6ª feira da 30ª Semana do Tempo Comum
Antífona de entrada
Vernáculo:
Exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face. (Cf. MR: Sl 104, 3-4) Sl. Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! (Cf. LH: Sl 104, 1)
Coleta
Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e, para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que ordenais. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Primeira Leitura — Rm 9, 1-5
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos
Irmãos, 1não estou mentindo, mas, em Cristo, digo a verdade, apoiado no testemunho do Espírito Santo e da minha consciência: 2Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua, 3a ponto de desejar ser eu mesmo segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os de minha raça.
4Eles são israelitas. A eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas 5e também os patriarcas. Deles é que descende, quanto à sua humanidade, Cristo, o qual está acima de todos – Deus bendito para sempre! – Amém!
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Responsorial — Sl 147(147B), 12-13. 14-15. 19-20 (R. 12a)
℟. Glorifica o Senhor, Jerusalém!
— Glorifica o Senhor, Jerusalém! Ó Sião, canta louvores ao teu Deus! Pois reforçou com segurança as tuas portas, e os teus filhos em teu seio abençoou; ℟.
— a paz em teus limites garantiu e te dá como alimento a flor do trigo. Ele envia suas ordens para a terra, e a palavra que ele diz corre veloz. ℟.
— Anuncia a Jacó sua palavra, seus preceitos, suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, a nenhum outro revelou os seus preceitos. ℟.
℣. Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo 10, 27) ℟.
Evangelho — Lc 14, 1-6
℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas
℟. Glória a vós, Senhor.
1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado, ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio.
Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Antífona do Ofertório
Domine, vivífica me secúndum elóquium tuum: ut sciam testimónia tua. (Ps. 118, 107. 125)
Vernáculo:
Senhor, dai-me mais vida, segundo a vossa palavra, para conhecer os vossos mandamentos. (Cf. MRQ: Sl 118, 154. 125)
Sobre as Oferendas
Olhai benigno, nós vos pedimos, Senhor, os dons que vos apresentamos, e nossa celebração seja, antes de tudo, para a vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.
Antífona da Comunhão
Ou:
Cristo nos amou e se entregou a Deus por nós em oblação de suave odor. (Ef 5, 2)
Vernáculo:
Nós nos alegraremos na vossa salvação e no nome do nosso Deus exultaremos. (Cf. MR: Sl 19, 6)
Depois da Comunhão
Os vossos sacramentos, Senhor, realizem o que significam, a fim de que um dia possamos entrar em plena posse do mistério que agora em ritos celebramos. Por Cristo, nosso Senhor.
Homilia do dia 31/10/2025
Observam os detalhes, mas esquecem o amor
“Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?”
No Evangelho de hoje, Jesus cura um hidrópico na casa de um dos fariseus. Trata-se desses Evangelhos em que Jesus claramente quer mostrar que o amor de Deus, a lei da caridade, ultrapassa qualquer outra prescrição.Santo Agostinho nota que existe aqui um paralelo com outra cura que Jesus fez num dia de sábado: a da mulher encurvada. Agora nós temos um hidrópico, uma pessoa cheia de edemas, com retenção de líquidos no corpo, de tal modo que os membros ficam inchados, com muito líquido, o que faz a pessoa sofrer muito com aquilo, talvez por problemas cardíacos, por insuficiência dos rins, ou outra razão.O fato é que Jesus compara esse homem cheio de água, hidrópico, com uma pessoa que caiu num poço, um filho que caiu num poço, ou um boi que caiu num poço cheio de água. Santo Agostinho nota esse paralelo e vê que essa comparação é boa para entender: “Veja, você não tem compaixão com esse ser humano, mas tem compaixão com um animal”, e com isso Jesus está mostrando quanto o coração desses fariseus está distante da caridade.Mas como é que esses fariseus poderiam sair dessa situação? Como eles poderiam verdadeiramente deixar de ser insensíveis dessa maneira? Veem o homem sofrendo e, apegados a leis que, digamos assim, seriam ninharias, não se compadecem dele? Como é possível sair dessa dureza de coração desses fariseus? Bom, a dificuldade básica dos fariseus está no olhar: a forma como eles olham para a realidade.O Evangelho de São Lucas, aqui, diz no versículo primeiro que “eles”, os fariseus, “observavam Jesus”. O verbo que está lá no original grego é ‘paratērō’ [παρατηρώ], que quer dizer “um observar cuidadosamente”, como quem vigia, como um guarda que está esperando um suspeito realizar um crime. Esse verbo aparece seis vezes no Novo Testamento, e em quatro delas é usado para os fariseus. Parece que é uma atitude mesmo deles, a de estar de guarda, de tocaia, esperando para dar o bote, para pegar Jesus em alguma coisa.O interessante é que o verbo ‘paratērō’ designa uma ‘observação meticulosa’: a pessoa está observando a coisa meticulosamente, nos seus mínimos detalhes. Mas como é possível você ver tanto e enxergar tão pouco? Essa é a miséria dos fariseus. Eles, observando pequenos detalhes, perdem de vista a realidade que está lá diante deles, que é Jesus.Essa é a atitude deles para com a Lei. Eles observam os pequenos detalhes da Lei, as pequenas vírgulas dos preceitos, mas perdem aquilo que Deus queria lhes dar quando lhes revelou a Lei. Se Deus fez a Lei do sábado, fez o sábado para amar a Deus, para ter mais tempo de amar, e agora eles começam a usar uma lei que foi feita para o amor contra o amor e contra a compaixão para com aquele hidrópico.Deus também deu aos fariseus o mais maravilhoso de todos os convivas, Jesus, sentado à mesa com eles. Quem de nós não gostaria de estar sentado àquela mesa e observar Jesus, mas observá-lo de outro jeito, olhar para Ele com os olhos da fé, não com os olhos meticulosos de um investigador, mas com um olhar de maravilhamento, da fé que vê o amor de Deus que se encarnou e que veio nos visitar.Tanta coisa poderia ter sido poupada a esses fariseus, se eles tivessem um olhar diferente, um olhar de amor. Jesus tenta curá-los disso, porque a cura mais importante que Jesus quer realizar neste Evangelho não é a do hidrópico, mas a da cegueira dos fariseus, que observam tanto e vêem tão pouco, para que eles possam finalmente ver a verdade de Deus; debaixo das numerosas pequenas leis, a lei do amor; debaixo dos meticulosos detalhes que observavam em Jesus, o amor encarnado.
Deus abençoe você!
Santo do dia 31/10/2025
Santo Afonso Rodrigues (Memória Facultativa)
Local: Palma de Maiorca, Espanha
Data: 31 de Outubro † 1617
O humílimo Afonso Rodrigues ancorou na vida religiosa após uma infeliz experiência matrimonial. Nasceu em Segóvia, na Espanha, a 25 de julho de 1533. Educado no colégio jesuíta de Alcalá, teve de abandonar os estudos para tomar o lugar do pai no próspero e remunerador comércio de tecidos. Aos 27 anos casou-se. Em 1567 sua família foi atingida pela primeira grande dor com a morte da esposa, seguida pouco depois pelos filhos. Provado pela dor privado de interesses materiais, descuidou do comércio e endividou-se. Voltou à escola frequentando com pouco sucesso os cursos de gramática e de retórica na universidade de Valência. Afonso então fechou-se definitivamente aos testes escolásticos para procurar somente nos livros de devoção o alimento de que precisava sua alma.
Acolhido a 31 de janeiro de 1571 no noviciado dos jesuítas, como irmão leigo, ficou seis meses em Valência para terminar o noviciado. Depois foi enviado ao colégio de Monte Sion em Palmas de Majorca, a ilha imersa na paz solar e tranquila do Mediterrâneo. Aí ficou até à morte, que se deu a 30 de outubro de 1617. No exercício do seu humilde trabalho cotidiano de porteiro, assumido com paciência e dedicação pelo resto da vida, Afonso se mostrou afável, caridoso e serviçal com todos, exercendo profícuo apostolado entre os que, com sempre maior frequência, paravam na portaria do colégio para receber o conforto de uma palavra sua.
A fama da sua santidade e os carismas com que Deus o dotara (visões, previsões, milagres) tinham atraído à escola do humilde irmão leigo, que tivera de interromper os estudos universitários pelo seu pouco aproveitamento, numeroso grupo de discípulos. Entre estes se aclamava o futuro grande missionário, são Pedro Claver, estudante de filosofia, do qual havia previsto a vasta atividade apostólica. Santo Afonso Rodrigues, canonizado a 15 de janeiro de 1888, juntamente com são João Berchmans, foi indicado como exemplo de tenra devoção mariana, expressa com a recitação diária do Rosário e do Ofício da Imaculada, devoção que frequentemente era recompensada com amáveis e extraordinárias intervenções de Nossa Senhora na vida deste grande místico espanhol.
Entre seus muitos escritos recordamos as Memórias autobiográficas escritas por ordem dos superiores, de 1604 a 1616, e alguns escritos que versam sobre assuntos de ascética com lúcida penetração, fruto de sabedoria não tirada dos livros. Sua festa é celebrada a 31 de outubro.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!