Sagrada Família de Jesus, Maria e José, Festa
Antífona de entrada
Vernáculo:
É assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder. Sl. Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! (Cf. LH: Sl 67, 6b. 7a. 36a. e 2)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Ó Deus, que nos destes os luminosos exemplos da Sagrada Família, concedei que, imitando-a em suas virtudes familiares e em seu espírito de caridade, possamos gozar um dia dos prêmios eternos nas alegrias da vossa casa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura (Eclo 3, 3-7. 14-17a)
Leitura do Livro do Eclesiástico
Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe.
4Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. 5Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. 6Quem honra o seu pai, terá alegria com seus próprios filhos; e, no dia em que orar, será atendido. 7Quem respeita o seu pai, terá vida longa, e quem obedece ao pai é o consolo da sua mãe.
14Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. 15Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida: a caridade feita ao teu pai não será esquecida, 16mas servirá para reparar os teus pecados 17ae, na justiça, será para tua edificação.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Ou:
Primeira Leitura (Gn 15, 1-6; 21, 1-3)
Leitura do Livro do Gênesis
Naqueles dias: 1O Senhor falou a Abrão, dizendo: “Não temas, Abrão! Eu sou o teu protetor e tua recompensa será muito grande”. 2Abrão respondeu: “Senhor Deus, que me darás? Eu me vou desta vida sem filhos e o herdeiro de minha casa será Eliezer de Damasco”. 3E acrescentou: “Como não me deste descendência, um servo nascido em minha casa será meu herdeiro”. 4Então o Senhor falou-lhe nestes termos: “O teu herdeiro não será esse, mas um dos teus descendentes é que será o herdeiro”. 5E, conduzindo-o para fora, disse-lhe: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência”. 6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça.
21, 1O Senhor visitou Sara, como tinha prometido, e cumpriu o que lhe dissera. 2Ela concebeu e deu a Abraão um filho na velhice, no tempo que Deus lhe havia predito. 3Abraão deu o nome de Isaac ao filho que lhe nascera de Sara.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 127)
℟. Felizes os que temem o Senhor e trilham seus caminhos!
— Feliz és tu, se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem! ℟.
— A tua esposa é uma videira bem fecunda no coração da tua casa; os teus filhos são rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. ℟.
— Será assim abençoado todo homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida. ℟.
Ou:
Salmo Responsorial (Sl 104)
℟. O Senhor, ele mesmo é nosso Deus, ele sempre se lembra da Aliança.
— Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas! ℟.
— Gloriai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face! ℟.
— Lembrai as maravilhas que ele fez, seus prodígios e as palavras de seus lábios! Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ℟.
— Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac. ℟.
Segunda Leitura (Cl 3, 12-21)
Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses
Irmãos: 12Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, 13suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. 14Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição.
15Que a paz de Cristo reine em vossos corações, à qual fostes chamados como membros de um só corpo. E sede agradecidos.
16Que a palavra de Cristo, com toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria. Do fundo dos vossos corações, cantai a Deus salmos, hinos e cânticos espirituais, em ação de graças.
17Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus Cristo. Por meio dele dai graças a Deus, o Pai.
18Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor.
19Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. 20Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. 21Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Ou:
Segunda Leitura (Hb 11, 8. 11-12. 17-19)
Leitura da Carta aos Hebreus
Irmãos: 8Foi pela fé que Abraão obedeceu à ordem de partir para uma terra que devia receber como herança, e partiu, sem saber para onde ia. 11Foi pela fé também que Sara, embora estéril e já de idade avançada, se tornou capaz de ter filhos, porque considerou fidedigno o autor da promessa. 12É por isso também que de um só homem, já marcado pela morte, nasceu uma multidão “comparável às estrelas do céu e inumerável como a areia das praias do mar”.
17Foi pela fé que Abraão, posto à prova, ofereceu Isaac; ele, o depositário da promessa, sacrificava o seu filho único, 18do qual havia sido dito: “É em Isaac que uma descendência levará o teu nome”. 19Ele estava convencido de que Deus tem poder até de ressuscitar os mortos, e assim recuperou o filho – o que é também um símbolo.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. Que a paz de Cristo reine em vossos corações e ricamente habite em vós sua palavra! (Cl 3, 15a. 16a) ℟.
Ou:
℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas; nestes tempos derradeiros nos falou pelo seu Filho. (Hb 1, 1-2) ℟.
Evangelho (Lc 2, 22-40 ou mais breve 2, 22. 39-40)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟.Glória a vós, Senhor.
Quando se completaram os dias para a purificação da mãe e do filho, conforme a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresentá-lo ao Senhor. 23Conforme está escrito na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino deve ser consagrado ao Senhor”. 24Foram também oferecer o sacrifício — um par de rolas ou dois pombinhos — como está ordenado na Lei do Senhor.
25Em Jerusalém, havia um homem chamado Simeão, o qual era justo e piedoso, e esperava a consolação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele 26e lhe havia anunciado que não morreria antes de ver o Messias que vem do Senhor.
27Movido pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para cumprir o que a Lei ordenava, 28Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus: 29“Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; 30porque meus olhos viram a tua salvação, 31que preparaste diante de todos os povos: 32luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel”. 33O pai e a mãe de Jesus estavam admirados com o que diziam a respeito dele.
34Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: “Este menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. 35Assim serão revelados os pensamentos de muitos corações. Quanto a ti, uma espada te traspassará a alma”.
36Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada; quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. 37Depois ficara viúva, e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do Templo, dia e noite servindo a Deus com jejuns e orações. 38Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
39Depois de cumprirem tudo, conforme a Lei do Senhor, voltaram à Galileia, para Nazaré, sua cidade. 40O menino crescia e tornava-se forte, cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava com ele.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
In te sperávi, Dómine: dixi: Tu es Deus meus, in mánibus tuis témpora mea. (Ps. 30, 15. 16)
Vernáculo:
A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino. (Cf. LH: Sl 30, 15. 16a)
Sobre as Oferendas
Senhor, nós vos oferecemos este sacrifício de reconciliação, e vos suplicamos, pela intercessão da Virgem Mãe de Deus e de São José, que firmeis nossas famílias na vossa graça, conservando-as na vossa paz. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
“Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu andávamos, angustiados, à tua procura!” “Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu Pai?” (Cf. Bíblia CNBB: Lc 2, 48b. 49)
Depois da Comunhão
Concedei-nos, ó Pai de clemência, que, refeitos com o vosso sacramento, imitemos continuamente a Sagrada Família e, após as dificuldades desta vida, possamos conviver eternamente com ela no céu. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 31/12/2023
Façamos companhia à Sagrada Família!
“José foi também para se recensear juntamente com sua esposa Maria, que estava grávida.” (Lc 2, 4)
Deus havia decretado que seu Filho nascesse não na casa de José, mas numa gruta, num estábulo, da maneira mais pobre e mais penosa que possa nascer uma criança; e por isso dispôs que César publicasse um edito pelo qual cada um era obrigado a ir inscrever-se no lugar de sua origem. Ao receber essa ordem José ficou inquieto não sabendo se devia deixar ou levar consigo à Virgem Mãe, pois ela estava para dar à luz.
— Minha Esposa e Senhora, disse-lhe, de um lado não vos quero deixar só, e do outro, se vos levar comigo fico aflito pensando no muito que tereis de sofrer em tão longa viagem e tão rigorosa estação; minha pobreza não me permite conduzir-vos com os devidos cuidados.
Maria, porém, encorajou-o dizendo:
— Meu caro José, não temais; irei convosco e o Senhor nos ajudará.
Ela sabia por inspiração e pelo conhecimento que tinha da profecia de Miquéias, que o divino Menino devia nascer em Belém. Tomou pois as faixas e os pobres paninhos já preparados, e pôs-se a caminho com José.
Peçamos a Jesus, Maria e José, pelos méritos das penas que sofrem na viagem até Belém, que nos acompanhem na viagem que fazemos à eternidade.
Acompanhemos os santos esposos em sua viagem considerando os piedosos entretimentos que nessa viagem deviam ter tido sobre a misericórdia, a bondade e o amor do Verbo divino, que iria logo nascer e aparecer no mundo para a salvação dos homens. Consideremos ainda os louvores e as bênçãos, as ações de graças, os atos de humildade e amor, que no caminho faziam esses dois nobres peregrinos.
Ela sofria certamente muito, essa jovem e tenra virgem prestes a dar à luz, fazendo trajeto tão longo, por caminhos difíceis e no tempo do inverno; mas sofria em paz e com amor, e oferecia a Deus todas as suas penas unindo-as às de Jesus que levava em seu casto seio.
Ah! unamo-nos a Maria e a José, e acompanhemos com eles o Rei do céu, que vai nascer numa caverna e fazer sua primeira aparição no mundo como uma criança, e como a criança mais pobre e abandonada que jamais nasceu entre os homens. Peçamos a Jesus, Maria e José, pelos méritos das penas que sofrem nessa viagem, que nos acompanhem na viagem que fazemos à eternidade. Felizes de nós, se na vida e na morte formos sempre acompanhados por esses três grandes personagens!
Afetos e Súplicas
Meu caro Redentor, sei que os anjos do céu vos acompanham nessa viagem; mas entre os habitantes da terra, quais são os que vos acompanham? Vejo convosco só José e Maria que vos leva em seu seio; ó meu Jesus, permiti que eu me una a eles para vos seguir. Ah! tenho sido bem ingrato para convosco! vejo agora o mal que fiz: descestes do céu para me fazer companhia na terra, e eu tive tantas vezes a ingratidão de deixar-vos ofendendo-vos.
Ó meu divino Mestre, quando penso que para seguir minhas malditas inclinações tantas vezes me separei de vós, renunciando à vossa amizade, quisera morrer de dor.
Santíssima Virgem Maria, venho fazer-vos companhia em vossa viagem a Belém. Não cesseis de ajudar-me na viagem que faço à eternidade.
Mas viestes para perdoar-me; perdoai-me pois agora, que me arrependo de toda a minha alma de vos ter tantas vezes desprezado e abandonado. Estou resolvido e espero, com a vossa graça, não me afastar nem separar de vós, meu único amor!
Sim, minha alma está tomada de amor por vós, meu amável Deus-Menino! Amo-vos, meu doce Salvador, e já que viestes à terra para me salvar e me comunicar as vossas graças, eis a única que vos peço: fazei que não me separe jamais de vós; cativai-me prendendo-me estreitamente a vós pelas doces cadeias do vosso santo amor. Ah! meu Redentor e meu Deus, quem poderia ainda deixar-vos e viver sem vós, privado da vossa graça?
Santíssima Virgem Maria, venho fazer-vos companhia em vossa viagem a Belém; e vós, minha Mãe, não cesseis de ajudar-me na viagem que faço à eternidade. Assisti-me sempre, mas sobretudo no fim da minha vida, quando eu chegar a esse último momento que deve decidir se estarei, ou sempre convosco para amar a Jesus no céu, ou sempre longe de vós para odiar a Jesus no inferno.
Minha Rainha, salvai-me com vossa intercessão; e a minha salvação seja amar-vos para sempre, a Jesus e a vós, no tempo e na eternidade. Sois minha esperança, espero tudo de vós.
Deus abençoe você!
Neste último domingo do ano, em que celebramos a Festa da Sagrada Família, somos chamados a olhar para Jesus, Maria e José como modelos de vida familiar.Numa época em que se tenta, a todo custo, reduzir a família a uma mera associação entre indivíduos, devemos reafirmar a realidade óbvia de que a verdadeira família possui um substrato biológico: a união de um homem e de uma mulher, gerando filhos.A família, porém, não se resume a apenas isso. Só há família de fato, quando há virtude; ou seja, ela precisa ter como coluna vertebral a obediência a Deus e aos seus Mandamentos. Por isso, somente sendo uma família obediente a Deus na terra, poderemos um dia ser família no Céu.
Santo do dia 31/12/2023
São Silvestre I (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 31 de Dezembro† 335
O papa São Silvestre é o último santo do ano civil. No Brasil realiza-se neste dia a célebre "corrida de São Silvestre", que originariamente era organizada de tal maneira que se chegasse à meta na chegada do novo ano. Infelizmente, este sentido simbólico foi destruído pelos festejos de réveillon, economicamente mais vantajosos para os meios de comunicação social.
Silvestre I foi bispo de Roma de 314 a 335. Mais do que o ano civil, ele encerra na história da Igreja uma época importante e inicia nova era. Seu longo pontificado se iniciou no momento em que, depois de tanto derramamento de sangue cristão, o Estado romano, por obra de Constantino I e de Licínio, publica o edito de tolerância religiosa para o cristianismo.
Pode-se dizer que Silvestre ficou um tanto oculto à sombra do primeiro imperador cristão. Sobre a vida deste Papa antes do pontificado, pouco nos diz a história. Só nos revela que ele pertencia ao clero romano, ocupava cargo de importância e teve, também ele, que se ocultar durante as últimas perseguições. Constantino Magno, em 313, com o edito de Milão, dava liberdade plena ao cristianismo. À munificência do imperador Constantino e de sua mãe Santa Helena, deve-se a construção de várias basílicas em Roma no pontificado de Silvestre. Podem ser lembradas as basílicas do Santíssimo Salvador no Latrão, São Pedro no Vaticano e São Paulo fora dos muros.
Quem chefiava a Igreja de Cristo naquele momento era o papa Melquíades, que veio a falecer pouco depois. O novo Papa escolhido para dirigir a sorte da Igreja foi Silvestre. Coube a ele a grande tarefa de, por meio de sábias leis, introduzir a religião cristã na vida dos povos, dando-lhes formação concreta e definitiva. A paz externa estava assegurada. Era preciso buscar a paz interna na Igreja. Tinham-se processado no seu interior duas grandes heresias que exigiram a ação prudente e vigilante do papa Silvestre: o donatismo e o arianismo. Os donatistas na África pregavam uma Igreja só feita de justos. Defendiam que no momento em que a Igreja tolera em seu seio pecadores, termina de ser a verdadeira Igreja de Cristo. Pior foi a heresia do arianismo, que reduzia Cristo a uma simples criatura de Deus, inferior ao Pai. Tanto contra a primeira como contra a segunda heresia o papa Silvestre tomou atitude enérgica. A heresia dos donatistas foi condenada no Concílio de Arles, e Santo Agostinho a condenou na África. Contra o arianismo foi convocado o Concilio de Niceia no ano 325. O Papa mandou dois representantes e deu-se a proclamação oficial que Cristo, Filho de Deus, é "consubstancial ao Pai, Deus de Deus, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro".
Coube assim ao primeiro Papa da nova situação de tolerância para o cristianismo dar grandes passos em vista à organização e dinamização da vida eclesiástica.
A lenda posterior floreou com exuberante fantasia a atividade de Silvestre I, tanto sobre seu relacionamento com Constantino como sobre uma suposta doação de Constantino, surgida no século IX, segundo a qual o imperador Constantino, como senhor do mundo, teria dado ao papa Silvestre imensos territórios do Império Romano. Para engrandecer a memória de São Silvestre I bastam os fatos estritamente históricos de seu pontificado.
A comemoração do papa São Silvestre leva a Igreja a refletir sobre a misteriosa realidade do entrelaçamento da história civil e da história da Igreja, entre a realidade social civil com seu governo próprio e as comunidades de fé guiadas pelos pastores.
A Oração coleta pede o auxílio de Deus em favor do seu povo, para que, conduzido por Deus nesta vida mediante a intercessão de São Silvestre, possa chegar à vida eterna.
Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Silvestre I, rogai por nós!