30º Domingo do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face. (Cf. MR: Sl 104, 3-4) Sl. Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! (Cf. LH: Sl 104, 1)
Glória
Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e, para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que ordenais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Eclo 35, 15b-17. 20-22a
Leitura do Livro do Eclesiástico
O Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas. 16Ele não é parcial em prejuízo do pobre, mas escuta, sim, as súplicas dos oprimidos; 17jamais despreza a súplica do órfão, nem da viúva, quando desabafa suas mágoas.
20Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até as nuvens. 21A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, 22afaça justiça aos justos e execute o julgamento.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 33(34), 2-3. 17-18. 19. 23 (R. 7a. 23a)
℟. O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.
— Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Minha alma se gloria no Senhor; que ouçam os humildes e se alegrem! ℟.
— Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta. ℟.
— Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Mas o Senhor liberta a vida dos seus servos, e castigado não será quem nele espera. ℟.
Segunda Leitura — 2Tm 4, 6-8. 16-18
Leitura da Segunda Carta de São Paulo a Timóteo
Caríssimo: 6Quanto a mim, eu já estou para ser oferecido em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida. 7Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. 8Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos que esperam com amor a sua manifestação gloriosa.
16Na minha primeira defesa, ninguém me assistiu; todos me abandonaram. Oxalá que não lhes seja levado em conta.
17Mas o Senhor esteve a meu lado e me deu forças; ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente, e ouvida por todas as nações; e eu fui libertado da boca do leão. 18O Senhor me libertará de todo mal e me salvará para o seu Reino celeste. A ele a glória, pelos séculos dos séculos! Amém.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
℣. O Senhor reconciliou o mundo em Cristo, confiando-nos sua Palavra; a Palavra da reconciliação, a Palavra que hoje, aqui, nos salva. (2Cor 5, 19) ℟.
Evangelho — Lc 18, 9-14
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 9Jesus contou esta parábola para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros: 10“Dois homens subiram ao Templo para rezar: um era fariseu, o outro cobrador de impostos.
11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. 12Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’.
13O cobrador de impostos, porém, ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!’
14Eu vos digo: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Creio
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.
Antífona do Ofertório
Domine, vivífica me secúndum elóquium tuum: ut sciam testimónia tua. (Ps. 118, 107. 125)
Vernáculo:
Senhor, dai-me mais vida, segundo a vossa palavra, para conhecer os vossos mandamentos. (Cf. MRQ: Sl 118, 154. 125)
Sobre as Oferendas
Olhai benigno, nós vos pedimos, Senhor, os dons que vos apresentamos, e nossa celebração seja, antes de tudo, para a vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós em oblação de suave odor. (Ef 5, 2)
Vernáculo:
Nós nos alegraremos na vossa salvação e no nome do nosso Deus exultaremos. (Cf. MR: Sl 19, 6)
Depois da Comunhão
Os vossos sacramentos, Senhor, realizem o que significam, a fim de que um dia possamos entrar em plena posse do mistério que agora em ritos celebramos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 26/10/2025
Quem se eleva será humilhado!
Deus resiste a um coração soberbo, mas não a um humilde: ao primeiro, ainda que muito cumpridor da Lei, nega a sua graça; mas ao segundo, ainda que coberto de faltas, Ele justifica, agracia e torna capaz de amar.
No Evangelho de hoje, Jesus conta a parábola do publicano e do fariseu. Somente um deles voltou para casa justificado, o publicano que foi humilde, e o fariseu não. O fariseu, na sua soberba, está praticando uma religião que, na verdade, o está afastando de Deus. Vamos ver o que isso significa. Veja, em primeiríssimo lugar, nós, para estar diante de Deus, precisamos ser humildes. Como recorda Santa Teresa d’Ávila: “A humildade é andar na verdade” (VI Moradas 10, 8). Ou seja, diante de Deus, quem somos nós? Então, é evidente que, se Deus é Deus, esta verdade que Deus é nos põe no nosso lugar e — vamos dizer com clareza — nos humilha.
Você vai dizer assim: “Mas, padre! Deus é amor, Deus não humilha ninguém”. Sim, Deus é amor; mas diante de sua grandeza e majestade, todo ser humano, de alguma forma, é tomado de vertigem. Se a pessoa não sente vertigem diante da grandeza de Deus, é porque ela não tem noção de quem seja Deus. Agora, Deus, na sua santidade, no seu amor infinito, comparado com a nossa miséria, egoísmo e pecado — é evidente —, a verdade de Deus coloca-nos com os pés no chão, cientes da realidade da nossa miséria e, dessa forma, torna-nos mais humildes.
Essa é a primeira atitude da vida de oração, ou seja, um ato de fé na grandeza de Deus e na sua majestade, e um ato de humildade diante da miséria humana. É daí que pode surgir a adoração, é daí que pode surgir um pedido, uma súplica filial, confiante e piedosa, de quem sabe que, na verdade, mesmo sem merecer, é infinitamente amado por Deus. Mas o que faz o fariseu? Ele esquece essa primeira parte e já se apresenta diante de Deus olhando para si mesmo. Olha para si mesmo de forma deformada e distorcida. Ele diz: “Ó Deus, eu te agradeço”. Mas será que agradece mesmo? Continuemos: “Porque não sou como os outros seres humanos”.
Quanta soberba! A marca fundamental da soberba é eu me achar melhor do que os outros. Assim ele, considerando-se superior e melhor do que os outros, perde o chão da realidade. Por quê? Porque se apresenta diante de Deus sem enxergar a sua miséria. É o delírio do soberbo. É esse o mesmo delírio no qual caiu Satanás, e no qual caíram os seus anjos, os demônios. É nesse mesmo delírio que caem todos os condenados e réprobos que estão no inferno. A soberba, como nos recorda o Papa São Gregório Magno, é a raiz de todos os outros pecados, é nela que são gerados todos os outros pecados.
Então, o Evangelho nos ensina com toda a clareza a atitude de humildade diante de Deus. Essa é a primeira atitude porque, claro, a verdade é dolorosa. Dói vermos a nossa miséria. Isso fica evidente na atitude do pobre publicano. Ele diz: “Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador”, e ele nem sequer se atrevia a levantar os olhos para o céu. E no entanto essa atitude humilde diante de Deus faz com que ele se atreva — sim, grande atrevimento — a pedir o amor de Deus e a sua misericórdia. Sim, na parábola do publicano vemos o grande encontro da miséria com a misericórdia; mas, se nós não nos dermos conta de nossa miséria, jamais iremos encontrar a misericórdia divina.
Então, muitas vezes o que falta mesmo nas pessoas é uma atitude de humildade, de se humilhar diante da presença de Deus: “Humilhai-vos debaixo da poderosa mão de Deus” (1Pd 5, 6s), pois “Deus resiste aos soberbos, e dá a sua graça aos humildes” (Tg 4, 6). Que o Senhor nos ensine essa atitude fundamental e arraigada de verdadeira humildade para podermos nos apresentar diante dele — a miséria pedindo por misericórdia.
Deus abençoe você!
Santo do dia 26/10/2025
Beata Celina Chludzindska Borzecka (Memória Facultativa)
Local: Cracóvia, Polônia
Data: 26 de Outubro † 1913
Celina Chludzindska Borzecka nasceu em 29 de outubro de 1833 em Antowil, perto de Orsza (então território polonês, agora Bielo-Rússia), filha de Ignazio e Petronella Chludzindska, uma família de ricos proprietários de terras. Ela cresceu em um ambiente de tradições católicas e patrióticas saudáveis. A educação era dada a ela em casa, como era o costume da época e ditada pela posição social dos pais.
A vida espiritual de Celina logo começou a se desenvolver e a pergunta dirigida a Deus: "O que você quer que eu faça da minha vida?" frequentemente aparecia em suas orações. Depois de um retiro em Vilnius em 1853, ela expressou o desejo de se tornar freira, mas encontrou a oposição de seus pais. Obedecendo aos desejos de seus pais e aos conselhos de seu confessor, aos 20 anos casou-se na Catedral de Vilnius com Joseph Borzecki, dono de uma propriedade perto de Grodno. No entanto, uma convicção interior permaneceu dentro dela de que "sua vida não deveria ter terminado de uma maneira normal."
Celina, profundamente amada por seu marido, era também uma esposa amorosa e exemplar, que compartilhava a responsabilidade pelo patrimônio e mostrava sua atenção aos pobres. Ela teve quatro filhos, dois dos quais morreram na infância. Celina considerou as duas filhas restantes um presente de Deus, confiado à sua responsabilidade. Em suas "Memórias para minhas filhas", ela revelou seus próprios esforços para desenvolver sua relação com Deus como Criador e Pai amoroso. Ela encorajou suas filhas a governar e servir ao próximo. Cada uma das filhas foi tratada de forma única e individual e teve a liberdade de escolher o caminho da vocação que queria seguir.
Quando Giuseppe Borzecki sofreu um derrame que o deixou paralítico em 1869, Celina mudou-se com sua família para Viena para obter o melhor atendimento médico para ele. Durante seu sofrimento, que durou cinco anos completos, ela foi a fonte de apoio espiritual e moral para ele e serviu como sua enfermeira sensível e dedicada. Ao mesmo tempo, ela continuou a fazer o máximo pela educação de suas filhas.
Após a morte do marido, Celina com as filhas foi a Roma em 1875 para ampliar seus horizontes espirituais e culturais. Ela também estava procurando orientação sobre a vontade de Deus para ela e suas filhas. Na igreja de San Claudio em Roma conheceu o cofundador dos Ressurrecionistas, Padre Pietro Semenenko, que durante muitos anos desejou fundar um ramo feminino da Congregação da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela se tornou sua penitente. O Padre Pietro a apresentou à espiritualidade centrada no mistério pascal de Cristo. Posteriormente, ela expressará o seu caminho de santidade no lema que será inscrito na cruz dos votos perpétuos de cada Irmã da Ressurreição: Per crucem et mortem ad resurrectionem et gloriam.
Em 1882, Celina Borzecka, junto com sua filha mais nova, Hedwig, e outras mulheres começaram a vida comunitária em Roma, sob a direção espiritual do Pe. Pietro Semenenko. Depois da morte repentina do Padre, ocorrida em 1886 em Paris, Celina teve que enfrentar as intrigas das pessoas que se opunham à nova fundação e suas tentativas de unir a nova comunidade a um dos institutos já existentes. Celina sentiu, cada vez com mais força, o apelo a fundar uma comunidade de mulheres dedicadas ao mistério da ressurreição: a vocação de viver a vida com consciência na sua dimensão pessoal, comunitária e apostólica, através da força que vem de Jesus Ressuscitado. Ela nunca quis abandonar o espírito e estilo de vida específicos de sua comunidade ou de seu nome: Irmãs da Ressurreição.
Em 1887, auxiliada por amigos fiéis, Celina abriu sua primeira escola vespertina para meninas, onde Dom Giacomo Della Chiesa, o futuro Papa Bento XV, cujos pais viviam no apartamento ao lado da escola, servia como capelão e catequista.
Após anos de provações e sofrimentos, Celina Borzecka e sua filha, Edwiges, co-fundadora, em 6 de janeiro de 1891 emitiram os votos religiosos como Irmãs da Ressurreição, na presença do Card. Lucido Parocchi, Vigário Geral de Sua Santidade para a Diocese de Roma, dando início oficialmente à nova Congregação. No outono do mesmo ano, Celina inaugurou a primeira casa em território polonês, em Kety, perto de Wadowice, destinada principalmente como sede do noviciado. Com o aumento do número de Irmãs, a Fundadora começou a colocar em prática seu sonho de uma Congregação capaz de contribuir para a renovação da sociedade, especialmente através da educação. Ela fundou (a convite dos Ressurreicionistas) a missão ecumênica em Malko Tirnovo, na Bulgária (então parte do Império Turco).
Em 1904, Madre Celina escolheu o bairro de Prati, em Roma, para construir a Casa-Mãe da Congregação à sombra do Vaticano. Ela trabalhou muito, junto com sua filha, e finalmente em 1905 ela se alegrou com o Decretum Laudis recebido por sua Congregação. Depois da morte repentina de sua filha, Edwiges, aos 43 anos, Celina convocou o primeiro Capítulo geral da comunidade em 1911, onde foi eleita superiora geral ad vitam. Ela passou os últimos anos de sua vida em visitas frequentes às casas da Congregação e em extensa correspondência com suas irmãs, formando-as no espírito da fundação.
À medida que a morte se aproximava, Celina repetia às freiras: "Sede santas". Expressou o dinamismo de sua vida quando, antes de morrer, escreveu em um pedaço de papel, sem poder falar: “Em Deus há felicidade para sempre”. Madre Celina Borzecka faleceu em 26 de outubro de 1913, em um simples apartamento de Cracóvia, por onde passava durante uma visita canônica.
Em resposta ao incentivo do Papa Pio XII, sua causa de beatificação foi aberta em Roma em 1944. O decreto sobre a natureza heroica das virtudes foi promulgado em 11 de fevereiro de 1982 e o milagre da beatificação foi aprovado em 16 de dezembro de 2007.
A Beata Celina pertenceu a um raro grupo de mulheres que viveram diferentes estados de vida: esposa, mãe, viúva, freira e fundadora. Apesar dos tantos e diversos trabalhos realizados na sua vida, escreveu com toda a simplicidade e humildade, dando assim uma característica à sua vida espiritual: "Deus não me chamou para fazer coisas extraordinárias... talvez porque não quis que eu fosse orgulhosa. Minha vocação é fazer a vontade de Deus com fidelidade e amor”.
Fonte: causesanti.va (adaptado)
Beata Celina Chludzindska Borzecka, rogai por nós!