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Nome: São Vicente de Paulo Dia 27 de Setembro (Memória)
Local: Paris, França
Data: 27 de Setembro † 1660

São Vicente de Paulo, o santo "gigante da caridade", deve ser situado no tempo do pós-Concílio de Trento, participando decisivamente da Contrarreforma católica na França do século XVII. Neste século a França se elevava à categoria de primeira potência na Europa. Apesar de ter sido o século de Luís XIV, o Rei Sol, foi na realidade também o século das grandes misérias: crianças abandonadas, prostituição, pobreza e ruínas ocasionadas por revoluções e guerras, além de ignorância religiosa das populações rurais e do estado lamentável de boa parte do clero.

Neste triste quadro da situação social e religiosa da França, Deus suscitou um grande apóstolo, um dos santos mais extraordinariamente fecundos na Igreja. Vicente, nascido em 1581, era natural de Pouy, aldeia próxima a Dax. Seus pais eram proprietários de um pequeno sítio. O pai, observando com satisfação as excelentes qualidades de espírito do filho, atendendo ao desejo de Vicente, fez os maiores esforços para lhe favorecer os estudos eclesiásticos. Estudou com os franciscanos em Dax, tornando-se membro da Ordem Terceira da Penitência de São Francisco de Assis. Foi ordenado sacerdote em 1600 com apenas 19 anos, esperando que o estado eclesiástico fosse ocasião para afirmação social.

Vicente trabalhou nos primeiros anos de sacerdócio na pequena paróquia de Clichy, nas vizinhanças de Paris. Em Paris, Vicente travou conhecimento com o santo sacerdote Pedro de Bérulle, mais tarde cardeal. Bérulle tinha grande estima por Vicente e o persuadiu a que fosse o tutor dos filhos de Filipe de Gondi, conde de Joigny. Madame de Gondi ficou encantada com Vicente e o escolheu como seu diretor espiritual e confessor.

Aos poucos, porém, no meio de tantas misérias, seu espirito foi se abrindo para sua futura vocação de apóstolo e organizador de grandiosas obras sociais. É difícil sintetizar em poucas linhas a múltipla operosidade de São Vicente. Podemos destacar quatro campos ou quatro frentes de ação apostólica.

A evangelização dos agricultores: Pastor sensível aos problemas pastorais, deu-se com empenho à pregação nos meios rurais, onde grassava lamentável ignorância religiosa. Com um grupo de colaboradores, instituiu a Congregação da Missão com a qual procurou dar resposta a tal necessidade de evangelização. A primeira residência destes padres no priorado de São Lázaro, em Paris, os fará conhecidos popularmente como lazaristas. Às vezes, são chamados também de vicentinos.

A reforma do clero: Obra de grande importância foi a criação de seminários para a formação do clero, que ele promoveu com outros eclesiásticos do tempo. Seus padres lazaristas, além das missões populares, tornaram-se beneméritos por sua obra de direção de seminários, que desenvolverão, também no Brasil, desde o século XIX.

O serviço aos pobres: Com Santa Luísa de Marillac, Vicente enfrentará o problema da miséria, fundando a Sociedade das Filhas da Caridade, conhecidas popularmente como irmãs vicentinas. Com ela a assistência aos pobres tornou-se organizada. A Congregação Vicentina dedica-se ao serviço dos abandonados, dos órfãos, dos velhos, dos inválidos, das moças em perigo, dos doentes. Talvez seja esta a instituição cristã dedicada à pura prática da caridade de maior extensão na geografia e no tempo. Até hoje as Irmãs de Caridade trabalham em leprosários, orfanatos, hospitais, manicômios, escolas e asilos, continuando a presença de São Vicente. O livre acesso de São Vicente aos palácios dos grandes foi-lhe de imensa ajuda no seu apostolado. Ele sabia tirar do rico para dar aos pobres, não pela força, mas pela persuasão.

Luta contra o jansenismo: Por fim, é preciso lembrar o empenho de São Vicente em opor um dique à triste corrente espiritual de seu século, o jansenismo, que com seu rigorismo e pessimismo resfriava a espiritualidade católica. Foi ele que convenceu muitos bispos franceses a apresentar ao Papa uma súmula das ideias corrosivas do jansenismo, condenadas depois pela Igreja.

São Vicente morreu no dia 27 de setembro de 1660. Seu nome continua vivo como padroeiro das obras de caridade. O grande apóstolo foi canonizado pela Igreja como um santo que levou a sério a mensagem cristã de que o amor a Deus e o amor ao próximo andam de mãos dadas.

As orações da Missa relacionam São Vicente, sobretudo, com a evangelização dos pobres. A Antífona da entrada canta: Repousa sobre mim o Espírito do Senhor; ele me ungiu para levar a boa-nova aos pobres, e curar os corações contritos (cf. Lc 4,18).

A Oração coleta comemora o socorro dos pobres e a formação do clero praticados por São Vicente, enriquecido pelas virtudes apostólicas.

A Oração sobre as oferendas recorda o espírito com que São Vicente celebrava os sagrados mistérios. Lembra, indiretamente, o trabalho de Vicente na renovação do Clero. Que os sacerdotes vivam de acordo com os mistérios que celebram.

A Oração depois da Comunhão recorda novamente a pregação do Evangelho aos pobres: Ó Deus, alimentados por esta Eucaristia, nós vos pedimos que, a exemplo de São Vicente e amparados por sua proteção, imitemos o vosso Filho na pregação do evangelho aos pobres.

Em conclusão, a força da mensagem evangélica de São Vicente de Paulo é imensa. Foi, realmente, uma testemunha do Cristo Senhor. Ele soube unir ação e oração, o amor a Deus e o amor ao próximo.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Vicente de Paulo, rogai por nós!

Oração a São Vicente de Paulo

São Vicente, que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço, olhai para mim! Sou pobre. Estou passando necessidades.
O dinheiro é curto e nunca chega para comprar tudo o que necessito. Precisaria comprar mais comida, mais roupa, trocar meus sapatos velhos, falta roupa de cama, seria necessário comprar algumas telhas para tirar as goteiras da casa e algumas matajuntas para fechar as frestas por onde passa o vento frio do inverno. Tomo chá, porque não comprar remédio.
São Vicente! Sou Pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do que eu: são aqueles que não tem fé; porque esses têm a alma vazia.
São Vicente, conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos peço, aliviai também minha pobreza. Ajudai-me a adquirir ao menos o necessário para me alimentar bem, para me vestir honestamente e comprar os remédios que me conservam a saúde e as forças necessárias par afazer os meus trabalhos e cumprir as minhas obrigações e assim poder ser útil à minha família e a todos os que precisarem de minha ajuda.
Amém

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