Sábado da 2ª Semana da Páscoa
Memória Facultativa
São Pio V, papa
Antífona de entrada
Vernáculo:
Exultai com a glória da vossa vocação dando graças a Deus, que vos chamou ao seu reino, aleluia! (Cf. MR: 4Esd 2, 36-37) Sl. Escuta, ó meu povo, a minha Lei, ouve atento as palavras que eu te digo. (Cf. LH: Sl. 77, 1)
Coleta
Ó Deus, por quem fomos remidos e adotados como filhos, velai sobre nós em vosso amor de Pai e concedei aos que creem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Primeira Leitura (At 6, 1-7)
Leitura dos Atos dos Apóstolos
1Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário.
2Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”.
5A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial (Sl 32)
℟. Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
— Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! ℟.
— Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça. ℟.
— O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria. ℟.
℣. Ressurgiu Cristo, o Senhor, que criou tudo; ele teve compaixão da humanidade. ℟.
Evangelho (Jo 6, 16-21)
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo João
℟. Glória a vós, Senhor.
16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles.
18Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Angelus Dómini descéndit de caelo, et dixit muliéribus: quem quaéritis, surréxit, sicut dixit, allelúia. (Mt. 28, 2. 5. 6)
Vernáculo:
Um anjo do Senhor desceu do céu. Então o anjo falou às mulheres: Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! (Cf. Bíblia CNBB: Mt 28, 2. 5. 6)
Sobre as Oferendas
Dignai-vos, ó Deus, santificar estes dons e, aceitando este sacrifício espiritual, fazei de nós mesmos uma oferenda eterna para vós. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Vernáculo:
Todos vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo, aleluia! (Cf. MR: Gl 3, 27)
Depois da Comunhão
Tendo participado do sacramento do Corpo e do Sangue do vosso Filho, nós vos suplicamos, ó Deus, que nos faça crescer em caridade a Eucaristia que ele nos mandou realizar em sua memória. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 30/04/2022
A aparição de Cristo sobre as águas
Ao aparecer em alto mar aos discípulos cheios de pavor, Jesus chama nossa atenção para as disposições interiores com que devemos aceitá-lO.
Após multiplicar os pães pela primeira vez, Jesus atravessa o Mar da Galiléia de maneira mais do que inusitada (cf. Mt 14, 24-27; Mc 6, 47-50). Estando já em alto mar, os discípulos divisaram ao longe o que parecia ser um "fantasma", mas era, na verdade, o próprio Senhor a caminhar sobre as águas. Tomados de pavor, os Apóstolos reconhecem a Cristo e são por Ele confortados: "Sou eu", diz. "Não tenhais medo". Trata-se aqui de um verdadeiro acontecimento, de mais uma manifestação histórica e concreta do poder de Deus através da qual Ele, senhor do tempo e da história, quer transmitir-nos um ensinamento. Deste ponto de vista, a aparição de Cristo sobre as águas agitadas do Mar da Galiléia pode remitir-nos àquelas duas atitudes, ilustradas na reação das turbas antes e depois do sermão eucarístico (cf. Jo 6, 22-72), que às vezes tomamos diante dEle. Com efeito, se O buscamos por interesses meramente temporais, como "mercenários" esfomeados à procura de pão, Ele se afasta de nós; abandonados, assim, à nossa falta de fé, não temos as disposições para aceitar integralmente a sua Palavra, às vezes tão dura de ouvir (cf. Jo 6, 60), e acabamos por abandoná-lO. Mas se, vencendo a nossa desconfiança e temor mundano, deixamos que Ele venha a nós e nos mostre o seu rosto amigo — como não reconhecê-lO! —, experimentaremos a paz dos que, fiéis até aos seus mais exigentes ensinamentos, se dispõem a viver o Evangelho em toda a sua santa radicalidade. Por isso, peçamos hoje a Nosso Senhor que nos encha de espírito de fé e confiança, a fim de podermos reconhecê-lO sempre presente e reconfortante em meios às agitações de um mundo que, infelizmente, já não crê mais.
Deus abençoe você!
Por sobre o mar agitado e tempestuoso desta vida Cristo caminha sereno e triunfante. Ele, a quem o mar e o vento obedecem, faz-se presente nas nossas dores e sofrimentos; com uma palavra cheia de conforto e segurança, garante-nos: “Sou eu. Não tenhais medo”!Assista à homilia do Pe. Paulo Ricardo para este sábado, 30 de abril, e renove conosco a fé na presença constante do Senhor ressuscitado.
Santo do dia 30/04/2022

São Pio V, Papa (Memória Facultativa)
Local: Roma, Itália
Data: 30 de Abril † 1572
Lembrado principalmente como papa da vitória de Lepanto, não porque fosse homem belicoso, mas porque com a sua autoridade e com o seu prestígio pessoal conseguiu impor trégua nas rixas caseiras dos Estados europeus e levá-los a formar a “santa aliança” para enfrentar o ameaçador avanço dos turcos. A sete de outubro de 1571, a frota cristã impôs nas águas de Lepanto uma derrota definitiva à esquadra turca. Naquele mesmo dia Pio V, que não dispunha dos meios de comunicações atuais, ordenou que se tocassem os sinos de Roma convidando todos os fiéis a agradecer a Deus a vitória obtida.
Miguel Ghisleri, eleito papa em 1566 com o nome de Pio V, nasceu em Bosco Marengo, na província de Alexandria em 1504. Aos 14 anos ingressara nos dominicanos. Após a ordenação sacerdotal, subiu rapidamente todos os degraus de excepcional carreira: professor, prior de convento, superior provincial, inquisidor em Como e em Bérgamo, bispo de Sutri e Nepi, cardeal, grande inquisidor, bispo de Mondovi, papa. O título de inquisidor pode torná-lo antipático ao homem de hoje, que da inquisição tem conceito frequentemente deformado pelas narrações superficiais. Na verdade Pio V foi papa um tanto sacrificado, como sacrificados são todos os reformadores dos costumes. Mas é título de merecimento para ele ter debelado a simonia da Cúria romana e o nepotismo. Aos numerosos parentes que foram a Roma com a esperança de algum privilégio, Pio V disse que um parente do papa pode considerar-se bastante rico se não estiver na miséria.
Entre as reformas no campo pastoral, por ele promovidas sob influxo do concílio de Trento, relembramos a obrigação de residência para os bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos bispos, o incremento das missões, a correção dos livros litúrgicos e a censura sobre as publicações. A rígida disciplina que o santo impôs à Igreja fora norma constante de sua própria vida. Primeiro como bispo e cardeal, depois como papa, atuava conforme ideal ascético do frade mendicante.
Condescendente com os humildes, paternal com a gente simples, mas inflexível e severo com todos os que comprometiam a unidade da Igreja, não titubeou em excomungar e decretar a destituição da rainha da Inglaterra, Elisabete I, embora consciente das trágicas consequências que poderiam resultar deste gesto para os católicos ingleses. Pio V morreu a 1º de maio de 1572 aos sessenta e oito anos. Foi canonizado em 1712. O novo calendário fixou a sua memória a 30 de abril. Até agora era celebrada a 5 de maio.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Pio V, rogai por nós!