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Antífona de entrada

Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez maravilhas!Aos olhos das nações revelou sua justiça, aleluia! (Cf. Sl 97, 1-2)
Cantáte Dómino cánticum novum, allelúia: quia mirabília fecit Dóminus, allelúia: ante conspéctum géntium revelávit iustítiam suam, allelúia, allelúia. Ps. Salvávit sibi déxtera eius: et bráchium sanctum eius. (Ps. 97, 1. 2)
Vernáculo:
Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele fez maravilhas! Aos olhos das nações revelou sua justiça, aleluia! (Cf. MR: Sl 97, 1-2) Sl. Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória. (Cf. LH: Sl 97, 1cd)

Glória

Glória a Deus nas alturas,
e paz na terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso.
Nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças
por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus,
Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo,
só vós, o Senhor,
só vós, o Altíssimo,
Jesus Cristo,
com o Espírito Santo,
na glória de Deus Pai.
Amém.

Coleta

Deus eterno e todo-poderoso, realizai sempre em nós o mistério da Páscoa, e, aos que vos dignastes renovar pelo santo Batismo, concedei, com o auxílio de vossa proteção, dar muitos frutos e chegar às alegrias da vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Primeira Leitura (At 9, 26-31)


Leitura dos Atos dos Apóstolos


Naqueles dias, 26Saulo chegou a Jerusalém e procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, pois não acreditavam que ele fosse discípulo. 27Então Barnabé tomou Saulo consigo, levou-o aos apóstolos e contou-lhes como Saulo tinha visto o Senhor no caminho, como o Senhor lhe havia falado e como Saulo havia pregado, em nome de Jesus, publicamente, na cidade de Damasco.

28Daí em diante, Saulo permaneceu com eles em Jerusalém e pregava com firmeza em nome do Senhor. 29Falava também e discutia com os judeus de língua grega, mas eles procuravam matá-lo.

30Quando ficaram sabendo disso, os irmãos levaram Saulo para Cesareia, e daí o mandaram para Tarso.

31A Igreja, porém, vivia em paz em toda a Judeia, Galileia e Samaria. Ela consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


Salmo Responsorial (Sl 21)


℟. Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia!


— Sois meu louvor em meio à grande assembleia; cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! Vossos pobres vão comer e saciar-se, e os que procuram o Senhor o louvarão: “Seus corações tenham a vida para sempre!” ℟.

— Lembrem-se disso os confins de toda a terra, para que voltem ao Senhor e se convertam, e se prostrem, adorando, diante dele todos os povos e as famílias das nações. Somente a ele adorarão os poderosos, e os que voltam para o pó o louvarão. ℟.

— Para ele há de viver a minha alma, toda a minha descendência há de servi-lo; às futuras gerações anunciará o poder e a justiça do Senhor; ao povo novo que há de vir, ela dirá: “Eis a obra que o Senhor realizou!” ℟.


https://youtu.be/BY7dTV8hKs4

Segunda Leitura (1Jo 3, 18-24)


Leitura da Primeira Carta de São João


Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas.

21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado.

23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu.

24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.

— Palavra do Senhor.

— Graças a Deus.


℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Ficai em mim, e eu em vós hei de ficar, diz o Senhor; quem em mim permanece, esse dá muito fruto. (Jo 15, 4a.5b) ℟.

Evangelho (Jo 15, 1-8)


℣. O Senhor esteja convosco.

℟. Ele está no meio de nós.


℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 

℟. Glória a vós, Senhor.


Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1“Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei.

4Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim.

5Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.”

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.


Creio

Creio em Deus Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra.
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
Às palavras seguintes, até Virgem Maria, todos se inclinam.
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado,
desceu à mansão dos mortos,
ressuscitou ao terceiro dia,
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne
e na vida eterna. Amém.

Antífona do Ofertório

Iubiláte Deo univérsa terra: iubiláte Deo univérsa terra: psalmum dícite nómini eius: veníte, et audíte, et narrábo vobis, omnes qui timétis Deum, quanta fecit Dóminus ánimae meae, allelúia. (Ps. 65, 1. 2. 16)


Vernáculo:
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez, aleluia! (Cf. LH: Sl 65, 1. 2a. 16)

Sobre as Oferendas

Ó Deus, pelo venerável intercâmbio deste sacrifício nos fizestes participar de vossa única e suprema divindade; concedei, nós vos pedimos, que conhecendo a vossa verdade a testemunhemos pela prática das boas obras. Por Cristo, nosso Senhor.



Antífona da Comunhão

Eu sou a videira verdadeira e vós os ramos, diz o Senhor. Aquele que permaneceu em mim, e eu nele, esse produz muito fruto, aleluia. (Cf. Jo 15, 1. 5)
Ego sum vitis vera et vos pálmites, qui manet in me, et ego in eo, hic fert fructum multum, allelúia, allelúia. (Io. 15, 5; ℣. Ps. 79, 2ab. 9. 10. 11. 12. 16. 18. 19)
Vernáculo:
Eu sou a videira verdadeira e vós os ramos, diz o Senhor. Aquele que permaneceu em mim, e eu nele, esse produz muito fruto, aleluia. (Cf. MR: Jo 15, 1. 5)

Depois da Comunhão

Senhor, nós vos pedimos, permanecei com misericórdia junto ao vosso povo e fazei passar da antiga para a nova vida aqueles que iniciastes nos mistérios celestes. Por Cristo, nosso Senhor.

Homilia do dia 28/04/2024
“Sem mim nada podeis fazer”

Dar fruto não significa fazer obras, nem mesmo boas obras. Significa fazer boas obras unidos a Cristo. Podemos fazer muito, trabalhar mais que as formigas e as abelhas, mas se não estamos unidos a Cristo... isto não nos vale nada.

Queridos irmãos e irmãs, a Igreja celebra o 5º domingo da Páscoa, e o Evangelho deste domingo é o belo Evangelho da “Videira e os Ramos”.


Queria ilustrar esta Parábola da seguinte maneira: Quem leu alguma vez os livros Da Divina Comédia recordará aquele momento em que Dante Alighieri, o autor, comenta sua entrada no Inferno. Uma vez atravessada aquela temível porta sobre a qual estão gravadas as palavras mais duras que um ser humano pode ler ou escutar “Lasciate ogni speranza voi ch'entrate”, ou seja, “Deixai aqui toda esperança, vós que entrais”. Dante diz de estar em um lugar que ele denomina “o vestíbulo” do Inferno. E neste lugar, que não seria ainda o Inferno propriamente dito, mas seus arredores, o Poeta contempla uma multidão de pecadores correndo a toda velocidade, eternamente, sem descanso, detrás de uma bandeira, prorrompendo constantemente em suspiros e lamentos. Esta multidão é a das almas dos preguiçosos, dos abúlicos (sem vontade), dos descuidados, dos ociosos, e mais propriamente, dos indolentes, daqueles que viveram sobre a terra uma vida insignificante, uma vida que não mereceu louvor, mesmo que não tenham tido uma vida manchada pela infâmia. Não fizeram grandes males; não foram grandes pecadores; não se arriscaram pelo mal; e tampouco pelo bem, não foram Santos, não se deram com generosidade ao bem. E por isso, para Dante, o Céu e o Inferno rejeitam esse tipo de gente; quer dizer, ninguém os quer.


Teologicamente isto não é exato porque a alma que não vai ao Céu, vai ao Inferno; não há lugares intermédios eternos (salvo o Purgatório, que é provisório). Dante sabe disso, mas quer ensinar como se fosse uma verdade. O que queria nos dizer Dante, e se trata de uma mensagem extremamente válida e atual, é que para ser Santos e nos salvar não basta o fato de não militar durante nossa vida sob a bandeira de Satanás (no exército dele); pelo contrário, é necessário alistar-se ao exército de Cristo, sob a bandeira dele e comportar-se como bons soldados de Cristo.
Todos os tíbios ou mornos contemplados por Dante se assemelham a muitos cristãos de nossos tempos que acreditam ser bons cristãos porque não roubam, não matam nem são mafiosos ou maçons, ou simplesmente não fazem o mal. Isto é muito bom... mas é muito pouco. No juízo, quando formos julgados, não nos será perguntado “quantos pecados não cometeste?”, mas sim: “quais são as boas obras que fizeste?”. Dito de outro modo: não basta não produzir maus frutos, é necessário produzir bons frutos. Um cabo de vassoura plantado na terra não dá maus frutos; não dá peras podres, maçãs amargas ou laranjas ácidas, mas não por isso dizemos que é uma boa árvore. Porque tampouco dá peras, maçãs ou laranjas boas.


Isto é o que Nosso Senhor nos recorda quando nos diz com simplicidade: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor” (Jo 15, 1). Meus irmãos, é necessário dar fruto, e para isto se requerem duas condições.


A primeira coisa necessária para dar fruto consiste em estar unidos à videira: o ramo que se separa da videira se seca e morre, e fica assim infecundo. A videira é Jesus Cristo. E quem não se mantém unido a Jesus se seca e não dá fruto espiritual: “Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim” (Jo 15, 4). Portanto, nossa primeira preocupação deve ser sempre a de conservar o estado de graça, a vida da graça que nos garante a união com Jesus Cristo, e praticar as virtudes que nos fazem imitar a sua vida. “Permanecei em meu amor”: isto é, na graça, na caridade.


De outro modo nossa vida não tem sentido, já que Jesus Cristo mesmo nos diz: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5). Pensemos, então:



Por isso, devemos dar fruto. Mas não nos enganemos. Dar fruto não significa fazer obras, nem mesmo boas obras. Significa fazer boas obras unidos a Cristo. Podemos fazer muito, trabalhar mais que as formigas e as abelhas, mas se não estamos unidos a Cristo... isto não nos vale nada. É nossa união com Ele pela graça que dá vida a nossas obras. Sem a fé e a caridade, as obras estão mortas, e não servem. Até as boas obras? Sim, até as boas obras. É o que diz São Paulo na Carta aos Coríntios: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!” (1Cor 13, 1-3).


Se não dermos frutos de santidade, nossa vida será inútil porque cedo ou tarde se cumprirá o que diz Nosso Senhor: “Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados”.


A segunda coisa inevitável para dar fruto e fruto em abundância é a necessidade de ser podados. “Todo ramo que dá fruto, (meu Pai) o poda para que dê mais fruto” (Jo 15, 2). O bom vinhateiro sabe que aqueles ramos que parecem bons e que prometem frutificar bem, devem ser podados precisamente para que frutifiquem abundantemente e não fiquem como ramos mesquinhos. Jesus diz que Deus Pai faz o mesmo conosco. Portanto, devemos interpretar neste sentido todas aquelas provas, dificuldades e sofrimentos com que o Senhor permite que sejamos afligidos. Como nos ensina São Pedro que, em meio dos sofrimentos devemos estar alegres porque sabemos que são uma bênção de Deus, e que nos preparam o Céu. Devemos tomar consciência que se o Pai nos podar com tribulações, isto significa que Ele vê que podemos frutificar muito, e que nos considera dignos de formar parte de sua vinha e dignos de glorificar a Deus, porque “Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”, diz-nos o Senhor (Jo 15, 8).


O sofrimento, a cruz, a dor, fazem-nos frutificar, porque, quando Deus aperta é para nos fazer dar tudo o que levamos dentro por natureza e por graça. Como Pemán faz dizer a Inácio:


Não se pode fabricar óleo sem esmagar a azeitona no moinho,nem se pode fazer bom vinho sem pisar

a uva no lagar.Por isso, porque a frianevasca crua e braviaseca a carne sã, ao pedir cada manhãa Deus por minha Companhia,eu não lhe peço favoresnem caminho plano entre flores;peço-lhe perseguição...e, ao mesmo tempo, perdãopara os perseguidores.


Caríssimos, peçamos a graça de permanecer sempre unidos à Videira que é Cristo; peçamos a graça de dar sempre frutos de conversão, de bondade, de generosidade, de santidade. E para dar ainda mais frutos, peçamos a graça de saber viver bem as podas de Deus Pai, os sofrimentos que Ele nos envia para que demos frutos ainda maiores. Que Nossa Senhora, que levou o Bendito fruto em seu ventre, o maior fruto, que foi o mesmo Deus, nos conceda esta graça.

Deus abençoe você!

Pe. Fábio Vanderlei, IVE

Nossa Missão
Evangelize com o Pocket Terço: pocketterco.com.br/ajude

Homilia Dominical | Como seremos os ramos da videira de Cristo? (5º Domingo da Páscoa)

No Evangelho deste 5º Domingo da Páscoa, Jesus faz uma clara advertência contra a heresia do pelagianismo, segundo a qual o ser humano, por si só, é capaz de produzir atos de virtude e boas obras. Ao dizer “Sem mim nada podeis fazer”, Nosso Senhor está deixando claro que, sem a ajuda de Deus, a única coisa que fazemos é pecar.Mas como, na prática, podemos ser os ramos da videira de Cristo, nutrindo-nos de sua graça e produzindo verdadeiros frutos de santidade? Ouça a homilia do Padre Paulo Ricardo para este domingo e encontre a resposta.


https://youtu.be/7r_byY18pik

Santo do dia 28/04/2024

Ouça no Youtube

São Luís Maria Grignion de Montfort, Presbítero (Memória Facultativa)
Local: Saint-Laurent-sur-Sèvre, França
Data: 28 de Abril† 1716


Luís nasceu em Montfort, França, em 1673. Na crisma ele acrescentou Maria no seu nome, tornando-se um dos maiores Apóstolos da devoção a Nossa Senhora. Na família eram dezessete filhos, dos quais quatro se consagraram a Deus na vida religiosa ou sacerdotal.

Na idade de iniciar os estudos, Luís foi enviado ao colégio dos jesuítas de Rennes. Sabiamente dirigido pelos mestres, Luís avançava rapidamente no caminho da santidade, dando provas de vocação para o estado eclesiástico. Este caminho não lhe foi fácil. Inicialmente, por ser pobre, não foi aceito no famoso seminário de São Sulpício, em Paris. Ingressou numa pequena instituição, dirigida pelo Abbé de la Barmondière. Com a morte do Abbé, ele se transferiu para um estabelecimento ainda mais precário, onde reinava verdadeira penúria. Luís acabou adoecendo. Curado, finalmente, foi aceito no Colégio São Sulpício para terminar os seus estudos eclesiásticos. Foi escolhido como um dos alunos exemplares que eram enviados anualmente em peregrinação a algum dos santuários de Nossa Senhora que, desta vez, foi Chartres. Depois de sua ordenação, passou um breve período de tempo em Nantes, com um sacerdote que treinava pessoas para missões internas, antes de se dirigir a Poitiers, onde foi nomeado capelão do hospital. Fez um belo trabalho, sobretudo em favor dos pobres. Pelos ressentimentos provocados devido aos seus melhoramentos na Instituição, foi obrigado a renunciar a seu posto. Imediatamente começou a pregar missões aos pobres que acorriam em multidão para escutá-lo, mas o bispo de Poitiers, instigado pelos críticos de Pe. Grignion, proibiu-lhe de pregar em sua diocese. Seus métodos eram certamente um pouco estranhos e singulares. Sem desanimar de seu ideal de missionário entre os pobres, foi a Roma, onde foi recebido e incentivado pelo papa Clemente XI a continuar. Foi enviado de volta à França com o título de missionário apostólico. Como Poitiers permanecia fechada para ele, voltou à sua Bretanha, onde iniciou uma série de missões que ele continuou quase ininterruptamente até à morte. Embora a maioria das paróquias recebesse São Luís de braços abertos, as críticas dos adversários continuaram a perseguir seus passos e ele se viu excluído de certas igrejas, e mesmo de dioceses, por eclesiásticos de tendências jansenistas. Além do mais, seus métodos algumas vezes se chocavam com o convencional e o estabelecido.

A característica do santo missionário era sua singular devoção a Nossa Senhora. Em Maria Santíssima ele tinha a mãe protetora e auxiliadora. Incentivava a devoção a Nossa Senhora, particularmente o santo Rosário. Sobretudo a partir de sua canonização, em 1947, tornou-se conhecida sua obra Verdadeira devoção à Santíssima Virgem Maria, aconselhando, inclusive, a consagração a Maria como livre escravidão, a fim de que ela, como Mãe de Deus, nos considere como sua propriedade. O lema de João Paulo II, Totus tuus, é a chave desta espiritualidade. Seriam os escravos de Jesus em Maria, como já propunha São Luís nos tempos de seminarista. Certamente por essa sua devoção, São Luís Maria foi reintroduzido no Calendário universal por João Paulo II na terceira edição típica do Missal romano em 2002.

Hoje, a Congregação do Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aconselha a evitar o termo "consagração a Nossa Senhora", pois a consagração é feita somente a Deus. Prefere-se dizer entrega a Maria ou confiar à sua proteção. Isso vale também para a chamada "consagração a Nossa Senhora" após o batismo.

São Luís Maria é fundador da Companhia de Maria e da Congregação das Filhas da Divina Sabedoria.

São Luís Maria aparece como discípulo e testemunha de Cristo, revelando o zelo missionário e o lugar e o papel da Virgem Maria na história da salvação e na vida da Igreja.

A Oração coleta é bem objetiva. Não entra na questão de escravo e de consagração. Deus quis dirigir os passos do presbítero São Luís no caminho da salvação e do amor de Cristo, na companhia da Virgem Maria. Concedei que, a seu exemplo, meditando os mistérios do vosso amor, procuremos, incansavelmente, edificar a vossa Igreja.

Curiosamente temos uma segunda Oração coleta opcional. Creio que é caso único em comemorações de santos. Na oração opcional se realça o caminho da espiritualidade de São Luis. Diz que Deus tornou São Luís eximia testemunha da plena dedicação a Cristo pelas mãos de sua Mãe Santíssima, Deus nos conceda que, trilhando o mesmo caminho espiritual, possamos estender, ao mesmo tempo, o seu Reino.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Luís Maria Grignion de Montfort, rogai por nós!


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São Pedro Chanel, Presbítero e Mártir (Memória Facultativa)
Local: Futuna (ilha), França
Data: 28 de Abril† 1841


Futuna é pequena “expressão geográfica”, minúscula ilha, indicada nos atlas com um pontinho entre o Equador e o Trópico de Capricórnio no imenso oceano Pacífico, fragmento das ilhas Figi. Hoje, possessão francesa, meta de turistas amantes do exótico, a população inteiramente católica tem vida pacífica. Mas há cento e quarenta anos, precisamente a 12 de novembro de 1827, quando aí desembarcou providencialmente o missionário marista Pedro Chanel, em companhia de um confrade leigo, a pequena ilha, dividida em duas por uma montanha central e por duas tribos perenemente em guerra, não era decerto refúgio turístico.

Só a coragem e a caridade de homem de Deus podiam escolher aquela meta com todos os riscos que comportava. Aqui de fato Pedro Chanel teria concluído a sua aventura de evangelizador, morto a pancadas de bastão a 28 de abril de 1841, pelo genro do cacique, Musumusu, irado porque entre os convertidos ao cristianismo estavam já alguns membros de sua família.

Pedro Chanel nasceu na França, em Cuet, a 12 de julho de 1803. Aos doze anos, seguindo os conselhos de zeloso pároco, Trompier, iniciou os estudos no seminário. Foi-lhe concedido entrar, em 1824, no seminário maior de Bourg, onde recebeu, três anos depois, a ordenação sacerdotal. Gostaria de ter partido logo para as terras de missão, mas o seu bispo estava com muita carência de padres. Foi vigário de Amberieu e de Gex, unindo-se a um grupo de sacerdotes diocesanos, os maristas, que traduziam no próprio âmbito paroquial o ideal missionário, sob a guia de P. Colin.

A Sociedade de Maria, aprovada pelo papa em 1836, teve entre os primeiros membros Pedro Chanel, que no mesmo ano embarcou de Le Havre, perto de Valparaíso, com destino à Oceania. Quando o navio tocou Futuna, Pedro Chanel foi convidado a descer em terra e ficar, em companhia do irmão leigo, Nicézio, de 20 anos.

Foi uma lenta e paciente penetração no pequeno mundo daquela gente tão diferente em costume e mentalidade. O anúncio do Evangelho começou, porém, a repercutir na geração jovem. Mas este sucesso fez com que se aguçassem as hostilidades dos mais velhos. O tributo de sangue de são Pedro Chanel foi o preço para abrir, enfim, as portas de toda a ilha à evangelização. O novo mártir cristão, beatificado a 17 de novembro de 1889, foi inscrito no álbum dos santos a 16 de junho de 1954 e declarado padroeiro da Oceania.

Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Pedro Chanel, rogai por nós!

Textos Litúrgicos © Conferência Nacional dos Bispos do Brasil