam tirado a água. Então chamou o noivo e disse-lhe: “Tu guardaste o vinho bom até agora”. Foi este o início dos sinais que Jesus fez, em Caná da Galileia. Manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. (Cf. Bíblia CNBB: Jo 2, 7. 8. 9 e 10-11)
Depois da Comunhão
Infundi em nós, Senhor, o Espírito do vosso amor, e fazei que vivam sempre unidos os que saciastes com o único pão do céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 22/01/2025
Não deixemos o amor atrofiar!
Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão”. Ele a estendeu e a mão ficou curada.
No Evangelho de hoje, Jesus cura um homem de mão seca em dia de sábado. Mais uma vez estamos numa controvérsia a respeito do sábado, mas agora com um significado simbólico especial. Jesus está dando àquele homem incapaz de realizar obras com a mão seca a capacidade de realizá-las novamente, isto é, de amar outra vez. Eis a maravilha das maravilhas, o milagre dos milagres! Quando, no Antigo Testamento, se narra a criação do mundo, diz-se que Deus o criou em seis dias e, no sétimo, descansou. Por isso o sétimo dia seria uma “homenagem” a Deus, uma celebração para que o homem dedicasse tempo para louvá-lo pela obra maravilhosa da criação. Ora, amar é um ato, uma ação, obra que nós realizamos; mas se nós, manchados pelo pecado original, cheios de miséria e egoísmo, não estamos dispostos a realizar essa obra, então acontece o que todos já sabem: o que não se usa... atrofia. Essa é a “mão seca” do homem, que indica simbolicamente como nós, por preguiça de amar, não estamos realizando as obras que Deus espera. Jesus vem romper essa dinâmica e nos dar outra vez a capacidade de operar o amor. O Senhor diz ao homem: “Levanta-te, fica aqui no meio”. Com esse gesto Jesus nos quer ensinar algo a todos. Por que Jesus não curou o homem às ocultas? Ele pergunta abertamente: “É permitido fazer o bem ou o mal em dia de sábado?”, e aqueles corações “secos” de amor, muito mais secos do que a mão do doente, não ousam responder. Entristecido, Jesus olha para eles e vê a dureza de seus corações. Em seguida, pede ao homem que estenda a mão, e a mão fica curada. Jesus realiza este ato para que os corações duros se quebrem, porque a secura daquela mão indica, na verdade, a secura daqueles corações. Infelizmente, mesmo após contemplarem aquele gesto de amor, os adversários de Cristo se retiram dali com ânimo de o matar. Nós, porém, podemos colher os frutos desse milagre. Hoje, celebramos a memória de S. Sebastião, um soldado romano que soube colher a graça da mão seca que se transforma em mão sadia, do coração endurecido por falta de amor que passa a amar de forma heróica. Sabemos que S. Sebastião sofreu um duplo martírio. Primeiro, foi condenado a morrer a flechadas, embora as flechas, como vemos na conhecida imagem do santo, não o tenham matado por um milagre; Sebastião recuperou-se e, ao invés de ficar quieto e escapar vivo, quis amar e realizar as obras próprias de uma alma apaixonada por Jesus, e o testemunho deste amor por Cristo o levou a ser martirizado outra vez. — Coloquemo-nos diante desse amor que opera milagres, que realiza obras de caridade. Amemos Jesus como São Sebastião, curemos nossos corações, nossa mão seca, para que a graça faça com que sejamos verdadeiros filhos do nosso Pai celeste, que ama a bons e maus e espera que nós também o amemos.
Deus abençoe você!
O Evangelho que a Igreja proclama hoje nos traz a cura do homem da mão seca. Situado no contexto de mais um conflito entre Jesus e os mestres da Lei, este episódio, lido desde uma perspectiva espiritual, revela nossa radical incapacidade de amar e praticar o bem. Porque, sem a graça de Cristo, sem a qual nada podemos fazer, somos como o bronze que soa ou o címbalo que retine.Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quarta-feira, dia 22 de janeiro, e estendamos hoje o nosso coração ressequido ao Senhor, em quem a antiga lei teve pleno cumprimento, para que Ele nos ponha agora e para sempre sob amparo da lei da graça e do amor.
Santo do dia 22/01/2025
São Vicente (Memória Facultativa)
Local: Valência, Espanha
Data: 22 de † 304
Vicente, com Estêvão e Lourenço, é um dos três clássicos diáconos dos primeiros séculos da Igreja. Natural de Saragoça, na Espanha, sofreu o martírio junto com seu bispo Valério, em Valença, pelo ano de 304, durante a perseguição de Diocleciano.
Curioso é que os três diáconos têm nomes que significam "vitória" ou o prêmio pela vitória. Estevão significa coroa. Lourenço também tem a ver com a coroa de louros e Vicente, como diz o nome, é aquele que vence. Compreende-se então por que as paixões desses mártires são rodeadas de muitos tormentos e torturas de toda sorte. Realça-se assim a vitória contra os perseguidores, motivo da recompensa. Por isso, é também muito difícil distinguir o que existe de histórico e de lendário nas paixões desses mártires.
Conta-se que Vicente estava a serviço do seu bispo Valério para pregar em seu lugar pelo fato de ele não conseguir mais falar. A Oração coleta realça o intenso amor que levou o diácono São Vicente a vencer os tormentos do martírio.
Realmente, é o amor que leva os cristãos a testemunharem o Cristo até a morte. O grande amor de Vicente manifesta-se no duplo aspecto do seu serviço como diácono e o serviço à Palavra. Anunciando a Palavra ele serve ao Reino e por causa desta Palavra dá o testemunho até a morte.
Na comemoração dos santos diáconos a Igreja comemora o próprio mistério da Igreja toda ela diaconal, toda ela chamada à diaconia, isto é, ao serviço como Cristo que veio não para ser servido, mas para servir. Leva também os fiéis a vivenciar o ministério diaconal da Igreja. Leva-nos a compreender e valorizar a presença dos diáconos permanentes nas Igrejas particulares, ou seja, nas dioceses que se expressam, sobretudo, nas paróquias. Os diáconos estão a serviço da ação da caridade de toda a Igreja, a serviço da Palavra de Deus e a serviço do altar na hora do culto. Eles constituem sacramentos vivos do Cristo, servidor primeiro de toda a humanidade e da Igreja chamada a ser toda ela diaconal, servidora.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Vicente, rogai por nós!