São Luís Gonzaga, Religioso, Memória
Antífona de entrada
Vernáculo:
Os pensamentos que me ocupam, Senhor, estão sempre diante de Vós. Senhor, Vós sois o meu auxílio e o meu Redentor. Sl. Os Céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia a grandeza das suas obras. (Cf. MRQ: Sl 18, 15 e 2)
Coleta
Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes em São Luís Gonzaga a prática da penitência e uma admirável pureza de vida, concedei-nos, por seus méritos e preces, que, se não soubemos imitá-lo em sua vida inocente, sigamos fielmente seus exemplos na penitência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — 2Cor 12, 1-10
Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Coríntios
1Irmãos, será que é preciso gloriar-me? Na verdade, não convém. No entanto, passarei a falar das visões e revelações do Senhor.
2Conheço um homem, unido a Cristo, que, há quatorze anos, foi arrebatado ao terceiro céu. Se ele foi arrebatado com o corpo ou sem o corpo, eu não o sei, só Deus sabe. 3Sei que esse homem – se com o corpo ou sem o corpo, não sei, Deus o sabe – 4foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis que nenhum homem consegue pronunciar.
5Quanto a esse homem eu me gloriarei, mas, quanto a mim mesmo, não me gloriarei, a não ser das minhas fraquezas. 6No entanto, se eu quisesse gloriar-me, não seria insensato, pois só diria a verdade. Mas evito gloriar-me, para que ninguém faça de mim uma ideia superior àquilo que vê em mim ou que ouve de mim. 7E para que a extraordinária grandeza das revelações não me ensoberbecesse, foi espetado na minha carne um espinho, que é como um anjo de Satanás a esbofetear-me, a fim de que eu não me exalte demais.
8A esse propósito, roguei três vezes ao Senhor que o afastasse de mim. 9Mas ele disse-me: “Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força se manifesta”. Por isso, de bom grado, eu me gloriarei das minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. 10Eis porque me comprazo nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor a Cristo. Pois, quando eu me sinto fraco, é então que sou forte.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 33(34), 8-9. 10-11. 12-13 (R. 9a)
℟. Provai e vede quão suave é o Senhor!
— Respeitai o Senhor Deus, seus santos todos, porque nada faltará aos que o temem. Os ricos empobrecem, passam fome, mas aos que buscam o Senhor não falta nada. ℟.
— Meus filhos, vinde agora e escutai-me: vou ensinar-vos o temor do Senhor Deus. Qual o homem que não ama sua vida, procurando ser feliz todos os dias? ℟.
℣. Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos, mediante sua pobreza. (2Cor 8, 9) ℟.
Evangelho — Mt 6, 24-34
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Mateus
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24“Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
25Por isso eu vos digo: não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros?
27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida, só pelo fato de se preocupar com isso? 28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém, eu vos digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé?
31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ʽO que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir?ʼ 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. 33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. 34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Iustitiae Domini rectae, laetificantes corda, et dulciora super mel et favum: nam et servus tuus custodiet ea. (Ps. 18, 9. 11. 12)
Vernáculo:
Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. Suas palavras são mais doces que o mel, que o mel que sai dos favos. E vosso servo, instruído por elas, se empenha em guardá-las. (Cf. LH: Sl 18, 9. 11. 12)
Sobre as Oferendas
Fazei, Senhor, e, seguindo o exemplo de São Luís Gonzaga, nos sentemos à mesa do banquete celeste revestidos da veste nupcial, a fim de que, pela participação neste mistério, nos tornemos ricos da vossa graça. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vel:
Panem de caelo dedisti nobis, Domine, habentem omne delectamentum, et omnem saporem suavitatis. (Sap. 16, 20; ℣. Ps. 77, 1. 2. 3a. 4bcd. 23. 24. 25. 27. 28. 29; p. 319)
Vernáculo:
Senhor, quem morará em vossa casa e em vosso Monte santo habitará? É aquele que caminha sem pecado e pratica a justiça fielmente; (Cf. LH: Sl 14, 1. 2a)
Ou:
Um pão preparado, de graça, do céu enviastes. Ele toda delícia continha, ao gosto de todos. (Cf. LH: Sb 16, 20)
Depois da Comunhão
Senhor nosso Deus, fazei que, nutridos com o alimento dos anjos, nós vos sirvamos por uma vida pura, a exemplo daquele que hoje veneramos, e permaneçamos sempre em ação de graças. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 21/06/2025
Quem colocamos no lugar de Deus?
“Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.
No Evangelho de hoje, Jesus continua explicando como deve ser o nosso coração. Estamos ainda no Sermão da Montanha, uma grande reflexão em que o Senhor nos faz ver como é o seu próprio Coração e, portanto, como deve ser o nosso, porque é a Ele que nos devemos conformar. O Evangelho nos dá a esse respeito algumas orientações práticas. Diz Jesus: Não podeis servir a dois senhores. Trata-se, antes de tudo, de ter um coração uno, que sirva a um Deus só. Afinal, ninguém pode dizer: “Não tenho nenhum deus”. Todo o mundo tem um deus. Até os ateus o têm, embora não seja o verdadeiro. Aí está o problema. Puseram algo no lugar de Deus ou a si mesmos, ou o sexo, ou poder, ou a fama… Hoje, em particular, Jesus nos chama a atenção para o dinheiro: Não podeis servir a dois senhores. Miseravelmente, a sociedade de hoje vive ao redor de Mamom, o que é ridículo. Afinal de contas, o dinheiro não pode ser o sentido da vida de ninguém. Por definição, as riquezas são um meio para conseguir outras coisas. Ninguém quer dinheiro pelo dinheiro, para viver sentando em cima dele. Não, as pessoas querem dinheiro para ter outras coisas, e Jesus põe o dedo na ferida: queremos dinheiro porque queremos segurança. Muita gente vive atrás de dinheiro, não tanto pelo prazer que ele pode proporcionar, ou pela vanglória que ele pode comprar, mas por falta de fé em Deus; antes, por ter posto a fé num deus falso, numa segurança falsa. Ora, o Senhor diz: Não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com vosso corpo, com o que havereis de vestir. Temos um Pai no céu que cuida de nós com suma Providência: Olhai os pássaros dos céus… Olhai como crescem os lírios do campo. Se Deus cuida de nós, por que nos preocupamos tanto com o dinheiro, com a segurança material e física? Porque não queremos confiar em Deus, mas no que nós mesmos somos capazes de fazer, de juntar no banco ou de ganhar com nossos investimentos. É uma idolatria que traz consigo seu próprio castigo. Olhemos as pessoas que, por falta de fé, põem a sua segurança no dinheiro como em um deus. Como vivem elas? Amedrontadas! Se não, por que ergueriam cercas elétricas, instalariam câmeras de vigilância, comprariam cães de guarda, segurança, andariam em carros blindados, à prova de bala? Se não é de roubo que têm medo, têm-no então de muitas outras coisas: de crises, da desvalorização, da queda da Bolsa, do futuro dos investimentos… Ora, pôr a própria esperança no mundo material é o “investimento” mais insensato que alguém pode fazer. Este mundo, por definição, se dissolve, derrete, murcha, apodrece. Não existe nada visível, palpável e material que seja eterno e perene. Aqui tudo é caduco, tudo passa, tudo cai, tudo definha. Quem põe a sua esperança no dinheiro e nos bens materiais que ele pode comprar está se condenando ao desespero. Por quê? Porque essas coisas irão passar, necessariamente. Mas há coisas que não passam, e estas o dinheiro não compra. O amor verdadeiro, o dinheiro não o compra; o amor de Deus, o dinheiro não o compra; os bens eternos, perenes, invisíveis, o dinheiro não os compra. Ouçamos, pois, as palavras de Cristo, que nos faz ver o valor que temos aos olhos de Deus. Se Ele cuida dos pássaros do céu, que não valem às vezes dois vinténs; se Ele cuida até da erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada, como não irá cuidar de nós? Temos um Deus vivo que cuida de nós e nos ama como Pai! Mas nos perguntemos agora: quem é o nosso deus? Quem pusemos no lugar do Deus verdadeiro? Se houvermos posto no lugar dele as coisas materiais, é melhor nos irmos desprendendo delas já, porque somente Deus pode e deve ocupar o centro de nossas vidas, ser a razão de nossa existência. O resto são meios, dons, pequenos presentes que Deus nos dá. Se soubermos usá-los bem, tudo nos levará para o céu. Mas o Reino de Deus, lembremos, não é deste mundo: O meu Reino não é deste mundo. Temos um Pai no céu que cuida de nós como à pupila dos olhos. Não nos preocupemos nem nos agitemos com as coisas materiais. Temos um Deus que cuida de nós. Seja grande a nossa confiança na Providência divina e busquemos ter um coração como o de Jesus, o Filho que confia sem reservas em seu Pai.
Deus abençoe você!
Santo do dia 21/06/2025
São Luís Gonzaga, Religioso (Memória)
Local: Roma, Itália
Data: 21 de Junho † 1591
Filho primogênito de um príncipe da Itália, mas educado santamente, foi batizado apenas nascido, de maneira que pareceu mais ter nascido no céu, do que na terra. Essa primeira graça, guardou-a tão constantemente que se acreditou tivesse sido confirmado. Desde o primeiro uso da razão, ofereceu-se a Deus, e levou uma vida cada vez mais santa.
Com nove anos, estando em Florença diante do altar da santa Virgem, que honra sempre como sua mãe, fez o voto de castidade perpétua; e, por uma graça especial de Deus, conservou-a sem necessidade de defender-se contra qualquer tentação do espírito ou do corpo. Quanto às outras perturbações da alma, reprimiu-as tão fortemente desde a primeira idade, que não se ressentiu nem de seus primeiros movimentos. Guardava tão bem os sentidos, em particular o da vista, que não olhava jamais para o rosto da princesa Maria da Áustria, a quem saudava quase todos os dias durante vários anos, como pajem do príncipe da Espanha; não olhava jamais fixamente a própria mãe.
Chamaram-no com justeza homem sem carne ou anjo encarnado. À guarda dos sentidos, ajuntava as mortificações corporais. Jejuava três vezes por semana, o mais frequentemente a pão e água. Pode-se mesmo dizer que seu jejum era perpétuo, não passando o alimento de uma onça. Frequentemente, castigava-se até o sangue três vezes por dia, com cordas e correntes; algumas vezes substituía as cordas por grossas correias e o cilício por esporas de cavaleiros. Tinha um leito macio, mas tornou-o duro colocando pedaços de madeira, e isso também com o objetivo de acordá-lo mais cedo para orar: porque empregava grande parte da noite na contemplação das coisas celestes, vestido somente com uma camisa, de joelhos sobre o pavimento ou prostrado de fraqueza. De dia, ali permanecia três, quatro e cinco horas imóvel, até que tivesse passado ao menos uma sem distração. O preço dessa constância foi tal estabilidade de espírito na oração que não se afastava jamais de Deus, permanecendo como que em perpétuo êxtase.
Para unir-se a Deus somente, após haver obtido a permissão de seu pai, em seguida a três anos de solicitações, transmitiu ao irmão o direito ao principado da família e entrou, em Roma, na sociedade de Jesus, à qual uma voz celeste o havia chamado desde Madri. No noviciado, revelou-se modelo de todas as virtudes. Observava com escrupulosa pontualidade as menores regras, mostrava grande desprezo do mundo e ódio de si mesmo. Mas um amor tão ardente, que o próprio corpo nele se consumia insensivelmente. Tendo recebido ordem para distrair um pouco o espírito das coisas divinas, fazia vãos esforços para evitar Deus que se apresentava a ele de toda parte.
Abrasado de maravilhosa caridade para com o próximo, servia com amor nos hospitais, e contraiu uma moléstia contagiosa. Consumindo-se lentamente, emigrou ao céu, no dia em que havia predito, vinte e um de junho de 1591, com a idade de vinte e quatro anos começados, após ter pedido para receber, pela última vez, a disciplina e morrer estendido sobre uma tábua. Bento XIII canonizou-o e deu-o à juventude cristã por patrono e modelo de inocência e castidade. Sua mãe vivia ainda quando foi beatificado, em 1621, e pôde invocá-lo sobre os altares. Feliz mãe!
Referência:
ROHRBACHER, Padre. Vida dos santos: Volume XI. São Paulo: Editora das Américas, 1959. Edição atualizada por Jannart Moutinho Ribeiro; sob a supervisão do Prof. A. Della Nina. Adaptações: Equipe Pocket Terço. Disponível em: obrascatolicas.com. Acesso em: 21 jun. 2021.
São Luís Gonzaga, rogai por nós!