Nome: São Januário (Memória Facultativa)
Local: Benevento, Itália
Data: 19 de Setembro † s. IV

Sabe-se que Januário, nascido em Nápoles ou Benevento, era bispo desta última cidade quando irrompeu a perseguição desencadeada pelo imperador Diocleciano no começo do século IV. Não se pode depositar nenhuma confiança em Atas e outras narrações a respeito do seu martírio. Ele teria sido martirizado em Pozzuoli, perto de Nápoles. Seus despojos teriam sido sepultados primeiro em Pozzuoli e, posteriormente, na catedral de Nápoles.

Toda a fama de São Januário está ligada ao "milagre permanente" ou "milagre de São Januário", da liquefação da suposta relíquia do seu sangue, que se conserva na capela do tesouro da igreja catedral de Nápoles. O fato, verificado há alguns séculos, tem produzido muita polêmica: já se fez exame de laboratório para identificação da natureza da matéria estranha. Por que se liquefaz só ocasionalmente? Fato natural? Milagre? Várias hipóteses foram aventadas sem que se consiga uma resposta satisfatória.

A Oração coleta, que deriva do Sacramentário gregoriano para a comemoração do papa Sisto II e companheiros, não faz alusão ao "milagre do sangue". Apresenta São Januário, simplesmente, como mártir, e que possamos alegrar-nos com ele na eterna bem-aventurança. Isso nos lembra que a veneração de um santo, particularmente, de um mártir, nos é recomendada para que busquemos neles o exemplo na vida, o consórcio na comunhão e o auxílio na intercessão, conforme se diz na Lumen Gentium 51. No Prefácio dos Santos Pastores a Igreja reza: Vós nos concedeis a alegria de celebrar a festa de São Januário, e fortaleceis a vossa Igreja com o exemplo de sua vida, o ensinamento de sua pregação e o auxílio de suas preces.

Os milagres não devem ser multiplicados sem necessidade. Por outro lado, não devem ser negados por preconceito. Todo cristão é livre diante desses "fenômenos miraculosos". Trata-se de devoção e não de artigo de fé católica. É bom lembrar que a leitura do Ofício das Leituras é tirada dos Sermões de Santo Agostinho sobre o mistério dos pastores na Igreja: "Para vós sou bispo, convosco, sou cristão".

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Januário, rogai por nós!

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