São Gerardo Sagredo Dia 24 de Setembro (Memória Facultativa)
Nome:
São Gerardo Sagredo
Dia 24 de Setembro
(Memória Facultativa)
Local: Panônia
Data: 24 de Setembro † 1046
Santo Bispo Gerardo, que segundo o testemunho do martirológio romano, merece o título de Apóstolo da Hungria, era natural de Veneza, onde nasceu, filho de pais ilustres e piedosos.
Educado numa escola beneditina, recebeu, além da instrução científica, ensinamentos sólidos na ciência de Deus e dos Santos. Foi no contato com sábios e santos mestres, que se lhe comunicou o amor pelas coisas divinas e aquele zelo pela salvação das almas, que mais tarde o habilitou a ser um digno sucessor dos Apóstolos.
Grande desejo nutria de visitar os santos lugares da Palestina, o que lhe foi dado satisfazer. Voltando do Oriente, passou pela Hungria, onde teve fidalga recepção do santo Rei Estêvão, o qual, descobrindo no hóspede dotes extraordinários, que o habilitavam para trabalhos apostólicos, pediu-lhe insistentemente não mais saísse da Hungria, e cooperasse na grande obra a que se propusera o santo monarca — de converter ao cristianismo todos os súditos.
Gerardo anuiu ao pedido do Rei, e com o fim de habilitar-se para tão importante missão, retirou-se com os companheiros para a solidão, onde passou um espaço de tempo entregue exclusivamente à prática de exercícios espirituais. Terminado o retiro, atirou-se ao trabalho apostólico, com a energia e dedicação próprias do seu caráter e da sua fé.
Pouco depois faleceu o Bispo de Chonad. Indicado pelo Rei, Gerardo foi-lhe nomeado sucessor, embora tudo fizesse para seu nome não aparecer na lista dos apresentados. Em obediência à Santa Sé, aceitou o pesado cargo, e a admirável administração que deu ao Bispado, justificou largamente as esperanças nele colocadas. Não só procurou destruir os últimos restos da idolatria, como também consolidar os fiéis na fé. Para alcançar uma e outra coisa, recorreu ao poder maternal de Maria Santíssima, cuja veneração muito calorosamente recomendava ao clero e ao povo.
Muito caridoso, destacava-se-lhe a caridade para com os pobres e doentes. Convidava leprosos para sua casa, onde lhes dispensava o mais caridoso trato, a ponto de ceder-lhes a própria cama, preferindo para si o chão. Sendo um pai para os pobres e infelizes, para si próprio reservava exercícios da mais dura penitência.
Ajudado pela graça divina, ganhou muitos pagãos para o grêmio da Igreja.
A morte do rei Estêvão deu início a múltiplas perseguições da parte dos sucessores. Tanto o Rei Pedro, que foi expulso por causa da sua requintada crueldade, como o usurpador Abas, declararam-se inimigos do santo Bispo. Pedro voltou, para ser novamente expulso, e Abas morreu sob os golpes do algoz. A coroa foi oferecida a André, filho de Ladisláu, parente próximo de Estêvão, que a aceitou, apesar da condição infamante de restabelecer no reino o regime pagão com o culto dos deuses. Gerardo, com mais três Bispos, pôs-se a caminho de Stuhlweissenburg, para junto ao Rei se empenharem pela conservação da Religião Católica como oficial. Chegados a Giod, Gerardo, após a Missa por ele celebrada, disse aos companheiros: “Nós todos ainda hoje, com exceção do Bispo de Benethe, seremos mártires pela fé”. Transpuseram o Danúbio, e mal tinham chegado à outra banda do rio, foram agredidos por um grupo de soldados do Duque de Vatha, um dos mais aferrados idólatras e ferrenho inimigo de Estêvão. Gerardo foi apedrejado e por fim mortalmente ferido por uma lançada. Dois outros Bispos, Bextardo e Buld, morreram na mesma ocasião. No meio da confusão do morticínio, apareceu o Rei, que pôde ainda arrancar o quarto Bispo das mãos dos verdugos. Ele mesmo se declarou a favor do Cristianismo, continuou a obra encetada por Santo Estêvão e reinou com muita felicidade.
O martírio de São Gerardo teve lugar em 24 de setembro de 1046, e as relíquias estão guardadas em Veneza, na igreja de Nossa Senhora de Murano.
Referência:
LEHMANN, Padre João Batista. Na Luz Perpétua. 2. ed. Juiz de Fora: Typ. do "Lar Catholico", 1935. 550 p. Volume II. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Gerardo Sagredo, rogai por nós!