6ª feira do Tempo do Natal depois da Epifania
Antífona de entrada
Vel:
Lux fulgébit hódie super nos: quia natus est nobis Dóminus: et vocábitur Admirábilis, Deus, Princeps pacis, Pater futúri saéculi: cuius regni non erit finis. Ps. Dóminus regnávit, decórem indútus est: indútus est Dóminus fortitúdinem, et praecínxit se. (Cf. Is. 9, 2. 6; Lc. 1, 33; Ps. 92)
Vernáculo:
Eis que vem o Senhor dos senhores, em suas mãos, o reino, o poder e o império. Sl. 1. Dai ao Rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! 2. Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. 3. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. MR: Ml 3, 1; 1Cr 29, 12; ℣. Sl 71, 1. 10. 11)
Ou:
Hoje a luz brilhará sobre nós, porque nasceu para nós Senhor; ele será chamado Admirável, Deus, Príncipe da paz, Pai do mundo novo, o seu reino não terá fim. (Cf. MR: Is 9, 2. 6; Lc 1, 33) Sl. Deus é Rei e se vestiu de majestade, revestiu-se de poder e de esplendor! (Cf. LH: Sl 92)
Coleta
Ó Deus todo-poderoso, por meio da estrela revelastes aos Magos o nascimento do Salvador do mundo; manifestai também a nós o mistério de Cristo, para que cresçamos sempre mais na adesão a ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 1Jo 5, 5-13
Leitura da Primeira Carta de São João
Caríssimos, 5quem é o vencedor do mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus? 6Este é o que veio pela água e pelo sangue: Jesus Cristo. (Não veio somente com a água, mas com a água e o sangue.) E o Espírito é que dá testemunho, porque o Espírito é a Verdade. 7Assim, são três que dão testemunho: 8o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes.
9Se aceitamos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior. Este é o testemunho de Deus, pois ele deu testemunho a respeito de seu Filho. 10Aquele que crê no Filho de Deus tem este testemunho dentro de si. Aquele que não crê em Deus faz dele um mentiroso, porque não crê no testemunho que Deus deu a respeito de seu Filho. 11E o testemunho é este: Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está em seu Filho. 12Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho não tem a vida.
13Eu vos escrevo estas coisas a vós que acreditastes no nome do Filho de Deus, para que saibais que possuís a vida eterna.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 147(147B), 12-13. 14-15. 19-20 (R. 12a)
℟. Glorifica o Senhor, Jerusalém!
— Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou; ℟.
— a paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. ℟.
— Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos. ℟.
℣. Jesus pregava a Boa-nova, o Reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo. (Cf. Mt 4, 23) ℟.
Evangelho — Lc 5, 12-16
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
12Aconteceu que Jesus estava numa cidade, e havia aí um homem leproso. Vendo Jesus, o homem caiu a seus pés, e pediu: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar”. 13Jesus estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero, fica purificado”. E, imediatamente, a lepra o deixou. 14E Jesus recomendou-lhe: “Não digas nada a ninguém. Vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela purificação o prescrito por Moisés como prova de tua cura”.
15Não obstante, sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. 16Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Reges Tharsis et ínsulae múnera ófferent: reges Arabum et Saba dona addúcent: et adorábunt eum omnes reges terrae, omnes gentes sérvient ei. (Ps. 71, 10. 11)
Vel:
Deus enim firmávit orbem terrae, qui non commovébitur: paráta sedes tua, Deus, ex tunc, a saéculo tues. (Ps. 92, 1c. 2)
Vernáculo:
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhes seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhe oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adorá-lo, e todas as nações hão de servi-lo. (Cf. LH: Sl 71, 10. 11)
Ou:
Vós firmastes o universo inabalável, vós firmastes vosso trono desde a origem, desde sempre, ó Senhor, vós existis! (Cf. LH: Sl 92, 1c. 2)
Sobre as Oferendas
Acolhei benigno, Senhor, nós vos pedimos, as oferendas do vosso povo, para que alcancemos pelos celestes sacramentos o que professamos filialmente pela fé. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vel:
Exsúlta fília Sion, lauda fília Ierúsalem: ecce Rex tuus venit sanctus, et Salvátor mundi. (Zach. 9, 9; ℣. Ps. 33)
Vernáculo:
Vimos sua estrela no Oriente, e viemos com presentes adorar o Senhor. (Cf. MR: Mt 2, 2)
Ou:
Enche-te de grande júbilo, filha de Sião, prorrompe em gritos, filha de Jerusalém! Eis que teu rei vem a ti; ele é justo e salvador. (Cf. Bíblia CNBB: Zc 9, 9a)
Depois da Comunhão
Ó Deus, que vindes ao nosso encontro pela participação neste sacramento, realizai em nossos corações os efeitos de sua força, para que, ao recebermos o vosso dom, sejamos a ele configurados. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 10/01/2025
Deus não é um milagreiro!
“Sua fama ia crescendo, e numerosas multidões acorriam para ouvi-lo e serem curadas de suas enfermidades. Ele, porém, se retirava para lugares solitários e se entregava à oração”.
O Evangelho desta sexta-feira da Epifania nos apresenta a cura de um leproso. Ora, tem-se tornado frequente no Brasil, graças à pregação de algumas seitas neopentecostais, certa dificuldade de entender a verdadeira finalidade dos milagres realizados por Nosso Senhor. Em muitas “igrejas” protestantes, com efeito, ensina-se de alguma forma que Deus quer curar todas as doenças, e que a condição para alcançar dele esse benefício extraordinário é crer, e crer com toda a firmeza. Por isso, o cristão que, apesar de seus esforços, permanece enfermo tem, na realidade, pouca fé e confiança em Deus. Não é preciso ser bom teólogo para ver nisto uma péssima teologia. É fato, sim, que Deus quer curar-nos de nossas mazelas, mas não é verdade que Ele o queira fazer já aqui, nesta vida, para que assim vivamos folgados e sem cruz. O curar-nos de uma doença, como dito, é um milagre, e que coisa é um milagre senão uma “palavra encarnada” com que Deus busca, não nos livrar dos nossos incômodos, mas aprofundar-nos na fé e levar-nos à santidade? É o que vemos no caso do leproso do nosso Evangelho. Ele se aproxima de Cristo já tendo fé: “Tu tens o poder de me purificar”, e o Senhor, ao limpá-lo da lepra, o adverte seriamente de não dar publicidade ao ocorrido: “Não digas nada a ninguém”. Porque Jesus não quer que, publicados aos quatro cantos os seus milagres, as pessoas o busquem querendo sinais, mas que o busquem querendo-o a Ele. É justamente o contrário do que, infelizmente, se ensina hoje a muitos cristãos separados da Igreja de Cristo: tratam a Deus como um mercador, quando não como um servente milagreiro, que estaria “obrigado” a provar-nos o seu poder fazendo da nossa vida uma gostosa amenidade. Isso não quer dizer que Deus não vá nunca conceder aos que o procuram algum bem temporal; Ele pode fazê-lo e o faz muitas vezes, mas apenas se for necessário ao que Ele verdadeiramente quer dar aos homens: a salvação eterna, aquilo para o que o Filho veio a este mundo — “que por nós homens, e para a nossa salvação, desceu dos céus”. Nós, que temos a graça de ser católicos, ponhamos a mão na consciência e vejamos que pedidos temos feito a Deus; examinemos se os nossos afetos e apegos materiais têm tido prioridade sobre os nossos desejos de santidade e salvação; e supliquemos àquela Virgem sempre toda de Deus que nos alcance a graça de aborrecermos, mais do que tudo, a lepra dos nossos pecados, suportando enquanto a Providência assim o quiser os achaques desse corpo mortal, cuja glorificação esperamos confiantes na vida futura.
Deus abençoe você!
O Evangelho de hoje nos relata o entusiasmo inicial que tomou conta dos habitantes de Nazaré assim que Jesus começou a revelar, de modo mais claro, sua missão messiânica. Nós sabemos, porém, que toda essa admiração se converterá, no fim das contas, em uma triste e aberta apostasia. Mas por que será que tantos cristãos, depois de se terem encantado com a pregação de Cristo, de terem conhecido a doutrina da Igreja e saboreado os primeiros frutos da conversão, terminam rejeitando Aquele que veio nos libertar do cativeiro da morte e do pecado?Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para esta quinta-feira, dia 9 de janeiro, e medite conosco, neste tempo da Epifania, sobre a libertação que Cristo veio nos trazer e a atitude com que devemos abraçá-la.
Santo do dia 10/01/2025
São Guilherme de Bourges (Memória Facultativa)
Local: Bourges, França
Data: 10 de † 1209
Guilherme Berruyer, da ilustre família dos antigos condes de Nevers (França), foi educado por Pedro, o Eremita, arquidiácono de Soissons, seu tio por parte de mãe. Desde a infância, Guilherme aprendeu a desprezar a insensatez e vacuidade do mundo, a abolir seus prazeres e a estremecer por seus perigos. Tinha como único prazer as práticas de piedade e os estudos, nos quais empregava todo seu tempo com infatigável dedicação.
Tornou-se cônego, primeiro de Soissons e depois de Paris, mas logo decidiu abandonar o mundo e se retirou para o ermo de Grandmont. Nesta austera ordem, viveu com grande disciplina, até que finalmente se uniu aos cistercienses, comunidade que então exalava maravilhoso odor de santidade.
Após algum tempo, foi eleito prior da Abadia de Pontigny, e depois se tornou abade de Chaalis. Com a morte de Henrique de Sully, arcebispo de Bourges, Guilherme foi escolhido como seu sucessor. O anúncio dessa nova honra que lhe sobrevinha cobriu-o de tristeza, e ele não teria aceito o cargo não tivesse a ordem de assumi-lo vindo diretamente do Papa e seu geral, o abade de Citeaux.
O primeiro cuidado que teve nessa nova posição foi conformar a própria vida às mais perfeitas regras de santidade. Redobrou as penitências, alegando que agora lhe cabia praticá-las tanto pelos outros quanto por si mesmo. Sempre vestia um cilício sob o hábito religioso, e jamais acrescentava camadas de roupa durante o inverno ou as removia no verão; nunca comia qualquer tipo de carne vermelha, embora a servisse à mesa para os outros.
Quando se aproximava seu fim, pediu para ser deitado com o cilício sobre a cinza, e nesta posição expirou, a 10 de janeiro de 1209. O corpo veio a ser sepultado em sua catedral, e, honrado por muitos milagres, foi levado em 1217, e no ano seguinte Guilherme foi canonizado pelo Papa Honório III.
REFLEXÃO
Os defensores da fé provam a verdade de seu ensinamento menos pela força de seus argumentos do que pela santidade de suas vidas. Jamais se esqueça de que, para converter os outros, devemos primeiro olhar para nossa própria alma.
BUTLER, Alban. Vida dos Santos: para todos os dias do ano. Dois Irmãos, RS: Minha Biblioteca Católica, 2021. 560 p. Tradução de: Emílio Costaguá. Adaptação: Equipe Pocket Terço.
São Guilherme de Bourges, rogai por nós!